As Lindas asas que Me Cercam escrita por Malifysence


Capítulo 4
Capítulo 3 - O Vazio da Indecisão




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“Nossa... Cem mil... Cem mil yenes... Quando será que não precisarei mais me preocupar com ele?... Mas pensando bem, é isso que me faz gostar de estar ao lado dele... Essa total e absoluta necessidade que tanto me faz gostar de tê-lo a meu lado... Deve ser isso! Era esse o meu vazio... Um alguém que me necessita-se do mais profundo de seu ser! Obrigado... Nanami...”

            Era como um sonho confuso e atordoante para Yoru que nada entendia mesmo quando pensava entender, mas ele sabia que teria de cuidar daquele que lhe cuidou por sua vida inteira, aquele que o tinha no coração antes mesmo dele poder pensar existir. E tudo em que pensava além deste alguém era como seria sua vida de hoje em diante tendo que lhe dar com a vida social, trabalho, estudos e um relacionamento amoroso — pelo menos cinqüenta por cento — com um anjo caído e sua ingênua e inocente forma de pensar e agir.

—Yoru...

—Hã? O que foi Nanami?... Precisa de algo?

            Yoru permanecia imóvel deitado no sofá apenas fitando Nanami sentado no tapete da sala o observando assistir televisão com um rosto pacífico e alegre que, agora, estava afeminado como se fosse uma real mulher.

—Você não está zangado comigo?

            Com um sorriso Yoru prevalece a certeza da resposta que estava por vir.

—Claro que não... Você não sabia de nada.

            Por causa desta resposta Nanami cora abaixando a cabeça na tentativa de não demonstrar que estava lisonjeado mantendo suas mãos juntas entre as pernas cruzadas fitando o rosto de Yoru que desatentamente assistia a televisão.

—Nanami...

            Ele levantou o rosto em dúvida fitando os olhos de Yoru.

—Prometo que nunca mais o deixarei sozinho até eu morrer... E que você sempre poderá contar comigo para tudo que quiser.

            O sorriso no rosto de Yoru o fitando nos olhos o corou novamente, mas agora não pelo lisonjeio e sim por sentir-se bem mais seguro com aquela promessa, com aquelas palavras singelas que vinham de seu amado Yoru.

—Então isso quer dizer que você vai comigo num lugar amanhã.

—É? Onde? No parque de diversões de novo? Ou no lago do parque?

—Não, não... Você vai comigo até um lugar onde tem muitas pessoas atrás de um mesmo objetivo: Formação técnica especializada...

—E o que seria “formação técnica especializada”?

—Bem... No meu caso é jornalismo... Mas existem muitas outras como: desenho; ciências exatas; ciências humanas; entre outras...

—Deve ser muito legal.

—Na verdade não chega a tanto assim e é muito difícil também, mas no fim todo o esforço vale a pena até numa área como a minha em que há uma movimentação muito grande de empregados...

            Mesmo sem entender nada Nanami aceitava as palavras de Yoru como as da própria verdade absoluta do universo. O dia passa como sempre aos poucos com a presença do anjo caído e de seu protetor antes protegido.

—Nanami vamos dormir?...

—Sim Yoru.

            Como de costume Nanami deita-se entre os braços de Yoru aconchegado entre o calor dele e do edredom protegido em seus sonhos pelo calor de seu amado protetor que também aproveita deste mesmo para proteger seus próprios sonhos.

            No dia seguinte, uma segunda-feira, Yoru acorda cedo se apronta para a faculdade e acorda Nanami com um beijo no rosto belo e adormecido.

—Acorde... Temos um dia longo pela frente e você não vai querer ficar ai dormindo, não é?

            Ele abria os olhos lenta e sublimemente como se este fosse seu primeiro despertar, tão belo quanto o desabrochar de uma nova flor e tão leve quanto o abrir das asas de uma borboleta, fazendo com que Yoru corasse com tal visão.

—O que houve Yoru?...

            Acordando do transe daquela bela visão que o fizera visar Nanami corado e Yoru se envergonha em quase demonstrar um sentimento àquele que o faz sentir-se tão bem.

—Na-nada não! Só... Só estava vendo se você estava com frio.

            Nanami não entendia bem por que ele sentiria frio, mas havia se levantado e ido tomar banho, logo, já estava pronto com a toalha enrolada na cintura.

—Yoru...

—Hã? O que foi Na...

            Com a visão do corpo de Nanami despido Yoru corou instantaneamente pondo as mãos no rosto encobrindo-o.

—É que eu não sei onde deixei minha roupa... Você pode pegá-la para mim?

            Yoru balançou a cabeça mostrando que estava de acordo com a idéia, mas não desgrudava as mãos do rosto nem mesmo para dizer uma palavra. Quando chegou com a roupa de Nanami ele estava com uma bandana no rosto para poder usar as mãos.

—Aqui, toma.

—Por que você está com isso no rosto, Yoru?

—Ah! Isto? Não é por nada não.

—Então tudo bem.

            Nanami que estava de toalha na porta do banheiro tinha deixado a porta aberta e entrado para se trocar tirando a toalha de imediato corando ainda mais Yoru que correu para o quarto na tentativa fracassada de não ter pensamentos devassos com o pobre anjo.

—“O que é que eu estou fazendo? Ele não é meu e nem que fosse eu faria isso com ele! Como eu posso ter coragem de olhá-lo nos olhos agora? Como?”

—Yoru... Por que você está sentado na cama? A gente não ia sair?

—É verdade! Tenho que ir com você para faculdade agora!


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