The Human Past Alec Volturi escrita por Gragra


Capítulo 3
2. Não podia ser. Podia?


Notas iniciais do capítulo

Descuulpem a demora hihi'
Mas, aqui está o caap.
Espero qe gosteem.
Bjinhoos



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2. Não podia ser! Podia?!

Os raios de sol me despertaram.

Suspirei e rolei em minha cama pondo um travesseiro em meu rosto.

Depois de mais alguns minutos tentando – em vão – conseguir dormir de novo, decidi me levantar.

O meu reflexo no espelho era exatamente o mesmo que tinha imaginado ontem à noite, com a diferença de que meu cabelo estava desgrenhado e minha pele estava mais corada, sem o efeito da luz da lua.

Depois de devidamente trocado e com o cabelo molhado penteado, desci para a sala de jantar.

Ela já estava posta e sobre ela estavam várias frutas, vários tipos de bolo, pães, queijos, bebidas... Muita coisa para só quatro pessoas comerem.

Optei por uma maçã verde e um copo de leite.

Ninguém ainda estava comendo, provavelmente estavam lá em cima.

Eu não queria me sentar na mesa gigante sozinho, então fui para o jardim.

Sentei-me no balanço com meu café da manhã e fiquei observando o céu novamente.

Hoje ele não estava mais tão azul, porém continuava belo.

— Alec.

A voz de Jane me assustou e quase me fez engasgar com o leite frio.

— Meu Deus, Jane! Quer que eu tenha um ataque cardíaco?

Virei-me para olhá-la.

Sua pele estava mais alva que o costume e em seus olhos se destacavam o medo e a incredulidade.

— Alec. – ela me chamou de novo.

— O que foi Jane? Qual é o problema? – perguntei.

— Não posso lhe explicar aqui. Vamos para outro lugar. – sem entender nada eu me levantei, deixando a maçã e o leite lá mesmo, e a segui.

— Jane? – a chamei, mas ela nem se virou.

Caminhamos pelos pastos verdes e depois entramos nas ruas de terra. A esta hora ainda estavam vazias.

— Está me deixando nervoso, irmã. O que foi?   

— Você verá.

Deus, como eu odiava suspenses.

Continuei a seguindo até que entramos em uma viela estreita onde alguns moradores de rua dormiam.

Tinha certeza que minha expressão era um misto de confusão e preocupação.

Confusão por eu não saber o que estava acontecendo. Preocupação por Jane, afinal, sua expressão não era a de alguém saudável.

Ela parou em frente a um morador de rua que estava acordado.

— Você está insana? O que...

Parei quando ouvi os gritos do morador.

Ele estava se contorcendo e gritando, gritos altíssimos e cheios de dor.

— Que diabo...

Passei meu olhar incrédulo para Jane que parecia muito concentrada.

Seus olhos amendoados estavam mais escuros, estreitos e olhavam diretamente para o morador que ainda gritava. Sua pele já alva demais para ser normal estava mais branca ainda. Os seus lábios estavam franzidos.

Essa não era Jane. Com certeza não.

Os gritos pararam abruptamente e percebi que Jane não encarava mais o vândalo. Estava me encarando.

Dei um passo para trás e depois outro.

— Alec, não fuja.

Como ela queria que eu não fugisse?

— O que... Você... Fez? – perguntei atordoado.

Jane me surpreendeu rindo.

— Não seja bobo. Não vou fazer isso com você.

O medo e a angustia ainda prevalecia dentro de mim.

Minha irmã deu um passo para frente e eu respondi dando outro passo para trás. Sua risada parou e seu rosto tornou-se triste e amargurado.

— Não tenha medo de mim. Não vou fazer nada a você.

Eu não tinha tanta certeza disso.

— O que você fez? – perguntei novamente e para minha surpresa minha voz não falhou.

Jane deu de ombros.

— Não sei. Descobri que podia fazer isso quando um destes me deixou nervosa semana passada.

Semana passada?

— E não duvido nada que você possa ter algum dom também. Somos gêmeos. – ela disse e deu de ombros novamente.

— Jane... Isso é impossível.

— Tente. – a palavra reverberou meu cérebro adentro.

— Como? – sussurrei.

— Concentre-se.

Fiz o que ela disse e me concentrei no mesmo morador de rua que ela antes usou como cobaia.

Concentrei-me nele e tentei invocar meu dom, seja lá qual for.

De início nada aconteceu, mas depois percebi uma névoa rasteira indo em direção a minha cobaia humana.

Assim que a névoa chegou até ele, seu corpo ficou estático e ele não disse e nem gritou nada.

— Ele parece não ouvir nada. – Jane soltou um gritinho perto da cobaia, mas ele não se moveu. – E nem ver. – disse ela fazendo uns rabiscos no ar em frente ao rosto dele para ver se ele reagia. – Com certeza também não pode falar... Ou cheirar.

Então esse era meu dom? Tirar todos os sentidos da pessoa.

— Tente em mais pessoas. Eu já tentei, mas meu dom tem que ser focado em uma só.

Novamente me concentrei e mandei a névoa para os outros moradores que nos observavam.

A névoa obedeceu aos meus comandos e foi para os outros, que ficaram instantaneamente como o primeiro.

— Incrível. - sussurrei.

— Eu sei. - os olhos grandes de Jane encontraram-se com os meus.

— Céus! Somos bruxos! - eu disse.

— Ah, deixe disso. Não somos não. Só somos... especiais.

Seria possível?! Bem, pelo sim, pelo não era melhor manter aquele fato em segredo. Se as pessoas soubessem iríamos para a fogueira com certeza.

— Jane, vamos manter isso em segredo. Nem nosso pai pode saber.

Ela franziu o cenho, mas concordou.

— Sim, realmente, mas o que eu estou pensando agora é: Por que nós?


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Notas finais do capítulo

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