-Ah! Que porra!.... o que foi?! -falei sonolento -Nossa! tive um son.. mas... qu. quem é você? - gritei de repente.

Agora sim parecia estar sonhando... ou então eu estava ficando louco... Mas.. se era loucura ou realidade eu ainda não sabia... e talvez.. nunca chegarei a descobrir.

Bem a minha frente, e olhando pra mim, estavam os olhos mais maravilhosos que podia existir, não pareciam olhos comuns! Eram olhos nos quais eu parecia ver a imensidão do tempo, como se neles estivessem a chave do mundo, olhos sábios, mas ao mesmo tempo eram ingênuos olhos azuis, nos quais eu podia ver a Terra, em seu resplendor, eu olhava-os, mas era como se ao mesmo tempo estivesse olhando um outro mundo completamente diferente.

Mas não foi somente nesses olhos que eu me detive, quando realmente vi, aquela mulher, é que eu me assustei, ela era branca, tão branca quanto as estrelas. E em seu rosto refletia a luz do lampião que ela carregara – lampião? Gente nós estamos no século XXI...quem é que usa lampião? - , ela estava vestida toda de preto, com uma capa preta, era como uma... "Rainha das trevas"...

- Venha! você congelará se continuar ai por muito mais tempo.. -ela tinha uma voz suave, doce, hipnotizante talvez... mas bela! A mais bela de todas.

Ela me ajudou a me levantar, estava muito frio, e somente agora eu conseguia sentir realmente isso. Eu a segui, -ela se movia levemente, como se fosse levada pelo vento, fazia pequenos ruídos, quase que imperceptíveis. -Nem ao menos perguntei-lhe seu nome, ou para onde estávamos indo, eu apenas a segui. Depois de algum tempo de caminhada, chegamos a uma caverna, ao pé da montanha, ao abrigarmo-nos do vento, o que realmente já era grande coisa, pensei em meus amigos.

- Err.. me desculpe, mas será que por acaso a senhora -isso é coisa que se fale? ela parecia uma boneca.. uma menina!!- não poderia me infor...-com um aceno dela eu me calei...

- Tenha calma Gerard, tudo se esclarecerá em seu devido tempo, mas se você quer tanto saber de seus amigos.... não... eu não os vi... e espero que não os tenham visto também...- ela continuava caminhando para o fundo da caverna como se procurasse algo.

Nossa, agora sim eu fiquei muito impressionado, eu nem mesmo cheguei a citar meus amigos, como ela sabe? Será que ela leu meus pensamentos? Porra... isso é impossível...

- Mas como sabe que eu ia perguntar sobre meus amigos? - eu disse incrédulo - Ah.. e como posso chamá-la?... Aliás, posso lhe chamar de você?

Nisso ela se virou, fiquei meio receoso por olhar aqueles olhos, mas agora ela me olhava profundamente.

- Que falta de educação minha! - ela disse em um tom de voz baixo e sério, e voltou as
costas para mim, continuando a caminhar - Sou Sophia, e me chame como preferir. Com a minha idade isso já não tem mais importância alguma. - naquele momento, não dei a mínima importância para o fato dela dizer sobre sua idade, e fiquei a observando.

Ela parou repentinamente, passou a mão rapidamente sobre a parede da caverna e com o toque, abriu-se uma porta um pouco mais ao fundo da caverna. Naquele instante eu tive certeza de que estava ficando louco.