Na Casa escrita por GustavoBarbosa
Na casa
– Deixa eu ver se entendi: naquela: casa mora o assassino Victor?
– Bem, ele morava, né? – respondeu o pobre garoto ao policial – Ah, Lucas! Ainda não acredito que aconteceu isso!
Ele estava tremendo de medo, o coração desesperado, sua roupa encharcada de sangue.
Então a porta é escancarada e o detetive Marco entrou com alguns jornalistas.
– Muito bem, bom dia Antônio. Você é o garoto que fugiu da antiga casa dos Costa?
Ele balançou a cabeça positivamente.
– Não quero ser entrevistado nem aparecer no jornal. – disse o garoto.
– Tudo bem, apenas ponho a história, não irei por nem seu nome nem sua foto.
Os inocentes olhos do menino brilharam der pavor por ter que repetir a história terrível. Ele suspirou e começou a contar:
“Eu e meu amigo Lucas fomos à casa da minha avó Barbara com nossos pais.
Minha mãe falou para a gente ir brincar no campo. Andamos de bicicleta e jogamos vôlei. Mas começou a chover e entramos na casa abandonada, ficar apenas na porta. Então, sem mais e sem menos, as portas e janelas se fecharam quase ao mesmo tempo, deixando tudo no breu.
Tateamos para achar a maçaneta da porta, mas só consegui esmagar a cabeça de Lucas sem querer...
– Ai, ai! – sussurrou Lucas reclamando.
– Desculpa. – respondeu Gustavo nervoso.
Então a escada começou a ranger, fazendo os dois congelarem.
Os dois ficaram se esmagando contra a porta, e alguns segundos depois um martelo simplesmente quebrou um pedaço da porta entre os dois.
Eles saíram correndo em direções opostas berrando, e o martelo foi retirado de lá.
Gustavo simplesmente corria berrando e sem rumos.
De repente ele trombou com alguém e começou a berrar mais ainda.
– Shh! Cala a boca, Gustavo, é eu, Lucas.
Ele se calou na mesma hora.
– Vamos subir a escada. – murmurou Lucas.
Os dois foram de vagarinho e de mansinho, mas mesmo assim um degrau rangeu.
Gustavo disparou.
– Ei!Volta aqui! – disse Lucas em voz alta.
Gustavo agarrou o pulso dele e o puxou pra cima, virando à esquerda.
Lucas soltou um suspiro de dor.
– Shh! – fez Gustavo.
– Bati numa maçaneta – cochichou Lucas em resposta.
– Cadê?
Lucas abriu a porta e ao entrarem a fechou. Lá tinha uma vela acesa sobre uma escrivaninha. Pela luz ambárica, dava para ver uma prateleira infestada de livros mofados e com folhas da cor de ocre ouro; à direita tinha uma alavanca para cima.
– To com medo. – disse Lucas coma voz chorosa.
– Nossa, que surpresa! – respondeu Gustavo sarcástico – Acredita que eu não to?
– Não.
Os dois seguraram o riso.
– O que será que essa maçaneta faz? – perguntou Gustavo, desesperado e curioso.
Lucas parou de mexer na gaveta e olhou.
– Só tem um meio de descobrir.
Ele puxou a alavanca, bem quando Gustavo ia falar para ele não fazer aquela burrice, e no momento seguinte, as janelas se abriram e, pelo barulho, as portas também.
Os dois se entreolharam assustados, e passos rápidos e pesados bateram no andar de cima.
– Rápido! – gritou Lucas desesperado.
Gustavo olhou rápido em volta e pegou duas agulhas de tricô unidas por um fio de náilon ao lado da porta.
Mas enquanto Lucas procurava algo para se defender, a porta foi escancarada contra a parede e um homem de longos cabelos encaracolados e mal cuidados entrou com um martelo (ele apresentava uma expressão homicida).
Os olhos dele brilharam ao levantar o martelo para acertar Lucas, mas Gustavo enfiou a agulha no braço da arma do homem.
Ele urrou de dor, soltando o martelo, e Gustavo viu a imagem mais terrível de sua vida: o grosso líquido vermelho escorrendo e encobrindo o brilho prateando que estava cravado em seu braço; e ele fizera aquilo.
Então alguém agarrou sua mão e o puxou para fora do quarto, para os corredores agora claros.
– Vamos, vamos! – gritou Lucas desesperado, o puxando escada acima.
– Lucas! – disse Gustavo com desespero, querendo se abafar – Lucas, eu feri, Lucas, eu o machuquei!
– Se você não o tivesse feito ele teria nos matado. – ele respondeu animá-lo.
Mas Gustavo ainda estava com consciência pesada.
Eles entraram num outro quarto à direita.
– Que tal pularmos da janela? – foi a pergunta de Gustavo, mas a altura era imensa.
Os dois estavam tremendo de medo.
– Olhe isso! – exclamou Lucas, que olhava atrás da estante. Lá tinha uma fenda, e nas costas da estante um puxador.
– Vamos logo – sussurrou Gustavo, e arrastaram a estante.
Ao entrarem na fenda, eles puxaram a estante pelo puxador e foram andando pelo breu.
Ouve um barulho de algo batendo em madeira oca. Lucas exclamou baixinho:
– Mai uma estante!
Os dois a empurraram para espiar. Estava vazio.
Eles escutaram o escancarar da porta do quarto em que agora a pouco haviam saído.
– Vamos! – sussurrou Lucas desesperado.
Eles passaram se espremendo e saíram do quarto (depois de verem se não tinha ninguém).
Os dois pobres garotos desceram correndo a escada.
Quando estavam na porta, porém, uma flecha atingiu o braço esquerdo de Gustavo. O garoto urrou de dor, fazendo Lucas paralisar e olhar incrédulo para a cena.
E lá estava ele, no primeiro degrau da escada, o assassino, com um arco na mçao e olhando para eles com cara de retardado.
E ele pulou de lá, daquela altura, caindo no chão, mas se levantando rapidamente. Ele avançou para Lucas, que gritou de medo, se encolhendo na parede. Sem nada para usar, o assassino arrancou a flecha do braço de Gustavo (sem com a menor delicadeza fazendo-o urrar mais ainda).
O psicopata procurou o pescoço de Lucas, mas o garoto não parava de se mexer e gritar, e ele só acertava o braço, a perna e o ombro, e Lucas gritava a cada fincada.
Gustavo estava estupefato, e na da podia fazer.
Lucas então finalmente conseguiu escapar de uma flechada e foi para fora.
Gustavo o seguiu, e Lucas tropeçou e caiu.
O homem, então, levantou a flecha e a desceu violentamente, e o sangue encheu o ar.
O mundo então acabou. Gustavo viu, aterrorizado, o liquido vermelho escorrendo e jorrando do pescoço de seu melhor amigo, Lucas...
Os olhos de Gustavo encheram de lágrimas, ele se descontrolou e berrou, pegou um tijolo que estava ali perto...
O homem olhou aterrorizado o garoto, e no momento seguinte tudo escureceu, mas ele continuava vivo...
O sangue espirrou do rosto do homem como jato...
O homem sentiu sua cabeça batendo contra a parede...
O tijolo mais uma vez achou seu alvo, a cabeça do homem...
Tudo apagou, seu cérebro morreu...
A cabeça da vítima assassina quase estourou por completa...
Gustavo berrou e jogou o tijolo no chão.
O que ele via era um homem com a cabeça estourada e seu melhor amigo cheio de feridas morto com uma flecha cravada no pescoço.
Ele berrou mais uma vez e foi correndo em direção à casa de sua avó, segurando o braço esquerdo e olhando para trás varias vezes...”
O garoto estava chorando e soluçava enquanto terminava de contar a história à Marco.
– Anotaram isso? – perguntou Marco aos jornalistas ao ver que o garoto terminara.
Eles afirmaram.
– Onde está o corpo de Victor? – Marco se voltou ao garoto.
–Na porta-ta da man-mansão, ué. – soluçou ele.
– Certo – Marco se levantou – Obrigado Antônio. Obrigado, Gustavo.
E saiu.
A reportagem foi publicada nos jornais de todo o Brasil, mas nunca souberam com quem aconteceu a triste história.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Me deixem um review, OK?