Já imaginou você chegar em seu quarto e encontrar uma carta de amor em cima da sua cama? Eu já. E foi isso que aconteceu hoje de manhã... Mas não comigo. A carta era pro Itachi, era de uma garota que era doida por ele. Itachi não era do típo de homem que ligava muita para cartas, mas o Sasori era mesmo não parecendo. Ele também recebeu uma, na verdade todos aqui receberam... Menos eu. Pelo visto todos tem alguém que os amem e eu não. Como eu queria que o Pain me desse uma carta. Me pergunto como seria uma carta do Pain.

 Sai dos meus sonhos acordada ao perceber que Deidara me cutucava.

 --- Konan!! --- Ele gritou, bem perto de mim.

 --- AHHHHHH!!! --- Eu gritei, pois tinha levado um susto --- Deidara? O que foi, muleque? --- Eu perguntei, meio que com raiva.

 --- Konan, se não percebeu, tem alguma coisa queimando, un.

 --- hmm? Queimando? --- Ao perceber o que era, corri que nem doida (acho que pior que doida) pra cozinha --- AHHHHH!!! O frango!!

Ao chegar na cozinha, desliguei o fogo e abri o forno rapidamente. Claro, o frango havia queimado! E agora, o que eu ia fazer pra comer no Dia de Ações de Graças? De manhã eu tinha comprado só o frango para assar, e... É isso, vou fazer uma torta de frutas. Ainda bem que eu fui na feira. Tirei o frango do forno e coloquei em cima da pia.

 --- Está tudo bem, Konan? --- Essa voz, será que... não, perai. Não p-pode ser...

 --- P-Pain...?

 --- Está tudo bem aqui? --- Ele perguntou novamente, pela primeira vez em todos esses anos, ele demostrou preocupação comigo.

 --- E-Está sim... --- Eu respondi, não sei por que mas meu rosto ficou quente e eu fiquei vermelha.

 --- Konan, você está bem? --- Perguntou ele, se aproximando de mim.

 --- S-Sim... Eu...

 --- Você está vermelha... --- E tocou minha testa --- E está quente. Você tem certeza que está bem?

 --- Te-Tenho... A-Acho que foi o calor do forno que me fez mal --- Menti, claro que não era isso, mas era que ele me deixava assim. E sinceramente, eu odeio essa sensação porque eu começo a gaguejar na frente dele e isso me irrita --- Konan... --- Ele me chamou.

 --- hmm...?

 --- Konan, eu... --- Ele chegou bem perto do meu rosto, eu fiquei super vermelha, com uma das mãos ele pegou no meu queixo --- Konan, eu te amo!

E com isso ele foi chegando mais perto para me beijar, e..........

 --- Konan!!

 --- hmm...?! --- Ótimo, não podia ser verdade. Eu estava apenas delirando de novo. Pain não me ama e nunca chegaria tão perto assim de mim.

 --- Konan, você está bem? Por que está vermelha? --- Ele chegou perto de mim e colocou uma das mãos na minha testa --- Você está quente...

 --- Ah, i-isso não é n-nada...! --- Eu gaguejei, era óbvio que havia um motivo pra isso, e esse motivo era ele. --- E-E acho que...

 --- Konan, eu... --- Agora eu não estava delirando, ele realmente chegou bem perto de mim. Sim, essa era a hora, eu me aproximei dele com o rosto a espera de um beijo, mas algo me dizia que não era isso que ele iria fazer --- Konan? O que está fazendo? --- Com aquela pergunta eu abri meus alhos, me deparando com a expressão corada que Pain mantia em sua face.

 Eu podia sentir a respiração dele, devido o quanto perto estavamos. Admito que ele ficou até mais lindinho com o rosto vermelhinho. Ele me olhava meio confuso, com seus lábios entre abertos, os olhos arregalados. Eu estava da mesma forma, mas com a boca mais aberta. Eu queria, mas queria muito saber como deveria ser beijá-lo. Em meus sonhos eu sempre imaginei Pain me beijando, mas o problema é que eu não podia sentir o gosto dos lábios dele, não podia sentir o contato das linguas, não podia sentir ele corresponder. Mas um dia eu percebi o porque, e acabei por concluir que era porque eu nunca havia beijado ninguém. 

 Eu era pequena naquela época, devia ter uns oito anos. Eu estava sentada no jardim na escola, eu estava triste e estava chorando. Naquela época eu era uma garotinha tímidae inocente, por isso eu só tinha duas amigas, ambas eram irmãs gêmeas. Mas por causa de um divócio dos pais, elas tiveram que se mudar. Cada um dos pais foram para países diferentese levaram cada um, uma gêmea. Yako Minazuma ficou com a mãe e Yoko Minazuma com o pai.

Quando eu descobri, por um instante achei que estava sozinha, mas na verdade não estava. Havia um garoto com os cabelos alaranjados ali,  ele se aproximou de mim e me perguntou "o que havia contecido", eu disse que "não era nada". Então ele me pegou pelo braço e me puxou para ir brincar com ele. E esse foi o dia em que eu conheci Yahiko.

Me lembro também de quando eu tinha dez anos, era o aniversario dele. Estavamos no jardim da escola. Eu não tinha direiro para comprar um presente, eu mesma fiz. Com apenas uma folha de papel meio azul, eu fiz uma flor de origami. Ele achou meio estranho quando eu entreguei, mas expliquei dissendo que "representava a nossa amizade e que enquanto ela não murchasse (que no caso, nunca iria murchar, pois era de papel) nós ficariamos juntos para sempre". Ele sorriu e me beijou (pra mim aquilo foi um beijo, durou pelo menos dez minutos), bem, eramos crianças e não sabiamos o que estavamos fazendo.

 E aquele foi meu brimeiro beijo, talvez o único. Até porque, Pain não amava de verdade e nunca me beijaria como naquele dia. Como eu estava delirando novamente (¬¬') , nem percebi que Deidara estava na porta e estava olhando aquela cena.

 --- A-Ah, eu não queria atrapalhar, un... --- Disse ele, começando a se retirando da cozinha.

 --- D-Deidara, n-não é nada dis... --- Eu tentei explicar indo até ele, mas eu estava tão grudada em Pain que acabei tropeçando no pé dele e... --- Haaaaa!!!

 Fomos para o chão. Eu acabei por ficar sobre ele, as pontas dos nossos narizes estavam coladas. Meu coração disparou, minha voz não saia e eu estava muito vermelha. Já ele, estava confuso, com os olhos arregalados e a face totalmente corada. Deidara estava olhando aquilo boquiaberto, em menos de dois minutos os outros estavam na porta para ver o porque do meu grito.

 Eu me levantei rapidamente e o ajudei, eu estava tão envergonhada que a unica coisa que eu disse foi:

 --- M-Me desculpe, Pain... E-Eu realmente sinto muito... --- Sai correndo para meu quarto.

 Acho que fiquei lá praticamente o dia todo. Como eu pude ser tão desastrada? E o pior tropeçar nele e cair em cima dele? Realmente, eu sou uma idiota. Imagino o que ele deve estar pensando agora, deve estar me achando uma tonta e bobona que não olha pra onde anda! Mas que culpa teve eu se o pé dele estava na frente?!

 Ouvi patidas na porta, me levantei indo até a porta. Ao abri-la, era Itachi.

 --- Konan, o Pain... Konan, você está chorando? --- Ele perguntou ao ver algumas lágrimas caindo no meu rosto.

 --- N-Não isso é... I-Isso não é nada...

 --- hmm. Pain mandou dizer que quer te pedir desculpas.

 --- Hmm...? Pedir desculpas? M-Mas fui eu que... cai em cima dele.

 --- Então vá lá no quarto dele. Ele quer falar com você lá.

Eu acenti. Fui com Itachi até a porta do quarto de Pain, Itachi deu um sorriso e saiu para seu quarto, eu bati na porta duas vezes com um dos punhos fechados. Em alguens minutos ouvi a voz dele dizendo:"Entre". Abri a porta de vagar, adentrando no quarto. Ele me fitou, eu o encarei, aquela hora me deu um arrepiona espinha, eu não sabia o que dizere também não sabia o que ele diria. Por uns longos segundos, aquele quarto foi tomado pelo silêncio absoluto.