Diario de um Semideus 2 - As Portas da Morte escrita por H Lounie


Capítulo 6
Uma noite na fogueira


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo contem trechos da música The Flight Of The Apollo, do Angels and Airwaves



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Please don’t look at life, look at me so sadly. Life shouldn’t hurt, doesn’t hurt so badly

(Por favor não olhe para a vida, olhe para mim tão triste, a vida não deve machucar, não machuca tanto)

Na praia, 15hrs. Fugindo do treino de esgrima.

Embora quem quase morra esteja vivo, quem quase vive já morreu. E está frase parece ter sido feita para mim, ou para o momento em que me encontro agora.

Faz aproximadamente seis dias que Luke e eu voltamos para o acampamento e juro que às vezes tenho vontade de sumir, de correr, de fugir de tudo isso. Com exceção de Jéssica, Juliet, Luke e alguns de meus irmãos, ninguém mais fala comigo. E como se eu fosse completamente invisível, como se tivesse algum tipo de doença contagiosa ou como se ainda estivesse morta. E devo dizer, solidão é algo esmagador e cruel. É como ser lançada às chamas e morrer lentamente, sentindo o corpo se desfazer. É como não existir.

E de longe a pior coisa nisso tudo é o fato de meu (odeio falar assim, mas é verdade) ex- namorado me ignorar. É irritante saber que ele está com meu arco e não quer devolver porque para ele eu não sou eu, não sou sua Lyra.

Às vezes pensamentos estranhos vem à tona – pensar se tornou algo extremamente perigoso ultimamente – é assustador, é como se um tipo de raiva doentia dominasse e eu conseguisse apenas entender o errado, o que eu não deveria fazer, como se eu tivesse apenas uma opção, seguir algo, fazer algo que eu jamais faria antes de ter morrido.

Outra coisa que me deixou realmente perturbada foi saber quem foi o verdadeiro ladrão do martelo de Hefesto e caramba, Annith? Gostaria mesmo de saber o porquê disso tudo, como gostaria. Se bem que no caso de Annith a resposta é meio obvia: A filha da deusa da discórdia só estava querendo provocar discórdia, só que isso quase custou a vida de várias pessoas em uma ilha na Grécia, uma quase guerra entre os deuses e, é claro, a morte de muitos semideuses.

Outra coisa que me intriga é o fato de existir um ‘séquito de Hécate’, um grupo de seguidores da deusa da magia. E pior: Annith é a líder do grupo, isso me parece duplamente perigoso, porque apesar de filha de uma deusa menor, Annith é poderosa agora. E isso me fez lembrar uma promessa que fiz a Hécate em troca de sua ajuda e eu jurei pelo Styx. Será que não cumprir a promessa pode me fazer morrer... Outra vez?

See you later. Lyra.

PS.: é bom ter você de volta.

PS²: Amanhã acaba o prazo de uma semana que a mulher adormecida deu para testar Luke e eu. Vamos dizer que estou com medo, mas nem tanto assim. Mentira, nunca senti tanto medo antes em duas vidas.

Fechei o diário e passei a contemplar o mar. Estava agitado, escuro e vazio. Parecia um tipo errado de situação sarcástica, parecia que ele queria imitar o imenso vazio escuro que eu era agora. As ondas arrebentavam na praia, fazendo com que eu quisesse fugir dali. Mas eu estava segura, estava longe das água, estava encostada naquela velha árvore, aquela que havia recebido vários ‘autógrafos’ dos mais diversos heróis que passaram pelo acampamento. Inclusive eu mesma. Isso foi a quantas mortes atrás?

Do you find every time that you cover your eyes to keep the tears held up dripping down even lower?

(Você não acha que toda vez que cobre seus olhos para manter as lágrimas guardadas, elas escorrem cada vez mais baixo?)

Agora eu estava ali, Lyra Callegaris, a que matou a poderosa Píton, que enfrentou ciclopes, que prendeu o deus do medo, que roubou a quadriga de Ares, que morreu em combate e que agora voltou. Corri os olhos pela árvore e assim que achei meu nome não pude conter as lágrimas. Havia um acréscimo ali.

Sabe quanto você trava uma batalha com você mesma e acaba perdendo de um jeito engraçado? Foi isso que aconteceu. Parte de mim queria levantar e correr atrás de Nico, gritar com ele, perguntar o porquê de tudo aquilo e depois abraçá-lo e assegurá-lo que ficar juntos é a única coisa certa a fazer. Mas tinha uma parte assustada, aquela que provavelmente não sobreviveria nenhum dia sozinha, a parte que mais está sofrendo com a solidão, que queria continuar ali, olhando, chorando até cansar.

Lyra & Nico. Alguém – e eu só podia supor que esse alguém foi Nico – fez um acréscimo em minha assinatura.

– O silêncio dos mortos. – Disse uma voz conhecida, uma das poucas que eu ouvia chamar por mim nos últimos dias.

– Viver é extremamente perigoso e doloroso. Ninguém nunca se da por vencido, a morte sim é calma e tranquila, é tão diferente da vida. É o que me fez chorar, se é o que quer saber. – Disse sem nem olhar para trás.

– Não, não é por isso. – Luke sentou-se ao meu lado, passando o braço por meus ombros. – Você chora porque não está conseguindo controlar seus próprios sentimentos, nem as magoas que a perturbam, nem o turbilhão de pensamentos que ameaçam te destruir por dentro. Eu sei porque comigo acontece o mesmo. É amanhã Lyra.

– Você às vezes me assusta filho de Hermes. E quanto a amanhã, só podemos torcer para que depois de amanhã continuemos vivos. E juntos, acho que é o que importa agora, não é?

Ele sorriu e pelo mais breve dos segundos eu esqueci todos aqueles problemas, tudo não importava mais. Eu estava longe, estava segura ali, pelo tempo que fosse suficiente.

Nenhum de nós falou por algum tempo. Ambos sabíamos que não era necessário, acho que o tempo já havia nos ensinando que palavras não são necessárias sempre e que quando estamos juntos podemos fazer qualquer coisa ou nada, e ter bons momentos, sem precisar de palavras.

I promise you I’ll be here, I’ll let the light in

(Eu prometo a você que estarei aqui, eu vou deixar a luz entrar)

– Annabeth foi atrás de uma pista. Obviamente ninguém quis me dizer nada, mas eu ouvi. Um sonho ou algo assim lhe mostrou uma possível pista do paradeiro de Percy. Ela saiu com um filho de Íris, foram para o Grand Canyon.

– Espero que o encontre, esse sumiço me deixa desconfortável. Não é nada bom que Percy desapareça quando nós dois voltamos. Como se nosso retorno já não fosse ruim o suficiente para eles.

– Lyra, já está sendo ruim demais o que está acontecendo, não acho que precisamos ficar lamentando por eles, pelo que eles parecem estar sentindo em relação a nós dois. As coisa vão melhorar com o tempo. Elas tem que melhorar.

A expressão de Luke se tornou uma mistura de seriedade e preocupação. Ele falava sério, porém nem isso o fazia ficar menos preocupado.

– Agora vamos, está na hora do almoço.

Nos levantamos e antes de sair, Luke me puxou para um abraço, sussurrando algo que não entendi. Seu abraço era protetor, mas ao mesmo tempo possessivo enquanto ele mantinha uma mão em minha cintura e a outra em meus cabelos.

Assim que a sineta de concha tocou, segui meu chalé até a mesa de Apolo, não ser mais a conselheira era algo realmente estranho para mim. Não me preocupava mais com as oferendas, não estava mais preocupada em agradar meu pai, Luke tampouco, ele nunca quis, então não fazia diferença agora.

Depois das atividades diárias do dia que me pareceu longo demais, já era hora de se preparar para o jantar, quando uma aglomeração perto do lago me chamou atenção.

– O que houve? – Perguntei à Juliet.

– Annabeth voltou e trouxe mais três com ela.

Olhei em direção ao lago e vi Annabeth e o filho de Íris saindo da biga voadora. Atrás deles, um menino loiro extremamente bonito calçando apenas um sapato e vestindo uma camiseta roxa. Ao seu lado, um menino com feições hispânicas que parecia demais com os mais bobolhões dos filhos de Hermes e uma menina... Normal. De relance pude ver que assim que desceu no chão o menino hispânico foi determinado por Hefesto. Ele seguiu com meu irmão Will, enquanto Annabeth levou a menina e Drew, filha de Afrodite, levou o garoto loiro. Todos fariam um tour pelo acampamento agora. E mais uma vez, nada de Percy, aquilo estava saindo mais ruim do que pensei ser possível.

Vi que a menina e o loiro sentaram-se na mesa de Hermes no jantar. Como não tínhamos mais o Sr D. Quíron anunciou o nome dos novatos: Piper McLean, Leo Valdez e Jason, só Jason, acho que nosso novo campista bonitão não sabia bem quem ele era.

Depois do jantar, seguimos para a fogueira. As noites na fogueira agora me apavoravam. Eu sentia olhares em mim, pessoas cochichando e me olhando. Eu nem me dava ao trabalho de cantar com meu irmãos, estava mais preocupada em me esconder atrás de Nick e Will e ficar ali, tentando continuar invisível, tentando fingir que não ouvia os comentários maldosos e debochados.

Meus irmãos pulavam perto da fogueira, cantando a velha canção que Lee e Nick tinham composto juntos uma vez, contando como nossas avós vestiam a armaduras e iam para a guerra. Todos cantavam juntos e os recém- chegados pareciam estar gostando daquilo, em especial a garota. Leo parecia estar tentando absorver cada insignificante detalhe de todos os seus irmãos e Jason estava ao lado de Annabeth, limitando-se a observar.

Assim que Quíron ordenou que a música parasse, um dos filhos de Ares gritou algo sobre o capture a bandeira, os monstrinhos estavam mais do que animados para voltar a mutilar pessoas, mesmo isso sendo contra as regras. Quíron apenas respondeu que só voltaremos as atividades normais quando o dragão for destruído ou ao menos parado.

Sim, o dragão de bronze. A maior arma de destruição já construída pelo chalé 09, o chalé de Hefesto. A princípio o dragão era como um guardião, mas depois ele se rebelou e bem, hoje prefere matar campistas do que protegê-los.

O chalé de Hefesto parecia estar trabalhando duro nisso, mas esse esforço não parecia estar surtindo efeito. Alguns campistas gritaram e reclamaram que eles não estavam fazendo nada, mas foram ignorados, tanto por Nyssa – a conselheira chefe – quanto por Quíron.

Alguém perguntou sobre Percy e mais uma vez senti olhares em mim.

– Eu não encontrei Percy – Respondeu uma Annabeth amargurada. - Ele não estava no Grand Canyon como pensei. Mas não estamos desistindo. Temos equipes em todos os lugares. Grover, Tyson, as Caçadoras de Artemis, todos estão procurando. Nós vamos encontrá-lo. Quíron quer falar sobre algo diferente. Uma nova missão.

–É a Grande Profecia, não é? – Esta aí uma voz que eu não me incomodava por não ouvir mais falando comigo, apesar de que seus comentários eram mais maldosos do que os da maioria. Drew, a conselheira de Afrodite.

No passado, Drew e eu tivemos nossas desavenças. Pode-se dizer que a um tempo atrás eu era uma pessoa que realmente precisava de atenção, queria ser notada e bem, Drew também. Vivíamos disputando isso, quem era a mais bela, quem podia mais. O que me fazia vencer Drew era o que se podia chamar de charme natural, ou simpatia. Ela jamais superou isso e meu retorno virou motivo de piada para ela. Um tipo particular de piada sem graça que só ela e seus irmãos malvados riam.

Mas realmente fiquei impressionada com seu comentário, ela jamais se manifestava assim, geralmente estava mais preocupada com seu cabelo ou com suas unhas, nunca se metia em assuntos do acampamento e quanto a grande profecia, eu me lembrava dela, tão terrível quanto a de Percy.

– Bem, vamos lá. O Olimpo está fechado. Percy esta desaparecido. Hera lhe manda uma visão e você volta com três novos semideuses num dia. Algo estranho está acontecendo. A Grande Profecia começou, certo? – Drew falou como se fosse obvio.

– Espere, Hera mandou uma visão para você Annabeth?

Na mesma hora, todos olharam para mim. Aquilo era mais atenção do que eu realmente precisava. Mas ouvir aquilo, quer dizer, já tive problemas demais com Hera no passado e receber uma visão de Hera nem de longe parecia um bom sinal. Drew falou mais uma de suas piadinhas e alguns campistas riram, eu nem ao menos ouvi. Ninguém me respondeu nada. Ah, esqueci que sou invisível agora.

– Então, você é o oráculo, não é? – Drew virou-se para Rachel que estava parada ao lado de Piper. – A grande profecia começou ou não começou?

Rachel parecia preocupada, mas respirando fundo falou entre dentes:

–A grande profecia começou.

E de repente todos estavam falando ao mesmo tempo, como um completo caos.

– Para vocês que não ouviram, a grande profecia foi a minha primeira, ela chegou logo depois da titanomaquia, foi assim: Sete meio sangues atenderão ao chamado, em tempestade ou fogo o mundo acabará...

– Ut cum spiritu postrema sacramentum dejuremus. – Jason atirou para frente, quase trombando com Rachel Dare. - Et hostes ornamenta addent ad ianuam necem.

Por algum tempo ninguém disse nada. Primeiro, Jason acabou de falar... Latim?

– Um juramento a manter com um alento final. E inimigos com armas às Portas da Morte afinal. Jason, você acabou de finalizar a profecia.

Eu já não ouvia mais nada. Falavam sobre os sete da profecia, sobre Hera ter sido raptada e sobre Annabeth não querer ajudá-la, mas isso não tinha importância alguma para mim. Só o que eu sabia era que todas essas coisas ruins estavam interligadas e eu, cedo ou tarde, teria participação em algo igualmente ruim, querendo ou não, seria a única forma de continuar viva.

– Então Jason, Hera quer você em uma missão. – Disse Rachel.

Hera mandou uma visão para Jason também? É, as pessoas não confiam mais em mim.

– Porque não deixam Hera dançar?

Meu comentário foi baixo, não era para ninguém ouvir, mas claro, muitos ouviram, inclusive Quíron.

– Lyra, - Começou ele, nervoso. – Sabemos de seus problemas com Hera, mas Hera é o pilar que sustenta o Olimpo, a que mantêm a família unida. Se Hera não estiver na reunião do solstício de inverno em quatro dias, os deuses irão começar a brigar entre si.

– E não há nenhuma novidade nisso. – Retruquei.

– Todos devemos nos unir e ajudar Hera. – Quíron me olhou sério, aquilo não era um tipo de pedido, era uma ordem.

– Não vou ajudar Hera. Sei que Annabeth também não vai ajudar Hera, muita gente aqui não vai ajudar Hera.

A essa altura eu já estava em pé, agitando as mãos ao falar, sentindo todos os olhares em mim.

Quíron não disse mais nada e o silêncio tomou conta outra vez.

– Então. – Disse um filho de Ares. – Se Jason é tão importante, porque ainda não foi determinado?

– Jason foi determinado há muito tempo. – Disse Quíron.

Todos olharam para Jason e na mesma hora ele pareceu lembrar de algo.

– Sim, sou filho de Júpiter.

Todos ao redor da fogueira olharam confusos para Jason, como se ele estivesse louco.

– Quero dizer, Zeus, o senhor dos céus.

– E o pacto? Zeus quebrou o pacto também? – Eu ainda olhava meio furiosa para Quíron. Tinha plena certeza de que ele sabia a resposta.

– Não importa! – Intrometeu-se Rachel Dare. – Jason está aqui agora e isso é tudo.

– Certo. Ele tem sua missão. Agora precisa de uma profecia. – Lancei um olhar duro para Dare, estava irritada demais para se quer pensar em me controlar.

Comecei a sentir que aos poucos eu estava voltando a ser a Lyra de antes. A que era ouvida, a que tinha amigos e seguidores, a tida como filha favorita de Apolo. A que impõe sua decisão.

Rachel fechou os olhos e desmaiou. Na mesma hora foi tomada por uma névoa verde e quando voltou a abrir os olhos, eles estavam verdes e sua voz soou antiga e distante.

‘ Criança do raio, cuidado com a terra,

A vingança dos gigantes, os sete irão nascer,

A forja e a pomba quebrarão a prisão,

E a morte desatrelada pela ira de Hera’

Terrível. Assustador, cruel. E onde estão os deuses agora? Fugindo, se acovardando como sempre. Agora eles se negam até mesmo a falar.

Do you let the words cut down every line that’s inside to put the young flames out that make you cower and cower

(Você deixa as palavras cortadas em cada linha que está por dentro para colocar as chamas jovens para fora, que fazem você se acovardar e se acovardar?)

Onde estão os gloriosos senhores de tudo que existe? Porque temos que enfrentar tudo sozinhos quando a batalha não é só nossa?

– Onde está agora, papai? – Falei baixinho, meu tom de voz soando meio sarcástico e meio amargurado.

Please help us, we are running out of time. My brothers... We are deathly and alive. I feel you.

(Por favor ajude-nos, nós estamos correndo fora do tempo. Meus irmãos... Nós somos mortais e vivos. Eu sinto você.)

– Morte desatrelada pela ira de Hera? Hera irá se voltar contra seus salvadores? Típico. Ela sempre trapaceia. – Comentei.

Então mais uma vez as conversas começaram. Todos queriam saber quem Jason ia levar com ele. Alguns achavam que Annabeth deveria ir, mas ela não queria ajudar Hera, assim como eu imaginei, ela queria ir procurar Percy.

Na mesma hora, ouvi um sussurro milenar e sério em minha frente. Ordenando que eu fizesse algo.

– Annabeth, posso ir com você? – Disse me aproximando dela. – Quero ajudar com Percy.

A filha de Atena me estudou com aqueles olhos cinzentos perturbadores, como se estivesse tentando encontrar um jeito de me derrubar ali mesmo.

– E por que devo confiar em você?

– Porque você não tem opções. A maioria é novato ou nunca saiu em missão. E mais, um filho de Apolo com certeza dominaria melhor aquela biga voadora. Olha Annabeth, sei que você tem motivos para não confiar em mim e em Luke, mas somos tudo que tem agora. A menos que queria levar um dos Stoll para infernizar sua vida, ou quem sabe a Clarisse, para que ela fique te ameaçando vinte e quatro horas por dia. Ou quem sabe...

– Tudo bem, tudo bem. Você dirige a biga, Luke nos dá as localizações e eu cuido do resto.

– Ótimo.

Annabeth não sorriu e eu tampouco o fiz. Atrás de nós uma discussão se formava, eles ainda estavam discutindo quem deveria ir com Jason.

– Ei, a profecia é clara quanto a quem Jason tem que levar. A forja e a pomba. Hefesto e Afrodite. – Falei, minha voz se sobressaindo a dos demais.

Nyssa colocou-se em pé, porém não parecia animada. – Eu vou.

– Não, eu vou. Eu sei que sou eu.

Leo Valdez se pôs em pé. Ele não parecia verdadeiramente animado em ir, mas disse que iria assim mesmo.

– Ok, agora a pomba...

– Com certeza eu. – Gritou Drew, fazendo pose. – A pomba é Afrodite e eu sou a conselheira.

– Não! – Gritou Piper perto de mim. – Eu também tive uma visão de Hera, eu vou.

Outra visão de Hera? Nada bom.

– Por favor, você em uma missão, Drew? – Falei rindo.

– Calada garota morta.

Nessa hora eu quis matar Drew com o olhar.

– Bom, se é assim... – Começou Annabeth.

– NÃO! Eu devo ir. – Falou Piper, ainda mais persuasiva que Drew.

– Mas você não é uma filha de Afrodite. Jamais poderia ser. Afrodite não tem filhas feias.

Aquilo era demais. Se eu tivesse com meu arco ali, tinha perfurado a cabeça de Drew. Na mesma hora, um brilho rosa surgiu ao meu lado. Piper não usava mais Jeans velhos e camiseta, usava um vestido branco, com detalhes dourados. Seu cabelo não estava mais cheios de tranças e espetado para todos os lados, estava arrumado com faixas douradas. Em seu rosto havia uma maquiagem perfeita e sobre sua cabeça brilhava uma pomba rosa. Ela estava perfeita.

Na mesma hora, todos nos ajoelhamos, seguindo Quíron.

– Saudações Piper McLean, filha de Afrodite, a deusa do amor, senhora das pombas!


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