Na Casa escrita por GustavoBarbosa


Capítulo 1
Capítulo único




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/121748/chapter/1

Na casa

– Deixa eu ver se entendi: naquela: casa mora o assassino Victor?

– Bem, ele morava, né? – respondeu o pobre garoto ao policial – Ah, Lucas! Ainda não acredito que aconteceu isso!

Ele estava tremendo de medo, o coração desesperado, sua roupa encharcada de sangue.

Então a porta é escancarada e o detetive Marco entrou com alguns jornalistas.

– Muito bem, bom dia Antônio. Você é o garoto que fugiu da antiga casa dos Costa?

Ele balançou a cabeça positivamente.

– Não quero ser entrevistado nem aparecer no jornal. – disse o garoto.

– Tudo bem, apenas ponho a história, não irei por nem seu nome nem sua foto.

Os inocentes olhos do menino brilharam der pavor por ter que repetir a história terrível. Ele suspirou e começou a contar:

“Eu e meu amigo Lucas fomos à casa da minha avó Barbara com nossos pais.

Minha mãe falou para a gente ir brincar no campo. Andamos de bicicleta e jogamos vôlei. Mas começou a chover e entramos na casa abandonada, ficar apenas na porta. Então, sem mais e sem menos, as portas e janelas se fecharam quase ao mesmo tempo, deixando tudo no breu.

Tateamos para achar a maçaneta da porta, mas só consegui esmagar a cabeça de Lucas sem querer...

– Ai, ai! – sussurrou Lucas reclamando.

– Desculpa. – respondeu Gustavo nervoso.

Então a escada começou a ranger, fazendo os dois congelarem.

Os dois ficaram se esmagando contra a porta, e alguns segundos depois um martelo simplesmente quebrou um pedaço da porta entre os dois.

Eles saíram correndo em direções opostas berrando, e o martelo foi retirado de lá.

Gustavo simplesmente corria berrando e sem rumos.

De repente ele trombou com alguém e começou a berrar mais ainda.

– Shh! Cala a boca, Gustavo, é eu, Lucas.

Ele se calou na mesma hora.

– Vamos subir a escada. – murmurou Lucas.

Os dois foram de vagarinho e de mansinho, mas mesmo assim um degrau rangeu.

Gustavo disparou.

– Ei!Volta aqui! – disse Lucas em voz alta.

Gustavo agarrou o pulso dele e o puxou pra cima, virando à esquerda.

Lucas soltou um suspiro de dor.

– Shh! – fez Gustavo.

– Bati numa maçaneta – cochichou Lucas em resposta.

– Cadê?

Lucas abriu a porta e ao entrarem a fechou. Lá tinha uma vela acesa sobre uma escrivaninha. Pela luz ambárica, dava para ver uma prateleira infestada de livros mofados e com folhas da cor de ocre ouro; à direita tinha uma alavanca para cima.

– To com medo. – disse Lucas coma voz chorosa.

– Nossa, que surpresa! – respondeu Gustavo sarcástico – Acredita que eu não to?

– Não.

Os dois seguraram o riso.

– O que será que essa maçaneta faz? – perguntou Gustavo, desesperado e curioso.

Lucas parou de mexer na gaveta e olhou.

– Só tem um meio de descobrir.

Ele puxou a alavanca, bem quando Gustavo ia falar para ele não fazer aquela burrice, e no momento seguinte, as janelas se abriram e, pelo barulho, as portas também.

Os dois se entreolharam assustados, e passos rápidos e pesados bateram no andar de cima.

– Rápido! – gritou Lucas desesperado.

Gustavo olhou rápido em volta e pegou duas agulhas de tricô unidas por um fio de náilon ao lado da porta.

Mas enquanto Lucas procurava algo para se defender, a porta foi escancarada contra a parede e um homem de longos cabelos encaracolados e mal cuidados entrou com um martelo (ele apresentava uma expressão homicida).

Os olhos dele brilharam ao levantar o martelo para acertar Lucas, mas Gustavo enfiou a agulha no braço da arma do homem.

Ele urrou de dor, soltando o martelo, e Gustavo viu a imagem mais terrível de sua vida: o grosso líquido vermelho escorrendo e encobrindo o brilho prateando que estava cravado em seu braço; e ele fizera aquilo.

            Então alguém agarrou sua mão e o puxou para fora do quarto, para os corredores agora claros.

– Vamos, vamos! – gritou Lucas desesperado, o puxando escada acima.

– Lucas! – disse Gustavo com desespero, querendo se abafar – Lucas, eu feri, Lucas, eu o machuquei!

– Se você não o tivesse feito ele teria nos matado. – ele respondeu animá-lo.

Mas Gustavo ainda estava com consciência pesada.

Eles entraram num outro quarto à direita.

– Que tal pularmos da janela? – foi a pergunta de Gustavo, mas a altura era imensa.

Os dois estavam tremendo de medo.

– Olhe isso! – exclamou Lucas, que olhava atrás da estante. Lá tinha uma fenda, e nas costas da estante um puxador.

– Vamos logo – sussurrou Gustavo, e arrastaram a estante.

Ao entrarem na fenda, eles puxaram a estante pelo puxador e foram andando pelo breu.

Ouve um barulho de algo batendo em madeira oca. Lucas exclamou baixinho:

– Mai uma estante!

Os dois a empurraram para espiar. Estava vazio.

Eles escutaram o escancarar da porta do quarto em que agora a pouco haviam saído.

– Vamos! – sussurrou Lucas desesperado.

Eles passaram se espremendo e saíram do quarto (depois de verem se não tinha ninguém).

Os dois pobres garotos desceram correndo a escada.

Quando estavam na porta, porém, uma flecha atingiu o braço esquerdo de Gustavo. O garoto urrou de dor, fazendo Lucas paralisar e olhar incrédulo para a cena.

E lá estava ele, no primeiro degrau da escada, o assassino, com um arco na mçao e olhando para eles com cara de retardado.

E ele pulou de lá, daquela altura, caindo no chão, mas se levantando rapidamente. Ele avançou para Lucas, que gritou de medo, se encolhendo na parede. Sem nada para usar, o assassino arrancou a flecha do braço de Gustavo (sem com a menor delicadeza fazendo-o urrar mais ainda).

O psicopata procurou o pescoço de Lucas, mas o garoto não parava de se mexer e gritar, e ele só acertava o braço, a perna e o ombro, e Lucas gritava a cada fincada.

Gustavo estava estupefato, e na da podia fazer.

Lucas então finalmente conseguiu escapar de uma flechada e foi para fora.

Gustavo o seguiu, e Lucas tropeçou e caiu.

O homem, então, levantou a flecha e a desceu violentamente, e o sangue encheu o ar.

O mundo então acabou. Gustavo viu, aterrorizado, o liquido vermelho escorrendo e jorrando do pescoço de seu melhor amigo, Lucas...

Os olhos de Gustavo encheram de lágrimas, ele se descontrolou e berrou, pegou um tijolo que estava ali perto...

O homem olhou aterrorizado o garoto, e no momento seguinte tudo escureceu, mas ele continuava vivo...

O sangue espirrou do rosto do homem como jato...

O homem sentiu sua cabeça batendo contra a parede...

O tijolo mais uma vez achou seu alvo, a cabeça do homem...

Tudo apagou, seu cérebro morreu...

A cabeça da vítima assassina quase estourou por completa...

Gustavo berrou e jogou o tijolo no chão.

O que ele via era um homem com a cabeça estourada e seu melhor amigo cheio de feridas morto com uma flecha cravada no pescoço.

Ele berrou mais uma vez e foi correndo em direção à casa de sua avó, segurando o braço esquerdo e olhando para trás varias vezes...”

O garoto estava chorando e soluçava enquanto terminava de contar a história à Marco.

– Anotaram isso? – perguntou Marco aos jornalistas ao ver que o garoto terminara.

Eles afirmaram.

– Onde está o corpo de Victor? – Marco se voltou ao garoto.

–Na porta-ta da man-mansão, ué. – soluçou ele.

– Certo – Marco se levantou – Obrigado Antônio. Obrigado, Gustavo.

E saiu.

A reportagem foi publicada nos jornais de todo o Brasil, mas nunca souberam com quem aconteceu a triste história.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me deixem um review, OK?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Na Casa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.