Diario de um Semideus 2 - As Portas da Morte escrita por H Lounie


Capítulo 17
O vencedor leva tudo


Notas iniciais do capítulo

Meio The Lost Hero demais, mas enfim ... ''/ trechos de The winner takes it all - ABBA



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The gods may throw a dice, their minds as cold as ice and someone way down here loses someone dear. The winner takes it all.The loser has to fall

(Os deuses podem jogar um dado, suas mentes são tão frias quanto gelo e alguém bem aqui embaixo perde alguém querido. O vencedor leva tudo. O perdedor tem que cair)

Não demorou para que Sky desaparecesse com Luke e Annabeth pelo céu escuro, sumindo de vista em um piscar de olhos. Nico encarava uma placa com letras chinesas, como se qualquer coisa fosse mais interessante do que prestar atenção em mim.

– Você está se sentindo bem? Quer dizer, para usar seus poderes e tudo mais.

– Sim, estou ótimo.

Pareceu levar uma eternidade para que ele levantasse da calçada e resolvesse olhar para mim. Em seus olhos havia medo, resignação, incompreensão, admiração e perplexidade. Cada expressão contradizendo a outra. Esticou uma mão para mim, me convidando a me aproximar. Não foi o tipo de convite caloroso de outrora, mas algo cauteloso e distante.

– Espere. – Falei antes que fossemos engolidos pela familiar nuvem negra. – Pode me responder apenas uma coisa?

– Vou tentar – Prometeu hesitante, mordendo o lábio inferior, em sinal de nervosismo.

Ele não soltou minha mão e eu tampouco estava ansiosa para que isso acontecesse.

– Por quê? – Foi tudo que eu disse. Aproveitando a mão livre para afagar seu rosto pálido iluminado por uma luz da rua, percebendo o quando sentia sua falta.

– Como por quê?

Ele tocou a minha mão que estava em seu rosto, trazendo-a para perto de seu peito, onde eu podia sentir seu coração bater acelerado.

– Você sabe. – Insisti. – Por que age assim comigo, como se eu não existisse? Eu entendo que não foi a coisa mais normal do mundo o fato de eu ter voltado, mas penso que se você gostasse mesmo de mim como antes parecia, não teríamos nenhum problema com isso.

Nico continuou respirando lentamente, enquanto eu sentia as batidas de seu coração mudarem de lentas para rápidas e de volta para lentas. Ele apertava minhas mãos, aparentando nervosismo.

– Por que age de forma tão amorosa com Luke? O que sente por ele, Lyra? Ou até mesmo Sky, o que há com ele? Você não pode negar que existe algo, eu vi isso em seus olhos no dia que apareceu na colina, no dia em que voltou. E como eu fico? Em segundo plano em sua vida?

– Nico... Eu não...

Eu não podia mesmo negar. Acho que estive tentando enganar a mim mesma esse tempo todo. Apesar de achar impossível amar duas pessoas ao mesmo tempo, eu não podia negar que apesar de tudo sentia algo por Luke, ele não era apenas meu refúgio. E até mesmo havia algo por Sky, era como se todos fossem indispensáveis em minha vida. Mas é claro, eu não estava sendo justa com nenhum deles.

– Quando puder me responder, eu também respondo o que quer saber. – Disse ele, tocando meu rosto levemente, de forma carinhosa e surpreendente. – Algo em você me faz pensar em Helena de Tróia, ou mesmo em Afrodite.

Refleti um pouco sobre suas palavras, e o contexto geral das conclusões a que cheguei não me agradou nenhum pouco. Lutando para conter as lágrimas, sussurrei:

– Ainda estou pensando em como devo interpretar isso tudo que me disse, mas de qualquer forma, acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraca para entrar.

– Sou eu quem não te entende. – Ele sussurrou depois de algum tempo, aproximando-se de meu rosto.

– É bem simples. Ela não acreditava no amor, ria dele, era apenas uma banalidade. Mas então um dia ela passou acreditar, e enquanto ela acreditava o amor realmente existia. – Falei como se narrasse uma história triste, minha voz também não passava de um sussurro.

– Então agora ela pensa que o único problema é ele e que o amor não existe mais?

– Ela tem medo do amor, porque amar dói. Agora ela apenas acha que ninguém a entende. Ela acha que as pessoas que olham para ela e a vêem sempre sorrindo devem pensar que ela é a pessoa mais feliz do mundo. – Disse, me afastando dele, com o olhar perdido em um ponto qualquer, chegando a conclusões que há muito procurava. – Só que as pessoas não fazem ideia de que o sorriso é apenas uma mascara para esconder a verdade, porque por dentro o mundo dela está desabando lentamente.

– E ele foi machucado, foi abandonado no escuro, foi chutado quando estava no chão. E agora se sente completamente perdido. Está a beira de entrar em colapso e não há ninguém que possa ajudá-lo.

– Ninguém? – Minha Voz soou rouca pela vontade que sentia de chorar.

– Ninguém. – Ele repetiu.

– Podemos ir logo para Sonoma Valley agora? – Desviei o rosto.

– Como quiser.

Em meio a lágrimas, segurei sua mão. Em segundos desaparecemos em névoa negra, surgindo logo depois na entrada do parque estadual Jack London. O céu não passava de um amontoado negro de nuvens, havia algo de incrivelmente poderoso prestes a acontecer ali. E o frio, ah o frio, o vento gelado parecia prestes a nos carregar pra fora.

– É para ser tão frio assim em Sonoma Valley? – Não, é claro que não, isso deveria ser coisa de Quione.

– Por que aqui? – Perguntou Nico.

– Esse parque está em solo sagrado, se Gaia puder mesmo reivindicar esse lugar, poderá manter Hera aprisionada e reerguer Porfírio, se é que temos sorte e ela ainda não fez isso. E segundo Sky, isso pode ser suficiente para acordá-la completamente.

Nico resmungou uma coisa qualquer enquanto apressávamos o passo, seguindo sempre em frente. O frio começava atrasar nossos movimentos e os barulhos indicavam pequenos combates nas proximidades.

– Veja isso. – Nico apontou para frente onde um vale com o chão coberto por gelo se abria. – E há uma casa.

– A casa dos lobos. – Sussurrei.

Mal entramos na clareira e um helicóptero pousou em nossa frente. Segundos depois de ter pousado, três pessoas pularam de dentro dele e ele explodiu. Não, ele não explodiu, foi atingido pela maior bola de neve do mundo.

– Vocês estão bem? – Gritou uma voz familiar.

– JASON? – gritei. – PIPER, LEO? SÃO VOCÊS?

– Lyra? – perguntou a filha de Afrodite.

Avancei até eles em meio a leve tempestade de granizo.

– Vocês estão bem? Ah, caramba, roubaram um helicóptero?

– Ei, rainha da beleza, disseram que precisávamos chegar aqui para deter Gaia. – Falou o filho de Hefesto, em tom de brincadeira como sempre. – Foi o único jeito.

– Há lutas ao nosso redor. – Alertou Piper. – Em todo lugar.

Paramos em um círculo, um de costas para os outros, tentando permanecer alerta.

– Jason! – Gritou uma voz, saindo da clareira.

– Thalia!

Thalia apareceu na clareira, coberta de neve. O seu arco estava em sua mão, mas a aljava estava quase vazia. Ela correu em nossa direção, mas antes que pudesse nos alcançar, um ogro de seis braços, um dos terrestres criados por Gaia, apareceu atrás dela.

– Cuidado! - Leo gritou.

Nos todos corremos em direção a Thalia, mas a destemida caçadora já tinha tudo sob controle, obviamente. Ela se lançou para frente e se desvencilhou do ogro, então se virou para trás e lançou uma flecha no meio dos olhos da criatura. Thalia levantou e recuperou a flecha, mas a ponta tinha saído.

– Essa era a minha ultima flecha. Ogro estúpido.

– Pobrezinha. – Ironizei. Thalia me olhou com desprezo, como sempre fazia, mas eu já não ligava, todos sabiam que eu não gostava das malditas caçadoras.

– Belo tiro - Leo disse, não perdendo a oportunidade, isso me fez lembrar meus irmãos.

– Bem na hora. – Disse ela, abraçando Jason e acenando para Piper, ignorando Leo completamente. - Minhas Caçadoras estão cobrindo um perímetro em volta da casa dos lobos, mas vamos ser sobrepujados a qualquer minuto.

Por Terrestres? – perguntei rindo.

– E lobos, servidores de Licaão. – Disse Thalia, olhando-me raivosa. – E espíritos de tempestade.

– Mas nós entregamos todos os espíritos para Éolo! - Piper protestou.

– Entregaram todos para Éolo? Impossível. – Falei, balançando negativamente a cabeça. – Fui sequestrada por espíritos alguns dias atrás.

– Mas tem o fato de que Éolo tentou matar a gente Piper - Leo comentou. - Talvez ele esteja ajudando Gaia.

– Não, ele não está. – Afirmei. – Quem colocou essa idéia maluca de matar semideuses na cabeça de Éolo foi Quione.

– Quione? Isso é impossível. – Jason argumentou.

– Eu não sei - Thalia falou séria. - Mas os monstros continuam se refazendo quase tão rápido quanto conseguimos matá-los. Nós pegamos a Casa dos Lobos sem problemas, surpreendemos os guardas e os mandamos direto para o Tártaro. Mas então essa tempestade de neve maluca apareceu. Onda após onda de monstros, e começaram a nos atacar. Agora estamos cercados. Eu não sei quem ou o que esta liderando o assalto, - Disse, focando em mim. - Mas acho que planejaram isso. Era uma armadilha para matar qualquer um que tentasse salvar Hera.

– E você tem razão. – Falei.

– E como sabe tudo isso? – Perguntou, parando exatamente em minha frente. Ela era uns bons centímetros mais alta do que eu, mas isso não me intimidava.

– Não há tempo para explicações. Onde Hera esta? – Perguntei, devolvendo o mesmo olhar desafiador que ela me mandava.

– Lá dentro, - ela resmungou. - Nós tentamos salvar ela, mas não temos idéia de como quebrar a prisão. São só alguns minutos ate o fim do dia de hoje, logo será meia noite. Hera acha que esse o momento que Porfírio vai renascer. Se nos não a salvarmos logo...

Ela deixou as palavras morrerem. Assentindo, seguimos para a mansão arruinada, o sonho destruído de Jack London, o filho de Hermes. Assim que atravessamos a porta, Jason estremeceu, indo ao chão.

– Jason, está tudo bem? – Perguntou Piper.

– Esse lugar... Desculpe, voltou muito rápido pra mim.

– Então você realmente esteve aqui. – Concluiu a filha de Afrodite.

– Nos dois estivemos,- Thalia disse. Sua expressão estava sombria, como se estivesse revivendo a morte de alguém. - Minha mãe nos trouxe quando Jason era uma criança. Ela o deixou aqui, e me disse que estava morto. Ele simplesmente desapareceu.

– Ela me deu para os lobos, - Jason murmurou. - Por causa da insistência de Hera. Ela me deu para Lupa, a mãe loba.

– Essa parte eu não sabia. - Thalia franziu a testa. - Quem é Lupa?

– Talvez não seja o momento certo para perguntas. – Falei amarga, querendo apressar aquilo. – Thalia, nos leve até a deusa.

A casa era construída em 'U'. Contornamos algumas pilantras e nos deparamos com uma piscina refletiva onde duas espirais de pedra e raízes quebravam através dela. Uma das espirais era muito maior, uma massa escura gigantesca que lembrava uma forma humana se formava a partir dela. Embaixo da massa de raízes fundidas podia-se ver o formato de uma cabeça, ombros largos, peito e braços, algo que parecia estar se erguendo do fundo. No outro lado da piscina, a espiral era menor e mais entrelaçada, como grades. Dentro dela estava Hera.

– Problemas senhora? – Falei rindo.

– Não brinque comigo menininha. Tirem-me logo daqui.

– Nós tentamos tudo o que conseguimos pensar, mas talvez não tenhamos tentado de coração. – Disse Thalia, olhando para Hera com o mesmo desgosto que eu.

– Se fosse por mim, eu a deixaria aí.

– Pela primeira vez concordo com a filha de Apolo.

– Quando eu sair daqui, vocês irão se arrepender de ter nascido. Você Lyra, vou destruí-la com minhas próprias mãos, coisa que deveria ter feito quando você nasceu. Ah, mas Zeus nunca me ouve, sabia que você mais dia menos dia acabaria virando um problema.

– Olha, se estive no seu lugar, me comportaria melhor rainha Hera. – Debochei, mesmo que no fundo sentisse um pouco de medo da ameaça de Hera.

– Ei, acalmem-se. – Jason segurou a mão da irmã. - Você deveria ajudar as suas Caçadoras, Thalia.

Thalia assentiu e se retirou.

– Agora se concentre na cela Leo Valdez. – Ordenou Hera

– O que é aquilo? – Nico perguntou, se manifestando pela primeira vez, apontando para a outra espiral

– Aquilo – Falou Hera, olhando com desprezo para Nico. - É o rei dos gigantes renascendo. Porfírio, o mais forte deles. Gaia precisava um grande poder para reergue-lo novamente, o meu poder. Por semanas eu fui ficando mais fraca enquanto minha essência era usada para dar a ele uma nova forma.

– Então você não passa de algo descartável. – Falei fria, a coragem surgindo não sei bem de onde.

– Brinque o quanto quiser, mas a meia noite o gigante irá acordar. Ele me oferecerá uma escolha, como fez da primeira vez, depois da primeira titanomaquia: casar com ele, ou ser consumida pela terra. E eu não posso me casar com ele. Nos todos vamos ser destruídos. E enquanto morremos, Gaia irá despertar.

– Não podemos explodi-lo? – Perguntei, pensando no dia em que explodi a prisão de Afrodite usando os sons.

– Sem mim, você não teria o poder necessário. Apenas me tirem daqui. – A deusa reclamou.

– Não pode sair sozinha? – Nico perguntou, inocente.

– Uma vez capturado, o poder de um deus e inútil. – Disse a ele. – Eu acho que deveríamos pensar em...

– Espere! – Leo interrompeu. - A forja e a pomba quebrarão a prisão. Piper, eu vou precisar da sua ajuda, mas tive uma idéia.

De repente o ar se tornou frio, fazendo tremores percorrem meu corpo e gelo cobrir as paredes da casa. Ventus entraram, mas não tinha a forma humana, pareciam mais com cavalos, com corpo de nuvens de tempestade. Um deles passou correndo por mim, me lançando contra a parede. Senti algo quente escorrer por meu pescoço e depois apaguei.

– Não, não, não. Isso não está certo. - Disse a voz de uma mulher, enquanto me puxava para mais junto dela. – Querida? Abra os olhos, estou ficando preocupada.

Por mais que tentasse, eu não conseguia abri-los, pareciam que eu estava tão fraca que até mesmo abrir os olhos me custaria a vida. Ouvia o crepitar de uma lareira não muito distante, aquilo me trazia a sensação de lar.

– Dói. – Reclamei. A mulher riu baixinho.

– Eu sei. – Falou enquanto afagava meus cabelos. – Mais eu vou cuidar de você. Estou tão orgulhosa de você, Helena, iluminada como todo o dia.- Ela riu e depois suspirou. – Desculpe, Lyra.

Senti o cheiro de louro e ouvi a fogueira crepitar ainda mais alto. Aquilo era como uma voz para mim, como se o louro na fogueira fosse um sussurro.

‘Ela está bem?’ Perguntou o sussurro feminino com aroma de louro na fogueira, eu podia sentir outra presença na sala, quem quer que fosse estava jogando louro na lareira.

– Vai ficar. Ela não é sua protegida, você não deveria a estar protegendo? Não prometeu isso a Apolo? – Protestou mulher que me segurava. - Estou decepcionada Lara.

‘E não se dá por contente pelo que fiz desde que ela foi separada de você? Eu a mantive no silêncio, longe dos olhares críticos dos deuses, longe da verdade’ O sussurro acusou.

– Manteve-a no silêncio? Essa é a obrigação da deusa do silêncio eterno, não é verdade?

A fogueira crepitou outra vez, o cheiro de louro me invadiu completamente, me deixando tonta.

‘Você e Apolo pediram ajuda a mim e eu fiz tudo o que pude, mas o mensageiro dos deuses sabe a verdade, ele sempre observou a menina, ela sempre chamou sua atenção. Talvez seja a hora de contar a ela, para que assim fique preparada, não era o que queriam? Que ela soubesse usar seus poderes para que assim pudesse tentar se defender? Detestaria ver minha pequena Lyra, a única semideusa sob a minha guarda, cair outra vez.’

A mulher que acariciava meus cabelos suspirou outra vez. Um suspiro derrotado e até desesperado.

– Talvez você tenha razão, mas não ainda... Não agora.

A fogueira crepitou pedindo silêncio, enquanto eu sentia uma mão fria tocar a minha.

‘Tome cuidado Lyra’ Ordenou. ‘Senhora, Lorde Apolo já sabe o que está fazendo. Deixe-a ir agora.’

A mulher cantarolava a canção que eu já conhecia, que me trazia conforto.

– Tem razão. Cuidado minha filha. – Ela beijou o alto de minha cabeça e eu despertei.

Acordei a tempo de ver uma estátua de gelo cair em minha frente. Era Thalia.

Bon soir, mis amis. – Disse uma voz fria.

Sentindo tudo girar, coloquei-me em pé, olhando diretamente para Quione. Ela sorria como se houvesse acabado de ganhar a maior das batalhas. E a julgar pelo estado dos outros, poderia se dizer que ela ganhou mesmo.

A espada de Jason estava quebrada, Leo e Piper estavam encurralados por Quione e muitos lobos, Nico lutava sozinho contra vários terrestres e aquilo me fez sentir muito mal, afinal, eu o trouxe comigo. E faltavam cinco minutos para a meia noite.

– O que... O que você fez? – Minha pergunta soou patética.

– Muitas coisas. Mas as caçadoras não estão mortas querida, não que você se importe, não é mesmo? Logo Porfírio se levantará e governaremos o mundo.

– TRAIDORA! – Berrou Hera. – Deusa de quinta categoria! Não é digna nem de limpar o chão que eu piso, quanto mais governar o mundo!

– Inútil como sempre rainha Hera.

– Você poderia ter nos matado em Quebec. - disse Jason. - Por que nos deixou viver?

– Complicaria os negócios matar vocês na casa do meu pai, mas eu tentei você se lembra? Teria sido adorável se ele tivesse concordado em transformar vocês em gelo. Mas, uma vez que ele lhes deu garantia de passagem segura, eu não podia desobedecer-lhe abertamente. Meu pai é um velho tolo. Ele vive com medo de Zeus e Éolo, mas ele ainda é poderoso. Em breve, quando meus novos mestres tiverem despertado, eu vou destituir Boreas e tomar o trono do Vento Norte, mas não agora. Além disso, sua missão era suicida.

Levei a mão até a parte de trás de meu pescoço e percebi que havia um corte ali. Ignorando a dor, continuei a ouvir Quione se vangloriar.

– Eu esperava que vocês fracassassem. – Admitiu. - Mas uma coisa ficou perfeita: Jason, seu sangue derramado nessa terra sagrada vai manchá-la por gerações. Seus irmãos semideuses ficarão indignados, especialmente quando encontrarem os corpos desses quatro do Acampamento Meio Sangue. Eles acreditarão que os gregos têm conspirado com os gigantes. Será... incrível.

As palavras de Sky sobre a existência de uma contraparte romana daquilo que conhecemos girou em minha mente. Ele tinha plena razão.

– Você vai colocar semideuses contra semideuses. – Falei baixinho, assustada com nunca antes, já imaginando uma enorme guerra.

Quione assentiu, sorrindo.

– E quando voltarmos aos lugares antigos, irei cobrir a acrópole de neve. Vamos destruir os deuses por suas raízes. – Falou.

A verdade se chocava contra mim em um tipo de explosão de intuição.

Não queime sua própria casa se você não quer morrer. – Minha voz não passou de um sussurro. – Minha casa. Destruir as raízes dos deuses, você refere-se à Grécia.

– Bravo! – Quione aplaudiu.

Apesar do frio, aquela afirmação vez meu sangue ferver.

Terminé le jeu, Quione.

Avancei para ela, pegando a adaga que levava presa a bainha.

– Mas o que está fazendo? De que lado você está? – Gritou a deusa.

– Eu sempre estive no mesmo lado, nunca mudei, apenas tive dúvidas.

Ela me olhou com raiva e senti que começava a congelar por dentro. ‘Vamos lá filha da luz e do calor, não vai ser o frio que vai te atrapalhar’ Pensei.

Senti o poder da benção de meu pai se manifestar em mim, largando a adaga, investi contra Quione apenas com as mãos, tentando evitar que ela congelasse tudo e todos. Leo se juntou a mim, juntos éramos calor e fogo contra a princesa do gelo.

Piper e Nico lutavam contra terrestres. Jason mantinha-se ocupado com os ventus.

– Olhem! – Quione gargalhou. – Acabou semideuses, Porfírio está se reerguendo!

Nessa hora, senti minha mochila pesar ainda mais. Aquilo me deu uma desesperada ideia.


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