Valentines Day escrita por BelBloom


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e comentem ;)



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Já é a quarta vez que o barulho do telefone não pára de insistir. Então decido sair de baixo do meu edredom e conseqüentemente sair da minha cama que está me dando um grande apoio, para atender a bendita pessoa que está me tirando à força do meu estado de fossa.

Mas, eu só me levanto mesmo para falar pra Alice — que certamente é ela ligando — que eu estou bem, que não precisa de nenhuma preocupação, que não precisa trazer nada para mim e que até sairia — desculpa para não atender nenhum outro telefonema.

Pego o aparelho e espero um segundo para recompor minha voz natural para dizer:
— Eu estou bem.

Eu sei que está. — a voz sínica e inconfundível de Edward mostra que não era Alice, que eu ainda iria atender outro telefonema — que seria dela — e que eu precisaria mais de um simples exercício para me acalmar.

— O que você quer? — pergunto demonstrando minha raiva e posso ver seu sorriso crescer quando ficou dois segundos calado.

Bella, eu quero saber se você quer casar comigo. — sua voz soou séria e preciso respirar fundo para não desligar o telefone depois de mandar ele para alguns lugares. — Já estou sabendo o que Jakezinho fez.

— Eu vou matar a Alice! — exclamo realmente furiosa e me sento no meu sofá.

Não foi ela quem me contou. Todos do set já sabem, quer dizer, o mundo. — solta uma risada e eu sei que não sairá dali pior do que eu já havia ouvido. — TMZ divulgou algumas fotos, e até tem filmagem.

Aquilo é o fim. E sim, é a pior coisa que eu poderia ter escutado nesse dia, e em qualquer outro dia. Deixo o telefone e volto para o meu quarto

Eu quero chorar — muito — sozinha, sem ninguém para me atrapalhar.
Eu quero chorar — mesmo — para tentar me livrar de tudo o que eu estava sentindo.
Eu quero chorar — muito mesmo — para esquecer aquela cena.
Eu quero chorar — horrores — para tentar esquecer que o TMZ havia filmado e divulgado.

E só ali, no meu quarto, com a porta fechada, com o ar condicionado ligado, com meu edredom que cobria quase uma família inteira com quatro filhos e sem nenhum som, sem nada para me tirar a atenção, eu posso chorar.

E começo. Admito que pareço uma criança pedindo colo, admito também que eu estou querendo imensamente o colo da minha mãe que iria contar várias histórias de seus ex-namorados, admito que eu quero comer um balde de galinhas fritas e outro de sorvete.

— Que vida injusta. — murmuro soltando mais algumas lágrimas, e ouço uma música melancólica.

Tiro minha cabeça de baixo do edredom e olho para a mesinha de canto do meu quarto, de onde vem a música, tinha me esquecido de desligar meu celular.

Contra minha vontade saio mais uma vez do meu lugar preferido no momento. Ando (lê-se: arrasto-me) até pegar meu celular e vejo no visor um número desconhecido. Mesmo não querendo atendo a ligação.

Tudo bem, eu posso ter sido péssimo, mas... Abre essa porta! — Edward exclama nervoso e penso que ele está adivinhado como eu estou.

— Eu estou dormindo. — minto tentando inventar uma desculpa pela minha voz embargada. — E o ar vai sair se eu abrir a porta. — falo soando já normal.

Não a porta do seu quarto. A principal. — Ele responde parecendo cansado, e resolvo obedecê-lo.

Não que eu freqüentemente eu fizesse isso, mas a voz dele diz além de suas palavras, que eu devo abrir mesmo a porta. Mesmo achando que seria uma palhaçada que estaria me esperando, ou talvez...

— Não, ele não chamaria a equipe do People. — falo para mim mesma tomando coragem de virar a chave para abrir a porta.

Um sorriso pequeno — pequeno mesmo — escapa de meus lábios quando o vi com duas sacolas de mercado em uma mão, e na outra mão uma rosa e um Bob Esponja de pelúcia, o meu Bob Esponja de pelúcia.

— Eu sabia que você tinha roubado ele! — exclamo apontando para o Bob.

— Ele é meu confidente, ele me entende, eu tinha que pegá-lo para mim. — ele diz o apertando.

— Por isso que trouxe? Pra eu poder me confidenciar com ele? — pergunto totalmente esquecida de alguns minutos atrás quando eu chorava como uma louca.

— Com ele não, comigo. — ele responde dando um sorriso e entra me forçando dar dois passos para o lado. — Trouxe DVDs, comida, meu amigão aqui e isso. — me entrega a rosa e dou um sorriso mesmo sem querer. — Não se preocupe, eu catei do jardim do seu prédio. — ele diz dando de ombros, e eu sei que era mentira.

Mas, não falo nada porque eu estou sofrendo ainda pelo meu namorado, quer dizer, ex.

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Por muito implicar e até me desafiar, Edward entra no meu quarto para ver o que já tinha adivinhado.

Pelo seu jeito de olhar e encarar eu sei que minha situação está bastante crítica, mas não é para tanto, eu penso, e até decido encarar o meu quarto com o olhar dele, e está...

— Meu Deus! — exclamo surpresa. — Meu quarto está horrível! Eu devo estar... — paro de falar quando ele vira para mim e solta uma risada.

Eu devo estar como ou pior que o meu quarto, e só por isso, eu corro para o meu banheiro para me ver no espelho, e constato o pior: eu estou mil vezes pior que o meu quarto.

Minha maquiagem que Sue — cabeleireira e maquiadora do elenco Details of the Life a série que eu protagonizo ao lado de Edward — havia feito no dia anterior está borrada (lê-se: desgovernada), meu cabelo está embaraçado e até com alguns nós, meus olhos estão fundos e inchados, e com certeza eu estou com mau hálito.

— Eu sei que você não pretende passar o dia todo por aqui, mas, você pode me esperar tomar um banho? — pergunto tentando não demonstrar minha dependência por ele, quer dizer, por alguém.

— Claro, não tem problema. — ele responde jogando uma roupa para mim. — Estou na cozinha! — exclama já fora do meu quarto.

Tiro aquela roupa estranha que eu havia colocado na noite anterior e entro no box sem pensar muito. Eu preciso de um banho, um belo banho, e rápido.

Ainda mais porque Edward está ali, há poucos metros de mim.

— Por que ele veio? — me pergunto tentando achar uma resposta.

Não que eu não gostasse de ficar com ele, mas... É meio estranho ver meu ex-namorado — quase noivo — me dando apoio, naquele momento, que eu só falo em como eu e Jacob poderíamos ser um belo casal de velhinhos.

Por mais que eu busque alguma idéia, nada se passa em minha cabeça, além, quer dizer, de que em uma hora, a equipe do People irá invadir minha casa com a ajuda dele, irá tirar uma foto minha para fazer uma bela capa com um título amarelo em baixo da foto “A perdedora da vez”.

Mas, Edward não é assim. Só um pouco... Edward. Não há uma definição correta para ele, talvez nas revistas, que o tacham de “... um dos melhores atores de sua geração, sarcástico e até às vezes grosso, mas charmoso e claro, conquistador.”, mas na verdade, não tinha algo certo.

— Você vai demorar muito?! — ouço sua voz abafada por causa da porta fechada, e me assusto por perceber que eu havia demorado mais do que eu queria.

— Já estou saindo! — respondo tentando não causar mais trabalho para ele, que quer ir embora.

Seco-me, coloco a roupa que ele tinha jogado para mim, dou uma risada vendo aquele moletom que eu odiava usar, mas amava usar quando ele está por perto, e coloco a toalha na cabeça para secar meus cabelos.

Saio do banheiro e encaro mais uma vez meu quarto bagunçado, mas rapidamente trato de ir embora daquele cômodo, não estava mesmo agradável ficar por lá.

Sigo um cheiro gostoso e o encontro mexendo em uma panela. Ele vira para mim e sorri me chamando para me sentar em uma das cadeiras da mesa que tinha na minha cozinha e quase o abraço.

Mas, não faço nada porque eu estou sofrendo ainda pelo meu ex-namorado.


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Eu estou assustada. Aquele filme que Edward havia perguntado se eu queria ver depois de uma disputa de quem segurava o olhar sem piscar, é extremamente bom.

Edward é um cara que é um ótimo ator, faz ótimos filmes, e a nossa série, é sem modéstia uma das melhores da atualidade. Mas, como crítico, ele é péssimo. Filme que deixa ele quieto e até feliz é de pancadaria, de sangue escorrendo na lente da câmera. Enfim, filmes que eu até poderia fazer um dia, mas com certeza nunca veria.

Esse é de suspense mais há... Romance. E Julia Roberts é Julia Roberts em qualquer lugar, então o filme deve ser visto.

— É melhor desligar o ar. — ele diz e me assusto.

Eu estou apertando a manga da camisa dele, quase arrancando. Solto-a e fico sentada como antes, há dois palmos de distância dele.

— Não precisa sair. — ele diz pegando minha mão.

— Não, é... Desculpa. — peço ficando sem graça.

Na verdade sem graça é a definição melhor para dizer idiota. Porque no momento eu estou sentindo uma idiota carente que está atacando seu ex e colega de trabalho.

— Vem, Bella. — ele me chama com a mão e com um sorriso. — Eu só pensei que você estava com frio. — diz parecendo certo eu ficar como eu estava.

— Edward, eu...

Tento achar alguma desculpa para não aceitar voltar ao seu lugar, mas começo a ficar como Daphne — minha personagem — e ele me puxa para perto de si. Fico perto dele, como fosse um abraço, e suspiro quase sentindo que aquele lugar é onde eu devo ficar.

Mas, não falo nada porque eu ainda estou nutrindo uma raiva pelo Jacob.

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— Ei! — ele vem correndo até a mim — Eu... Eu quero... — faz uma pausa e me olha sorrindo. — Desculpe, eu corri muito para te encontrar, mas eu tinha que falar contigo.

— Pode falar. — olho para ele dando um sorriso forçado.

— Você não pode ir embora! — me olha com uma tristeza no olhar.

— Vai ser melhor. Eu... Já não faz mais sentido eu ficar aqui. — olho para baixo.

— Mesmo se eu falar que eu te amo?

— Mesmo que você fale que me ame eu tenho que ir, eu... — faço uma pausa. — Você me ama? Tipo... Mesmo? — fico confusa.

— Isso mesmo! Eu te amo e quero que você fique aqui comigo! — contenho um sorriso.

— Eu... Nem sei o que posso te falar.

— Fala que me ama e vai ficar comigo, por favor! — fez uma expressão no rosto de abandono.

— Err... eu te amo. — falo em um sussurro rápido.

— O quê? Não estou ouvindo. — puxa a orelha para me “ouvir” melhor.

— Eu te amo seu chato. — o empurro.

— É assim que você expressa o seu amor? — diz rindo. — Porque eu expresso assim. – me puxa e sinto seu hálito, sua respiração se confundindo com a minha. — Fica comigo? — pergunta quase colando nossos lábios.

— Tem essa fala? — pergunto tentando não ficar embriagada com seu perfume.

— Acho que não. — murmura com a voz rouca e sinto meu corpo se arrepiar. — Bella...

— Edward, é melhor a gente parar de ensaiar. — falo saindo de perto dele. — Vamos comer alguma coisa? — pergunto e ele assente.

O melhor que posso fazer é me manter distante. Aquela idéia de ensaiar uma cena, era boa, até porque me fez sair daquele meio abraço que estava me deixando pensar em besteiras em como seria se nós voltássemos, mas aquela cena não era mesmo uma boa idéia.

Vou para cozinha para pegar alguma coisa, alguma bebida, e escuto uma música que eu amo, sendo cantada por um grupo que eu amo mais ainda.

Corro de volta para sala e guardo um grito quando vejo “True Colors” sendo cantada pelo pessoal do Glee. Olho para Edward que também guarda uma coisa, mas uma risada da minha cara.

— Hoje nem tem Glee. — falo tentando entender como estava passando aquele episódio.

— Vou ter que falar que tive que roubar e matar para conseguir isso? — pergunta fechando a cara, e nem ligo, sei que é mais uma piadinha dele. — Eu tenho um amigo que eu não vou falar o nome, mas vou dar a dica: faz um personagem que tem o apelido Shue.

— Meu Deus Edward! — exclamo sem acreditar no que estou ouvindo.

— Liguei para ele ontem, pedi alguns DVDs, e hoje passei por lá. — diz dando de ombros e meu sorriso some do meu rosto.

— Então... Você planejou tudo. Você já sabia do Jacob, sabia que eu o pegaria, e veio hoje aqui. — descubro tentando não acreditar em como foi mais uma vez idiota.

Logo ali, naquela hora, que eu me dei conta do quanto ele me faz falta. Do quanto sinto falta de seus beijos de verdade, não daqueles da série. Do quanto sinto por ter ficado com Jacob quando eu podia ficar com ele.

Mas, não falo nada porque eu estou possessa com o Jakezinho, com Edward e principalmente comigo.

ㅤㅤㅤㅤ- x -

A televisão está tocando alguma música que certamente eu cantaria e dançaria, mas não dou valor. Estou sentada tentando assimilar tudo. Tudo mesmo. Como Jacob me traia e Edward sabia, como ele sabia que eu pegaria Jacob no flagra, e como ele sabia que eu aceitaria passar o dia todo com ele.

— Eu não sabia. — ele diz baixo, e olho para ele.

— Então... Explica tudo. — peço sabendo que ele não tem como me explicar, mas pelo modo que ele me olha, eu percebo que ele tem sim, como explicar.

— Eu não sabia do que ele fazia, porque se eu soubesse você pode ter certeza que a cara dele estaria bem machucada, e, claro, eu te contaria. — diz mexendo com a cabeça, e até acredito. — Eu sei que você gosta de Glee, escutei você dizer um dia por aí, e pedi para o Matthew o DVD porque iria te dar antes de saber dessa canalhice que o pequeno Jacob fez. — completa dando um sorriso pequeno e anda até a mim.

Eu tento controlar minha respiração que fica forte toda vez que ele faz isso: andar com aquele sorriso até a mim. E espero não falar nada, porque sei que vou dizer alguma besteira.

— Isso seria um presente. — ele diz se agachando para me olhar nos olhos. — Feliz Valentine’s Day. — ele diz sério e sei o que eu tenho que fazer.

— Mas, a gente nem é... — me calo sabendo que não era aquilo o que eu tinha que fazer.

Respiro fundo e dou um sorriso me desculpando.

— Desculpa, eu sou uma tapada. — falo abaixando meu olhar, mas ao mesmo tempo ele levanta meu rosto.

Vejo seu rosto se aproximar um pouco mais e mais uma vez sinto seu perfume e sua respiração ficar misturada com a minha. Mas dessa vez, eu não serei a chata que corta o clima, ou que acha que aquilo bom, porque aquilo é o melhor.

Sinto seus lábios tocando os meus e o correspondo querendo que aquela minha vontade de muito tempo guardada seja satisfeita, coisa que eu penso que nunca acontecerá. Porque a boca dele sobre a minha nunca é demais.

Mas, não falo nada porque eu estou aproveitando o meu Edward.

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— Eu tenho mais uma coisa para você. — ele diz saindo de cima de mim, e quase dou um gemido de frustração. — Senta e feche os olhos. — obedeço tentando ser rápida, eu quero aproveitar.

Então sinto algo gelado em meu pescoço e dou um sorriso tentando não acreditar no que eu imaginava.

— Pode abrir os olhos. — ele diz e faço rapidamente vendo aquele colar que é meu e que nunca deveria ter saído de lá.

— Você guardou. — murmuro sem acreditar.

Aquele colar é o mesmo que ele havia me dado quando começamos a namorar há dois anos, é o mesmo que eu arranquei do meu pescoço durante um cena e entreguei para ele, é o mesmo que eu havia ficado fascinada quando eu o vi, como estou agora.

— Acho que é o amor. — ele diz dando de ombros e olho para ele tentando não deixar algumas lágrimas cair.

— E-eu te amo. — revelo me sentindo a pessoa mais sortuda por poder falar isso.

— Eu também te amo. — ele diz chegando perto de mim.

Colo nossos lábios e, ele dá um sorriso se descolando.

— Sabe que vão descobrir e tornar a nossa vida um saco, não é? — ele pergunta me fazendo lembrar o motivo da nossa separação.

— Sei. — murmuro acreditando que vou conseguir passar por aquela prova de fogo. — Deve ter algum repórter já sabendo que você está por aqui, me dando apoio. — falo mostrando um sorriso.

— Então, deixa eu te apoiar. — ele diz voltando a colar nossos lábios e conseqüentemente nossos corpos.

Tenho vontade de dar um grito, abrir a janela e gritar que estou namorando de novo com ele.

Mas, não faço isso porque nessa hora eles devem estar tentando saber como está o Jacob, e, eu estou fazendo coisas melhores com o Edward.

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Olho para ele que também está me olhando e dou um sorriso sem graça.

— Não tenho nada para você de Valentine’s Day. — digo tentando pensar em algo que eu poderia dar para ele.

— Não precisa, só quero que você fique assim, comigo. — dá um beijo na minha cabeça e sorri.

— Muito sem graça. — falo negando com a cabeça. — Tem o presente que eu comprei pro Jac... — tento brincar, mas ele me interrompe.

— Por favor, não me lembre o nome daquele idiota que te deixou bem... — e fica quieto.

— O que? Fiquei horrível, pode falar. — falo me sentindo idiota por sofrer pelo babaca do Jacob.

— Um pouco, admito. — Edward diz beijando meu rosto. — Mas, agora, graças a mim, você está melhor.

— Não se esqueça que eu sou Bella-Swan- a-atriz-mais-cobiçada-de-todo-Los-Angeles. — falo tentando ser engraçada.

— Não se esqueça de colocar nesse título “e-agora-a-mais-invejada-por-namorar-Edward-Cullen” — dou uma risada e até gosto do título.

Mas, não admito nada porque eu estou muito ocupada beijando meu novo, e único namorado que eu poderia ter, Edward.


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