Um Inverno para Toda a Vida. escrita por Mary Silva


Capítulo 3
Chocolate quente e muitas confusões.


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem não são muuuuuuitas confusões, mas vai ter uma confusão.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/122990/chapter/3

G

eorgina dormia como um anjo, um anjo vestido de demônio, mas ainda sim, um anjo. Tony irrompeu pelo quarto e ficou observando-a.

Ele sorriu abertamente ao ver seus cabelos ruivos espalhados pelo travesseiro.

Tony se aproximou da cama e cutucou o ombro de Georgina, que se mexeu inquieta.

- Hei Georgina acorda! –exclamou ele com a voz suave e aveludada.

A garota resmungou alguma coisa que Tony não entendeu e virou-se para o lado oposto. Ele suspirou pesadamente e falou de novo:

- Georgina acorda logo pelo amor de Deus. –ele suplicou.

A ruiva abriu os olhos lentamente e suspirou. Ela virou para o garoto que mantinha a mão em seu ombro.

Eles ficaram se encarando; azul acinzentado no azul céu. Os cabelos de Tony eram pretos lisos e batiam-lhe nos cílios, os olhos azuis como um céu de primavera. Ele sorriu, ela a acompanhou.

Quem visse de longe os achariam dois idiotas sorrindo e se olhando, porem para eles era diferente. Era como se já se conhecessem há anos.

- Bom dia flor do dia! –exclamou Tony levantando da cama.

- Bom dia! –ela lhe saldou.

- Se arrume e desça, seu pai tem uma surpresa pra você. –Tony disse e sem esperar resposta saiu fechando a porta atrás de si.

Georgina levantou da cama e foi até a sua mala, pegou toalha e sabonete e saiu do quarto indo até o fim do corredor para poder tomar banho.

O banheiro era todo preto e branco, um grande espelho ficava de frente para o lavatório. Um pouco distante tinha o Box do chuveiro e uma banheira.

Ela encarou-se no espelho por alguns segundos e depois se despiu e entrou no Box. Ligou o chuveiro deixando que a água quente caísse somente em suas pernas. A ruiva prendeu os cabelos em uma trança malfeita e colocou a cabeça embaixo da água.

Eu não acredito que aquele gato do Tony me viu com essa cara amassada. Eu mato quem o deixou ir me acordar. Com certeza foi a louca da Milly, eu vou matar aquela desequilibrada. Mas em parte foi bom, ele disse que eu era uma flor do dia. –ao pensar a ultima parte Georgina sorriu bobamente.

- Georgina Sparks saia daí agora! –gritava Milly do outro lado da porta.

- Estou ocupada Milly. –respondeu ela sem se afetar.

- É ocupada em acabar com toda a água de Michigan. –bradou ela socando a porta.

Georgina desligou o chuveiro e enrolou-se na toalha.

Humpf, não se pode nem tomar banho em paz nessa casa. Vou matar a Milly duas vezes.

Ela saiu do banheiro e voltou ao seu quarto. Pegou uma calça jeans, uma blusa qualquer e botas sem salto pretas. Pegou seu cachecol e as luvas e vestiu-as, penteou os cabelos para que cachos se formassem nas pontas e os deixou soltos.

Chegando a cozinha viu que não tinha ninguém, revirou os olhos em cansaço e foi procurá-los.

Georgina os encontrou na frente de casa olhando para alguma coisa que estava coberta por uma capa cinza. Ela bufou e falou:

- Eu não acredito que vocês me tiraram do banho pra ficar olhando para uma capa. –ela disse indignada.

- Tire a capa pequenina. –disse Marcus a encarando com um sorriso misterioso nos lábios.

Foi o que ela fez, e ao ver o que tinha ali embaixo seu rosto se iluminou por inteiro.

- Sério?! –perguntou ela sorrindo de orelha a orelha.

Marcus concordou com a cabeça e a garota ruiva pulou em seus braços. Eles ficaram se abraçando por longos minutos até que Tony pronunciou-se.

- Olha gente o momento abrace seu pai esta lindo, mas eu acho que já esta na sua hora Sr. Sparks. –ele disse sem jeito coçando a cabeça.

Eles se soltaram e foi à vez de Marcus falar.

- Tem razão Tony, eu tenho uma reunião muito importante hoje, não posso me atrasar. –ele falou dando um beijo na bochecha de cada um de suas filhas e apertando a mão de Tony.

Marcus foi até a garagem e saiu com o seu carro para a rua, acenou para os outros e sumiu ao virar a esquina. Milly fez o mesmo processo que o pai, porem parou para falar com Georgina.

- Eu vou até o centro, preciso resolver algumas coisas lá. Volto à noite. –ela disse.

- E o que eu vou ficar fazendo a tarde inteira? –perguntou à ruiva.

- A sei lá, estréie seu carro novo, vá ao cinema. Papai disse que você era criativa, vai arrumar o que fazer logo. –Milly disse indiferente e sem esperar uma resposta arrancou com o carro até o fim da rua.

Georgina bufou e voltou para dentro de casa, sendo seguida por Tony. O garoto foi para a cozinha e Georgina subiu as escadas, entrou no seu quarto e pegou tudo o que achou necessário colocando dentro de sua bolsa.

Voltou para a o primeiro andar indo procurar Tony. Ela foi atrás do moreno, o qual se encontrava admirando a piscina congelada.

- Hei Tony o que acha de me mostrar um pouco da cidade. –ela sugeriu.

- Bom eu pensei que poderíamos ficar aqui assistindo há um filme qualquer. –ele coçou a cabeça envergonhado.

- Se quiser pode ficar, eu vou sair. Talvez encontre um guia bonitinho por ai. –ela sorriu com malicia pelo canto dos lábios.

A ruiva saiu andando sem olhar para trás.

Para tudo! O que ela falou foi serio? Ai meu Deus, será que sobre o guia bonitinho também era sério? Humpf. É melhor prevenir do que remediar, né? –Tony pensava incrédulo ainda olhando a porta por onde Georgina passara.

Ele bufou e a seguiu. Quando ele terminou sua luta contra o portão pode perceber que ela já estava pronta para sair e não se surpreendeu quando o viu abrindo a porta do Porshe amarelo e sentando-se no banco do carona.

- Sabia que mudaria de idéia. –ela sorriu vitoriosa e arrancou o carro.

- Eu sempre mudo. –disse Tony para não ficar por baixo. Ele colocou o cinto de segurança e balançou a cabeça em negação ao ver ela sem. – Coloque o sinto, por favor.

- Ainda bem que mudou de idéia a meu favor. –ela riu com gosto. E depois colocou o sinto e ligou o radio.

Eles andaram de carro por toda a cidade, já eram quase quatro e meia da tarde quando pararam em um café para comer alguma coisa.

Georgina foi até o fundo do lugar e sentou em uma mesa esperando por Tony que estava fazendo os pedidos. Ela olhava a neve pela janela e nem percebeu quando Tony se sentou ao seu lado.

- Pensando em que? –ele sussurrou para Georgina, roçando os lábios em sua orelha.

A garota se assustou com sua presença e sentiu um frio na barriga quando percebeu que eles estavam a centímetros um do outro. Ela virou-se para ele e os dois ficaram se encarando como fizeram mais cedo. Azul céu no azul acinzentado, primavera no inverno. Sem nem perceberem estavam ser aproximando, uma aproximação perigosa, porem esperada por ambos, sem que eles mesmos soubessem disso.

Seus lábios se tocaram primeiro de leve depois mais intensamente. Ao mesmo tempo eles começaram um beijo desejoso, suas línguas exploravam cada canto da boca do outro. O que começou calmo e tranqüilo passou a ser intenso e fervoroso.

Tony agarrou a cintura da menina empurrando-a contra a parede, ela por outro lado apertava sua nuca, por vezes até com a unha grande e afiada.

Não se sabe ao certo quanto tempo eles ficaram ali, talvez tenham sido segundos, minutos e quem sabe até horas. O oxigênio não valia de nada entre eles, entretanto houve um momento em que seus pulmões começaram a se contrair, se não respirassem agora poderiam nunca mais o fazer.

Ambos saíram do beijo ao mesmo tempo. Ficaram se encarando ainda ofegantes e ofegantes estavam quando celular de Georgina tocou em cima da mesa.

Ela pegou o pequeno aparelho e olhou-o. Era uma ligação de Milly. Georgina esperou até que sua respiração voltasse ao normal e apertou o botão, pronta para falar.

- Georgina, tú estais aí. - falou Milly em um tom ensaiado.

- Claro né. O que houve Milly?

- Será que você pode me vir me buscar aqui no centro? –perguntou ela.

- Claro, mas o que aconteceu? Onde esta o seu carro? –ela perguntou começando a se preocupar.

- Bem eu não sei ao certo onde meu carro esta. E respondendo a segunda pergunta, estou na delegacia. –ele falou indiferente.

- Como assim delegacia? O que aconteceu dona Milly? –perguntou Georgina com autoridade.

- Ah, sabe né. É que eu fui meio que presa. –ela falou sem jeito.

- O QUÊ! –Georgina gritou assustando Tony que até então tomava seu café tranquilamente. – Como assim foi presa?

- Longa historia que abrange muitas coisas. Vem me tirar da cadeia e eu explico. –Milly respondeu.

- Tudo bem, eu e o Tony chegamos ai em quinze minutos. –desistiu ela.

- Obrigado maninha. Você sabe que eu te amo, né? –Milly falou sorrindo.

- Claro que sei. –Georgina bufou e desligou o telefone. – Temos que ir a delegacia, Milly precisa da gente.

Eles se levantaram e saíram do lugar, Tony levava uma bandeja de papelão com o seu café e o de Georgina e a mesma levava um saco de papel com alguns pães dentro.

Georgina e Tony já estavam a mais de meia hora esperando a decisão do delegado de ligar ou não para o pai das duas. Tony levantou e disse alguma coisa ao policial e ele o acompanhou até a sala do delegado.

A ruiva ficou olhando ela ir com as sobrancelhas erguidas em sinal de que ela estava confusa.

Mais quinze minutos depois e Tony voltou, desça vez trazendo Milly junto. Elas sorriram e abraçaram-se fortemente.

- Por que você estava presa? –perguntou Georgina raivosa.

- Eu devo ter avançando alguns sinais vermelhos, ido a 120 em uma área de 80. Coisa pouca. –ela falou como se aquilo fosse absolutamente normal.

A ruiva lançou-lhe um olhar de censura e abraçou a cintura da menina. Juntas elas saíram assim da delegacia, quando os três iam atravessar a rua para irem para os seus carros viram uma coisa nada agradável.

Marcus passava dirigindo bem devagar e acabou os vendo, ele estacionou e desceu do carro.

- O que vocês três estavam fazendo dentro da delegacia? –perguntou ele olhando-os um por um.

- Nada demais, papai. –Milly sorriu sem jeito.

- Sei nada demais não é Milly. Então Georgina, vocês não estavam fazendo nada demais? –ele falou desconfiado olhando primeiro para Milly depois para a outra garota.

- É papai, nada demais. Tipo agente só... Er. –ela gaguejou.

- Minha pediu para eu vir avisar ao delegado que ela vai fazer um jantar hoje e esta convidando. Como estávamos juntos elas vieram comigo. –Tony disse sem sombra nenhuma de mentira em sua voz ou rosto.

- Por que convidar o delegado. Fez alguma coisa errada Tony? –Marcus perguntou ainda desconfiado.

- Ele é padrinho da minha irmã, e um grande amigo da família. –explicou ele. –A propósito Sr. Sparks, mamãe me pediu para convidar o senhor também.

- Claro, diga a ela que estaremos lá às oito horas. –Marcus fez uma cara de quem pede desculpas e ao abrir a porta do carro disse. – Nos encontramos em casa meninas, até mais tarde Tony.

Marcus entrou no carro, fechou a porta e segundos depois seguiu pela rua. Milly foi até seu carro que estava perto deles e disse:

- Encontro você em casa Georgina, até mais Tony. –ela disse entrando no carro e fechando a porta. Ela dirigiu até eles e falou. –Não demoro hein, além do mais logo se encontraram de novo. –Milly piscou um olho para eles, sorriu maliciosa e depois arrancou com o carro também saindo.

Georgina riu para a rua vazia e foi para o seu Porshe amarelo, entrou e ficou esperando por Tony.

- O que será que ela quis dizer com aquilo? –perguntou ela, mesmo sabendo muito bem.

- Não faço a mínima idéia. –disse ele sorrindo e inclinando-se para beijá-la.

Eles se beijara com a mesma intensidade de antes, ficaram assim por mais alguns segundos. Ao terminar Georgina sorriu de canto e arrancou com o carro indo para a casa de Tony.

Meia hora depois ela estacionava em frente à casa a branca.

- Aquilo que falou sobre o delegado foi mentira né? –ela perguntou olhando-o.

- Não, porque eu mentiria. Era tudo verdade, só esqueci de mencionar que pedi a ele que limpasse a barra da Milly antes de vir para cá. –ele sorriu orgulhoso de si mesmo.

- Tudo bem então. Preciso ir me arrumar, nos vemos depois. –ela disse. Tony fez-se de decepcionado. –Lembre-se do que Milly disse, nós veremos em menos de uma hora. Tchau.

- Tchau. –Tony murmurou abrindo a porta do carro. Georgina segurou o braço dele o fazendo ficar, Tony virou o rosto para ela que o surpreendeu com um selinho demorado. –Assim esta melhor. Tchau meu amor.

Georgina balançou a cabeça se despedindo e depois saiu com o carro para voltar pra casa.

Ah meu Deus, ele me chamou de meu amor e nós nos beijamos, três vezes! Parece que essa viajem para Boston não foi tão perda de tempo quanto eu achava. Até agora foi bem proveitosa. Ganhei um carro e um possível namorado. Peraí eu não posso namorar com ele, vou voltar para Nova York no final da semana que vem. Que droga! Que droga! Que droga! Eu tenho que dar um jeito de ficar mais algum tempo. –Georgina pensava e quando menos percebeu já estava na garagem de casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews por favor!!!!!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Inverno para Toda a Vida." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.