Me Ame escrita por Lúcia Hill


Capítulo 23
Capitulo - Momentos


Notas iniciais do capítulo

Há momentos que devemos perdoar, as situações são apenas conseqüências e nada mais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/123696/chapter/23

Assim que chegou do serviço, Ellen tomou um banho para criar coragem. A água percorria todo seu corpo, seus olhos estavam fixos no canto, não conseguia ouvir seus pensamentos, fechou-os, tentando reencontrar um pouco de paz, em vão, sua própria mente a traia com flash da imagem dele, sua voz, seu cheiro, seu sorriso.

– Chica. – sua Abuela cortou seus pensamentos, batendo na porta, trazendo-a de volta a realidade. – Ande logo.

– Já estou saindo. – virou-se, desligando o chuveiro, espirou fundo e se enrolou na toalha.

Não conseguia se olhar no espelho, pois tudo nela repreendia-a de alguma forma, não podia prever que o termino poderia deixá-la tão mal como estava, colocou sua roupa, penteou seus cabelos ainda molhados, ao sair do banheiro se deparou com Jensen, encarando-a.

– Deixe-me falar. – proferiu ele.

Seu coração disparou, engoliu seco, seria realmente aquilo que os separaria?

– Nós somos... – mal conseguia falar, Ellen permaneceu imóvel. – Não posso deixá-la. – soou como uma súplica.

Ellen apenas deu um passo para frente e o abraçou, e por fim, desabou em lágrimas.

– Você não tem que me pedir desculpas, eu que fui uma idiota. – afastou-se dele, pousou uma de suas mãos sobre o rosto dele. – Eu te amo, e é isso que realmente importa.

Ele sorriu.

Abuela observava de longe, o amor realmente não escolhe a quem vai acertar, apenas faz o impossível se tornar real.

– Nunca vou perdoar minha mãe pelo que ela fez. – mantinha os olhos fixos nos delas.

– Esqueça isso, somos humanos e sempre erramos. – um sorriso torto brotou em seu rosto. – Vamos continuar como se não tivesse acontecido isso.

Ele abraçou-a forte, não podia negar que se sentia segura nos braços dele.

– Amor que me faz chorar. – Abuela enfim disse, saindo rumo à cozinha.

Ambos olharam na direção dela e riram da expressão do rosto de Abuela.

– Afinal, onde esteve ontem à noite? – Ellen se voltou para encará-lo.

– Apenas não quis ir trabalhar ontem. – fez uma careta e sorriu.

Ela bateu no peito dele, fazendo-o recuar para trás, cruzou os braços sobre os seios e o encarou, ele sorriu, deixando-a sem chão, aproximou-se e a puxou de encontro a seu corpo, pousou seus lábios sobre os dela e se perdeu naquela sensação deliciosa.

– Eu te quero. – murmurou, sobre o efeito dos lábios dele pelo contorno de seu fino pescoço.

Ele podia sentir as mãos dela apertarem suas costas, não o permitindo se afastar dela, ambos sabiam que não era só Lilian que estava planejando estragar a felicidade deles, havia outros tramando e colocando suas garras de fora, o telefone começa a tocar, trazendo os dois para a dura realidade, porém, continuaram parados no meio do corredor.

– Será que só eu vou ouvi o telefone? – saiu da cozinha resmungando, pegou o aparelho e o levou até o ouvido. – Alô?!

– Posso falar com Ellen? – era uma voz grave, masculina, arqueou a sobrancelha e se virou na direção dos dois.

– Chica, é pra você. – estendeu o telefone na direção dela.

Ellen caminhou até a sala, estranhou a expressão grave do rosto de Abuela.

– Sim.

– Ellen, desculpa te ligar a essa hora, sei que devia estar descansando, bom... – pausou, por fim, continuou. – É o pai do Jensen...

Sentiu seu estômago gelar, virou-se na direção de Jensen e fez uma careta.

– Sim... Lembro-me bem do senhor. – sua voz saiu como um fio.

– Querida, sei que meu filho está ai, tente avisá-lo que... – houve um silêncio esmagador.

– Avisar, mas o que? – assustou-se com o tom de voz dele.

Jensen percebeu que a conversa não estava muito boa e resolveu se aproximar.

– Aviso que James e Lilian sofreram acidente... – novamente a pausa.

– Meu Deus. – apertou o aparelho. – Onde vocês estão?

– Ellen, o que foi? – Jensen arqueou a sobrancelha.

Não houve resposta imediata da parte dela, que continuou a ouvir Luke falar.

– Estamos no Wiens Hospital Dallas, tente não assustá-lo. – esse foi seu último pedido antes de desligar.

Ellen colocou o aparelho no fone e encarou Jensen, que continuava parado, aguardando uma resposta.

– O que aconteceu? – perguntou ainda assustado com a expressão dela.

Ela se aproximou dele, segurando na mão dele e disse calmamente:

– Sua mãe e seu irmão... Eles... – baixou a cabeça e tentou não assustá-lo.

– O que têm eles? – perguntou assustado.

– Eles sofreram acidente... era seu pai na linha. – continuou a encará-lo.

– Acidente? Onde? – engoliu seco.

Ellen não falou mais nada, apenas segurou na mão dele, saindo na direção do veículo, para irem rapidamente para o hospital particular de Dallas, seguiram rumo ao Wiens, Jensen não abriu a boca para dizer nada, mantinha-se concentrado nas ruas meio vazias, chegaram à frente do hospital particular.

– Meu Deus. – foram às únicas palavras dita por ele antes de entrar no hospital.

Jensen sabia muito bem controlar suas emoções, assim que eles entraram no Hospital, seu pai e o médico os encaram.

– Está tudo bem, acalme-se. – seu pai pediu antes de qualquer outra coisa.

– Estou calmo. – encarou-o. Virou-se para o médico e apertou a mão dele. – Doutor Willians.

– Meu caro Doutor Jensen, relaxe, não tem o que se preocupar, foram apenas leves escoriações. – sua voz era calma.

As palavras do médico experiente acalmaram os ânimos de todos, Ellen permaneceu sentada com os olhos filhos no jornal, Jensen se aproximou de seu pai e perguntou:

– O que aconteceu? – arqueou a sobrancelha impaciente.

– Você sabe muito bem que seu irmão e sua mãe juntos são sinônimo de desastre. – disse suavemente. – Na certa discutiram e enfim...

O médico retornou, avisando-os que podiam entrar, estavam no segundo andar do hospital, antes de subir, Jensen foi até Ellen, que apenas sorriu e disse:

– Vão, prefiro aguardá-los aqui. – respondeu Ellen.

– Tudo bem, não irei demorar. – encarou-a.

Ellen apenas sorriu, não queria encarar aquela mulher novamente, Jensen e seu pai seguirão rumo ao elevador, permaneceram calados até a porta se abrir, dando acesso ao andar desejado.

– Vá ver seu irmão, irei ver sua mãe, depois irei lá. – ordenou seu pai.

Sem reclamar, seguiu rumo ao quarto onde estava James, bateu na porta.

– Cara, o que aconteceu? – aproximou-se rapidamente da cama de James.

– Aquela mulher é maluca... – sentou-se na cama e encarou Jensen. – Ela puxou o volante, cara.

Jensen permaneceu alguns minutos com seu irmão, ouvindo as barbaridades que sua mãe vivia aprontando. Ao sair, não quis passar no quarto onde ela estava, não queria discutir ali.

– Como estão? – Ellen perguntou antes de entrar no carro.

– Bem, apenas ralados. – balançou a cabeça sem encará-la.

Resolveu não perguntar mais nada, só pela expressão de Jensen, estava evidente de quem era a culpa, ela se aproximou dele e deitou sua cabeça em seu braço.

– Tudo vai ficar bem. – a voz de Ellen soou suave.

Ele sorriu.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Boa Leitura!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Me Ame" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.