Primeira Vez escrita por Jessica Lautner


Capítulo 1
Finalmente




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Eu tremia dos pés a cabeça, suava nas mãos e embaixo do braço. O meu desodorante íntimo já tinha virado desodorante para os pés. Pelo menos eu não ia ter chulé.

Jacob me esperava na porta do apartamento com um sorriso idiota.

“Oi, você esta linda!” Que garoto estúpido. Eu não ia mais “Dar” droga nenhuma pra ele. Calma, Renesmee, calma... Mas peraí, ele tava de camiseta e... Cueca samba-canção?!

“Imagina, Ness, isso aqui é uma bermuda que minha mãe me deu. Parece ate cueca né?!”

Eu fingi que acreditei. “Entra.” Eu entrei e não gostei nada do que vi: a cama dos pais dele no meio da sala?!

“Que babaquice é essa, Jacob?” ele gaguejou, fez que não entendesse a pergunta e finalmente devolveu: “Eu botei a cama aqui na sala pra gente poder ver MTV com mais conforto... alem do mais, hoje é sexta-feira e tem “arquivo X” na Record.”

“Eu não quero ver mais nada de esquisito hoje, ta?!”

“Tudo bem, a gente não precisa ver o arquivo X.” Não, não precisava. A única coisa que agente deveria fazer era trepar, e aquela cama tava ali pra não deixar eu esquecer isso nem por um segundo. “Quer uma cerveja?”

Beber e ver MTV na cama dos pais de Jacob tava bem legal. O som do red hot tava super maneiro, ate que começou um som de estática no meu ouvido. Nesse momento eu percebi que alem da virgindade eu corria o risco de perder a audição. Delicadamente afastei minha cabeça pro lado, mas a língua de Jacob não descolava do meu tímpano. Delicadamente empurrei o peito de Jacob pra longe, mas ele me puxou pra junto do peito dele... E o linguão lá dentro, detonando meu orelhão – delicadamente o empurrei com os pés e braços pra fora da cama e a audição voltou bem a tempo de eu ouvir o barulho dele se estabacando no chão. “Ai!”

“Ô, Jake, machucou?”

“Não, Ness, tudo bem.”

“Eu não acho legal transar na cama dos seus pais.”

“Bom, se você preferir tem a cama da empregada.”

“Você já transou lá?” fiz a pergunta sorrindo, mas se aquele garoto dissesse que sim, eu ia embora no ato.

“Que é isso, a Jane é gorda, feia, tem setenta anos e não faz o meu tipo... só o meu feijão.”

“Você pode ter transado com a empregada que trabalhou aqui antes dela ta?!”

“A Jane trabalha aqui há quatorze anos, jú. Eu teria que ter transado com dois anos de idade, ia ser legal, mas infelizmente eu passava o dia inteiro fora e a gente não chegou a se conhecer direito...”

“Engraçadinho”

“Sério, eu ficava o dia todo na creche...”

                   

Lembrei-me por que eu resolvi “Dar” pro Jacob e não para outro cara mais forte, mais bonito ou mais inteligente. É que ele era engraçado. Antes de tirar a roupa, ser engraçado era a melhor coisa dele. Tomara que depois que tirar não continuasse sendo. 

Fomos para o quarto dele. Chegamos lá e eu pedi pra ele pegar um copo d’água pra mim. Assim que ele saiu, entrei debaixo do lençol e comecei a tirar a roupa. Tinha visto aquilo num filme: era um jeito da Juliette Lewis não ficar nua diretão na frente do cara. Eu não queria que ele chegasse de repente e me visse tirando a roupa. Eu não sei fazer nada direito com os outros me olhando. Só bolo de chocolate. E mesmo assim na hora de tirar do forno eu peço pra todo mundo sair de perto.

Conferindo: Blusa? Ok. Saia? Ok. Sutiã? Ok. Calcinha? Ok. Aparelho dental? Isso eu já tinha tirado em casa... Camisinha?... Como?... Camisinha?! Bom, vamos pular essa. Quer dizer, isso é obrigação dele. É claro que eu tenho uma na bolsa. Eu não sou irresponsável não, ta?! Mas eu não vou me levantar pra pegar. E se ele chegar? Droga! Em vez de pedir pra ir ao banheiro, eu tinha que dar uma de esperta e inventar o copo d’água. Ele já devia estar voltando da cozinha. Se bem que era só um pulo ate a bolsa.

Droga! Eu não conseguia esquecer um ditado que meu pai falava toda hora: “Tudo que pode dar errado, dará!” Era exatamente este o meu caso: eu estava dando errado. Sem camisinha.

“Tudo que começa errado, vai errado ate o final.” Ai, como eu odiava esses ditados do papai. Não, não vou pensar no meu pai agora. Senão, não vou dar errado, nem certo, nem de jeito nenhum.

É melhor eu pegar a camisinha. Um pulo. Pronto, já to na bolsa. Abrir a bolsa e... Batom... Carteira... Pente... Escova, chave, porta-níquel, agenda... Cadê a porra da camisinha, caralho!... Espelho, espelho retrovisor do carro do Emmett... O que isso ta fazendo aqui?... Carta da Kim, ingresso do Raimundos, caneta, chaveirinho do duende da sorte – ai, meu duende querido, que bom que você esta aqui, me ajuda a achar, por favor... Por favor! – Camisinha! Camisinha! Camisinha!... Eu tava pulando e gritando com os envelopes de camisinha na mão quando Jacob entrou com o copo d’água. A gente ficou se olhando sem falar nada uns três mil anos. Tempo bastante pra ele me examinar de alto a baixo e em detalhes. Será que eu to gorda? Será que eu to magra? Será que eu encolho a barriga? Será que eu sou muito pentelhuda?  Será que ele vai notar?

“Renesmee. Isso aí na sua mão não é comprimido pra dor de cabeça, não, é?”

“Não. Isso aqui é pra evitar dor de cabeça.”

                

                        Eu já tinha visto um cara tirar a roupa mais rápido que o Jacob, mas ele era dublê e estava pegando fogo. E mesmo assim eu vi na televisão, quer dizer, devia ser algum efeito especial.

A gente foi se ajeitando ali, na cama estreita, gira pra lá, faz um beicinho, gira pra cá, faz um carinho, e não é que eu fiquei por cima dele?! Caraca, o que é que eu to fazendo aqui em cima? Eu tava me sentido a primeira mulher a escalar o Everest. Não, também não vamos exagerar o pico da bandeira ta de bom tamanho.

Numa hora dessas a gente tem que fingir que sabe tudo. Mas eu não sei nada... Nos filmes que eu vi, sempre que chega essa hora a câmera desvia e mostra um trem entrando no túnel, ou então um detalhe da decoração do quarto, ou as molas do colchão rangendo, ou um assassino psicopata escondido atrás da cortina... Ai, que horror! Calma, Renesmee, calma... Vamos começar beijando ele.

Boca, orelha, orelha de novo... Ta vendo como é gostoso barulho de estática no ouvido, Jacob?... Boca de novo, ponta do queixo, rosto, peito, barriga, barriga de novo... caraca, eu to narrando uma transa ou uma luta de boxe?... Umbigo, virilha... Opa, aqui ele tremeu... Virilha de novo... Ele ta tremendo. Ele ta tremendo... Que engraçado... E agora pego no piruzinho dele... Caraca, esse troço vai entrar em mim?... Beijo o piruzinho e... putz! Que cheiro horrível! Cheiro de Rexona! Ai que nojo! Eu não vou chupar isso aí, não... E se eu não chupar será que ele vai pensar mal de mim?... E se eu chupar será que ele vai pensar bem? Aí, graças a Deus, ele ta me puxando pra cima.

      

         Ele me vira de costas pra cama e beija minha boca, nariz, cabeça, meio corpo, corpo inteiro... Caraca, eu to narrando uma transa ou uma corrida de cavalo?... Ele beija minha periquita, ele beija minha periqutia de novo e de novo e eu entro de vez no reino animal, onde minha perereca fica com os lábios tão inchados quanto quem não passa manteiga de cacau no inverno de Teresópolis. Da uma certa agonia, vontade de colocar a mão, vontade de esfregar, ta dando a maior vontade de esfregar ta?! De repente ele para de beijar. Logo agora que tava ficando bom... Droga!

“Renesmee, bota a camisinha em mim?”

      

                             Ainda bem que eu treinei isso lá em casa com uma abobrinha...

Agora ele é quem esta por cima de mim e aquela abobrinha ta me tirando todo o apetite. A abobrinha bate mal, duas, três, quatro, cinco, seis vezes... ELE ENTRA.

      Tento pensar em dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles, num pão com gergelim. Depois em quarteirões e quarteirões com queijo, depois em como isso tudo engorda e na dieta que eu vou ter que fazer pra ninguém notar se eu engravidar... Que absurdo! Ele ta de camisinha. Ai, droga, ta doendo, ta?! Será que eu peço pra ele ir mais devagar? Ta doendôôô... Eu não to tendo prazer nenhum, será que eu finjo? Será que ele vai notar? Será que eu peço pra parar?... Ou é cedo? Ou agora é tarde? Ai, não quero saber de mais nada. Agora acabou a tortura. Agora é bom.

                

                        Ele mexe a cintura continuamente. Eu mexo a cintura continuamente. Ele faz movimentos circulares. Eu faço movimentos circulares. Ele acelera. Eu acelero. Não é que eu seja macaca de imitação, é que eu não consigo parar é involuntário. Me dá prazer. Flutuo como se estivesse numa bicicleta mágica sobre o precipício. Eu não preciso de ponte. Eu quero cair... Eu quero cair bem devagar...

                               Acordei nua, sem o lençol. Jacob estava caído ao meu lado. Ardia em algum lugar, mas eu não conseguia localizar qual e não me importava muito.  Eu não era mais virgem. Ufa! Urra, urra, oba, oba... Será que eu dou uma festa? Não, melhor não... Eu tenho quinze anos e iam pensar que era festa de debutante. Mór baixaria!    

                                Precisava de um espelho urgente. Levantei devagar, abri a porta do armário e vi alguém parecida comigo, mas muito diferente: mais madura, mais confiante, mais inteligente, mais gostosa e sem duvida, mais besta. Agora eu não ia mais ter que mentir sobre ter transado pras minhas amigas, pras minhas primas, pra minha Irma mais velha, pro meu pai... Bom, pensando bem, uma mentirinha pro papai não ia fazer diferença. 

                        Fui ate Jacob, curiosa. Queria olhar de novo pra ele. Levantei o lençol bem devagar. A abobrinha de Jacob tava meio caída. Fiquei olhando aquele legume fim de feira um tempão. Tão miudinho que me deu vontade de rir. Segurei o riso, mas fiquei com os olhos cheios d’água. Ele acordou.

“foi legal né?!” Ele disse

“foi muito legal!” tinha sido mesmo. “Mas vê se não vai sair espalhando pra todos os seus amigos, hein?!”. Tava na cara que ele ia espalhar.

“você gozou?” Eu queria que ele não tivesse perguntado pra eu poder continuar falando só a verdade... “Muito”

“Será que é legal a gente transar de novo?” Eu respondi que ainda tava ardendo e que eu tava meio incomodada, portanto, duas talvez fosse muito... Tudo isso mentalmente, é claro. Falar, eu só falei “Demorou!”.


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Notas finais do capítulo

Enfim - eu queira agradecer a unica pessoa que me incetivou a postar essa one sem noção - THAYANNY - valeu amigah por ter ajudado ...

Espero que gostem ...
beijosss:*