Wings Of Destiny escrita por Doracita


Capítulo 1
Capítulo 1 - Lovely Coffee parte 1


Notas iniciais do capítulo

Vou ter que dividir alguns capítulos em partes, não notei que ficaram muito grandes. Mas vou tomar cuidado nos próximos!
Por favor, não fiquem com preguiça de ler! ^^'



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     Assim que o sinal tocou, o som das cadeiras arrastando e da conversa coletiva abafou a voz da professora.

     -Não se esqueçam de entregar o trabalho na segunda-feira! – ela gritou para ser ouvida.

     Poucos alunos ainda continuaram na sala terminando de arrumar o material e fazendo planos para o fim de semana. Logo, restaram apenas duas pessoas.

     -Mari-chan, a aula já acabou. – disse Yuka enquanto sacudia o ombro da amiga.

     -Só mais cinco minutinhos... – resmungou a outra.

     -Você vai dormir na escola durante o final de semana?

     Mari levantou a cabeça rapidamente e arrumou sua mochila sem nenhum cuidado.

     -Preciso ir para o café! Quase esqueci que hoje o Kyo sai mais cedo. E você teria coragem de me deixar aqui?!

     -É claro que não sua boba. Vamos embora. – riu Yuka. – E Mari-chan, tem uma marca vermelha na sua testa. Você dormiu em quase todas as aulas, está tudo bem?

     -Ah que droga. Ainda bem que coloquei minha touca na mochila, sabia que ia acontecer. – pegou o gorrinho rosa e colocou. – É que eu fui dormir tarde ontem, fiquei estudando até de madrugada para a prova de hoje. Pelo menos meu esforço valeu à pena.

     O corredor principal estava praticamente vazio, com apenas alguns alunos pegando livros nos armários. As duas foram para fora do colégio enquanto conversavam.

     -O que vai fazer amanhã? – Yuka perguntou colocando os óculos de sol.

     -Dormir muito e estudar à tarde. Tenho muitas tarefas para fazer, então vou passar o final de semana em casa. E você?

     -Meus pais vão viajar, e vou para a casa dos meus tios. Eu iria te chamar para ir lá, mas você vai estar ocupada.

     -Desculpa por isso. – Mari deu um abraço na amiga. – Preciso ir agora, o Kyo já deve estar me esperando.

     -Tudo bem, eu te ligo depois. Vá com cuidado!

     O lugar onde Kyo trabalhava ficava a três quadras do colégio de Mari. Os dois se conheceram há cinco anos, quando ele se mudou para a cidade e foi morar no mesmo bairro que Mari. Suas mães logo se tornaram amigas, e a aproximação deles foi inevitável. No começo, Mari não gostava muito dele. Achava o jeito quieto e fechado do novo amigo um tanto irritante, mas depois se acostumou com isso, e Kyo foi conversando mais aos poucos. Com o passar do tempo, os dois se tornaram bons amigos, apesar das diferenças. Mari gosta dele desde seus 13 anos, um ano depois de conhecê-lo, mas não consegue falar isso até hoje, achando que Kyo não aceitará. Todos os dias enquanto faz o caminho até o café ela pensa sobre isso. Sente certa tristeza, mas tem medo de perder a amizade de Kyo.

    Ao parar na esquina da quadra anterior ao café, Mari olhou para o céu e se assustou.

     -Droga, vai começar a chover.

     E não foi diferente. A chuva caiu de uma vez, pegando as pessoas que estavam na rua de surpresa. Mesmo correndo, Mari chegou o café um pouco molhada. O lugar estava movimentado, já que ficava em um bairro comercial, com lojas e prédios empresariais por perto. Então, no horário do almoço e no fim da tarde o estabelecimento enchia. Assim que abriu a porta e fez o sininho tocar, foi atendida por um rapaz bonito.

     -Bem vinda ao Lovely... Ah Mari-chan, é você!

     Era Umeki Naoko, dono do Lovely Coffee e amigo de infância de Kyo. Olhou para a garota e disse sorrindo:

     -Não quer se sentar? Hoje está um pouco cheio, por isso vou pedir para outra pessoa te atender.

     -Ah, eu só vim buscar o Kyo, vamos embora juntos.

     -Ele não te avisou que vai fazer hora extra hoje? – ela negou com a cabeça. – Como ele é distraído! Venha comigo Mari-chan, vou preparar uma mesa para você. – olhando de novo para a garota, Naoko acrescentou: - E vou trazer uma toalha para você secar os braços. A chuva te pegou de surpresa?

     -Pois é. Minutos antes o sol estava tão forte. Odeio quando o tempo muda desse jeito parece que algo ruim vai acontecer.

     -Ei, vira essa boca para o outro lado!

     -Desculpa Naoko-san, esqueci que você acredita nesse tipo de coisa. – ela disse arrependida.

     A mesa que estava livre ficava no canto do café, já que era a única com apenas uma cadeira. Mari considerava aquela mesa como sua, pois sentava ali para esperar Kyo.

     -Vai querer comer alguma coisa? – ofereceu Naoko.

     -Esqueci de trazer dinheiro... Droga! – disse Mari, jogando a mochila no chão.

     -Peça qualquer coisa, vou colocar na conta do Kyo. Ele vai ter que pagar por te fazer esperar aqui. – e deu uma piscada.

     -Boa idéia Naoko-san! Então eu quero um chá de maçã e um pedaço de bolo de chocolate. E avise o Kyo que estou aqui.

     -Tudo bem! Daqui a pouco seu pedido chegará. Só vou ali pegar a toalha. – e Naoko saiu apressado depois de pedir a outro garçom para servir Mari.

     A chuva continuou a cair por toda a tarde, trazendo vários clientes molhados. “Desse jeito não sobrará nenhuma toalha.”, pensou Mari enquanto comia. O dia passou rápido, e enquanto esperava a garota começou a estudar, aproveitando o tempo livre.

     Fez praticamente todas as tarefas de humanas, e as de exatas faria em casa, com a ajuda dos livros do colégio. Pediu o sexto café expresso da tarde e ficou escutando as músicas do MP3, observando a rua. Já estava quase pegando no sono quando o celular tocou.

     -Alô? Oi mãe. Pois é, ainda estou aqui no Lovely. O Kyo fez hora extra e não me avisou. Não, eu não vou embora sozinha, por ficar sossegada. Vai sair hoje? Ah, então deixa a chave perto do muro que eu pego. Também te amo, manda um beijo para ele. Tchau.

     -Era a Mizuki-san? - alguém perguntou.

     Mari deu um pequeno pulo e começou a arrumar a mochila.

     -Que susto Kyo! Era sim, perguntando porque eu ainda não estava em casa. Aliás, obrigada por ter me avisado sobre a hora extra. – ela falou olhando torto para ele.

     -Oi para você também. – Kyo tirou os óculos para limpá-lo e foi falando: - Desculpa, não tinha crédito no celular para te avisar. Preciso de um novo. – olhou então para a mesa. – Ah, então foi você quem tomou tanto café! Eu estava me perguntando quem seria, ninguém nunca pediu tanto assim. Vai ficar sem dormir hoje.

     -Você sabe que café não me tira o sono, muito pelo contrário, eu desmaio na cama. – colocou a mochila nas costas e foi indo em direção da porta.

     -Não vai pagar? – perguntou Kyo atrás dela, colocando um gorro.

     -Não, foi tudo para a sua conta. – Mari respondeu, acenando para Naoko.

     -O quê?! Quer dizer que eu vou ter que pagar seis cafés, dois pedaços de bolo e três chás?!

     -É. – ela virou para Kyo. – É um preço justo por ter me feito esperar até agora. Já são mais de 18 horas, e eu saí da escola às 12:30!

     -Poxa imoto-chan, divide comigo. Preciso de dinheiro para comprar um celular novo.

     Mari suspirou pesado antes de responder:

     -Tudo bem, mas só dessa vez. – e abriu a porta, recebendo um vento forte e frio do fim de tarde. – Odeio esse clima... – resmungou.

    Kyo jogou o próprio casaco sobre os ombros dela.

     -Vamos rápido senão perderemos o ônibus.

     O caminho era longo, mas Mari não prestou atenção nisso. Kyo sempre a chamou de imoto-chan, o que indicava que ele a via como uma irmã caçula. Era mesmo um amor platônico. De repente, seu estomago revirou e ela teve que parar.

     -Ei, você está bem?

     -Acho vou vo...

     Não conseguiu nem terminar de responder. Tudo que havia comida naquela tarde foi para fora. A sorte é que tinha uma lata de lixo por perto.

     -Que nojo. – Mari resmungou, pegando um lenço na mochila. – Kyo, seu café estava estragado.

     -Lógico que não! Foi você quem exagerou. Vai conseguir andar até o ponto de ônibus?

     -Vou sim, eu acho. Melhor irmos rápido.

     Assim que chegaram ao ponto o ônibus estava parando. Não estava muito cheio, mas tiveram que sentar no fundo, perto da saída. Com o movimento, Mari voltou a se sentir enjoada.

     -Kyo, não estou me sentindo bem...

     -Aguenta um pouco, já estamos chegando. – e puxou-a pelo ombro, deitando-a em seu peito.

     Era a primeira vez que ele fazia aquilo, que a abraçava. Nos aniversários e festas, Kyo só um beijo na testa de Mari, algo bem distante. Ao pensar naquilo, ela ruborizou e acabou adormecendo um pouco depois.

    

     O vento batia gelado em seu rosto, mas Mari se sentia aquecida. Abriu os olhos devagar, tentando descobrir onde estava. Percebeu então que Kyo a carregava nos braços e tinha a mochila dela nas costas.

     -Não... – ela tentou falar alto, mas sua voz mal saía. – Eu posso andar.

     Kyo nem olhou para baixo ao responder:

     -De jeito nenhum. Você está pálida e com febre. Eu vou te levar até sua casa e ligar para a Mizuki-san. A chave está perto do muro?

     -É... – e dormiu de novo, ouvindo a respiração de Kyo.


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Notas finais do capítulo

Estou esperando suas reviews!! *-*



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