POV Bill on

“A musica soava alto pra mim mesmo estando no volume quase mínimo.

Eu chorava. Silenciosamente. Gostava da dor, alias gostava especificamente dessa dor.

Não tive escolha, tive que deixa-lo ir. Ele era tudo pra mim... Sabia que sem ele tudo estaria perdido. Mas eu estava cego, e isso não podia continuar. Sentia raiva... não. Raiva ainda não é a palavra certa para expressar o que sentia. Ódio, angustia, sim... era o que eu sentia quando estava longe do meu... Anjo Disfarçado .

Percebi que a musica tinha acabado, precisava esquecer tudo o que avia acontecido. Então de play na musica outra vez a fim de mentalizar a letra... como era de costume TUDO me fazia lembrar o que não devia ser lembrado. Tom Kaulitz. O meu anjo louco e suicida... Meu irmão sincero e cuidadoso. Me fazia acreditar quando eu já não tinha forças pra continuar... E eu o deixei ir. Agora longe já não posso me levantar sozinho... minha vida agora esta quieta e fria e isso dói. Mas gosto dessa dor... apenas dessa dor.

Quis então sair. Não sei pra onde vou. O lugar não interessa. Apenas queria andar, peguei o Ipod com a musica que a essa altura já estava viciado. Coloquei para repetir a música e a ouvi 12 ou 13 vezes ate chegar a praia. A cidade inteira dormia. Já era tarde. E não se escutava nem um animal ou folhas de arvore era uma noite perfeita para pensar. Mas eu não queria pensar. Noite perfeita para respirar o ar puro da noite. Mas eu não queria ao menos respirar. Noite perfeita ate mesmo para andar na praia... apenas andar. Mas eu não queria andar.

Tirei o all star e a jaqueta preta. O colar e a carteira com apenas a identidade e a foto do Tom, deixei o Ipod ligado ao lado da jaqueta e tirei também um antidepressivo que tomava a 1 mês direto.

Criei forças apenas para caminhar ate o mar e caminhando mais para o fundo fazendo a água bater na altura da cintura. A noite estava perfeita para outros mas pra mim estava um zumbido incontrolável. Amava o silencio mas esse silencio especificamente era torturante. Olhei para o céu. Estava estrelado. Me lembrei de quando eu e Tom nos sentávamos na praia a noite e apenas observávamos o céu. Não falávamos nada apenas sentíamos a presença um do outro.

Mas agora ele se foi. E fazer isso sozinho já não faz sentido. Murmurei um eu te amo para o alem a fim de que chegasse ate Tom de alguma forma. E não sei se foi algum sinal... Não... eu não interpretaria dessa forma. Uma brisa leve tocou meu rosto suavemente e fechei os olhos virando de costas para o Horizonte e ficando de frente para a cidade que vivi a anos me despedi dela com um grito e apenas me joguei para traz. Desejando encontar Tom novamente.

Dexei simplesmente o mar fazer sua vontade. Me levar para longe. E foi o que ele fez... ate adormecer profundamente. Para sempre. “

POV Bill of

POV Gustav.

Liguei a TV para relaxar um pouco. Tentar esquecer a perda de um grande amigo. Tom... um irmão... meu melhor amigo. Impossível esquecer ou amenizar mas tinha que tentar.

Queria que estivesse passando algo de interessante mas foi impossível achar algo que preste. Dexei no jornal mesmo. O telefone toca. Ignoro. E toca outra vez e continua tocando insistentemente

Levantei muito a contra gosto e atendi.

“Alo”- disse seco.

“Gus, por no canal 11 agora” – reconheci a voz de Georg muito alterada.

“Ta espera” – respondi.

“E agora vamos ao vivo á praia com nosso repórter que acaba de informar que um homem de aproximadamente 21 anos cometeu um suicídio. Vamos saber mais detalhes.

Repórter: Poderia nos informar mais sobre o caso delegado?

Delegado: Bom, o corpo estava boiando a uns 3 km da praia e parado perto de um rochedo, com a força do mar ele deve ter sido levado para longe.

Repórter: E o que faz a policia considerar um suicídio?

Delegado: Todos os pertences estavam na praia. Junto com a identiade a foto de um outro Homem muito parecido com elee que constatamos que morreu a 1 mês. E um antidepressivo muito forte.

Repórter: Como era o nome dele?

Delegado: Bill Kaulitz.

Repórter: Os familiares já foram avisados?

Delegado: Ainda não encontramos nenhum familiar.

Repórter: Obrigado delegado, e voltamos ao estúdio.”

Desliguei a TV ainda em choque.

Peguei as chaves do carro e sai em disparada para a praia, ode uma multidão de curiosos comentavam sobre a morte.

Com dificuldade chegei ate um policial. Que me perguntou se eu era parente do Bill.

“ Amigo”- respondi ainda que com dificuldade – “ eu era amigo dele – engoli em seco – e do irmão dele também”

“ Tudo bem” – disse o policial e  me entregou uma sacola com os pertences do Bill.

Não suportei ver as coisas do Bill. Assim, deixei que as lagrimas caíssem sobre elas. Reparei que o Ipod do Bill estava no play, me perguntei se os policiais não reparam mas não liguei.

Coloquei os fones e me surpreendi com a letra da musica.

I was betrayed

There is no fate

An open sore

I'm in too deep

I can't believe

Anymore

Will you take what's left of me

Reanimate my trust in fate

Apertei o pause. Eu realmente devia terminar de ouvir? “talvez mais tarde” – murmurei pra mim mesmo e fui falar com os policiais  sobre o corpo e outras coisas. Mas ainda tinha que avisar a Dona Simone e o Gordon se eles já não soubessem. Liguei pra eles e eles já sabiam. Chegariam no dia seguinte para o enterro.

Deixei a sacola com os pertences do Bill em cima da mesa. E Fui tomar um banho. Estava exausto. Não comi, apenas deitei no sofá e lembrei da musica. Rapidamente peguei o Ipod do Bill e apertei play para continuar a ouvir evitando as lagrimas e lembranças que insistiam em cair.

Angel in disguise - you save my soul

But you make my heart go blind

My devils rage inside - just can't let go

Cause it feels so right

You make my heart go blind

Realmente Bill tinha ficado cego sem o Tom. Era de se esperar. Evitei mais lembranças... e lagrimas.

The city sleeps

In empty streets

No glam of hope - godforsaken

There's no escape

I'm so afraid

Of being cold

Just to cope with society

A letra era de acordo com o que Bill pensava (acho), mas associando os acontecidos com a musica... Sim era o q ele pensava.

Ouvi o reto da musica em silencio e desisti de tentar impedir as lagrimas.

Reanimate my trust in fate

Angel in disguise - you save my soul

But you make my heart go blind

My devils rage inside - just can't let go

Cause it feels so right

You make my heart go blind

You save my soul

You make my heart go blind

There is no fate

We've been betrayed

Can you calm (ease) my mind?

I'm blind with rage

Reanimate

My trust in fate

Search deep down inside

And heal the pain

“Não.. Ninguém podia fazer isso por você Bill” – Pensei.

Angel in disguise - you save my soul

But you make my heart go blind

My devils rage inside - just can't let go

Cause it feels so right

You make my heart go blind

Angel in disguise - you save my soul

But you make my heart go blind

My devils rage inside - just can't let go

Cause it feels so right

You make my heart go blind you save my soul

You make my heart go blind

E a musica acabou. Desliguei o aparelho e fitei algum ponto insignificante do teto.

Assim adormeci.

Acordei no dia seguinte com a luz fraca do sol batendo em meu rosto.

Eram 11h25 o enterro seria as 19h00.

Resolvi passar no Ge.

Assim que o vi reparei que não havia dormido. Abracei-o e sabia que não queria perder outro amigo.

“ Não me deixe gus. Por favor me prometa que nunca vai ir por favor” – Implorava.

“Olhe pra mim” – e ele o fez – “ eu nunca vou deixar você... eu estou aqui e não vou sair.”

E ficamos fazendo nada ate 17:00 quando trocamos de roupa para dar o ultimo adeus ao Bill.

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O que aconteceu entre Bill e Tom aquela noite... Ninguém nunca soube.

Alguns vizinhos diziam que os dois irmãos estavam brigando e que Tom queria sair de casa. Bill implorou muito para que ele ficasse mas Tom não quis pegou o carro e saiu.

Ninguém sabe aonde ele pretendia ir só que seu corpo foi encontrado sem vida em um bosque bem perto da praia... Talvez Bill tenha ido de encontro ao seu anjo disfarçado...

Mas o que se passou na casa dos dois para ter esse fim?... Tiremos nossas próprias conclusões.