Era segunda. Conseguira convencer Gordon de que não precisava ir à escola. Tenho que admitir de que não me sentia bem tendo de inventar um zilhão mentiras do tipo de que fugirá do Brasil por que fui expulsa de casa pela minha própria mãe. Isso não faz nem sentido. Teriam eles acreditado em mim? Essa foi uma desculpa de doente mental, mas foi a idéia que surgiu na hora.

Hoje ia procurar um emprego para poder sair da casa dos gêmeos. Não me importava quanto tempo ia ficar no passado, mas não seria uma intrusa. Não mesmo. Foquei a minha jornada: Unir os meninos. Não seria algo fácil, ainda mais por que eles se detestavam, mas foco força e fé já disse um grande poeta.

Ajudei tia Simone a limpar a casa , fazer o almoço e sai às ruas para achar minha fonte de dinheiro. Bem ali perto havia uma sorveteria na qual um velhinho me convidou para trabalhar, nem precisei pedir. Não podia ser melhor o fato de poder trabalhar com 14 anos, como é bom cidade pequena. Ia começar amanhã e trabalharia no turno da manhã, horário em que os meninos estavam na escola. Fui buscar estes na escola, como havia dito à mãe deles.

Bateu o sinal e saíram diversas crianças correndo, inclusive Tom.

- Cadê seu irmão?

Ele começou a rir cheio de sim. Minha cara era um interrogação só.

- Fizemos uma aposta com ele hoje. Bom...ele aceitou!

Entrei em pânico.

- Cadê o Bill? – Gritei

Saiu por último, todo feliz cantando e se juntou a nós dois, saltitando.

- Vou me inscrever hoje mesmo para o "Star Search". Depois que eu ganhar, a gente conversa – mostrou a língua para o Tom

- Acho que você fica em primeiro Bill – ah vai, não custava motivar.

Mas o sorriso dele(aquele mesmo que vocês amam) foi tão perfeito(como sempre) que me deu vontade de falar mais e mais.

- Tchau! – Um garoto loiro passou por nós esbarrando no Bill – Boa Sorte, você canta bem. Sem medo.

Era Andreas.

- Valeu cara! – Já não sei se aquele, já se encontrando longe, ouvira.

- Hoje tem lasanha para o almoço – sorri – Vamos embora?

E o caminho para casa foi tranqüilo. Me sentia a babá deles, mesmo sendo só 2 anos mais velha. Bill e Tom riam juntos, se descobrindo.

Depois de todos muito mesmo bem alimentados, ficamos na sala, conversando.

- Então, - conclui- se Tom sabe tocar guitarra e Bill cantar, porque vocês não formam uma banda?

Eles se entreolharam.

- Puxa – Bill(naquela felicidade conhecida) explodiu – ADOREI!

- E qual vai ser o nome da banda? – Tom cortou a felicidade do coitado.

- Não olhem para mim – disse.

- O cravo da rosa – Bill disse num ar de suspense.

Tom olhou com cara de tédio. E eu, bem, horas depois gargalhando resolvi dar uma ajudinha.

- Porque não "O Porquê" ?

Cheguei a conclusão de que eles realmente não nasceram com um dom para nome de banda. Depois de horas ali sentados pensando em nomes, ritmos e músicas, Tom finalmente falou o que eu queria mais ouvir:

- Black questionmark!

- Isso, finalmente! – Ri

- É, gostei – pode ser esse.

Levantei, peguei dois pares de folha e papel que se encontrava diante de nós.

- Mãos a obras. Conseguem me mostrar amanhã as letras?

Eles se entreolharam, pegaram o papel da minha mão e saíram correndo.

Que orgulho (!U_U)