Me Ame escrita por Lúcia Hill


Capítulo 19
Capitulo - Enfrentando a Realidade


Notas iniciais do capítulo

Era a hora de contar, e enfrentar as desaprovações que estavam por vir.



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 Depois da noticia, tanto Jensen como Ellen estavam explodindo de felicidade, o único desafio era contar.

–Preciso conversar com a senhora. - tentava manter a voz firme.

–Precisa ser agora, chica? - parou de tricotar e a encarou.

–S-Sim. - gaguejou.

Abuela deixou de lado seu tricô e se virou na direção dela, tinha a feição de pânico, arqueou a sobrancelha e por fim disse.

–Fale o que é tão importante assim?

Ellen andou de um lado para o outro, torcia as mão pleno sinal de nervosismo, sabia que sua Abuela era tradicional e muito severa com essas questões de gravidez e casamento.

–Ellen?Ande fale chica o que há? - estreitou os olhos.

–Prometa que não vai se zangar, por favor. - soou como uma suplica.

–Fale garota.- soou impaciente.

–To grávida. - sua voz se transformou em um fio, mal podia encará-la de frente.

Lucinda a encarou, era evidente que não tinha palavras naquele momento, arqueou a sobrancelha e soltou um suspiro profundo e longo.

–Grávida? - repetiu com tom de espanto.

–Sim, abuela, to grávida. - segurou a cabeça e continuava mirar o chão.

–Preciso de um copo de água. - se levantou e saiu na direção da cozinha - Aliás, preciso de um conhaque.

Ellen encostou a cabeça e fechou os olhos, estava envergonhada e aliviada ao mesmo tempo, a noticia soou igual a uma bomba, tomou coragem e foi até a cozinha, encostou-se ao batente da porta.

–Não vai me dizer, mais nada? - grunhiu na direção de abuela.

Ela se virou.

–Como, você pode fazer isso comigo, garota estúpida? - segurou as lagrimas, e por fim explodiu - Isso só pode ser maldição de família Ellen, santa mãe do céu agora todos vão ficar sabendo e será nossa ruína decretada - sentou no chão e mirou o teto - Quero você fora da minha casa.

Ellen sentiu seu sangue gelar. Como assim estava expulsando-a de casa? Ficou de boca aberta.

–Mais...

–Fora - berrou a mirando com os olhos cheios de fúria - Fuera, agora.

Sua cabeça começou a girar, não acreditava que podia chegar a esse ponto, tentou explicar, porém foi em vão sua suplica, sentou-se no sofá. O clima não estava nada leve naquele momento até parecia o final de uma guerra nuclear. Jensen por sua vez resolveu falar sem medo de desaprovação.

–Preciso dizer uma coisa. - encarou os demais da mesa.

–Bomba. - brincou James parando de comer para encará-lo.

–Fale meu caro, o que há de tão importante - seu pai largou o talher e o encarou - Deve ser algo maravilhoso a ponto de lhe presentear com esse sorriso magnífico.

Sua mãe o encarou arqueando uma das sobrancelhas escuras limpou a boca e sorriu gentilmente aguardando a noticia.

–Essa manhã descobri que serei o homem mais feliz da face da terra. - sorriu.

–Vixe, ele foi picado por algum bicho. - novamente James zombou.

–Cala-se, James - sua mãe o mirou furiosa - Conte nos filho. - sorriu para Jensen.

–Ande esta me matando de curiosidade rapaz. - seu pai estava impaciente na mesa.

–Serei pai. - tinha um sorriso bobo no rosto.

Por fim se tornou novamente o centro das atenções, sua mãe levou a mão até a boca, James era o único que ria.

–Pai? Jensen, isso não tem graça, meu filho. - seu pai deu um leve sorriso.

Sua mãe explodiu na direção de seu filho mais velho, e socou a mesa fazendo-a tremer.

–Lilian? - o velho senhor Luke a repreendeu em vão.

–Nunca aceitarei um neto bastardo em minha casa. - encarou Jensen com ódio, se virou na direção do marido - A culpa é toda sua, seu cabeça dura, não vê essa vagabunda está separando nossa família, trate de arrumar isso.

–Mãe... - Jensen se levantou e a encarou de frente - Ellen, não é nenhuma vagabunda.

–A não, apenas uma golpista... - o encarou - Não me desafie Jensen Petherson, e você_ se virou na direção do mais velho - De mais uma risada e eu quebro seus dentes.

James engoliu seco, não adiantava tentar explicar, pois não daria certo, ela se retirou para o quarto sem dizer mais nada.

–Não ligue para sua mãe filho, ela está apenas nervosa - seu pai tentou acalmá-lo.

–Qual é pai?A vida é dele, ora por que todos têm que ficar metendo o dedo aonde não são chamados. - James encarou-o.

–Não importa o que ela pense, seguirei minha vida, aceitem ou não, afinal não estou sem fome.

Lilian jamais ira aceitar uma latina em sua família, tinha que fazer alguma coisa para tirar Elle do caminho de seu filho, para ela essa garota era apenas uma oportunista, uma golpista.

–Não de bola para eles meu irmão. - James se aproximou dele na varanda.

–Não entendo. - mirava a noite estrelada - O que ela quer afinal?

–Te deixar louco meu caro - deu uma batidinha nas costa do irmão mais novo - Como não conseguiu comigo, você virou a mira da velha.

Ele encarou o irmão sem dizer nada, Jensen não iria abandonar Elle agora,a amava a ponto de renunciar tudo e todos, coçou a cabeça e continuou a admirar o céu.

–Sabe o que eu faria?

–Não.

–Sumiria, iria embora para bem longe daqui - encarava o escuro - Jensen é sua oportunidade de ser feliz meu velho, não deixe isso passar.

Percebeu que tinha certo tom de dor misturado com tristeza na voz de seu irmão, o encarou arqueando a sobrancelha.

–Afinal o que o fez mudar de idéia e ir para Europa? - aguardou a resposta ansioso.

–Nada de tão importante meu caro - o encarou e forçou um sorriso - Apenas é minha opinião, só.

–Hum, sei - se encostou novamente na grade da varanda e encarou o céu - Nada vai me impedir nada.

–Meus garotos.

O velho senhor Luke os encarava da porta, tinha uma feição suave e serena e um leve sorriso de orgulho evidente no rosto cansado, ambos o encararam juntos.

–Não venha me... - antes que Jensen terminasse, seu pai disse.

–Fique calmo, meu caro, não vim dizer nada - se aproximou mais - Estou muito orgulho de você meu filho.

Houve um breve silêncio, quebrado pela voz de James.

–Não to entendendo, nada. - fez uma careta.

–Nunca o vi assim, tão firme em sua decisão - sentou-se na cadeira, mirou o céu e soltou um suspiro - Então serei avô, não sabe o quanto estou feliz. - encarou-o.

James sorriu.

–Não quero ser motivo de brigas entre o senhor e minha mãe. - se aproximou da mesa.

–Não será meu filho, sente-se - apontou para a cadeira vazia - De sua mãe dou um jeito, vai ser feliz meu caro. Não deixe que ninguém o impeça.

Jensen sorriu com a aprovação de seu velho pai, que tinha os olhos brilhantes.

–Meus filhos, teimosos, meus orgulho de ser pai - meneou a cabeça na direção do céu - Nada me impediu de ser feliz com sua mãe, e não posso permitir que uma bobeira estrague sua felicidade.

Ficaram ali por horas conversando, mesmo com a desaprovação de sua mãe ele ainda tinha o apoio de seu pai. Ellen, ainda enxugava as lágrimas sentada na janela mirando o céu.

–Não vai embora não é? - soou tristonha a voz de Abuela.

Ellen se virou para encará-la, ela estava encostada na porta com a cabeça baixa, não tinha palavras para dizer naquele momento.

–Não vai me deixar sozinha vai? - por fim a encarou com os olhos marejados.

Tomou coragem, caminhou na direção dela, segurou no velho rosto de sua abuela e disse suavemente enxugando uma lágrima teimosa.

–Nunca, te deixarei – abraçou - Nunca.

Ambas se entregaram ao choro, Ellen afastou-se e a encarou.

–Desculpa - a encarou, sem reação.

–Chica, não há para que ficar se desculpando, eu que lhe devo desculpa - pousou sua mão no rosto da jovem - Sempre será minha neta, não sei o que me deu para reagir dessa forma.

Ellen sorriu, sentiu o alivio enfim invadir seu coração, essa criança mudará o destino de ambos, agora é lutar para esse amor resistir aos desafios e pedras que vira pela frente.

– O amor é uma dádiva dada por Deus - abuela afagava os cabelos negros de Ellen - Não podemos negar, ou impedir que ele nos domine. - sorriu.

Ellen encarou os velhos olhos cansados de sua abuela e sorriu.

–Nunca imaginei que ficaria igual a uma boba, por causa de um homem - sorriu mirando o teto.

–Não devemos permitir que ele escape.

Agora tudo era real, o amor enfim estava estabelecendo seu triunfo no coração dos jovens, enfrentariam qualquer barreira que ousasse ficar na frente deles.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!



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