Lies escrita por San Costa


Capítulo 14
Capítulo 15 - Caça e Caçador




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Narradora
Assim que os meninos entraram no seu apartamento o telefone tocou. JP atendeu.
“Alo.”
“Oi JP.” Edward falou.
“Oi biso. Como esta tudo?”
“Bem.”
“Olha, nós ligamos pro Jake e realmente a Ness está estudando no Columbia junto com umas amigas. Já mandamos uma foto dela pro email de vocês pra terem certeza se é ou não ela.” – JP conversou mais um pouco com Edward e enquanto isso Kauã pegou o notebook e entrou no e-mail. Não demorou e apareceram duas fotos, uma da Ness sozinha e outra dela com as amigas. Os primos se olharam e sorriram.
♥♥♥
O primeiro mês se passou. Henri e Luly’s não conseguiam ficar sozinhos no mesmo lugar sem se beijarem. Cada célula do corpo de Henri pedia por ela, e Luly’s não parava de pensar nele um instante sequer.
Ness não aguentava mais de saudades de Arthur, algo dizia, desde antes dela vir, que ele se afastaria. Ela também estava com saudades dos pais.
- Que carinha é essa? – Duda perguntou se sentando perto dela. – Aposto que é algum garoto. – Ness sorri.
- Também.
- O que foi?
- Ele sumiu. – Ness diz somente, se ela contasse que ele era um fantasma ela poderia chamar o psiquiatra pra ela. Duda se compadece da tia e a abraça de lado.
- Você disse também.
- Estou com saudade dos meus pais. – O coração de Duda acelera quando ouve isso. Ela gostava muito dos avos, mas não via a vó desde que eles se mudaram.
♥♥♥
A sexta feira amanheceu chuvosa, com nuvens escuras no céu. No café da manhã as quatro garotas estavam cabisbaixas. Ness tinha matado a saudade conversando com os pais pelo telefone, mas ainda estava com saudades de Arthur. Bia tinha prova e não sabia a matéria. Nanda estava menstruada e com cólica. E Luly’s se sentia estranha, como se algo ruim fosse acontecer.
♥♥♥
O sinal pro último horário bateu e Luly’s caminhou pra ir pra aula de biologia que era em um edifício do outro lado do jardim.
Ele os olhava por vários dias, a mistura de cheiro era estranha, vampiro, humano e algo que ele não conseguiu decifrar. Algumas das meninas ele sabia que eram só humanas. Quando todos vão pra aula depois do almoço ele começa a pensar em como seria se ele livrasse o mundo de algumas aberrações, e levasse uma pra seu mestre analisar. Aro se orgulharia dele. Ele esperou pacientemente até que o sinal pro último horário tocou, ele se aproximou do Campus calculando onde ele poderia os emboscar, então ele sentiu um cheiro maravilhoso, uma garota, uma das amigas dos imbecis que ele tinha encontrado, vinha na direção de onde ele estava.
Luly’s andava apressada, pois odiava chegar atrasada, ela sentiu que tinha alguém vindo atrás dela e olhou para trás, ela sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo quando viu um homem lindo vindo em sua direção, mas a velocidade que ele corria não era humana. Luly’s correu desesperada pelo jardim do Campus, toda vez que olhava para trás o belo homem estava cada vez mais próximo a ela. Luly’s tropeça, mas continua correndo, cambaleando um pouco.
O vampiro a olha gargalhando, ele caminha lentamente em sua direção, amando esse momento caça e caçador. 
- O que você é? – Luly’s pergunta quando ele a encurrala em um canto, sua voz em um esguicho alto. Sua pergunta o fez parar. Ela não parecia estar mentindo, mas como poderia ser verdade se ela estava junto com eles. Isso seria melhor do que ele imaginava.
- O que eu sou? Eu não me preocuparia com isso se fosse você. – Ele falou rodeando seus braços em sua cintura. Ela sentiu seu corpo retesar com sua pele fria. – Mas já que você quer saber. – Ele passou os lábios lentamente pelo pescoço dela. – Sou um vampiro.
Luly’s deu vontade de rir na cara dele. Isso era ridículo, mas antes que ela risse, ele cravou os dentes no seu pescoço. Luly’s gritou sentindo uma dor profunda. Sua visão ficou borrada, enquanto ele começou a drená-la lentamente, saboreando o sangue descer por sua garganta.
♥♥♥
Henri estava revoltado, mais uma vez ele não resistiu ao encanto dela. Se pelo menos ela não fosse seu imprinting. Henri esmurra o armário inconformado, por que ele tinha que amá-la tanto. De repente ele sentiu seu corpo todo arrepiar e tremores percorrê-lo, ele correu pelos corredores até a porta do Campus, tinha algo errado, mas o que era? Duda, Kauã e JP que o viu correndo foram atrás dele.
- O que está acontecendo? – Duda perguntou quando eles se aproximaram dele, Henri não respondeu. Era como se estivessem esfaqueando seu coração ou arrancando sua alma. Henri ofegou.
- Luly’s. – Henri sussurrou, os primos o olharam e então o ventou mudou, trazendo um cheiro doce, característico dos vampiros. Um rugido alto escapou pelos lábios de Henri e ele já estava correndo, seguindo o rastro fresco do vampiro, o cheiro de Luly’s se sobressaia ao do vampiro. Ao mesmo tempo em que ele os viu ele ouviu o grito agudo e desesperado de Luly’s. todo o corpo de Henri tremia e ele pulou pousando em suas patas. O vampiro sentindo sua presença se virou rosnando enfurecido, seus lábios sujos de sangue com o corpo mole de Luly’s em seus braços. Henri a olhou desesperado sua visão se tornando manchada de vermelho.
O vampiro e Henri se encararam rosnando alto um para o outro, em nenhum momento Henri tira seus olhos do rosto de Luly’s. Ela não estava morta, não podia. Ele a sentia, como se fossem cabos de aços ligados a ele. Por sua visão periférica Henri vê os primos se aproximando. O vampiro dá um passo para trás hesitando quando mais três lobos se juntam ao primeiro. Luly’s geme e abre os olhos, olhos opacos e amedrontados, ela olha o vampiro a prendendo em seus braços e os quatro lobos rugindo enfurecidamente, sua cabeça gira e seus olhos se prendem aos olhos amendoados do lobo mais próximo a ela e sente seu coração disparar. Henri sente seu mundo voltar a ter vida enquanto olha dentro dos olhos de Luly’s.
Era impossível continuar fugindo, ele a amava desesperadamente. Quando ele pensou tê-la perdido ele se sentiu sem chão. E agora enquanto ele olha nos olhos dela, tudo que ele quer é a tê-la em seus braços. O vampiro aperta Luly’s em seus braços, fazendo dela um escudo vivo, os três lobos avançaram ultrapassando o lobo negro parado ainda olhando pra Luly’s. o vampiro avalia suas opções, solta Luly’s e corre floresta adentro.
“Peguem ele” - Henri pede aos primos e diante dos olhos assustados de Luly’s ele volta a forma humana. Henri corre até ela e a coloca em seus braços, sem se importar de estar sem roupa.
- Ooo que? – Luly’s começou a perguntar.
- Shii! Fica calma. – Henri olha a ferida e pergunta. – Eu preciso saber o que você esta sentindo. Dor, queimação? – Luly’s o olhou e negou com a cabeça.
- Eu estou bem, só um pouco fraca. – Realmente sua voz era fraca. – Mas não sinto dor. – Henri a abraçou sentindo-se aliviado. Duda, Kauã e JP voltam já na forma humana e vestidos, JP entrega uma bermuda pro primo enquanto Duda se abaixa perto de Luly’s checando sua respiração e se certificando que o vampiro não injetou veneno na amiga.
- Vamos tirá-la daqui. – Kauã fala olhando algumas pessoas passarem ao longe.
- Eu não entendo... – Luly’s começou, mas Henri a cortou.
- Eu prometo explicar tudo que você perguntar, só nos deixe cuidar de você primeiro. – Luly’s assenti com a cabeça. Henri veste a bermuda que JP o entregou e aconchega Luly’s nos braços, Kauã para o carro ao lado deles e todos entraram.
Com muito cuidado pra não serem vistos, Henri, Kauã, Duda e JP entram no seu apartamento, levando Luly’s que agora está adormecida nos braços de Henri.
- Liga pro biso Carlisle. – Henri pede desesperado. Era assim que eles chamam o tataravô, afinal era mais simples. JP não espera ele falar de novo e disca pra Carlisle. Henri coloca Luly’s na sua cama.
- Deixa a gente olhar ela Henri. – Duda pede. Ela e Kauã checam os batimentos cardíacos de Luly’s.
- Ela precisa de sangue. – Kauã fala. JP entrega o celular pra Duda que conversa com Carlisle tão baixo que ninguém ouve. Quando ela volta, ela examina a ferida e faz um curativo. Avisa aos primos que Carlisle iria ligar pra um amigo e que ela estava indo buscar o sangue pra Luly’s. Duda volta e eles fazem a transfusão de sangue e a deixam dormindo com Henri ao seu lado.
Henri
        
Era como se fosse eu deitado naquela cama, meu corpo todo doía, principalmente meu peito. Segurei sua mão durante toda a noite, quando eram mais ou menos umas quatro horas da manhã Luly’s abriu os olhos. Suas bochechas estavam coradas e ela respirava normal agora.
- Oi. – Falei baixo carinhosamente.
- Henri. – Ela falou tocando meu rosto. – O que...
- Não faça esforço, por favor. – Ela fechou os olhos e afirmou com a cabeça. Eu confesso que estava com medo do que ela pensaria quando soubesse a verdade.
- Eu só preciso saber. – Ela sussurrou ainda de olhos fechados. E então ela os abriu e olhou nos meus olhos. – Eu te amo e confio em você. Sóme conta. – Respirei fundo várias vezes.
- Duda, Kauã, JP, venham aqui. – Pedi, rápido o suficiente pra ela não entender. Eles entraram e ela os olhou, meus primos sorriram pra ela e ela sorriu de volta.
- O que você sabe? – Duda a perguntou.
- Aquele homem. – Luly’s falou com a voz ainda fraca. – Disse que era um vampiro, e o Henri... – Ela parou me olhando, mas não demonstrava medo. – Era um lobo? – Olhei para meus primos e eles me encorajaram com o olhar.
- Ele não mentiu. – Falei tocando seu rosto. – Aquele homem era um vampiro. E nós. – Apontei pra mim e pros meus primos. – Somos híbridos.
- Híbridos?
- Sim. Somos parte humanos, parte vampiros e partes transmorfos. – Luly’s começou a fazer perguntas e nós respondemos todas, ela não se sentiu amedrontada e nem com raiva de mim. Mas ainda havia duas coisas que eu precisava falar.
- Luly’s você sabe nosso sobrenome? – Ela negou com a cabeça, em seus olhos eu vi que ela não entendia por que eu estava perguntando isso.
- Meu nome é Henrique Black Cullen Clearwater. – Ela me olhou por alguns segundos e então arregalou os olhos.
- Black Cullen? Mas esse...
- É o sobrenome da Ness. – Falei a interrompendo. – Sim. A Ness é nossa tia.
- Tia? – Ela perguntou olhando pros meus primos e voltando a olhar pra mim. – Não, ela nunca me enganaria assim.
- Ela não esta te enganando. Ela não sabe. Não sabe de nada da nossa família. – Falei a abraçando.
- Como assim?
- Pouco antes da tia Ness nascer, minha família sofreu um ataque. Olha, no nosso mundo existem pessoas realmente ruins, como aquele vampiro de hoje cedo, e quando a tia Ness nasceu ela era quase cem por cento humana, e o vô Jake e a vó Nessie, pra proteger a tia Ness, a levaram pra longe. A criaram sem nunca contar nada sobre nossa família, sobre vampiros ou lobos. – Luly’s ficou pensativa por um tempo, tanto tempo que me incomodou. – Diz alguma coisa.
- A Ness vai pirar quando souber.
- É por isso que eles ainda não contaram. – A olhei intensamente e pedi. – Eu preciso que você me prometa não contar nada pra ela.
- Não. – Ela falou alto e rápido. – Eu nunca faria isso.
- Obrigado. – Toquei os lábios dela em um selinho suave e fiz um sinal pros meus primos nos deixarem sozinhos. Eles saíram e antes de dizer a última coisa que eu tinha pra dizer eu aprofundei o beijo, me aproveitando desse momento mágico. Quando terminamos de nos beijar ela olhou em volta envergonhada, mas percebeu que estávamos sozinhos.
- Tem mais uma coisa que eu preciso te contar. – Ela deu um aceno com a cabeça.
- Nós Quileutes, temos várias lendas, e uma delas é o imprinting. Essa lenda conta que o lobo reconhecerá sua alma gêmea na primeira vez que o ver. Ele saberá que ela é mulher perfeita pra ele, e ele terá olhos somente para ela. – Luly’s fechou os olhos.
- Como assim? – Sua voz pareceu cansada.
- É como se os dois se unissem, ele será para ela tudo que ela quiser e precisar, seu amigo, seu irmão, seu namorado, seu marido.
- E?
- E você é minha impressão. – Ela abriu os olhos rápido.
- Eu? Mas...
- Mas?
- Eu pensei que... Você estivesse querendo dizer que já tinha sua impressão.
- E eu já tenho. – Falei sorrindo.
- Não eu, seu bobo. – Ela disse tocando seus lábios nos meus, em um ato inesperado e ficando lindamente vermelha. Acariciei seu rosto com o dedo.
- Por que você pensa isso?
- Você às vezes me tratava tão mal, e havia vezes que você me beijava e depois parecia arrependido.
- É que... – Me senti envergonhado de admitir isso. – Eu não queria ter a impressão. Não por ser você, mas por que eu achava isso uma palhaçada.
- Achava? Não acha mais?
- Não. Quando eu vi aquele vampiro te mordendo eu achei que fosse morrer. Eu te amo Luly’s. E isso é tudo o que importa na minha vida. – Acariciei seus cabelos. – Eu vou entender se isso for demais pra você.
- Não é demais e... Eu também te amo Henri. 

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