Nós E... Um Bebê! escrita por Shayera
[Sam Puckett PDV]
Andamos até o edifício Bushwell em passos rápidos. Tínhamos um pouco de pressa, já que Gibby já estava a nossa espera na porta do apartamento dos Shays. Faltava pouco mais de quatro horas para o avião que trazia minha amiga e seu irmão aterrizasse no grande aeroporto de Seattle.
— Oi, lindinha.— Gibby brincou com Jully assim que nos viu. A pequena se agitou em meus braços se desmanchando em gargalhadas. — Quem é a maior fã do tio Gibby? — ela se jogou para o lado dele, que a pegou a sacolejando. Peguei as chaves do apartamento e abri as portas.
— Vou buscar a comida lá em casa. — Freddie avisou enquanto deixava as bolsas no chão
.— Quem sou eu? Quem, Ju? — Gibby perguntava fazendo voz de bobo pra neném e ela gargalhava. Eu achava que Jully ria até por Gibby respirar. — Qual é meu nome, hein princesinha? Diga, Gibby. Gibby.
— Bi... bi..bibby. — ela balbuciou tentando pronunciar o nome dele.
— Viu, Sam? Ela sabe quem eu sou. — ele disse todo alegre e orgulhoso. — Vai andar, vai. — ele a colocou no chão. — O titio tem que ajudar a loira malvada ali. — apontou pra mim.
— Gibson, ela pode ser quase mais inteligente que você, mas ela tem menos de um ano e não sabe andar. — corri até ela antes que ele a soltasse. Ela, como sempre, balançou feliz as perninhas enquanto eu a erguia no ar.
— Com licença, — senhora Benson falou, batendo na porta.
— Sam? — chamou.
— Aqui... — respondi da cozinha. E a mulher entrou correndo dentro do apartamento.
— Ah! Você a trouxe! — pegou as pequenas mãos de Jully e brincou. — Oi, coisinha preciosa da vovó. — saudou e pegou a menina do meu colo. — Samantha, não acha que está assumindo responsabilidades demais pra sua idade, filha? — perguntou.
— Como assim? — indaguei fingindo não ter entendido. Sempre evitava esse tipo de assunto. Afinal, já tinha me comprometido cuidar dela para sempre, não ia ser agora que eu mudaria de ideia e daria para trás com minha palavra.
— Você sabe... Jully é uma criança. Crianças são caras e dão um bocado de trabalho. Além do mais o juizado pode a qualquer momento tirá-la de você.
— Mãe, de novo essa história? — Freddie perguntou entrando no apartamento e indo para a cozinha. Se pôs ao meu lado, afirmando, com o gesto, que estaria me dando apoio e suporte durante a tão temida discussão. — Isso não vai acontecer. — ele afirmou decidido. Ele não sabia, mas a forma como pronunciara aquelas palavras me trouxera tanta segurança quanto eu precisava.
— Mas isso tem de ser considerado, já que pode acontecer. A qualquer momento eles podem encontrá-la e a levar de vocês.— ela repetiu.
— Mãe, você sabe que só de pensar nisso a senhora mata a gente por dentro. Não é uma coisa a se considerar, não torne nesse assunto, ok? — ele pediu tirando a bebê da mão dela. — Além do mais, ela já está registrada no nosso nome, não é? Ela é uma Benson. Então, segundo aquela droga de papel, ela é minha filha. — reforçou a ideia.
— Vocês estão enfrentando preconceitos e amadurecendo antes da hora a toa. — Lembrou novamente.
— Às vezes parece que a senhora não gosta dela — ele murmurou ressentido pra a mãe.
— Isso não é verdade. Eu a amo, não como vocês — ela riu. —, mas eu a adoro mais que tudo. Vou voltar pra casa, leve-a lá mais tarde na hora da recepção.
— Galera, temos quinze minutos pra limpar, arrumar e colocar as coisas na mesa. Depois é só esperar pacificamente até eles chegarem. — Gibby lembrou-nos o motivo de estarmos ali. Desesperei-me. Coloquei Jully no sofá e me dirigi a minha tarefa: limpeza. Gibby correu pra arrumar as coisas na cozinha enquanto Freddie se encarregava de colocar todos os objetos de decoração em seus devidos lugares.
— Agora não, Jully. — Resmunguei quando ela começou a chorar. — Agora não. — ela chorou mais alto ainda, me deixando totalmente atordoada. Jully, definitivamente, não me entendeu nem estava disposta a negociar um tempo.
— Ela tá com fome, Sam— Freddie falou. E eu a olhei com uma cara ameaçadora que quase gritava “Jura, capitão óbvio?” — O que é? Esse é o choro de fome dela. — justificou e voltou a dar o nó na faixa que tinha os dizeres "Bem-vindos de volta" com letras coloridas.
— Freddie, o que a papinha da Jully está fazendo na mesa? — perguntei com raiva.
— Ué, o Gibby que arrumou as coisas por aí. Pergunta a ele. —
— GIBSON! O QUE A COMIDA DA JULLY ESTÁ FAZENDO EM CIMA DA MESA NO MEIO DESSE MONTE DE PORCARIA DE ADULTO? — berrei pra ele me ouvir do andar de cima.
— Nós vamos jantar todos juntos, as coisas que todo mundo vai comer está aí em cima. E eu achei que era justo colocar a dela aí também pra ela se sentir mais velha. — ele respondeu como se aquela atitude fizesse todo sentido do mundo.
— Vamos lá, pessoinha. Tá na hora do seu jantar —Sentei do lado dela no sofá. — Cadê o bocão da menina faminta da mamãe? — Olhei pra cara de Freddie que estava paralisado e olhando fixamente na direção da porta.
— O QUE? COMO É? — ouvi um grito histérico de Carly.
— Acho que esquecemos um detalhe, Sammy. — Freddie observou.
— Mamãe? Sam, como pode esconder isso de mim? — Carly perguntou indignada.
— O que vocês estão fazendo aqui? — Spencer perguntou nem ligando pra estranha presença infantil. — Oba, a comida é de boas-vindas pra mim, é? — perguntou avançando na mesa.
— Vamos lá, era pra ser uma recepção animada não polêmica. Seja bem-vinda, amiga. — disse tentando descaradamente evitar as mil perguntas que ela me faria.
— Ah, é? E a festa vai ser antes ou depois da hora de nanar? — perguntou com raiva.
— Ei calminha aí, Carlotta. —
— Papa... papa... papa. — a neném começou com suas palavrinhas.
— Licença— Freddie pediu.
— Que você quer agora, Nerd? — perguntei já revoltada com toda a situação.
— Ela está me chamando. — pegou ela no colo. —Não ouviu o papa, papa ? — ele perguntou. Carly continuou a nos observar.
— Ela estava falando da comida, não de você, idiota!
— Olha o respeito, loira. — ele advertiu.
— Só porque estamos juntos não quer dizer que eu vou passar a te chamar de amor, lindo, fofo, querido ou coisas assim. — lembrei a ele.
— Espera. Juntos? Papa? Bebê? Mamãe? MEU DEUS, EU NUNCA MAIS VOU PRA YAKIMA E LARGO VOCÊS AQUI! —Carly botou a mão na cabeça em desespero. Eu gargalhei. Tinha me esquecido de que minha amiga era a rainha do drama. — Como você escondeu a gravidez e como emagreceu tão rápido? — ela me perguntou se sentando ao meu lado.
— Eu nunca estive grávida. — respondi e ela me olhou com uma cara incrédula. — Jully não é minha filha de sangue. Ela foi abandonada há alguns meses, antes de você viajar. E eu a encontrei no caminho para cá e, por acaso, liguei pra Freddie assim que cheguei em casa com ela. Ele parecia ser o mais sensato e o que mais podia me ajudar. Nós conversamos e no outro dia ele veio até minha casa vê-la. Concordamos que, assim que ela estivesse com um mês e mais gordinha, íamos entregá-la a algum orfanato e eles cuidariam dela, mas... mas foi impossível fazer isso. Nos apegamos a ela e depois que a mãe de Freddie descobriu ela nos deu duas escolhas, entregar ela pra o governo ou registrá-la como nossa filha. E, aqui está, Jully Mary Puckett Benson.
— Isso é irreal demais. — ela murmurou. — Eu sou tia? Ai meu Deus, eu sou tia! — exclamou animada. — Passa ela pra cá, Freddie. — ele a entregou e ela a pegou desajeitadamente. — Oi, lindinha. Deixa eu ver seus sorrisinho deixa. — Carly pediu, mas a pequena só queria saber para o meu lado. Ela encarava fixamente o pote de papinha de neném em minha mão.
— Jully, tão novinha é já é a xerox da mãe. Não desvia o olho da comida. — brincou e me entregou a pequena.
— Vou para casa— Freddie avisou vindo até a mim, me deu um selinho e se afastou.— Vou chamar minha mãe, já volto. — ele completou quando viu a carinha triste da bebê, na verdade, a carinha triste era a minha, mas vamos fingir que o poder de convencer ele veio de Jully. Ele se foi e eu peguei Carly me olhando com uma careta curiosa.
— Vai me contar como... vocês aconteceu?— ela apontou pro lado da porta.
— Jully. — justifiquei.
— Então... agora que são um casal, vão andar por aí fazendo outros bebês ou só essa daí já está bom? — Ela provocou
— CARLY!— eu gritei a repreendendo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Finalmente, fim! Ok, Jully é uma gracinha, né? *-* Espero que tenha gostado.