as Duas Surpresas . escrita por Natalia


Capítulo 11
O Depois .


Notas iniciais do capítulo

Entãao, mais um cap. pra vocês ! Saibam que eu chorei escrevendo esse capítulo. Também, quem não choraria escrevendo e ouvindo Dare You To Move, do Switchfoot ? rs Enfim, espero que gostem !



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MADDY POV

Eu acordei em um quarto completamente branco. Era um hospital, eu detesto hospitais. As máquinas faziam barulho ao meu redor. Eu não queria abrir os olhos, porque senão alguém ia me perguntar sobre a noite anterior. Sim, eu me lembrava do que acontecera. Imediatamente meus pensamentos vagaram pra Brian, eu me lembrava do tiro que ele tinha levado, me lembrava do que eu fizera. Ouvi as máquinas apitarem mais rápido e mais alto quando meus batimentos cardíacos aumentaram devido ao nervosismo e abri os olhos. Mamãe e Carol me encaravam nervosas.

SS: Tudo bem ? – Ela perguntou aflita.

MS: Onde está Brian ? – Foi a primeira coisa que me veio na cabeça.

SS: Ele está bem. Os médicos conseguiram retirar a bala com sucesso. Maddy, você está bem ? – Ela perguntou séria.

MS: Estou. Eu só ainda não entendi porque estou aqui. – É claro que eu me lembrava que tinha desmaiado, mas não era motivo pra eu ir parar no hospital.

SS: Você desmaiou. Greg achou melhor trazê-la pra cá. O médico disse que você desmaiou devido ao ritmo anormal dos seus batimentos cardíacos.

MS: E aqueles homens ? O que aconteceu com eles ? – Eu me preocupei com todos que levaram um tiro na noite passada. Na verdade, nem sabia há quanto tempo havia sido o ocorrido.

SS: Graças a você, eles estão bem. – Mamãe sorriu.

MS: Graças a mim, eles não estavam. – Eu estava indignada, não sabia o que me levara a fazer aquilo. – O que vai acontecer comigo ?

SS: Não vai acontecer nada, querida. Eu conversei com o Brass e ele me disse que não vai acontecer nada. – Ela suspirou, parecia... aliviada ? – Mas você tem que contar a ele tudo o que aconteceu.

MS: Eu conto, mas... quando eu poderei sair daqui, mãe ? Você sabe que eu odeio hospitais. – Ela sorriu lembrando de alguma coisa.

SS: Fique aqui com sua irmã, vou procurar o médico. – Ela saiu. Eu fechei meus olhos e inesperadamente comecei a cantar.

MS: I believe there’s more than this. So much, more than this.

DR (Doutor): Tem uma voz muito bonita, senhorita Sidle. – Abri meus olhos rapidamente e vi o homem que me encarava sorrindo. Abaixei os olhos, envergonhada.

MS: Já posso ir ? – Eu perguntei erguendo uma sobrancelha.

DR: Na verdade, sim. – Eu sorri. Finalmente. – Mas... – Senti meu sorriso murchar. – Tem que evitar situações que exijam muito nervosismo ou aflição e precisa descansar.

MS: Contanto que eu possa ir embora daqui. – Ele sorriu.

DR: Tudo bem, então. Bom, se houver algum outro desmaio ou qualquer coisa pior, me liguem. – Ele estendeu um cartão pra minha mãe. – Pode se vestir e ir pra casa, senhorita Sidle.

MS: Mãe, eu posso ver o Brian ? – Ela trocou um rápido olhar com Carol que, estranhamente, estava muito quieta e me olhou.

SS: Ele está com o Greg agora. Amanhã você o vê tudo bem ? – Ela disse evasiva. Eu estreitei os olhos, mas continuei andando até que vi o Greg sentado em uma das cadeiras no fim do corredor.

MS: Olha, o Greg não está no quarto com o Brian.. Eu posso ir vê-lo, então. – Eu sorri e segui até o fim do corredor, sem nem ao menos esperá-las. – Greg, posso entrar para vê-lo ? – Ele me olhou e olhou pra minha mãe, confuso. E então a ficha caiu. E um péssimo pressentimento veio com ela. – O que vocês estão escondendo de mim ?

SS: Maddy... Os médicos... eles tinham duas opções: ou não tiravam a bala e o Brian morria – senti uma pontada em meu peito, algo que eu nunca tinha sentido antes. – ou... ou eles tiravam a bala e o Brian entrava em coma. – Senti meus olhos se encherem de água quando ela disse a última parte.

Minhas pernas fraquejaram e eu dei um pequeno passo para trás, tentando evitar a queda devido à tontura que me assolava. Vi tudo girar e, antes que eu caísse, dois braços fortes me seguraram. Mas não eram os braços que eu queria, eram os braços de Greg. Ele me sentou em uma cadeira e eu fechei os olhos, encostando a cabeça na parede.

SS: Maddy, tudo bem ? Você acha que eu preciso chamar o médico ? – Ela perguntou pra Greg que, pelo que eu pude ver, balançou a cabeça negativamente. Eu agradeceria a ele depois por isso.

MS: Mãe... Eu estou bem. – Eu consegui sussurrar. – Será que eu posso ver o Brian ? – Eu disse agora mais alto. Ela trocou um olhar com Greg e assentiu. – Obrigada.

Segui para o quarto que me indicaram, mas parei quando abri a porta. Vê-lo naquela situação era tão... tão angustiante. Entrei e fechei a porta atrás de mim. Peguei a poltrona e a puxei pra mais perto da cama, a uma distancia que desse pra eu pegar sua mão.

MS: Ah, Brian... – Eu já sentia as lágrimas vindo. – Porque nós não podemos simplesmente ser felizes ? – Suspirei. – Quer dizer, eu sei que cada casal tem que passar por seus próprios problemas, mas eu achava que isso se resumia a problemas amorosos e não... – Eu ri sem humor. – E não a tiros e hospitais. – As lágrimas não paravam de rolar enquanto eu acariciava seus dedos imóveis. Olhei pro seu rosto e sua expressão trouxe à tona mais e mais lágrimas que insistiam em cair. Olhei para o anel em meu dedo e, em um reflexo, sorri. Eu me lembrava muito bem daquele dia. O dia em que começamos a namorar. – Mal nosso namoro começa, já nos acontece uma tragédia... – Sorri tristemente para seu rosto sem reações. – Eu te amo, Brian. Muito. E eu sem... – Parei quando ouvi a porta sendo aberta. Olhei para lá e mamãe me olhava angustiada. Limpei rapidamente as lágrimas, mas outras caíram e ocuparam o lugar onde as antigas estavam.

SS: Temos que ir. – Não passava de um sussurro, mas eu consegui escutar, devido ao silêncio ensurdecedor, que era cortado somente pelo barulho dos aparelhos ligados a Brian, mostrando que ele ainda estava vivo. Eu assenti e me levantei. Dei um beijo no rosto dele e sussurrei que voltaria para cantar pra ele. Era o que eu fazia quando ele estava chateado ou cansado demais para falar algo e ele sempre relaxava.

Passei por ela sem falar nada e fui em direção à saída daquele lugar horrível. Era uma pena ter que deixar Brian ali, mas eu voltaria no dia seguinte para vê-lo. E no outro. E no outro... Até que ele acordasse. Essa seria minha vida a partir de agora. Mamãe destravou o carro e eu me enfiei no bando de trás.

SS: Maddy, hoje à noite vamos à delegacia pra você contar tudo o que aconteceu. – Só então eu notei que já era de manhã. Murmurei um “uhum” e me virei novamente para a janela, enxergando sem realmente ver.

NARRADOR POV

HORAS DEPOIS, NA DELEGACIA...

JB: Então, Maddy, me conte exatamente o que aconteceu noite passada. – Eles estavam na sala de interrogatório. Ela respirou fundo antes de responder.

MS: Bom... Eu, Carol e... e Brian tínhamos chegado em casa. Então mamãe sugeriu que pedíssemos uma pizza. Brian não podia ficar porque tinha que ir pra casa, já que o Greg tinha o mandado arrumar o quarto. Minha mãe disse que eu podia ir para ajudá-lo, até porque nós também não ficávamos sozinhos há algum tempo. – Ela sorriu e balançou a cabeça.

JB: O que houve ?

MS: Eu só fico pensando o quanto isso é banal comparado com o que está havendo agora. – Algumas lágrimas já teimavam em cair de seus olhos, mas ela as enxugava entes que pudessem chegar ao queixo. – Mas, continuando... Nós fomos até lá, mas Brian não queria saber de arrumar nada, ele estava mais interessado em me beijar do que outra coisa. Bom, o clima começou a esquentar, mas ele se afastou e pediu desculpas. De repente, nós ouvimos um barulho estranho vindo do lado de fora da casa... Parecia... eu não sei, acho que parecia como se alguém estivesse tentando forçar a porta para abri-la. Enfim, acho que eles desistiram e resolveram dar um chute logo para abri-la de uma vez. – Deu de ombros. – Brian me levou até o alçapão que dá para o porão no fim do corredor. Parecia que tudo ia ficar bem, mas quando ele estava entrando eu ouvi um homem gritar: “Ei, Alfa, temos uma emergência !”, ou algo assim. O Brian entrou correndo e me colocou dentro de um Freezer que eles guardam no porão. Ele me disse que daria um jeito e que tudo ficaria bem. – A essa altura, as lágrimas já rolavam sem parar pelo rosto da adolescente. – Depois que os dois homens entraram, eu só conseguia ouvir o que eles conversavam. Eu não lembro muito bem, mas Brian disse algo sobre a mãe tê-lo abandonado e o tal do “Alfa” – Ela fez aspas com as mãos. – disse que ele não valia a pena. Aparentemente eles iam embora, mas inesperadamente ouvi um tiro. Eu... eu sabia que eles tinham... que eles tinham atirado no Brian. – Falou essa parte de olhos fechados, como se fosse difícil pronunciar aquelas palavras. – Eu esperei a porta do porão fechar, saí do Freezer, peguei a Colt 45 de dentro do armário e fui atrás deles.

JB: Por que fez isso Maddy ? – Ele olhava intensamente pra ela.

MS: Eu não sei. – Ela sussurrou. – Eu realmente não sei ! Quer dizer, ver o Brian naquela situação, atirado no chão com uma bela quantidade de sangue saindo de seu corpo devido ao ferimento não... Sabe, eu não me controlei. – Ela colocou tudo pra fora. Quando terminou de falar, encostou sua cabeça no tampo da mesa e deixou as lágrimas rolarem.

Para Sara, ver a filha tão frágil daquele jeito a deixava angustiada. Maddy sempre fora a mais forte. Ela sempre ajudou a irmã a superar desilusões amorosas, mesmo que tivesse que bater nos garotos que enganassem Carol. E então ela sentiu alguém perto dela, alguém que ela conhecia muito bem.

GG: Por que não me contou ? – Ele perguntou acusador.

SS: Contei sobre o quê, Gilbert ? – Ela não olhava pra ele.

GG: Por que não me contou que elas são minhas filhas ? – Ela finalmente olhou pra ele, assustada.


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Notas finais do capítulo

E aí ? Gostaram ? Deixem reviews ! Bjs s2