Me chamo Blair Waldorf, eu tenho dezesseis anos e é meu primeiro dia no colégio Saint Sulplice, na Suíça.

Sim eu iria para um internato na Suíça, clichê? Pode culpar a madrasta.

Minha mãe faleceu quando eu tinha dez anos, já se passaram quatro anos desde a sua morte e meu pai se casou de novo com uma mulher chamada Susan.

Susan não é uma madrasta ruim do tipo que manda as filhas do marido para o fim do mundo, ela só esta me mandando para um colégio interno na Suíça porque meu sonho sempre foi entrar na faculdade da Yale que não admite estudantes do Brasil, por isso ela começou a pesquisar quais colégios encaminhavam os alunos para lá.

Achamos a Constance Billard para garotas em Manhatam, mas não era um colégio interno, o que significa que eu uma garota de quatorze anos iria ter que morar sozinha e pagar aluguel, fora de cogitação. Achamos então o internato Saint Sulplice na Suíça.

O meu pai, Steve Baklee, não concordava muito com a idéia porque no colégio meninos e meninas eram misturados até nos dormitórios, porem a minha madrasta acabou convencendo ele e me livrando de ir para um colégio de freiras suíças.

Madrasta salvando as enteadas? Sim muito estranho. Porem graças a ela posso entrar na Yale quando terminar o colégio. O meu único problema, era a minha terrível e poderosa falta de como-viver-em-sociedade. Eu sempre fui uma pessoa reservada e em meus seis anos no antigo colégio, eu só consegui uma amiga, a Miley, e agora eu estava indo para um internato dividir meu quarto com mais três pessoas e com o meu enorme medo de me socializar.

Estou em um táxi a caminho do internato, pelo mapa no GPS do carro do taxista eu diria que estamos chegando, e a minha vontade é na verdade de pular fora do carro e sumir, mas essa vontade realmente ia ficar para depois, pois o taxista já tinha feito a ultima volta e parado exatamente na entrada do colégio, que eu devo acrescentar sem bem bonita.

Os portões eram cinza escuros e com as grades formavam um desenho estranho. As colunas laterais que sustentavam os portões eram altas e de um bege mais escuro que o muro, que cercava todo o colégio. Por cima dos portões havia uma placa de metal arredondada escrito Saint Sulplice. O pânico já estava bem visível em mim quando desci do táxi com as pernas tremulas. Paguei o motorista e entrei no colégio. Surpreendi-me com o que eu vi. Um jardim enorme tomava conta da frente colégio. Muitas arvores e arbustos a grama aparada e baixa e vários arbustos com flores coloridas. No meio do jardim um caminho de pedras até a entrada, e do lado mais afastado do jardim um enorme carvalho fazia uma sombra fresa e aconchegante e eu logo decidi que aquele seria o meu lugar durante os intervalos.

O colégio em si, era realmente bonito, feito de mármore branco e com as janelas portas e os demais detalhes em marrom. Tinha o modelo antigo que me encantava, e pelo que eu via tinha pelo menos uns seis andares e lembrava aqueles casarões antigos dos senhores mais ricos do local.

Segui pelo caminho de pedra até a entrada e cheguei ao pátio retangular entre a porta da recepção e o jardim, o pátio era coberto e sustentado por colunas de madeira.

Entrei na recepção e me surpreendi ao ver que era tudo feio de mármore, o que dava uma aparência clara e clássica ao local. A bancada da recepção era um mármore mais escuro que os pisos e paredes, havia uma lareira com sofás e uma estante de livros do outro lado da sala que era realmente muito grande. Dirigi-me até a recepção.

- Com licença, eu sou aluna nova e gostaria de pegar os horários, uniforme e saber sobre os dormitórios.- disse com um jeito tímido e sorri um pouco para a recepcionista.

- Claro querida, aqui estão o seus horários e um mapa dos andares.- ela remexeu em algumas coisas em baixo do balcão e tirou um pacote. – esse é o seu novo uniforme, se precisar de mais alguma peça é só pedir, e quanto aos dormitórios assim que bater o sinal se dirija ao ginásio na parte dos fundos para que a diretora possa fazer o sorteio dos dormitórios.

- Obrigada. – agradeci com um sorriso no rosto e me dirigi para o pátio, encontrei um banheiro e resolvi colocar o uniforme para parar de chamar atenção por ser a única com um short jeans, tênis e uma camiseta.

O uniforme era uma saia de pregas roxa com preto, e era de um tecido super fino e leve, uma camiseta justa branca com o símbolo do colégio bordado de roxo e um cardigã rosa com babados em cima do zíper, ela muito bonito eu tenho que admitir, mas não combinava muito com o meu tênis mesmo ele sendo branco, mas para minha surpresa o uniforme vinha com uma sapatilha da cor do cardigã.

Depois de vestida, resolvi deixar meu cabelo solto mesmo, meus cabelos castanhos cor de chocolate eram levemente ondulados, e por algum milagre a minha franja lateral estava ótima hoje então guardei minha roupa na mala e ouvi o sinal, dei a volta no jardim seguindo todas as outras pessoas e chegamos ao ginásio.

Era realmente muito maior do que a antiga quadra da minha antiga escola.

Me acomodei na arquibancada mais vazia enquanto os diretores se preparavam para começar. A diretora era uma senhora de uns 45 anos no máximo, tinha os cabelos pretos ondulados presos em um rabo de cavalo frouxo. Usava óculos, e vestia uma saia mais longa do que a nossa com uma camisa branca e um blazer fino por cima, com um sapato bico fino de salto. Ela começou falando.

- Bem vindos garotos. Hoje como sempre fazemos vamos sortear os dormitórios e os colegas de quartos. Porem houve uma mudança, agora serão quatro alunos por dormitório e não apenas três. As regras do colégio continuam as mesmas e para os alunos novos, há uma folha em cada dormitório explicando todas as regras e castigos desse colégio. Bom, vamos ao que interessa.

A diretora pegou as quatro chaves do primeiro quarto e sorteou o nome de quatro alunos. E assim foi até que ela pegou as chaves do quarto 96 e sorteou os nomes.

- Quarto 96, penúltimo andar, senhorita Serena Van Der Woodsen– uma garota loira de olhos verdes, sentada próxima a mim se levantou e se dirigiu até o vice diretor para pegar sua chave e esperar os outros três – senhorita Blair Waldorf– levei um susto quando ela chamou meu nome, e desci da arquibancada com todos olhando para mim, peguei minha chave e esperei ao lado da outra garota – senhor Nathaniel Archibald – um garoto de cabelos dourados e olhos azuis desceu pegou sua chave e esperou do meu lado, e pelo barulho que o pessoal fez quando falaram o nome dele, ele era bem popular por aqui – senhor Charles Bass – um outro garoto bem popular de cabelos castanhos escuros e olhos cor de mel, pegou sua chave, cumprimentou o outro garoto e esperou – Vocês já podem subir para seus dormitórios meus jovens.

Serena começou a andar para fora do ginásio assim como os outros dois garotos então acho que eu fui seguindo eles, Serena deixou os meninos passarem ela e se virou pra mim.

- Hey, meu nome é Serena, acho que você é nova aqui né - ela disse com um sorriso de tirar o fôlego de qualquer garoto.

- Sim, meu nome é Blair, prazer em conhecê-la Serena. Tentei meu melhor sorriso e acho que pareceu sincero, pois é eu não era boa em fazer novos amigos.

- Parece que a novata é educada, será que ela também é assim trancada entre quatro paredes com uma cama e Chuck Bass? – o garoto que antes era Charles e agora virou Chuck, se virou para mim com um sorriso sedutor e um olhar mortal, como esse garoto é pervertido! Conheço bem esse tipo, tinha que ser popular mesmo.

- Da um tempo Chuck a garota é nova, será que nem as novatas você consegue deixar em paz?

Serena pareceu realmente brava com ele e me puxou pro lado do garoto de cabelos dourados.

- Serena é o Chuck, o que você queria, ah e a propósito – ele se virou para mim com aqueles olhos azuis encantadores – eu sou o Nathaniel, mas por favor, me chame de Nate. – sele sorriu e eu senti minhas pernas tremerem.

- Blair.

Fomos em silencio até o segundo prédio, que tinha a mesma quantidade de andares do primeiro. A decoração era quase a mesma, a diferença é que o térreo não tinha outra recepção. Tinha apenas sofás e lareiras e era um lugar muito aconchegante. Entramos no elevador com o mesmo silencio que estávamos andando e eu não pude deixar de notar os olhares do tal Chuck para as minhas pernas. Fiquei vermelha e sem graça, querendo desesperadamente sair daquele lugar e me trancar em um quartinho sozinha.

Chegamos ao quinto andar e havia já algumas pessoas andando pelos corredores, chegamos ao quarto 96 e Nate abriu a porta.

O quarto é claro era feito de mármore também. No começo tive a impressão de ser estreito, mas depois percebi que ele se abria mais. Havia um tipo de um corredor no começo, um corredor com uns dois metros de largura, em uma parede havia um espelho bem grande e uma mesinha alta encostada na parede, com um vaso de flores e um telefone. Depois o quarto se abria mais, e era realmente grande. Havia duas camas de cada lado do quarto com um pequeno baú com duas divisórias e uma gaveta larga em baixo nos pés de cada cama, provavelmente para deixarmos as roupas. Havia uma porta balcão no fundo do quarto que dava para uma sacada pequena. Havia também um banheiro do lado primeira cama da parede esquerda e um frigobar do lado da ultima cama da parede direita. Serena pegou a cama do lado do banheiro, e Nate ficou com a do lado, eu fiquei com a cama na frente da cama da Serena e Chuck ficou do meu lado, ótimo!

- Hey Blair, somos vizinhos de cama.

- É infelizmente. – ele me olhou com um sorriso torto extremamente sexy que me deixou sem ar, de tanta raiva é claro esse garoto era um baita de um pervertido.

- Pelo menos ele não pode te atacar Blair.

- Como assim Serena?

- A sua cama é a mais perto da porta, qualquer coisa, você corre. – ela começou a rir e me contagiou. Nossa. Essa garota realmente faz milagres, eu rindo com alguém que eu nunca vi? Impossível.

Tínhamos o dia livre já que era o primeiro e os alunos novos tinham que se acostumar, então resolvemos ficar no quarto e conversar para nos conhecermos melhor. Não gostei muito da idéia, mas Serena e Nate me prometeram que qualquer coisa, eles jogavam o Chuck da sacada.

Acabei descobrindo que Serena e Nate estavam lá para ir a Yale também e que Chuck estava lá porque o pai não o agüentava mais e do jeito que ele falou acho que realmente havia acontecido alguma coisa entre ele e o pai.

Para minha surpresa, eu me dei bem com eles, e ficamos lá rindo até a hora do jantar.