Começar toda a minha vida de novo em uma nova cidade, ir para uma nova escola, fazer novos amigos, tudo novo, mas não era o que eu queria.

Tive que deixar meus amigos em Manhattan por causa do emprego do meu pai. Quando ele tinha que viajar, viaja sozinho, nunca tive de ir, sempre ficava em casa ou na casa dos meus avos. Mas agora a situação é diferente. Esse novo emprego é fixo e é muito longe para ele me deixar em Manhattan. Berlim. Aprender a falar alemão não vai ser difícil, pois já sei o básico. Mas ter que começar tudo de novo... Isso vai ser difícil.

Bem, meu nome é Beatriz nasci em Nova York, mas quando tinha uns 3 anos fui para Manhattan, desde bebê não conheci a minha mãe ou sua família. Continuando. Meu pai sempre cuidou de mim e sempre me trazia algo de suas viagens. Mas agora ele trazia os passaportes e as passagens.

“Quero mesmo isso? Devo fazer isso? O que eu faria lá? Mais importante, farei amigos?”

-----No avião----

- Pai, por que eu não poderia ficar na casa dos meus avos?

- Vou ficar muito tempo em Berlim e não iria te deixar sozinha.

- Mas não conheço nada lá pai

- Nem eu, mas com o tempo vamos aprender.

Logo acabei dormindo e só acordei com meu pai me chamando para desembarcarmos.

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Confesso que Berlim é mais linda do que tinha imaginado. Casas lindas, as pessoas andando com classe. Não tenho nada de ruim para falar.

Chegamos à casa que iríamos ficar. Grande, com piscina e com o carro da empresa na garagem. Meu pai até se assustou quando viu toda a casa.

- Agora filha está será nossa casa

A casa era maior que a outra em Manhattan, bem maior. Mas sentia falta de algo.

- Pai você trouxe a caixa roxa? – Olhei para meu pai fixamente.

- Caixa roxa?

- Não pai, você esqueceu bem a caixa roxa?! – Juro que me deu vontade de voltar para Manhattan pegar minha caixa.

Vou explicar por que dela ser tão importante.

Tenho fotos dos meus amigos desde que éramos pequenos, fotos da família e mais importante, meu diário. Todas minhas lembranças estão nessa caixa. Mas me sinto melhor por que ela está trancada e a chave está comigo. Será que iram forçar o cadeado para ele abrir? Espero que não.

- Bia, é bom você dormir que amanhã você tem escola

- Mais já escola pai? Acabei de chegar. Quero conhecer a cidade.

- Você conhece a cidade depois da escola.

- Ta, boa noite pai – Disse com raiva e indo para o quarto que ainda estava uma bagunça

Meu pai fez questão de me levar até a escola, praticamente quase até dentro dá sala. Para minha sorte o diretor o chamou e eu fui para a sala.

Ter que fazer amigos era a parte fácil, o difícil era com quem.

Todos tinham um jeito estranho. Mas fazer o que? Já que estava ali, não tenho mais volta.

- Alunos essa é a Beatriz e ela veio de Manhattan – Disse a professora, que na verdade parecia um mostro. Mas a questão é: Como ela sabia que eu vinha de Manhattan? Não havia falado para ninguém – Sente-se ali- ela apontou bem para o lado do menino mais lindo da sala, mas ele nem se incomodou.

A aula demorou um pouco para acabar e eu nem sabia o nome do menino.

Vou criar coragem e perguntar, só que ele me é familiar.

- Oi, sou Beatriz, mas pode me chamar de Bia

- Oi, sou Tom, só Tom

Que mané... Mas foi o único que eu “conhecia” até agora.

Será que os outros também são assim? Meu Deus tomara que não.

- Você parece o guitarrista do Tokio Hotel, mas devo estar te confundindo com ele.

- Curte Tokio Hotel? – Ele perguntou colocando as mãos no bolso.

- Muito e você? – Respondi com um sorriso. Acho que foi a primeira vez que sorrio assim em Berlim.

- Gosto. E qual é o seu integrante favorito?

- Tom Kaulitz!!! – Disse sorrindo mais ainda.

- Prazer, Tom Kaulitz.

Quase cai dura no chão. Não acredito que estava conversando com o meu sonho de consumo, Tom Kaulitz, e ainda tê-lo chamado de mané, pelo menos ele não ouviu meu pensamento.

- Você está bem? – Perguntou ele me segurando pelo braço.

- Acho que não. Não acredito que é você – Disse sentando-me no banco

- Sou mais gostoso do que imaginava não é?! – Sentou-se ao meu lado

Não consegui responder, então apenas ria.

- Algo em você me chamou a atenção. Então quer ir almoçar comigo e os caras? – Tom levantou-se e olhou para mim.

- Eu almoçar com os Tokio Hotel?

- É. Acho que você deve ser uma grande fã. Principalmente minha – Tom diz mechando no piercing.

- É – Foi o que eu consegui dizer.

- Bem, vamos almoçar? – Tom disse estendendo o braço.

- Claro.

O almoço foi divertido, sempre alguém fazia uma piada e todos riam. Estava sentada entre Georg e Bill e estava me achando estranha por ser a única menina na mesa, até que chegou mais uma, ela parecia conhecê-los a bastante tempo.

- Oi gente, desculpa a demora. Aquele professor de matemática... Argh nem conto para não estragar o almoço de vocês – Ela disse sentando-se ao lado do Tom.

- Ah, Janaine está é Beatriz, Beatriz está é a Janaine – Disse Tom.

- Oi prazer – Eu e ela dissemos ao mesmo tempo fazendo todos rirem.

Logo bateu o sinal para a próxima aula.

- Até mais pessoal – Disse Janaine indo o outro lado.

- Ela não é da nossa sala? – Disse confusa.

- Não, ela é a nossa irmã mais velha e também nossa estilista – Bill disse pegando sua bolsa no chão.

- Ahh, que pena – disse pegando a minha também.

Tom via TV no celular, Bill fazia a unha, Gustav tocava bateria na mesa e Georg se olhava no espelho. E eu? Nada, só olhava pra frente com cara de sono.

- Tick, Tock, on the clock, but the party don’t the stop – Comecei a cantar olhando o rélogio.

- Está cantando o que? – Bill me cutou com o lápis.

- Sei lá, me veio esse trecho na cabeça olhando aquele relógio.

- Aquele relógio é um dos mais antigos da Alemanha – Gustav disse parando de tocar sua “bateria”