- Sr. Queeney, na minha sala agora – essa frase tinha se tornado um tanto comum no dia-a-dia de Frankie, um garoto de dezessete anos com uma rebeldia bem aflorada. Mas naquela sexta-feira seria diferente, porque ele sabia que tinha extrapolado os limites.

  - O que eu fiz dessa vez? – ele perguntou logo que entrou na sala da Sra. Race, diretora da escola.

  - Você sabe muito bem o que fez. – a Sra. Race rebateu.

  - Na verdade não, eu não faço idéia do que você acha que eu fiz.

  - Você forneceu bebida aos outros alunos no baile de outono.

  - Como é que é? E o que te faz ter tanta certeza de que fui eu? – sim, tinha sido ele, mas Frankie não daria o braço a torcer tão fácil.

  -Um outro aluno veio até mim falar sobre isso.

  - Quem? – ele perguntou furioso.

  - Quem faz as perguntas aqui, sou eu Sr. Queeney. – a Sra. Race disse e se debruçou sobre a mesa e cruzou as mãos.

  - Fique a vontade – Frankie disse com um sorriso ironico rosto.

  - Porque faz esse tipo de coisa Sr. Queeney? – a Sra. Race perguntou – Sua irmã era uma aluna tão integra... – Com essa Frankie se levantou da cadeira furioso.

  - Veja bem Sra. Race, se quer me suspender ou me expulsar, faça, eu não ligo. Mas não me venha de novo com essa história de como minha irmã é tão melhor que eu. – ele virou as costas e saiu caminhando nervoso da diretoria.

  - Sr. Queeney – ela gritou da porta da sala.

  - Me esquece – ele gritou de volta.

  As aulas haviam acabado de começar, mas ele não queria ficar ali por nem mais um segundo, então pegou todo o material do armário e jogou na mochila, decidido a nunca mais voltar naquela maldita escola, e então ele saiu da escola e foi caminhando até um bar onde costumava ir.

  - Kevin – era assim que os caras do bar o conheciam, era esse o nome que constava na sua identidade falsa.

  - Oi, Luke – ele cumprimentou o barman e se sentou no balcão.

  - O de sempre? – Luke perguntou.

  - Não, dessa vez eu quero cinco doses da bebida mais forte que você tiver por ai. – Frankie disse e pegou um cigarro na carteira, acendeu e levou aos lábios.

  - Dia ruim? – Luke perguntou.

  - Não, se meu dia tivesse ruim, eu estaria saltitando de felicidade. – ele respondeu.

  - Uau, lamento. – Luke disse.

  “ Lamenta nada, só quer ganhar seu dinheirinho.” Frankie pensou enquanto virava a primeira dose.

  - Uau, essa é boa – ele disse e partiu para a segunda e continuou até termina com tudo. Jogou uma nota de vinte no balcão e saiu.

  Frankie perambulou bêbado pelas ruas do Missoula em Montana até não agüentar mais e se jogou no primeiro banco de praça que viu na frente. E apagou.