Me Ame escrita por Lúcia Hill
Notas iniciais do capítulo
Há momentos que devemos perdoar, as situações são apenas conseqüências e nada mais.
Assim que chegou do serviço, Ellen tomou um banho para criar coragem. A água percorria todo seu corpo, seus olhos estavam fixos no canto, não conseguia ouvir seus pensamentos, fechou-os, tentando reencontrar um pouco de paz, em vão, sua própria mente a traia com flash da imagem dele, sua voz, seu cheiro, seu sorriso.
– Chica. – sua Abuela cortou seus pensamentos, batendo na porta, trazendo-a de volta a realidade. – Ande logo.
– Já estou saindo. – virou-se, desligando o chuveiro, espirou fundo e se enrolou na toalha.
Não conseguia se olhar no espelho, pois tudo nela repreendia-a de alguma forma, não podia prever que o termino poderia deixá-la tão mal como estava, colocou sua roupa, penteou seus cabelos ainda molhados, ao sair do banheiro se deparou com Jensen, encarando-a.
– Deixe-me falar. – proferiu ele.
Seu coração disparou, engoliu seco, seria realmente aquilo que os separaria?
– Nós somos... – mal conseguia falar, Ellen permaneceu imóvel. – Não posso deixá-la. – soou como uma súplica.
Ellen apenas deu um passo para frente e o abraçou, e por fim, desabou em lágrimas.
– Você não tem que me pedir desculpas, eu que fui uma idiota. – afastou-se dele, pousou uma de suas mãos sobre o rosto dele. – Eu te amo, e é isso que realmente importa.
Ele sorriu.
Abuela observava de longe, o amor realmente não escolhe a quem vai acertar, apenas faz o impossível se tornar real.
– Nunca vou perdoar minha mãe pelo que ela fez. – mantinha os olhos fixos nos delas.
– Esqueça isso, somos humanos e sempre erramos. – um sorriso torto brotou em seu rosto. – Vamos continuar como se não tivesse acontecido isso.
Ele abraçou-a forte, não podia negar que se sentia segura nos braços dele.
– Amor que me faz chorar. – Abuela enfim disse, saindo rumo à cozinha.
Ambos olharam na direção dela e riram da expressão do rosto de Abuela.
– Afinal, onde esteve ontem à noite? – Ellen se voltou para encará-lo.
– Apenas não quis ir trabalhar ontem. – fez uma careta e sorriu.
Ela bateu no peito dele, fazendo-o recuar para trás, cruzou os braços sobre os seios e o encarou, ele sorriu, deixando-a sem chão, aproximou-se e a puxou de encontro a seu corpo, pousou seus lábios sobre os dela e se perdeu naquela sensação deliciosa.
– Eu te quero. – murmurou, sobre o efeito dos lábios dele pelo contorno de seu fino pescoço.
Ele podia sentir as mãos dela apertarem suas costas, não o permitindo se afastar dela, ambos sabiam que não era só Lilian que estava planejando estragar a felicidade deles, havia outros tramando e colocando suas garras de fora, o telefone começa a tocar, trazendo os dois para a dura realidade, porém, continuaram parados no meio do corredor.
– Será que só eu vou ouvi o telefone? – saiu da cozinha resmungando, pegou o aparelho e o levou até o ouvido. – Alô?!
– Posso falar com Ellen? – era uma voz grave, masculina, arqueou a sobrancelha e se virou na direção dos dois.
– Chica, é pra você. – estendeu o telefone na direção dela.
Ellen caminhou até a sala, estranhou a expressão grave do rosto de Abuela.
– Sim.
– Ellen, desculpa te ligar a essa hora, sei que devia estar descansando, bom... – pausou, por fim, continuou. – É o pai do Jensen...
Sentiu seu estômago gelar, virou-se na direção de Jensen e fez uma careta.
– Sim... Lembro-me bem do senhor. – sua voz saiu como um fio.
– Querida, sei que meu filho está ai, tente avisá-lo que... – houve um silêncio esmagador.
– Avisar, mas o que? – assustou-se com o tom de voz dele.
Jensen percebeu que a conversa não estava muito boa e resolveu se aproximar.
– Aviso que James e Lilian sofreram acidente... – novamente a pausa.
– Meu Deus. – apertou o aparelho. – Onde vocês estão?
– Ellen, o que foi? – Jensen arqueou a sobrancelha.
Não houve resposta imediata da parte dela, que continuou a ouvir Luke falar.
– Estamos no Wiens Hospital Dallas, tente não assustá-lo. – esse foi seu último pedido antes de desligar.
Ellen colocou o aparelho no fone e encarou Jensen, que continuava parado, aguardando uma resposta.
– O que aconteceu? – perguntou ainda assustado com a expressão dela.
Ela se aproximou dele, segurando na mão dele e disse calmamente:
– Sua mãe e seu irmão... Eles... – baixou a cabeça e tentou não assustá-lo.
– O que têm eles? – perguntou assustado.
– Eles sofreram acidente... era seu pai na linha. – continuou a encará-lo.
– Acidente? Onde? – engoliu seco.
Ellen não falou mais nada, apenas segurou na mão dele, saindo na direção do veículo, para irem rapidamente para o hospital particular de Dallas, seguiram rumo ao Wiens, Jensen não abriu a boca para dizer nada, mantinha-se concentrado nas ruas meio vazias, chegaram à frente do hospital particular.
– Meu Deus. – foram às únicas palavras dita por ele antes de entrar no hospital.
Jensen sabia muito bem controlar suas emoções, assim que eles entraram no Hospital, seu pai e o médico os encaram.
– Está tudo bem, acalme-se. – seu pai pediu antes de qualquer outra coisa.
– Estou calmo. – encarou-o. Virou-se para o médico e apertou a mão dele. – Doutor Willians.
– Meu caro Doutor Jensen, relaxe, não tem o que se preocupar, foram apenas leves escoriações. – sua voz era calma.
As palavras do médico experiente acalmaram os ânimos de todos, Ellen permaneceu sentada com os olhos filhos no jornal, Jensen se aproximou de seu pai e perguntou:
– O que aconteceu? – arqueou a sobrancelha impaciente.
– Você sabe muito bem que seu irmão e sua mãe juntos são sinônimo de desastre. – disse suavemente. – Na certa discutiram e enfim...
O médico retornou, avisando-os que podiam entrar, estavam no segundo andar do hospital, antes de subir, Jensen foi até Ellen, que apenas sorriu e disse:
– Vão, prefiro aguardá-los aqui. – respondeu Ellen.
– Tudo bem, não irei demorar. – encarou-a.
Ellen apenas sorriu, não queria encarar aquela mulher novamente, Jensen e seu pai seguirão rumo ao elevador, permaneceram calados até a porta se abrir, dando acesso ao andar desejado.
– Vá ver seu irmão, irei ver sua mãe, depois irei lá. – ordenou seu pai.
Sem reclamar, seguiu rumo ao quarto onde estava James, bateu na porta.
– Cara, o que aconteceu? – aproximou-se rapidamente da cama de James.
– Aquela mulher é maluca... – sentou-se na cama e encarou Jensen. – Ela puxou o volante, cara.
Jensen permaneceu alguns minutos com seu irmão, ouvindo as barbaridades que sua mãe vivia aprontando. Ao sair, não quis passar no quarto onde ela estava, não queria discutir ali.
– Como estão? – Ellen perguntou antes de entrar no carro.
– Bem, apenas ralados. – balançou a cabeça sem encará-la.
Resolveu não perguntar mais nada, só pela expressão de Jensen, estava evidente de quem era a culpa, ela se aproximou dele e deitou sua cabeça em seu braço.
– Tudo vai ficar bem. – a voz de Ellen soou suave.
Ele sorriu.
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Boa Leitura!