Curioso escrita por themuggleriddle


Capítulo 1
Curiouser and Curiouser


Notas iniciais do capítulo

Para a Moownk, que pediu uma fic JamesCissy com o tema "flores".



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Em seu primeiro ano em Hogwarts, James, que era um típico primeiranista que não conseguia ficar quieto em seu lugar, decidira que queria conhecer o castelo inteiro naquele ano letivo. Não importava se ele tivesse que sair no meio da noite para explorar os corredores e as salas vazias, tudo o que ele queria era conhecer o castelo como a palma de sua mão antes que todos os outros alunos o fizessem.

Sair de noite não era um problema, afinal, ele tinha a capa de invisibilidade que seu pai lhe dera de presente... Não, o verdadeiro problema era encontrar o caminho de volta para a torre da Grifinória, mas, mesmo assim, esse problema não era tão horrível. O garoto, aos poucos, foi decorando qual estátua ele devia passar, em qual quadro ele deveria virar e qual escada ele deveria subir para chegar ao seu dormitório, era tudo muito simples...

Ou pelo menos era simples quando ele estava de cabeça fria, despreocupado, e não quando, do meio do nada, surgisse Filch e aquela sua gata diabólica... Afinal, quando o zelador e o felino das trevas apareciam, tudo o que um pobre aluno do primeiro ano como James poderia fazer era correr e tentar se esconder.

E foi nessa história de correr e tentar se esconder que, numa bela noite, James Potter se viu perdido no meio de um dos inúmeros corredores silenciosos e sombrios do castelo de Hogwarts.

O jovem Potter não tinha medo a toa, é claro, afinal de contas, ele era um grifinório, como seu pai, mas, naquela situação, o garoto achou que era válido ter medo... E foi por isso que ele ficou apavorado ao perceber que não fazia a mínima idéia se estava na parte norte ou sul do castelo, se estava nas masmorras ou em uma das torres, ou qualquer outra coisa. Em resumo: James Potter não tinha idéia de onde estava.

Mas foi no meio dessa escuridão toda que ela apareceu.

Ela era uma garota mais velha, devia estar no quinto ou sexto ano, usava a capa com gola verde, ou seja, Sonserina, tinha cabelos longos e loiros e uma expressão tão séria e elegante que James se perguntou como era possível uma menina tão nova conseguir vestir tal expressão tão bem.

— O que você está fazendo aqui?

— Me perdi.

Primeiranistas.

A garota o olhara de um jeito esquisito, como se estivesse o analisando, antes de colocar uma mão em seu ombro e perguntar em qual casa ele estava. Erguendo os olhos, o menino viu um broche prateado com a letra 'M' em alto relevo pendurado nas vestes da outra. Uma monitora.

— Vocês deveriam ficar na cama – a moça não parou de falar durante todo o caminho até a torre da Grifinória – Ou pelo menos tentar conhecer o castelo antes de sair andando por ele.

— Eu estava tentando conhecer o castelo.

— É mesmo? – James sorriu ao ver como uma sobrancelha elegante dela se ergueu. Parecia sua mãe quando estava lhe dando uma bronca.

— Mesmo.

Iluminado pela luz que a varinha da garota emitia, o grifinório não desviava o olhar do rosto dela. Certo, desviava, apenas para olhar para o resto dela... Mas era só.

— O que é isso?

Ele percebera que ela tinha alguma coisa em sua mão, mas não conseguia enxergar devido ao fato a coisa estava quase totalmente escondida atrás de seu corpo.

— Isso? – ela ergueu a mão – Uma flor.

— Por que você carrega uma flor enquanto faz a patrulha da noite?

— Porque alguém me deu essa flor, garoto.

— James.

— O que?

— Meu nome é James – o menino explicou – Você gosta de flores?

— Sim, por quê?

— Nada não, só queria saber.

— Você quer saber de muitas coisas ao mesmo tempo, James.

— Eu sei, minha mãe sempre diz isso, mas acho que isso não é uma coisa ruim.

— Não é, mas pode irritar os outros.

— É, mas ser curioso me ajuda.

— Mesmo?

— É claro – ele sorriu abertamente – Se não tivesse curiosidade, não teria achado você hoje.

A garota parou de andar instantaneamente e o olhou por alguns longos minutos, antes de sacudir a cabeça e rir. James não entendeu a reação dela... Por que ela estava rindo daquele jeito? Ela deveria ter ficado encabulada, não? Fora isso que seu pai dissera que acontecia quando se falava uma coisa doce a uma mulher.

— Bom, James, o curioso, acho que chegamos à sua torre.

Realmente,eles haviam chegado. James nunca odiou tanto ver a Mulher Gorda parada na sua frente.

***

— James, cara, vamos logo - Sirius Black resmungou e olhou para o amigo, que estava parado na frente de uma estante cheia de cartões de festividades dentro da Floreios & Borrões.

— Será que você pode esperar um pouco, Almofadinhas? Estou tentando escolher alguma coisa para a Lily!

— Leva esse aqui e pronto – o homem pegou o primeiro cartão que viu pela frente e enfiou na mão do outro – É lindo.

— “Parabéns pelo seu bebê”? Sirius, nós nem somos casados!

— Opa, pensei que fosse “parabéns pelo seu aniversário”.

— Certo, cara, podeme esperar lá fora, eu sei que você está louco para sair daqui – James revirou os olhos, voltando a olhar para os cartões.

— Mas ai eu vou ter que te deixar aqui no meio de cartões idiotas.

— Vai lá de uma vez, infeliz.

— Bom, se você insiste – o Black deu de ombros, antes de dar as costas para o amigo e sair da loja.

James encarou os cartões na sua frente. O aniversário de Lily estava chegando e ele tinha que comprar alguma coisa para ela... Na verdade, já havia comprado o presente em si, mas já o havia entregado, agora ele queria um cartão para não deixar a data passar em branco.

Soltando um muxoxo e passando a mão pelos cabelos bagunçados, o homem olhou em volta, perguntando-se a razão de existirem tantos modelos de cartões de aniversários, mas não ter nenhum que prestasse... Ele não iria gastar um galeão em um pedaço de papel em forma de diabrete da cornualha que cantava “Parabéns pra você”. Claro, Lily não ficaria nem um pouco feliz com um diabrete cantor.

— Vai ficar muito tempo aí?

Respirando fundo, James virou-se, pronto para mandar quem havia falado com ele ir catar titica de hipogrifo, quando deu de cara com uma mulher loira parada atrás de si.

— O que foi?

— Eu quero procurar um cartão, será que pode sair da frente?

Potter quase começou a rir. Era como se ele estivesse novamente parado no meio daquele corredor escuro em Hogwarts.

— M-Me desculpe.

A mulher o olhou dos pés a cabeça com aqueles olhos azuis calculistas, antes de se aproximar da estante de cartões. Após olhar por alguns minutos para os papeis, ela virou-se para observá-lo mais uma vez.

— Eu conheço você?

— Sim... Quero dizer, talvez... Não sei.

A loira estreitou os olhos, franzindo os lábios em um bico enquanto o olhava, antes de tirar a varinha do bolso do casaco e acená-la rapidamente. James observou enquanto um buquê de flores amarelas surgiu na mão da mulher, que analisou as florzinhas um pouco e, depois, estendeu-as para ele.

— Err... Achei que eram os homens que davam flores as mulheres – ele sorriu, vendo a outra fazer o mesmo.

— É isso mesmo que você vai fazer – ela falou enquanto pegava um cartão em forma de morcego que batia as suas asas freneticamente e tinha, pendurado em seus pés, uma plaquinha escrita “Feliz Aniversário!” – Aposto que sua namorada vai preferir flores a uma coisa dessas.

— Tem razão.

— Agora, se você me der licença.

— Para quem você quer comprar um?

O sorriso voltou aos lábios da bruxa enquanto ela se virava e balançava a cabeça.

— Sua curiosidade realmente não era apenas uma coisa de primeiranista, não é mesmo?

— Pode crer que não.

— Bom, não é assunto seu, não é verdade, James? – ela riu e apontou para alguma coisa atrás dele – Além do mais, seu amigo parece estar querendo a sua companhia.

O homem franziu a testa, virando-se para ver Sirius parado do lado de fora da livraria, olhando para ele com uma expressão claramente impaciente. Murmurando algumas coisas rapidamente, Potter correu para fora da loja, onde encontrou um Almofadinhas muito irritado.

— Não acredito que você sai de lá sem um cartão!

— Cara, não tinha nada de bom!

— Mas você ficou meia hora parado na frente daqueles malditos cartões, Pontas! O que é isso?

— Flores, oras!

— Pra que?

— Pra Lily!

— Merlin amado, se mate, James – Sirius balançou a cabeça, soltando uma risada que parecia mais um latido – Aliás, vi que a minha querida priminha estava lá na Floreios... O que ela estava fazendo?

— Prima?

— É, a bruxa loira de casaco roxo que estava no seu lado lá dentro.

— Ela é sua prima?

— Duh, sim! Sabe, Narcissa Black? Quero dizer, agora ela já deve ser Narcissa Malfoy, mas tudo bem.

James Potter olhou para as flores em sua mão e sorriu, acompanhando Sirius pela rua cheia do Beco Diagonal.

Naquela noite, Lily ficou radiante ao receber as flores, dizendo que, finalmente, o namorado havia saído do clichê de lhe dar lírios de presente, entregando-lhe um bonito buquê de narcisos amarelos.


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