A Estranha escrita por S_elly
- Bem Pearl, eu sou Frankie – ele estendeu a mão e ela só olhou curiosamente para a mão dele, até que ele a abaixou.
- Frankie, posso tocar no seu cabelo? – ela perguntou.
- Meu cabelo? Hm... claro – ele abaixou a cabeça e ela estendeu a mão para tocar os cabelos dele, eram tão macios quanto pareciam e isso a deixou feliz.
- Obrigada – ela disse e ele levantou a cabeça, ela estava sentada agora.
- Oh Deus – ele tirou o casaco e deu a ela, vendo que sua roupa estava muito molhada por causa do chão úmido da floresta, fora as folhas velhas e a terra grudadas na sua blusa branca. – Coloque isso.
Ela olhou o casaco por um tempo e depois o vestiu.
- Macio e quente – ela disse fechando os olhos e sentindo um cheiro bom.
- É... Mas, Pearl, você quer que eu te leve ao hospital? Ou talvez a delegacia? Ou a casa de alguém?
- Hm... Não, eu quero ficar com você. – ela disse e sorriu, um sorriso de dentes perfeitos.
- Ah, claro. – Frankie a olhou nos olhos – Quem fez isso com você, Pearl?
- Isso o que?
- Ah, não sei, te deixar no meio da floresta, em pleno o inverno, não é uma boa forma de dizer eu te amo, se quer saber. – ele disse.
- Hm... – ela apenas o olhou em entender a ironia. – Você vai me levar de volta a eles?
- Não, Pearl, já disse que estou tentando ajudá-la. – ele parou de falar e voltou logo em seguida – Quem são “eles”?
- Os caras do quarto branco, os caras que machucaram minhas costas e me deixaram aqui.
- Machucaram suas costas?
- É, mas não dói mais. Faz muito tempo.
- O que sabe sobre eles?
- Nada. Só sei que são maus e sei que não quero que me encontrem novamente. Você vai me ajudar a me esconder, certo Frankie?
- Claro – ele estava curiosos para saber mais sobre a misteriosa garota, mas precisava levá-la ao hospital. – Mas que tal eu te levar ao hospital antes?
- Não. – ela disse com um desespero tangível na voz aguda.
- Porque não?
- Eu não sei, mas eu não posso ir a hospitais. Você entende?
- Não precisa se preocupar, não vou deixar que te machuquem. – ele disse com medo de que a umidade nos olhos da garota se transformasse em lagrimas.
- Por favor, não. Eu me sinto bem, estou muito bem, não preciso ir ao hospital. – ela disse quase chorando.
- Ok, tudo bem então. Onde é a sua casa?
- Casa? Eu não tenho casa. – ela disse.
- Não tem casa? Então onde você mora?
- Não me lembro, mas é uma casa grande e azul.
- Hm... eu realmente acho melhor te levar ao hospital.
- Não – ela disse.
- Então para onde quer ir?
- Não posso ficar com você? – ela perguntou.
- Pearl, olha, não é que eu não goste de você ou que queira seu mal, mas eu tenho 17 anos, moro com a minha irmã e o marido dela num apartamento que não é lá essas coisas, então, não, você não pode ficar comigo.
- Mas, onde eu vou ficar então? – ela estava triste agora.
- Ei não fique triste. – Frankie, já sem saber o que fazer, teve uma idéia que quebraria o galho por algumas semanas, pelo menos até ela melhorar um pouco. – Bem, vamos fazer assim, você vai comigo até minha casa, você vai tomar um banho e eu posso te arranjar roupas limpas da minha irmã, eu preparo algo para você comer e você dorme um pouco. Depois você vai comigo na casa de um amigo, ele me deve uns favores e pode arranjar um lugar para você ficar por uns tempos.
- Sério? – ela sorriu novamente e abraçou Frankie, seu cérebro parecia não ter idéia do que estava acontecendo, mas seu corpo parecia mais consciente que nunca e isso a fez se sentir melhor – Eu gosto de você.
- Ual – Frankie, surpreso, retribuiu o abraço e depois lembrou que estava perdido.
- Hm... tem um probleminha no meu plano.
- O que?
- Eu não sei sair dessa mata, estava perdido quando te encontrei. – ele foi até onde tinha deixado as coisas e pegou-as de volta.
- Vem – ela pegou a mão dele e o puxou pela mata até chegarem exatamente no fim da trilha e então ela se escondeu nas arvores, como ele disse.
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