Bad Boys Vs Bad Girls,inimigos?talvez Nã escrita por Nikkmoon


Capítulo 23
Cap22: Você não pode fugir da verdade


Notas iniciais do capítulo

He-he, demorei ne? GOMEEEN, por favor nao em matem. Sei que demorei muito mais do que o aceitável, mas fiquei muito desmotivada a escrever e a escrever principalmente essa fic. Entendam, eu adoro ele, adoro os comentarios que deixam, mas acho que ja faz tanto tempo que a escrevo que sei la, cansei. Quero termina-la logo, principalmente por estar chegando ao fim e postar uma nova fic. Enfim... O cap esta ai, espero que gostem.
Boa leitura.



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Cap22: Você não pode fugir da verdade



Segurava a sacola entre as mãos, havia perdido completamente a vontade de comer. A visita de sua mãe a abalara mais do que qualquer coisa. Nem os dedos frios de Neji lhe tocando a face conseguiram ser mais impactantes. Há anos Tenten fazia sempre a mesma coisa; ia parar no hospital na esperança que sua mãe viesse visitá-la, mas ela nunca vinha. Tomoko sempre mandava sua secretaria, ou qualquer outro funcionário de sua empresa visitar sua filha no hospital, lhe trazendo doces, mas os azedando em seguida lhes dizendo que sua mãe não pode vir por causa de reuniões ou viagens. Mas justo dessa vez ela decidiu aparecer, justo quando ela estava tão próxima de Neji, justo quando ele estava no quarto ouvindo e vendo tudo. 

Por mais que tentasse pensar em outra coisa, simplesmente não conseguia. Lembrava dos lábios finos de Neji, e tentava imaginar se eram tão frios quantos seus dedos, mas segundos depois sua mente era refém de sua mãe. “Ela veio apenas cumprir mais uma obrigação...”Apertou com força a embalagem do fast-food contra o corpo, não queria mais sofrer pela falta de sua mãe e não queria mais pensar em Neji, afinal, odiava-o.

Houve uma batida sutil na porta, a mesma se abriu logo em seguida, fazendo Tenten se endireitar na cama e guardar a sacola com o lanche em baixo da mesma. Adentraram no quarto de hospital três garotas apreensivas, mas aliviadas por verem a amiga. Hinata era a mais desesperada, passou na frente de Sakura e Ino, e se jogou em cima de Tenten abraçando-a com todo o carinho.

Hinata: Você esta bem? Está? Eu fiquei tão preocupada – disse eufórica, abraçando com mais força a amiga que parecia espantada com tamanha preocupação.

Tenten: Eu estou bem sim, Hina... Não se preocupe – forçou um sorriso para a garota.

A Hyuuga soltou-lhe do abraço, tinha os olhos repletos de lagrimas, mas que se mantinham felizes por ver a amiga bem.

Sakura: Nós ficamos preocupadas, todo ano você acaba parando no hospital... O que aconteceu dessa vez? – sentou-se na beirada da cama, queria parecer rude com amiga, mas não conseguiu conter um sorriso por vê-la. 

Tenten: Eu estava correndo de moto e acabei batendo em um carro, só isso.

Ino: Só isso, mas ficou em coma por três dias...

Tenten: Veio aqui ver como estou ou ficar me repreendendo, hein Ino?

Hinata: É Ino, deixe-a!! O importante é que a Ten-chan esta bem – sorriu mais uma vez para Tenten – Trouxemos comida para você – entregou-lhe uma sacola repleta de doces, pães e mais incontáveis guloseimas das quais Tenten nem se deu ao trabalho de abrir a sacola para conferir.

Ino: Mas ela bateu a moto? Ela nunca nem caiu da moto! – levantou o tom de voz indignada, sabia o quão bem a amiga manobrava a moto, e aquela historia que simplesmente bateu em um carro não fazia o menor sentido para ela.

Sakura: A Ino tem razão... Como aconteceu? – fitou Tenten diretamente nos olhos.

De repente Tenten se interessou pela sacola que Hinata havia lhe entregado, e começou a vasculhá-la, apenas para não ter de olhar para as amigas enquanto falava.

Tenten: No dia do baile... Neji e eu apostamos uma corrida de moto, eu estava ganhando... Acho que furei um sinal e do resto não lembro – pegou um pão doce na sacola e o colocou na boca, sem olhar um só momento para nenhuma das amigas.

Hinata: V-você e o meu primo? – a garota não sabia o que mais lhe espantava, o fato de Tenten ter sofrido um acidente de moto ou chamar Neji pelo nome – Por isso que não o vi esses dias no colégio... Ele também se machucou?

Tenten: Não, não. Aquele desgraçado não sofreu nada – continuava de cabeça baixa, segurando o pão doce.

Ino: Então ele ficou aqui com você? – olhou a amiga de forma maliciosa, aproximando-se da cama de hospital.

Pode-se ouvir Tenten engolindo o pedaço de pão, que parecia rasgar sua garganta como navalhas. A pergunta indiscreta de Ino que mais soava como afirmação, vez Sakura olhá-la da forma mais repreensiva possível. A loira apenas deu de ombros, como se não fosse nada demais.

Hinata: Tenten... Nós vimos o carro da sua mãe, ela veio aqui? – olhou a garota nos olhos, ela finalmente erguera a cabeça.

Tenten: Venho, mas um minuto depois foi embora por que recebeu uma ligação para provavelmente ir resolver algo mais importante – o desdém em sua voz era pesado, cheio de magoa, angustia, dor – Nem sei porque ela veio... Por falar em vir... Aonde esta a Temari? 

O suspiro pesado de Ino foi o único som emitido pelas três visitantes. Sabiam que Tenten não gostava de falar da mãe, lhe machucava e fazia de tudo para fugir do assunto. Mas ela tinha de tocar justo no assunto Temari? Temari e Tenten haviam sumido naquele maldito baile, e quando finalmente tiveram noticias de Tenten souberam que estava em um hospital, mas de Temari... Nada sabiam ainda. Se Tenten havia parado em um hospital, nem podiam e nem queriam imaginar onde a Sabaku poderia estar.

Tenten: O que foi? A Tsunade deixou vocês virem, mas não deixou a Tema? Ela deixou vocês virem, não foi? Ou vocês pularam o murro para me ver? – sorriu tentando fazer uma piada, mas seu sorriso foi se desmanchando quando não recebeu nenhum outro em troca – Por que a Temari não esta aqui? O que aconteceu? – aumentou o tom de voz, quase gritando e se levantando da cama.

Sakura: Nós gostaríamos de saber também...

Tenten: Como assim? – fitou os olhos verdes de Sakura, procurando por algo, desviou seu olhar para Ino e depois para Hinata, ambas estavam cabisbaixa – O que houve?


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Era fim de tarde, pouco faltava para o anoitecer, quando o Nissan azul ocupou novamente sua vaga no estacionamento do internato. Apenas a porta do motorista se abriu, Gaara voltara sozinho. Ele não gostara da decisão da irmã de voltar apenas no dia seguinte, sozinha. Mas preferiu deixá-la escolher, se era o que queria, então que fizesse, pois não discutira com ela por algo tão banal depois de tudo.

Passara a tarde toda com Temari, nunca imaginara que um dia isso pudesse acontecer, e acabou sendo a experiência mais surpreendente de toda a sua vida. Conversaram sobre coisas que jamais pensou que um dia pudessem falar, descobrir coisas em comum que pensavam que não existiam; se re-descobriram como irmãos. Claro, não agiriam como tais do dia pra noite, mas haviam re-encontrado o afeto que sentiam um pelo outro, afeto que nunca havia sido perdido, que apenas estava muito bem escondido em cada um.

Conversaram sobre praticamente tudo durante aquela tarde juntos, inclusive sobre os últimos acontecimentos que fizeram Temari sumir e Gaara ir atrás dela. A conversa que tiveram foi reveladora e pesada. Toda vez que Gaara falava de Shikamaru, ou ela mesma mencionava o seu nome, a expressão e o tom de voz de Temari mudavam indo desde raiva, desdém, ira ate angustia, tristeza e um quase pranto. As revelações, a confusão de sentimentos e o fato de Temari ter desabafado com ele, fizeram Gaara ter uma nova percepção. Uma percepção menos distorcida, mas abrangente diante dos fatos. E um fato era que as coisas não melhorariam do dia pra noite, que ele precisava agir como fizera com Temari. Como? Não sabia ainda.

Gaara: Tenho que ser menos covarde, mais ousado...

Estava parado frente ao dormitório feminino, precisava falar com Ino, queria falar com ela. Talvez fosse por ali que devesse começar. Era por ali que precisava começar. Sentiu um desconforto no estomago, uma espécie de falta de ar, estava travado. Cerrou os punhos, não iria conseguir. Saiu então andando em direção ao dormitório masculino, faria aquilo amanhã quando Temari já tivesse regressado, agora, ele precisava fazer algo que ela não deveria saber.

Adentrou no quarto e encontrou a mesma cena de quando saira: Shikamaru deitado em sua cama e Naruto sentado na outra, desolados e abatidos. Sasuke? Nem notou se o moreno estava ou não no cômodo, e nem lhe interessava que estivesse. Apenas caminhou a passos firmes ate a cama de Shikamaru, e fez o impensável. Gaara o segurou pela gola da camisa, erguendo-o da cama para logo em seguida desferir um soco em seu maxilar. O som do osso de Shikamaru sendo trincado e o barulho que fizera quando atingiu o chão, chamaram a atenção de Naruto que ao presenciar tudo se levantou em um salto e tentou segurar Gaara.

Naruto: Por que você fez isso Gaara, ta louco? – tentou segurá-lo por trás, prendendo seus braços e tentando afastá-lo de Shikamaru, que ainda estava no chão tentando se levantar e entender o que havia acontecido.

Gaara: Me solta, Naruto!! – arqueou seu corpo para frente em uma tentativa inútil de se livrar do Uzumaki. 

Socar Shikamaru não era o que Gaara planejara, não era a nova percepção e perspectiva que tinha criado. Havia agido apenas por instinto, como por muito tempo havia feito. Simplesmente não conseguiu se controlar, quando viu Shikamaru milhares de coisas passaram pela sua cabeça, mas o ato mais imprudente foi cometido. Inconscientemente Gaara desejava aquilo, inconscientemente achava que Shikamaru merecia o murro e muito mais. E fora o inconsciente de Gaara que socara o amigo, fora seu inconsciente de anos atrás, revoltado que agia por extinto que se manifestara. Você só precisa de uma faísca para ter um incêndio, mas a faísca fora grande demais quase uma labareda, e seria difícil conter as chamas e apagar o incêndio. 

Naruto: Cara o que aconteceu? Enlouqueceu de vez? – segurou o garoto com mais força, mesmo que ele não tentasse mais se mover, apenas respirando pesadamente e mantendo o olhar fixo no corpo ainda no chão.

O Nara ainda estava desnorteado, há alguns segundos atrás estava deitado em sua cama pensando no que fazer. Agora, estava no chão, com a boca ensaguentada e tentando compreender o que havia acontecido nos últimos segundos. Levantou-se devagar, o maxilar doía e o gosto de sangue invadia a sua boca, era doloroso ate mexer a boca para cuspir o sangue.

Naruto: Você ta legal, Shikamaru? – perguntou preocupado, vendo o amigo ainda cabisbaixo.

O garoto balançou a cabeça de forma positiva, erguendo-a pouco depois para fitar nos olhos o ruivo que ainda estava sendo coibido pelo Uzumaki. Ele tentou compreender o ultimo acontecimento, tentou compreender o porque daquele soco... Gaara havia passado o dia fora, não se dera ao trabalho de avisar a ninguém, apenas saiu, e voltara horas depois e lhe batera sem mais nem menos. Ou talvez tivesse muito mais do que Shikamaru pudesse enxergar, mas ele não precisou mais do que alguns segundos para perceber.

Shikamaru: Você encontrou ela... Você falou com ela, não foi? – quase berrou encarando o garoto, que ainda respirava pesadamente – O que ela disse? AONDE ELA ESTÁ? 

Naruto: Calma Shikamaru!! – pediu quase implorando, receoso que os dois pudessem começar a trocar socos.

Gaara: Não é da sua conta... Só fica longe dela – soltou-se dos braços do Uzumaki e foi ate o banheiro, batendo a porta com força.

O loiro estava desnorteado com o que havia acontecido... As coisas continuariam assim daqui pra frente? Ou ficariam ainda piores? Já não bastava tudo que tinha que enfrentar fora das paredes do dormitório, agora começariam a brigar entre si? Era frustrante demais aceitar essa possibilidade.

Decidiu-se por ignorar todas essas chances e foi ate o amparo do amigo, ajudando-o a se sentar na cama. A boca de Shikamaru ainda estava suja, seu sangue já avisa pingado no chão e penetrando o assoalho. Era possível sentir a dor que emanava do Nara, e a ira que atravessava a porta do banheiro e espalhava-se por todo o cômodo.

Naruto: Você ta bem? Foi um soco bem forte... – fitou o lábio cortado do amigo, um corte razoavelmente grande, mas que era ainda pior sento levado em consideração quem o havia feito.

O garoto nada respondeu, apenas jogou a cabeça para trás e fixou seu olhar no teto acima de si. Era como se o soco de Gaara tivesse abalado ainda mais sua estrutura. “Só fica longe dela”. Ele realmente havia falado com ela... E ela deveria estar péssima... Tão mal a ponto do irmão, que nunca moveu uma agulha por ela, vir lhe socar a face. “Eu acabei com ela... E agora, quem está acabado sou eu”

Naruto: Shikamaru – chamou por ele mais uma vez – Shikamaru... Tudo isso aqui foi por causa da irmã do Gaara... A Temari?

Shikamaru: Foi por tudo Naruto – continuou fitando o teto, não queria olhar nos olhos dele.

Naruto: Você realmente gosta dela não é? Mas o que exatamente aconteceu? – para o Uzumaki era difícil assimilar tudo, eram coisas demais acontecendo. 

Shikamaru: Eu fui um idiota, é isso...

Naruto: Ficar se culpando não vai resolver as coisas – finalmente havia conseguido fazer o amigo olhar para ele – Todos nós, sem exceção, saímos machucados de alguma forma com tudo isso... Mas já chega de ficarmos sentados lamentando isso – deu um meio sorriso ao amigo e saiu do quarto.

O Nara sabia disso tudo, mas mesmo tento consciência das coisas as vezes precisamos de alguém que nos mostre o que é obvio. Ele sabia que precisava fazer, mas não sabia como ou se daria certo. Mas ele precisa... Precisava acabar com dor, precisava dela.


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Passaram pelos portões do colégio piores do que quando saíram. Se antes estavam preocupadas com o estado de Tenten, agora tinham medo do que ela poderia fazer depois do que soube o que havia acontecido com Temari. A morena era super protetora com as outras quatro, e se algo viesse a lhes acontecer, ela daria um jeito de ajudar. E elas temiam que no meio da noite Tenten fugisse do hospital seminua, correndo pela cidade atrás de Temari. Queriam passar a noite no quarto com a garota, mas Sarah não permitiu, pois o estado de Tenten já havia melhorado e logo receberia alta.

Ino: Vocês acham que ela vai fazer alguma coisa? – disse apreensiva, enquanto atravessavam o jardim.

Sakura: Não sei, da Tenten podemos esperar tudo, mas... Ela estava estranha, ver Tomoko sempre deixa ela assim.

Hinata: Mas se ela saísse quem sabe encontrasse a Tema-chan... – o silencio se fizera entre elas, agora a culpa pairava em cima da cabeça das três. Estavam preocupadas com a amiga, mas nada tinham feito para tentar encontrá-la, estavam perdidas e machucadas demais com seus próprios dramas e problemas – Só espero que ela esteja bem... – sussurrou. 

Sakura: Eu também... – parou frente ao prédio do dormitório feminino – Mas é melhor irmos dormir.

Hinata: Eu estou com sede, vou beber alguma coisa... Vocês querer algo do refeitório?

Ino: Ah eu quero, me trás um pedaço de bolo, aqueles doci... – foi interrompida de continuar por Sakura, que já a puxava para dentro do prédio, enquanto ela contava nos dedos o que queria para comer.

Sakura: Trás qualquer coisa Hina – entrou na ala dos dormitórios femininos, ainda empurrando Ino que gritava os nomes dos doces que queria.

A Hyuuga sorriu, só Ino para fazê-las rir justo no momento em que as coisas estavam mais difíceis. Mas logo o sorriso sumiu, quando deu as costas para o prédio do dormitório e foi em direção aos fundos da escola. Adentrou no refeitório com uma expressão vazia, havia dito que precisava beber algo apenas para ter um momento de solidão. Estava abalada demais com tudo que estava acontecendo, era a mais sensível e frágil; não aguentava tudo acontecendo ao mesmo tempo. Todas estavam sofrendo e ela conseguia sentir a dor de cada uma em si, alem de sua própria. Aquilo estava a enlouquecendo.

Andou quase rastejando ate uma mesa, aonde sentou-se e se pois a chorar. Estava cansada, exausta de tudo. A cabeça doía, mas não tanto quanto o coração. Levantou-se limpando as lagrimas, mas de nada adiantou, pois mais vieram a molharem seu rosto. Dirigiu-se ate um balcão onde ficavam algumas guloseimas, seria melhor voltar logo para o quarto e levar o que Ino pedira. Ao lado dos pedaços de bolo, meio escondida entre alguns guardanapos, havia uma faca que algum responsável pelo refeitório tinha esquecido ali. Inconscientemente apegou-a e ficou observando o fio da faca sob a luz branca das lâmpadas. Era fraca o suficiente para se render aquilo, era fraca demais para não conseguir aguentar mais. Brincou com a faca entre os dedos pálidos e trêmulos, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa o objeto afiado lhe foi tirado bruscamente das mãos.

Naruto: O que você estavam pensado que ia fazer com isso? – fitou-a furioso, com o objeto em suas mãos podia ver o quão afiado estava.

Hinata: Sa-sai daqui! – tentou gritar, mas sua voz não saia mais do que um sussurro. 

Naruto: Hinata... – murmurou seu nome e a viu abaixar a cabeça, mas ele sabia que antes ela estava a chorar, por sua causa talvez, mas conseguiu impedi-la de fazer uma besteira – Eu queria falar com você...

Hinata: Mas eu já di-disse que não quero ouvir – murmurou ainda cabisbaixa, não queria que visse seu rosto vermelho causado pelo pranto de alguns minutos atrás.

O Uzumaki largou a faca em cima do balcão e se aproximou mais da garota. A Hyuuga estava frágil, abatida, completamente desolada e ele nunca desejou vê-la assim, tudo que mais queria era tocá-la novamente e foi o que fez. Sem dizer mais nada ou insistir em desculpas que ela não queria ouvir, ele a abraçou calorosamente. A surpresa da garota não a permitir esboçar sentimento. Não o empurrou. Não retribuiu o abraço, apenas ficou lá parada, sentindo a respiração dele em seu pescoço. Ela não sabia bem o que desejava fazer com a tal faca, mas ele a impedira, talvez para não se sentir culpado se alguma besteira viesse a acontecer.

Ainda sentia a respiração em seu pescoço e o calor do corpo dele. Sentia falta do Uzumaki, sentia falta do modo que ele a fazia sorrir. Ouvi-lo murmurar um “desculpa” perto de seu ouvido. Hinata queria acreditar, mas não conseguia. Encostou as mãos frias no peito dele e o empurrou devagar, ele não resistiu e a desvencilhou de seu braços. Quando se libertou do abraço, pode ver os olhos azuis repletos de lagrimas, lhe deu as costas devagar e caminhou em direção a saída, não conseguiria vê-lo chorar.

Naruto: Hinata... Te amo... – sussurrou ao vê-la sair, sussurrou alto o suficiente para que ela ouvi-se e parasse por um instante e voltasse a caminhar.

Se antes o coração de Hinata doía, agora estava destroçado. Queria voltar correndo e se aconchegar nos braços do loiro, mas não podia acreditar... porque? Ela não sabia responder, apenas não deveria. Seguiu seu caminho esquecendo-se de tudo que deveria ter feito no refeitório, e com a esperança de se esquecer dele também. Mas ele ainda tinha esperança de te tê-la de volta.



*



O sinal para o inicio das aulas da manhã tocou alto, estridente e irritante como sempre. Os alunos dirigiam-se cada qual para suas salas, sem nenhum animo ou vontade de ver a cara de seus simpáticos professores. No terceiro ano a aula que se iniciaria no primeiro período era de Asuma, nada demais se não fosse pela volta de uma aluna sumida há alguns dias. No fundo da sala, fora de seu lugar habitual, estava Temari. A loira estava de cara fechada, com o livro aberto fingia ler alguma coisa enquanto seus colegas de classe adentrada um por vez na sala. Ao entrarem e verem a amiga que tanto lhes preocupar com seu desaparecimento, Hinata, Sakura e Ino correram para o fundo da sala sem darem ouvidos para o Asuma mal-humorado que pedia-lhes para se sentarem.

Hinata: Tema-chan! – abraçou a amiga da maneira que conseguiu diante ao desespero e alivio de vê-la novamente.

Sakura: O que aconteceu? Ficamos tão preocupas.

A loira nada respondeu, nem fez muita questão de olhá-las. Hinata a sufocava em seu abraço cheio de carinho e preocupação, mas ela não retribuía.

Ino: Você deu um susto na gente, loira! Já estávamos achando que tinha acontecido algo com você. – debruçou-se sobre a mesa da garota, que já se via livre do abraço sufocante de Hinata.

Temari: E o que acharam que eu poderia ter feito? – levantou a cabeça para olhar as amigas, e viu por cima do ombro da garota debruçada em sua mesa o irmão entrando na sala. Deu um meio sorriso ao garoto, que retribuiu com um singelo aceno. Ela matéria o meio sorriso se não tivesse visto em seguida o Nara, e como uma faísca que se acende por um milésimo de segundos e paga-se, ela voltou a sua expressão vazia.

Sakura: Você saiu correndo aquela noite e não pareceu mais, ficamos preocupadas... Tem que nós contar o que aconteceu... – uma tosse forçada ao fundo vez que rosada se calar.

Asuma: Se as garotas tiverem a bondade de sentar-se, posso começar a aula – resmungou impaciente, enquanto as três que antes restavam de pé, sentavam-se.

A aula então teve inicio. Enquanto Asuma preenchia o quadro com formulas e números, alguns poucos prestavam atenção e outros muitos distraiam-se com qualquer coisa que parecesse mais interessante. Shikamaru não fazia parte de nenhum desses grupos. O garoto não desviava o olhar, os olhos castanhos fixos do outro lado da sala. Ela voltara e provavelmente não queria falar com ele. Em sua cabeça milhões de possíveis diálogos foram planejados, mas nenhum parecia bom o suficiente ou que a fizesse acreditar nele. A Sabaku era complicada demais, a situação ainda mais e ele não sabia como agir. Ela deveria estar ali, atrás dele o cutucando com um lápis afiado como sempre fazia, mas a cadeira atrás de si estava vazia... Assim como todo o restante de sua alma.



---



Estava exausta, passara a manha toda refazendo exames. Fora carregada em uma cadeira de rodas por todo o hospital, não que precisasse de uma, consegue se mexer e andar normalmente, mas Sarah e as demais enfermeiras preferiam assim. Não aguentava mais ver as paredes brancas, o piso branco, os lençóis brancos, os uniformes brancos, estava fadigada de tanto branco e enjoada da comida sem gosto que as enfermeiras tanto queriam lhe enfiar goela abaixo. Estava com raiva daquele quarto de hospital, e ficar trancafiada ali só lhe dava mais tempo para pensar em suas suspeitas e deixá-la ainda mais confusa diante seus sentimentos.

A porta do quarto se abriu, sem nem ao menos um aviso a enfermeira entrou trazendo-lhe o almoço, uma poção bem grande de algo indigesto e sem gosto.

Tenten: Tenho mesmo que comer isso? – fez uma careta ao ver a mulher colocar a bandeja sobre seu colo.

Enfermeira: Tem sim, Senhorita Mitsashi – sorriu simpática e se retirou em seguida.

Ainda resmungando a morena pegou a colher e começou a fazer círculos no prato, os redemoinhos formados na possível sopa a deixavam ainda mais entediada e enjoada. Quando finalmente ia levar uma colherada do liquido amarelado a boca, houve uma batida sutil na porta e a mesma se abriu, mas dessa vez não era uma enfermeira.

Neji: Você não vai querer comer isso ai, não é? Trouxe uma cois... – antes que tivesse tempo de terminar de falar, um prato de sopa lhe foi arremessado na cara.

Tenten: Sai daqui Hyuuga!! – gritou histérica, pronta para jogar o restante da bandeja no garoto.

Neji: Ta louca garota? – berrou assustado, o rosto vermelho e fumegante por causa do liquido quente que fora jogado contra si.

Tenten: Você mereceu pelo que fez! – gritou, sem soltar a bandeja.

Neji: Que eu fiz...?! – calou-se. O semblante furioso foi se desfazendo gradativamente conforme ia se lembrando do que havia acontecido. As outras garotas tinham vindo visitar Tenten no dia anterior, e a essa altura ela já sabia de tudo que estava acontecendo – Mas culpa não foi só minha.

Tenten: Claro que não, foi dos seus amiguinhos também – bufou, quase levantando da cama para poder espancá-lo com a bandeja.

Ele nada mais disse, apenas respirou fundo e lançou perto da cama da furiosa Mitsashi o pacote, agora molhado, que trazia. 

Neji: Você gostou tanto da outra vez, que decidi trazer mais – fitou-a nos orbes chocolate que já não estavam tão furiosos quanto antes. Completamente molhado deu meia volta e saiu do quarto da garota, encontrando no corredor duas enfermeiras desesperadas para saber o que eram os gritos que tinham ouvido.

Enfermeira: O que aconteceu aqui? A Senhorita esta bem? – a mesma enfermeira de antes chegou bufando acompanhada de uma colega, parando diante a porta que antes fora branca, mas que agora estava manchada de amarelo.

Tenten: Não aconteceu nada – disse quase em um sussurro, deixando a bandeja na ponta da cama e baixando-se para pegar o pacote.

As enfermeiras fitaram-lhe atordoadas, sem saber o que aconteceu e sem a garota lhes dizer mais nenhuma palavra, restava-lhes apenas chamar alguém para limpar a sujeira.

Dentro do pacote, um pouco mais molhado tinha o mesmo lanche de fast food que Neji tinha lhe trazido no dia anterior. O Hyuuga tinha saído do colégio no horário do almoço, provavelmente fugido, para lhe trazer comida no hospital, mas isso não mudaria nada...



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Suspirou. Não imaginava que tanta coisa tivesse acontecido no tempo que esteve fora. Temari estava caminhando pelo jardim, tivera há poucos minutos atrás uma longa conversa com as amigas. Lhe foi contado o que aconteceu com Tenten e com as outras, ela contou sua própria versão da historia e, depois de muito tempo as amigas compartilharam sentimos. Fora uma conversa longa e difícil, principalmente depois que Hinata se pois a chorar, mas de certa forma foi bom para todas, eram amigas e haviam se distanciado e precisavam daquela conversa.

E agora, ela estava ali sozinha novamente, sentada na grama e protegida pela sombra da grande arvore que tantas vezes lhe foi útil quando queria ler um livro, mas dificilmente ficava sozinha ali... Ele sempre estava lá, cercando-a, rodeando, observando seus movimentos... Como fizera o dia todo. Durante todo aquele dia Shikamaru não tirara os olhos de cima de si, ela sabia disso, sentia os orbes castanhos a fitarem de longe. Mas por nenhum momento se deixou mostrar importar, por nenhum momento o olhara de volta, não queria nem por mais um momento ouvir sua voz ou ver sua cara de culpado.

Temari: Imbecil... – resmungou baixinho, enquanto as mãos arrancavam um punhado de grama do solo fofo.

Ela voltara aquela arvore pois sentia-se bem ali, gostava do cheiro da grama e do carinho do vendo que sempre soprava brando. Mas voltar aquele local apenas lhe trouxe as lembras das inúmeras tardes que passara com o Nara. Desferiu um soco no solo, tentando passar para ele sua raiva e frustração, mas de nada adiantou. Fechou os olhos e sentiu o vendo acariciar-lhe a face, estava tão absorta que sentiu o cheiro do perfume do Nara, sentiu raiva de si mesma ao chegar ao ponto de recordar seu cheiro, mas não era sua imaginação. Abriu os olhos e o viu parada a sua frente, o vento que soprava calma arrastava ate suas narinas o cheiro suava dele.

Shikamaru: Temari... Precisamos conversar... – disse baixo, numa voz chorosa que combinava com o restante de sua expressão.

Temari: Não temos nada para conversar – respondeu fria, desviando o olhar.

Shikamaru: Eu sinto muito... – foi tudo que conseguiu balbuciar, de tudo que havia pensado em dizer essas foram as únicas palavras que saíram.

Temari: Senti muito pelo que? Por não ter ganhado a aposta? Por eu ter ouvido sua conversinha? Ou por ser um imbecil? – fitou nos olhos com todo o desdém que podia nutrir.

Shikamaru: Por tudo... Eu não queria te ver sofrer...

Temari: Quem esta sofrendo aqui? – elevou o tom de voz, mentindo em alto e bom som – Você não foi o primeiro a me enganar, mas será o ultimo. 

Shikamaru: Quem foi?

Temari: Pra que quer saber? Pra encontrar com ele e beberem juntos, comemorando por terem me feito de besta novamente?

O garoto se calou, nada do que dissera ajudou, muito pelo contrario. Sua mente trava quando chegava perto dela e nada mais saia como planejado, e o que ela acabara de dizer fora apenas mais uma facada contra si. Sentiu o rosto ser molhado pelas lagrimas, era inútil.

Temari: Ainda por cima chora – se pos de pé na frente dele – Se um dia eu cheguei a sentir por você qualquer coisa alem de desdém, me arrependo profundamente – tentou iludir a si mesmas com tais palavras, cuspido-as com desprezo no cara de Shikamaru para depois sair dali a passos firmes, mostrando-se forte, antes que desabasse na frente dele.

Ele engoliu cada palavra a seco, queimando-o por dentro. Olhou a arvore a sua frente e lembrou-se dos momentos que passou junto de Temari ali... Mais algumas lagrimas escorreram por sua face ate atingirem o solo. Alguém mais alem dele havia a feito sofrer, ele já estava pagando pelo que tinha acontecido, mas o outro também pagaria. Limpou as lagrimas com os mãos, ele não desistiria ate ela ouvir tudo que ele tinha para dizer.




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Notas finais do capítulo

Yoo, minna!!
Desculpem pela demora absurda e pelo cap curtinho e mal escrito, ele era apenas uma ponte para as coisas importantes que vão acontecer no próximo e não deveria ter demorado tanto. Espero que não tenham abandonado a fic, pois ela esta chegando ao seu clímax no proximo cap, e muitas coisas estão pra acontecer.
No próximo capitulo de Bad Boys Vs. Bad Girls, inimigos talvez não...
Tenten finalmente sai do hospital e decide ir atrás de suas suspeitas, remexendo em seu passado acaba descobrindo coisas que nunca deveriam ter sido ditas. Pra saber mais, só no próximo 23° cap: Poço de mentiras.