A Estranha escrita por S_elly


Capítulo 9
the balcony and the truth


Notas iniciais do capítulo

O de hoje é maiorzinho, mas ia ficar estranho se eu dividisse antes '-'



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  - Meu apartamento? – ela sorriu.

  - Você quer ir lá agora?

  - Hm, é, quero sim.

  - Sobe ai – Frankie ajudou Pearl a colocar o capacete e subir na moto.

  O apartamento ficava a três quadras da lanchonete.

  - Chegamos.

  - Aqui? – murmurou Pearl olhando boquiaberta para o imenso prédio bege com colunas de um azul escuro com imensas janelas espelhadas.

  - É.

  - É tão...

  - Grande?

  - Eu ia dizer elegante, mas também é bem grande.

  - Vamos subir, você vai gostar do apartamento.

  Os dois subiram até o décimo - quarto andar.

  - É aqui – Frankie disse apalpando os bolsos atrás das chaves. – Droga, cadê as chaves?

  - Será que não está na sua carteira? – Pearl disse e Frankie duvidosamente abriu a carteira, de lá caiu uma chave prateada no chão.

  - Hum... certo. – ele se abaixou e pegou a chave, lançou a Pearl um sorrisinho de “Como você sabia?” e abriu a porta.

  Pearl entrou e logo atrás dela veio Frankie batendo a porta com um baque suave.

  - Ual – Pearl olhou para a sala de estar sem palavras, parecia extremamente acolhedor: um sofá de um tom bem claro de verde e as paredes impecavelmente brancas, um centro de vidro e uma teve numa estante pequena.

  Eles seguiram por um pequeno corredor, de um lado tinha um banheiro pequeno e limpinho com um leve cheiro de lavanda e do outro uma grande porta de vidro de correr que dava para uma suíte com uma cama de casal e um guarda-roupa embutido, o banheiro da suite era ligeiramente maior que o outro e tinha uma banheira de hidromassagem. No final do corredor ficava a cozinha com uma geladeira pequena, um fogão, armários e uma estante que comportava uma torradeira e um microondas.

  - É perfeito, tão aconchegante – Pearl murmurou se apoiando na pia que ficava entre o fogão e uma portinha pequena, Pearl abriu a portinha e viu uma maquina de lavar roupas, um tanque e um cesto vazio no canto do quartinho minúsculo que cabia no máximo duas pessoas magras.

  - Ah, espera eu me esqueci de te mostrar uma coisa – disse Frankie puxando-a pela mão e levando-a até o quarto.

  Frankie foi até o outro lado do quarto e puxou a grade cortina da mesma cor do sofá e então Pearl notara que tinha uma outra porta de vidro de correr ainda maior que a outra e que essa porta dava para uma pequena varanda coberta, nessa varanda tinha alguns vasos com terra e dois confortáveis puffs verdes que contrastavam com a parede e o chão brancos.

  A brisa da noite fazia os cabelos de Pearl balançarem delicadamente enquanto ela cruzava o espaço da pequena varanda e se debruçava cuidadosamente na sacada.

  - Aqui é tão lindo.

  - É – Frankie concordou se aproximando dela devagar, dali dava para ver boa parte da cidade e uma parte da mata onde Frankie encontrara Pearl.

   - Daqui da pra ver a lanchonete onde eu trabalho – Frankie disse e apontou. – Da pra ver aquelas lojas onde a gente foi hoje a tarde. Da pra ver o lugar onde eu te achei...

   - Eu agradeço todos os dias por ter conhecido você, por ter sido tão bom comigou, ou melhor, por estar sendo tão para mim. Eu não sei como agradecer por tudo isso, mas um dia vou achar uma forma e vou devolver o favor...

  - Não seja boba – Frankie riu e olhou para Pearl que o fitava – Você não me deve absolutamente nada, Pearl.

  - Hum, eu te devo minha vida – ela sussurrou movendo minimamente os lábios. – Fico imaginando se você não tivesse me achado, eu provavelmente morreria lá ou pior, alguém com más intenções me encontraria e... Não sei, me sinto muito sortuda.

  Por uns instantes eles ficaram apenas ai se olhando, até que Frankie virou os olhos para fitar as estrelas, porque sabia que não agüentaria olhar mais nem um segundo para Pearl sem poder beijá-la.

  Pearl sentia a mesma sensação, então também começou a fitar as estrelas.

  - Pearl?

  - O-oi. – ambos continuaram olhando para o céu cheio de estrelinhas mínimas e com a lua cheia brilhando grandiosamente no céu.

  - Não é querendo ser intrometido, mas... Do que você se lembra do seu passado?

  - Se eu te disser que não me lembro de nada, você vai acreditar?

  - Provavelmente vou achar que está tentando esconder algo de mim, mas eu entendo se não quiser falar.

  - Obrigado – Pearl murmurou – Porque você não me fala sobre você. Aposto que se lembra de muito mais coisas que eu.

  - Ok, o que você quer saber?

  - Me fala da sua família.

  - Hum... Minha família? Bom... eu tenho duas irmãs: a Lizzie, que tá com 27 agora e a Jennifer, que vai fazer 23 mês que vem, ela mora em Nova York com um cara. Minha avó acabou de sair do quinto casamento, e se juntar tudo que ela herdou desses pobres homens, aposto que da pra viver três ou quatro vidas longas e tranqüilas sem precisar mover um dedo pra trabalhar. – eles riram desse ultimo comentário, mas de repente um ar sério tomou o rosto de Frankie e Pearl que olhara brevemente para ele, jurava ter visto seus olhos ficarem mais úmidos – Meus pais morreram num acidente de avião a quatro anos. Minha avó queria minha guarda quando eles morreram, mas eu não quis ir morar na Califórnia com ela, eu queria ficar e cuidar da Liz, ela sofreu muito, muito mesmo, ela era tão apegada a mamãe e ao papai que eu pensei que ela fosse morrer também, mas ela começou a melhorar e depois conheceu o Jeremy que eu tenho que dizer que foi a melhor coisa que já aconteceu na vida dela, eles se casaram faz um ano e pouquinho. A Jenny, que tinha ido fazer faculdade em Nova York, correu pra cá, ela que preparou tudo, teve que trancar um semestre inteiro a faculdade para cuidar da Liz e de mim, mas a Jennifer é a pessoa mais forte que eu conheço, imagina só uma garota de 18 anos cuidando do enterro dos próprios pais e tudo mais e ainda tendo que cuidar de dois irmãos? Ai a Jenny voltou pra Nova York, tá terminando o curso de publicidade agora, conheceu um cara e parece que ela vai finalmente se aquietar como diz a Liz... Bom, essa é a história da minha família. – Frankie estava sorrindo uando terminou a história, mas o sorriso não chegava aos olhos dele, era superficial e tentava conter as lagrimas que estavam embaçando seus olhos.

  - Lamento pelos seus pais – Pearl olhou pelo canto do olho para um Frankie que secava discretamente as lagrimas que insistiam em escapar dos olhos. – Frank, me desculpa por ter feito você se lembrar disso tudo, não era minha intenção.

  - Tudo bem.

  - É, ta começando a ficar bem frio aqui fora. Porque não entramos? – Pearl disse depois de dois minutos de um silencio, era como se os dois estabelecessem agora uma conexão sobrenatural, Pearl podia sentir o sofrimento de Frankie pesar no próprio coração e Frankie podia sentir que Pearl estava um tanto aborrecida consigo mesma.

  - Claro. – Frakie sibilou enquanto eles cruzavam o caminho de volta a porta.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem *-* Beijinhos pra todas.



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