E Recomeça a Cada Instante escrita por Cathy Thesaurus


Capítulo 1
A Dama e o Vagabundo




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A Paula estudava na PUC-RJ e namorava o leoni. Ele tinha uma banda, mas estavam precisando de uma vocalista pra mudar a imagem do grupo, insistiam muito pra ela aceitar, mas ela era muito tímida, até que conseguiram convencê-la e ela se tornou parte do que futuramente veio a chama Kid Abelha e os Abóboras Selvagens.

Quando eles foram tirar a carteiras de músicos, em um lugar lá, estavam numa fila enorme. O pessoal do Kid estava na frente duma banda meio estrainha, ela se assustou com o cabelo do baixista e eles tocaram uma música ali na fila era "Do do do de da da da" do The Police. E então eles se apresentaram. Eram os meninos do paralamas do sucesso.

Menino e Menina, Paralamas do sucesso:

"Menino e menina

Se conheceram

Quase sem querer

Não foi por obra do acaso

Tinha mesmo que acontecer..."

Tornaram-se grandes amigos, ele se interessava por ela, mas ela esnobava ele.

Óculos, Paralamas do Sucesso:

"...Por que você não olha pra mim? Ô, ô

Por que você diz sempre que não? Ô, ô

Por que você não olha pra mim?

Por trás dessa lente também bate um coração “

Até que um dia, num show, eles se beijaram, nos bastidores.

Grand' Hotel, Kid Abelha:

"...Um dia um caminhão

Atropelou a paixão..."

Eles se sentiram muito culpados, afinal ela ainda morava junto do Leoni, não é mesmo? Porém Leoni não era burro, muito pelo contrário e um belo dia, expulsou-a de casa e ela ligou, chorando pro Herbert pedindo uma luz.

Me Liga, Paralamas do Sucesso:

"...Se você lembrar, se quiser jogar

Me liga, me liga

Mas sei, que não se pode terminar assim

O jogo segue e nunca chega ao fim

E recomeça a cada instante a cada instante

Eu não te peço muita coisa só uma chance..."

Ele propôs que eles namorassem e a ajudou a achar uma casa. Ela aceitou.

Ela estava lá no apê sem conseguir pagar muito bem e o dono mandou ela sair de lá.

E m um ato de loucura, ele propôs a coisa mais louca da vida dele convidou ela pra ir morar com ele, eles ficaram dois meses morando com os pais deles que eram super conservadores. Como o Herbert diz: O amor não sabe esperar

Um tempo depois, ela ia viajar pra outro país pela primeira vez desde que eles desde que estavam juntos eles iam ficar tão longe por tanto tempo e ela ficou toda cheia de medo dele largar ela, mas ele disse que quando ela voltasse ele ainda estaria ali, e ela acreditou.

Romance Ideal, Paralamas do Sucesso:

“...Não pedi que ela ficasse
Ela sabe que na volta
Ainda vou estar aqui
Ela é só uma menina
E eu pagando pelos erros
Que eu nem sei se cometi
Se eu queria enlouquecer essa é a minha chance
É tudo que eu quis
Se eu queria enlouquecer
Esse é o romance ideal.”

Então eles se casaram.

Viajavam muito, mas sempre que estavam juntos cada segundo era aproveitado, saiam para viajar de moto pelo litoral ou se ficavam em casa cantavam um para o outro.

Eu só penso em você, Kid abelha:

Saí de casa à procura de ilusões
Coincidências e confirmações
Alguém com seu nome, alguma lembrança
Alguma palavra, aquelas canções...”

E às vezes dessas serenatas, nasciam parcerias como a música “Nada por mim”.

Eles eram um casal comum, apesar de tudo.

Com corriqueirismo e monotonia.

Herbert diz que ela era estranha, fria, mas ninguém duvida que - fria ou não – ela o amava demais.

A Dama e o Vagabundo, Paralamas do Sucesso:

Eu fico sentado rindo
Te ouvindo reclamar
Meu bem há coisas mais importantes lá fora
Que os nossos quadros por pregar...”

Com o Kid, as coisas não iam muito bem por causa do Leoni. Num show com o Léo Jaime foi um total desastre, dos que não se esquece nem com reza brava.

Ele só chamou a Paula e o George, esquecendo-se do Leoni.

Quando ela desceu do palco ele agarrou seu braço e ela começou a gritar furiosa: ME LAARGA.

Ele grudou feito chiclete no cabelo, não desgrudava por nada.

Ela estava com um pandeiro na mão e foi essa a sua arma contra ele, que ganhou alguns pontos na testa. Raivoso, saiu da banda que ele havia começado. Foi uma noite de terror para eles, Herbert que havia tentado contê-la ficou em claro junto dela e algumas pessoas em seu apartamento discutindo o futuro do Kid Abelha e os Abóboras Selvagens.

Me Deixa Falar, Kid Abelha:

“...Me deixa falar, me presta atenção
Se não me escutar, cuidado comigo
Eu perco a razão
Atiro tudo o que eu tenho na mão...”

O problema é que as coisas não iam bem no geral, apesar de amá-lo ela era muito competitiva e uma coisa boa para ele e os Paralamas podia significar alguma perda dentro do Kid.

Ela conheceu o Lui e... Bem, eles acabaram indo pra cama.

O problema não era exatamente esse, já que ele sabia que seria traído mais cedo ou mais tarde, pois fazia parte da natureza dela, percebendo como começou o relacionamento deles.

Porém, ele chegou em casa e viu os dois ali, juntos. Fingiu que não havia entrado, visto que eles não haviam percebido-o ali, ele saiu.

Uns Dias, Paralamas do Sucesso:

“...Eu nem te falei
Que eu te procurei
Pra me confessar
Eu chorava de amor

E não porque sofria
Mas você chegou já era dia
E não estava sozinha
Eu tive fora uns dias
Eu te odiei uns dias
Eu quis te matar”.

Eu Preciso, Kid abelha:

“... Fiel ao pecado, aboli a dor,

mas sem você não há amor...”

Ela saiu em turnê e ironicamente ele terminou com ela por telefone enquanto ela viajava, quebrando sua promessa de que sempre que ela voltasse para a casa deles após uma longa viagem ele a estaria esperando.

Quando ela voltou ali não estavam mais algumas coisas dele, seu violão, seu vídeo game e a rede onde eles ficavam cantando um ao outro, onde compunham, matavam saudades e se aqueciam.

Na Nossa Casa, Paralamas do Sucesso:

“...Não é o fim do mundo
É só o fim de tudo que fomos nós
Sem flutuar e sem tocar o fundo sempre sós.”

O Animal, Kid Abelha:

“...Se você já sabia
Que hoje era o dia
De tudo terminar
Então por que brigar
Por que me ligar [...]

Até mais ver
Não me leve a mal
Apesar de tudo
Foi bem legal
Me amar demais
Foi o seu mal...”

Eles ficaram dez anos sem se falar. O clima era pesado, pois George – saxofonista do Kid – era muito amigo de Herbert.

Nesse meio tempo ambos casaram-se, Paula com Lui e Herbert com Lucy, tiveram filhos.

Era Herbert quem mais sofria com a distância, apesar de jamais admitir, pois se sentia traído, humilhado.

Dai-nos, Paralamas do Sucesso:

“...Espero um milagre
Um sinal de Deus
Tua amizade
Qualquer gesto de compreensão...”

Em vários eventos eles tiveram de conviver um com o outro.

Amigos em comum, já que ninguém quis fazer a divisão desses bens preciosos, continuaram mútuos.

Um grande amigo de ambos morrera, Renato Russo, e agora?

Eles não podiam mais fugir, ser infantis e egoístas daquela maneira.

Eles podiam ao menos, ser amigos, não é mesmo?

Combinação, Kid Abelha:

“...No tempo de um abraço
Você é outra pessoa
Esqueço os nossos conflitos
E posso levantar da cama
Todos os dias

Vamos cantar e viver

Dá pra imaginar por que eu estou aqui?
A verdade de repente tomou conta de mim
Minha defesa agora quero apresentar
Admito simplesmente que me arrependi”

A amizade voltou, apesar dele contar para ela que foi a musa de suas maiores músicas de fossa, um disco inteiro – Bora-Bora – e agradecê-la por tê-lo feito sofrer.

Eles voltam a compor juntos, escreveram, A Palavra certa, Derretendo Satélites e A Moto, essa última que mostra bem como eles estavam, como eles eram. O Novo “eles”. Apesar de ser encima de uma mesa dura, tudo parecia que estava voltando aos eixos.

A Moto, Kid Abelha:

“...Não me procure então
Minha presença tanto faz
Não se preocupe mais
A culpa não interessa tanto
Durma em paz

Me sinto bem a 120 por hora
Assim se vai
toda tristeza embora...”

Mas não estava, ele e sua mania de voar, pilotar. Em uma dessas, um acidente horrível aconteceu, e seu monomotor caiu. Matando sua esposa Lucy, e deixando-o em estado deplorável.

O Destino é uma coisa muito estranha e ela, Paula Toller, passava ali perto e pode ajudar no seu resgate.

Quem sabe não foi essa a chance que Deus, o cosmos, ou o que você acredita, deu a ela de verdadeiramente se redimir com ele.

220 desencapado, Paralamas do Sucesso:

“...sei que sou um desastre em potencial
de mãos na cintura, você me pergunta
se vai ficar mais alto o meu baixo astral
seus que são os motivos para ainda estar vivo
sonhar, seguir em busca da emoção
sem que eu sinta tanto desequilíbrio
e prossiga na paz, os dois pés no chão
no entanto, eu tento e já não me importa
a busca de outra forma de proceder
se for por você amor
fique certa
fiz, farei faço o que eu puder fazer...”

Além da morte de sua esposa em seu corpo ficara a marca eterna do acontecido, ele estava preso inapelavelmente à uma cadeira de rodas.

Com o acidente a amizade deles progrediu e fortaleceu-se ainda mais.

Era como nos velhos tempos antes de se entregarem à paixão, caírem nos braços de Afrodite e morrerem um pelo outro.

Mas nada nunca é esquecido quando se passou por um verdadeiro amor.

Eles mesmo disseram em Derretendo Satélites “eu provei de um amor eterno”, e pode ser ridícula aquela frase de Sandy e Júnior, mas o que é eterno não morre no final mesmo, são poucos os amores que juramos eternos para nós mesmos e eles juraram, então não irá acabar.

Eu Não Esqueço Nada, Kid Abelha:

“...Eu não esqueci

Nem o alivio do fim
Nem o delírio do começo
Nem um dia comum

Você me trata tão bem
Mantém meu coração ferido
Vou lhe fazer um pedido
Não fique perto de mim

Porque eu não esqueço nada
A não ser de te esquecer
Nem ao meio-dia
Nem de madrugada
Eu não esqueço nada
Nem vou esquecer...”

Em 2008, os Paralamas juntamente dos Titãs completam 25 anos de banda, e fizeram uma turnê juntos.

Cantando juntos músicas de ambas as bandas, dentre elas músicas dele para ela.

Como quase todas são, mas ele fez uma leve modificação na letra de óculos, coisa espontânea, e a boca fala do que o coração está cheio.

Ele disse:

“...Por que você não olha pra Mim?
Por que você diz sempre que não?

Por que você não olha pra mim?

Encima dessas rodas também bate um coração.”

O que prova que a história de um verdadeiro amor não acaba ela recomeça sempre que há uma esperança, mesmo que remota.

“... O jogo segue e nunca chega ao fim
E recomeça a cada instante a cada instante...”

Fim (?)


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