バイ　タタ。                                黒いコートの友人.

Capítulo 4 – Meu sorvete e meu coração.

 Subiu a torre do relógio novamente.

Sentou-se no lugar de sempre. Observou o horizonte novamente. E esperou.

 Após algum tempo, ouviu passos em sua direção, que se sentaram ao seu lado.

 -Desculpe. –Disse o ruivo ao seu lado.

 Roxas apenas contemplava o céu e o sorvete.

 -Eu achava que não gostava muito de mim. –Axel disse passando as mãos no cabelo.

 -Você é meu amigo.

 -É que você nunca dissera isso.

 -E é preciso dizer? –Disse oferecendo o sorvete meio derretido que havia comprado para o amigo.

 -Obrigado. –Disse aceitando o picolé. -Quer me dizer algo?

 -Eu quero. –Terminou o sorvete, observando que a frase “vencedor” não havia de tê-lo sorteado novamente. –Eu gostaria de me despedir.

 -Você vai embora? –Disse procurando algo em seu casaco.

 -Vou. Eu não tenho coração. Preciso me juntar com o meu coração.

 -Isso é papo de louco. –Disse retirando um palito do casaco.

 -Como é?

 -Coração. Tch... Você não sabe o que não é ter um coração.

 -Sei sim... Eu sou um nobody. Um ninguém.

 -Eu também sou. Eu procuro pelo meu coração.

Por um instante, a surpresa no olhar de Roxas era inacreditável. Logo, ele fechou os olhos e riu.

 -Todos aqui parecem não ter um coração.

 -Toma. –Disse dando-lhe o palito do sorvete. –Esse é o palito sorteado. Com ele, pode pegar outro sorvete.

 -Mas ele é seu. –Disse recusando.

 -Eu fui atingido por ele quando subia para cá. Ele é seu. Sua chance de ter mais um...

 -Mas eu queria ter o antigo sorvete de volta. –Disse alternando entre os assuntos.

 -O seu sorvete... Já era. Agora contemple a sorte de poder achar outro. Aproveite esta chance e não olhe para trás. Pegue o palito, e junte-se ao sorvete. –Disse Axel.

 -Entendo. –Olhou para o palito escrito “Vencedor”.

 -Eu nunca tive a sorte de ter um palito vencedor. Por isso eu batalho por ele. –Disse o ruivo terminando seu derretido picolé.

 -Desculpe amigo. Eu gostaria de vê-lo tendo um coração também. –Olhou para o céu. –Mas não fique bravo, eu sei que um fim lindo irá cobrir seus olhos.

 -Algum dia... Sei que nos conheceremos novamente. –Disse com o olhar distante.

Roxas virou-se para ele. Surpreendentemente aquela fala fora sua. Aquela fala que tinha dito a Naminé.

-Eu sei. E eu terei a sorte de vê-lo novamente... Meu amigo de casaco negro.

-Você não se lembra de mim, mas há de se lembrar... Meu amigo de casaco negro.

Seus olhos se assustaram.

-Irei me lembrar de você... Eu prometo. –E então deu o palito para o amigo. –E sei que o seu dia chegará também.

 -É.

-Obrigado.

 -Tudo bem. –Pegou o palito de suas mãos e o jogou para frente. –Assim como você, meu coração há de se encontrar comigo. –Disse Axel.

 Roxas se levantou. Olhou novamente para o amigo, e olhou para o céu. Parecia se despedir de tudo. E se deixando cair, suas últimas foram:

-Eu já o conhecia... Porque não me disse antes?

 Os olhos do ruivo se arregalaram. Como uma cena em câmera lenta, ele via Roxas caindo da torre, e nada podia fazer. Como uma ação automática, estendeu as mãos tentando resgatá-lo, sem sucesso. O olhar do loiro demonstrava paz e tranquilidade, e o ruivo não sabia como pode ter aquele olhar numa situação daquela. Era o fim. A amizade ali permanecera para sempre.

 Então Axel se levantou e disse após ver Roxas desaparecer:

-Eu não queria ver sua inocência ir embora... Obrigado Roxas. Meu amigo do casaco negro. Me desculpe se menti para você... Mas é que eu me preocupo com sua alma.

 Não se preocupe. Eu sabia que era você o tempo todo. Apenas me dei conta disso agora. –A voz do loiro soou na cabeça do ruivo devagar.

Roxas como dito, havia desaparecido. Ele se encontrava novamente no despertar.

 Encontrou-se com o manto negro e a Keyblade em mãos. Observou em volta e viu Sora. O garoto moreno estava caído no chão, inconsciente.

 -Sora?!? –Disse correndo em sua direção.

O loiro percebera que as roupas do moreno haviam mudado, e perguntou a sí mesmo:

 -O que aconteceu aqui?

Desculpe, eu tentei me libertar sem você. –Sentiu em sua cabeça.

 -Mas eu não disse que viria?!? –Disse gritando com a negritude.

Me desculpe.

 Roxas ignorou o pedido de desculpas da voz em sua cabeça. Ajoelhou-se ao lado do corpo caído, e colocou suas mãos na Keyblade do moreno, fazendo desaparecer a sua. A Keyblade de Sora brilhou e sumiu, juntamente com o loiro.

-Você foi imprudente. Espero que tenha aprendido a lição, eu.

Você acertou, meu nome é Sora. E agora é o seu também.

 -Sim. Para sempre.

Sim. Para sempre, eu. O amigo do casaco negro.

 -O amigo do casaco negro, eu.