Dimitri, assim como todos os outros envolvidos naquele resgate, perceberam rapidamente que o grupo de Nathan era muito organizado e a luta começou logo na segunda câmara que entraram. Eles eram brutais e quase todos eles provavelmente, eram guardiões. Muitos deles, conhecidos de Dimitri. Trabalharam para Dimitri quando esse era ainda um strigoi.

A sede de sangue que eles todos tinham contra o russo era enorme e eles o atacavam para valer, sabendo da capacidade do mesmo, mas eles não contavam com o elemento dele. Dimitri era hoje um moroi, com as habilidades e porte físico de damphir, mas ainda assim com o elemento AR a seu favor, tornando-se assim, uma arma muito mais perigosa.

Sua força ainda era muita, embora não fosse a mesma mais, nem tampouco com a rapidez e agilidade de quando ele era um strigoi e esta era a primeira luta sua depois de ser restaurado, mas o que lhe movia, certamente, era sua ânsia em recuperar Roza. Aquela que ele ainda amava, mas que também sabia que jamais seria sua novamente. Mas ele lhe devia isso! Ele fez uma promessa a Abe Mazur e iria cumprir. De qualquer modo!

Enquanto Abe criava distrações com fogo ele disse para Dimitri:

“Você não deve usar seu elemento na luta! Assim você enfraquecerá rápido e temos uma corrida contra o tempo, Belikov! Se concentre na luta e deixe que eu crie as distrações! É uma ordem!” Como era Abe quem estava no comando, Dimitri apenas assentiu e rapidamente deram conta daqueles vários strigois que os atacavam.

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Alberta e os outros guardiões que vieram com ela foram direto para o local indicado, levados por um carro que Pavel havia providenciado. Decidiram levar também Natasha e os outros morois que estavam dispostos a lutar, salvaguardando apenas a princesa Dragomir, sendo essa levada para a casa de Abe.

“Majestade!!!!” Lissa a reverenciou. “Guardiã Hathaway!!!” E correu e pegou Janine desprevenida em um abraço de urso, já com o rosto banhado em lágrimas. “Cadê o Adrian?!” Tatiana foi quem respondeu, com ar cansado. Toda a ‘Sua Majestade’ havia sido expurgada de suas feições e ali, havia somente uma tia preocupada com seus sobrinhos – Adrian e Rosemarie.

“Adrian está cedado. Ele está em seu quarto, dormindo um pouco porque estava realmente indócil e queria ir de qualquer jeito no resgate. Se permitíssemos isso, Rose teria seu filho antes do tempo, ao saber! Ele está muito nervoso, muito agitado e por isso, foi cedado. Emma está lá com ele!”

“Posso...?!” Janine assentiu e Lissa correu escada acima, entrando feito um furacão no quarto. Emma a avistou, fechou a cara e sinalizou que fizesse silêncio. Lissa sussurrou.

“Como ele está?”

“Ele está muito agitado ainda, mesmo cedado. Queremos mantê-lo o maior tempo possível assim. Queremos que quando ele acordar, Rose já esteja de volta.” No canto do quarto, Lissa avistou Sidney, que olhava para o nada e parecida sequer ter tomado conhecimento de sua presença. Lissa se aproximou e viu que Sidney tinha o rosto inchado e os olhos vermelhos. Verificou sua aura e notou que a preocupação e o medo tomava conta ali.

“Sidney?!” Lissa tocou seu ombro lentamente, mas não evitou o susto da alquimista. Sidney se levantou em um pulo.

“Hã?! Ah... Oi Lissa... Lissa?! O que você está fazendo aqui?!” Lissa sorriu sem graça.

“Eu vim para ajudar. Nós soubemos o que houve e viemos todos...!” Sidney a interrompeu.

“Todos??? O Ralph...” Lissa assentiu e Sidney que havia se sentado novamente, se colocou em pé. “Cadê ele??? Eu preciso vê-lo...” Lissa a fez se sentar novamente, usando um pouquinho de compulsão. ‘Isso vai ser difícil! Ela vai surtar ao saber que ele foi para a batalha... Ela está realmente apaixonada!! Quem diria em Ralph Szarcosi?’

“Ele foi até às cavernas... Ele foi ajudar Sidney...” Ao ver o rosto da alquimista sem uma gota de cor, emendou. “Fique calma! Ele sabe se cuidar e sabe usar muito bem o seu elemento de forma ofensiva! Ele vai voltar! Assim como todos...” Disse isso quase como um sussurro, já pensando em seu Christian.

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A luta estava chegando cada vez mais fundo na caverna que era enorme, e ninguém mais sabia para qual direção correr. Parecia que Rose não estava em nenhum lugar. Houve um momento em que Dimitri pensou ter sido enganado pelo humano que deu as informações esse isso custasse a vida de Roza, ele mesmo se entregaria para qualquer strigoi na batalha, mas ainda era cedo e ele tinha que encontrá-la.

Alberta e os outros guardiões chegaram ao local e à medida que entravam na caverna, viram a morte e a destruição.

“É... Parece que estão fazendo um bom trabalho!!!” Stan estava desconfiado daquilo. Nenhum guardião morto. Ele achou aquilo muito estranho.

“Não sei não! Isso me parece uma emboscada e das boas! Como em uma batalha deste porte, não há sequer um guardião ferido sendo socorrido ou morto?! Não sei Alberta, mas eu acho que o melhor é corrermos! Isso está ficando cada vez mais estranho...” E assim o fizeram.

Dividiram em grupos, sendo que Ralph – usuário de terra e Jess, usuário de ar, foram com alguns guardiões reais e Alberta. Mia – usuária de água e Christian, de fogo, com Stan e outros. Com Alberta foram Eddie e mais outros guardiões, acompanhados de Natasha – usuária de fogo, que se recusou terminantemente, assim como os outros morois a irem para a casa de Abe. Entraram em três galerias diferentes. Como Mia manipulava água, ali era definitivamente o seu reinado, porque água era o que não faltava, principalmente naquele corredor em que entraram.

“Guardião Alto, cuidado!!!!” E ele estava sendo atacado rápida e eficientemente por três strigois e Mia, que o havia avisado, fez uma bolha de água no rosto de cada um dos três, para que Stan os empalasse em segurança enquanto Christian ateava fogo na cabeça de dois deles que atacavam dois guardiões reais. Apareceram mais quatro, mas foram rapidamente exterminados.

Em um outro corredor, um que desembocava naquela cachoeira, Ralph fez algumas pedras gigantescas rolarem na direção de três strigois, que foram arrebatados pelas pedras, sendo que dois deles caíram espetados em duas estalactites e o outro rolou cachoeira abaixo. Jess, resolveu sufocar dois deles enquanto os guardiões se livravam de mais outros três, para poder dar cabo daqueles que Jess mantinha distraídos.

Enquanto isso, Alberta e Eddie lutava com uma legião de strigois, com a ajuda de Natasha, quando essa avistou Dimitri chegando em companhia de Abe Mazur e mais alguns guardiões. Como ali havia muitos strigois, possivelmente, pensaram todos,  estavam próximos de onde Rosemarie era mantida presa. Se ela estivesse morta, não haveria tantos strigois ali e Nathan certamente já teria aparecido ou, ainda, se o pior tivesse acontecido e Rose já tivesse sido transformada, pela experiência de Dimitri, ela também estaria ali lutando contra eles.

“Ela deve estar por aqui! E viva, com certeza, senão, não haveria tanta guarda em volta!” Disse Dimitri e todos assentiram, depois de se certificarem que aqueles strigois estavam todos mortos, seguiram em frente.

Em outra câmara, houve outra luta brutal, mas também rápida quando todos ouviram Rose gritar.

“O QUÊ VOCÊ FEZ COMIGO SEU MONSTRO???? O QUÊ????” Dimitri sentiu o sangue de seu corpo sumir e rapidamente começou uma ventania direcionada, em sua volta, enquanto ele corria, acompanhado de todos, no som da voz de Rose. ‘Não!!! Ele não pode ter transformado Roza em um monstro!!!! Eu mesmo providenciarei que ele sofra muito, muito mesmo, antes de arrancar a cabeça dele com as minhas próprias mãos!!’

“FALE SEU MALDITO???? EU ESTOU COM SEDE!!!! O UQE VOCÊ FEZ COMIGO???? ME SOLTE SEU IDIOTA!!! SAIIIII!!! SAIA DE PERTO DE MIM!!!!!”

Neste instante, Dimitri achou o local da voz e se arremessou contra Nathan que estava muito próximo do pescoço de Rose. Ela estava ferida e sangrava no pescoço. Dimitri rosnou e tirou o ar de Nathan.

“Você a mordeu, seu maldito! Sua criatura maligna!!! Desta vez, você não vai me escapar...” Enquanto Dimitri rosnava e tirava o ar de Nathan, o jogava de um lado para o outro como se fosse uma boneca de pano. Nathan, sem ar e ferido com a estaca, não estava com aquela agilidade toda, seu risinho cínico havia saído de sua cara, deixando ali uma expressão de surpresa e terror. De sua boca não saía nenhuma frase espertinha, porque ele não tinha ar sequer para elaborar alguma coisa para dizer, tampouco para falar.

Abe correu para Rose, com um pouco de cautela, observando seus olhos, mas eles ainda eram quase negros e não havia ali qualquer vestígio vermelho ao redor de sua íris. Ela estava muito pálida e seu pavor era evidente.

“Kiz... Kiz?! Querida, fica comigo!! Não durma, fica comigo!!!” Ele dizia enquanto desamarrava seus pés e retirava suas algemas.

“Baba...!” Sua garganta ainda estava seca e ela tinha uma sede louca. Ela achava que tinha sido transformada e sentia cheiro de sangue. Mas o cheiro que ela sentia era da luta e não sede strigoi. “Fique longe de mim! Ateie fogo em mim e me mate... Eu não quero ser assim...!!!”

Ele a abraçou e Alberta lhe deu água. Rose não sentiu desejo em morder seu próprio pai e se deixou abraçar, sem se dar conta do que estava acontecendo à sua volta. Tudo o que ela queria era dormir e só ouvia a voz de seu pai, sussurrando-lhe:

“Calma, kiz! Ele não te transformou! É você querida. Esta sede é de água mesmo! Tome esta água kiz e se acalme, mas não durma...”

“Baba... O bebê...!” Ele acariciou sua barriga e sorriu.

“Ele está aqui, querida, vai ficar tudo bem! Não durma! Rose... Rose!??” E ela apagou.

Dimitri, com a ajuda de Natasha, fez como prometido. Após empalá-lo, arrancou sua cabeça, a olhou e admirou como se fosse um prêmio.

“Acabou! Vamos sair daqui!” Foi só o que ele disse, carregando a cabeça de Nathan consigo, para jogá-la na cachoeira que ele havia visto.