A Estranha escrita por S_elly


Capítulo 2
No rules




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  -Frankie – ele acordou pelo meio da tarde com os gritos desesperados de sua irmã.

  - Liz? – ele murmurou.

  - Ah meu Deus, você tá bêbado? – ela berrou.

  - Não, é claro que não – ele disse escondendo o rosto da irmã.

  - Não tente esconder as coisas de mim, Frankie, eu sei que está bêbado... e sei do que aconteceu hoje na escola. Eu falei com a Sra. Race e ela decidiu te dar mais uma chance.

  - Ah, legal. Então porque você não para de agir como se ligasse e me deixa em paz?

  - Frankie, eu não finjo nada, eu ligo para você, eu te amo, você é meu irmão e dói dentro de mim te ver assim e não saber o motivo. – Liz, que estava agachada do lado do banco, levantou puxando o irmão pelo braço.

  - Ai, você está me machucando. – Frankie berrou.

  - Frank, por favor, vamos. – nesse momento Frankie viu a dor nos olhos da irmã, viu as lagrimas que secavam nos olhos dela e a imaginou chamando por ele em cada beco da cidade, desesperada.

  - Tá. – Frankie ficou de pé – Eu sei andar, Lizzie.

  - Desculpa – ela recuou os braços que o seguravam com afeto.

  Eles entraram na SUV de Jeremy, marido de Liz.

  - Pode ir lá na frente, com ele – Frankie disse quando Liz entrou no banco de trás junto com ele.

  - Não, você precisa mais de mim. – Liz disse e sentou-se no banco de trás com o irmão e então Frankie apagou de novo.

  Quando chegaram em casa, Liz cuidou do irmão como uma  mãe cuida de um filho. Com a ajuda de Jeremy, deu banho nele e o vestiu.  O pôs na cama para dormir.

  - Eu preciso ir trabalhar – Frankie, que trabalhava como garçom numa lanchonete a noite, murmurou e tentou levantar da cama.

  - Eu falei com seu chefe, disse que você estava muito mal e de cama por causa de uma gripe e ele disse que tudo bem. – Lizzie disse e o aconchegou novamente na cama – Agora durma.

  Frankie acordou no outro dia com o despertador berrando em seus ouvidos. Ele não se lembrava muito bem do diat anterior, mas lembrava muito bem da sua irmã dizendo que a Sra. Race havia decidido dar-lhe mais uma chance.

  - Frank, precisamos conversar. – Liz bateu na porta e a abriu bem devagar.

  - Sem sermões a essa hora da manhã, certo? – Frankie virou-se para o outro lado e puxou a coberta por cima da cabeça.

  - Não vou mandar sermão, apenas conversar, sem gritos, sem violência, apenas dois adultos conversando. Tudo bem?

  - Certo – ele murmurou e se sentou na cama, Liz sentou na cadeira do computador e virou-a para ficar de frente para Frankie.

  - Bom, eu sei que você está passando por um momento difícil, afinal ser adolescente é difícil e ainda mais sem os pais por perto. Eu só queria saber, porque você está agindo assim.

  - Assim...? – Frankie perguntou.

  - Bebendo, fumando, brigando na rua , afastando as pessoas, roubando coisas, nem vou falar sobre suas notas e espero do fundo do coração que não esteja se drogando.

  - Eu não estou me drogando. – ele respondeu.

  - Fico feliz, mas você não me respondeu. Porque faz isso?

  - Eu não sei, ta bom? É só que, as vezes eu me sinto tão horrível,  eu não sei o porque. Como se faltasse algo em mim, um vazio. Quando eu faço algo assim, me sinto melhor.

  - Sabe que pode vir falar comigo, quando... Você estiver sentindo isso, venha falar comigo, não se isole. Eu te amo e dói te ver assim.

  - Eu sei, lamento – ele disse e abaixou a cabeça e Liz acariciou-lhe o ombro, consolando-o.

  - Tudo bem, mas agora eu preciso falar sobre a minha conversa com a Sra. Race. – ela olhou para ele sugestivamente, esperando algum tipo de comentário, mas ele nem sequer levantou a cabeça. – Ela te aceitou de volta, mas disse que vai ter que assumir uma responsabilidade.

  - Como assim? – ele perguntou.

  -Você vai prestar serviço comunitário por um tempo. – ela respondeu.

  - Quem aquela velha imbecil pensa que é? – Frankie levantou da cama e murmurou irritado.

  - Frank, você já é grandinho o suficiente pra saber que temos que arcar com as conseqüências dos nossos atos. Então não reclame.

  - Eu não vou – ele disse.

  - Vai sim – ela disse.


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