Estava preste a sair do colégio quando senti dois braços fortes me empurrarem contra a parede. Me assustei quando me deparei com um par de ônix furiosos.

_Me solta! – falei enquanto tentava inutilmente me desprender dês seus braços.

_Qual é o problema? Está com medinho? – ele perguntou enquanto me forçava ainda mais contra a parede – Olha aqui garota, ninguém trata Uchiha Sasuke assim, entendeu? É bom você se comportar! – ele disse ainda me segurando – fica quietinha que vai ser melhor para você! – ameaçou e logo depois me soltou enquanto virava-se para sair, com pose de “missão comprida”.

“Fica quietinha que vai ser melhor para você!”. Eu tenho que assumir que essa última frase me assustou. Sasori falou isso, enquanto, bem, vocês já sabem. Ok, eu assumo eu estava morrendo de medo, mas só maior que meu medo era o meu ódio, o ódio que eu sentia de Sasuke.

Ele já estava quase na porta quando eu me aproximei e cutuquei suas costas.

_Ei, Sasuke! – ele se virou com um olhar interrogativo e eu peguei todo aquele ódio que estava na minha garganta e cuspi nele, literalmente, eu realmente cuspi! – vai precisar de mais que isso para me intimidar – falei enquanto corria.

Ele ficou alguns segundos parado, acho que tentava assimilar o que tinha acontecido. Depois correu atrás de mim, mas logo eu cheguei numa rua movimentada e o perdi de vista.

Cheguei em casa com meu coração acelerado, subi direto para o meu quarto. Nem eu conseguia acreditar no que havia feito. “Droga!” Pensei comigo mesmo. Afinal, eu havia acabado de provocar Sasuke Uchiha e pela cara que ele estava as coisas não iam ficar assim. Afinal, por que eu tenho que ser tão esquentada? Eu queria saber pensar nas consequências antes de agir, mas aquilo parecia impossível para mim. Suspirei arrependida. Agora o que está feito, está feito. As coisas vão ser o que tiver que ser.

Estava saindo do meu quarto quando me deparei com a minha mãe.

_Nem vi você chegar – ela falou surpresa.

_É que eu subi direto para guardar meus materiais – menti e ela pareceu acreditar – mamãe, eu quero falar com você – continuei séria.

Nos fomos até a cozinha e nos sentamos uma de fronte para outra então eu comecei.

_Mamãe, eu quero trabalhar – disse, mas o meu “eu quero” tava mais para um “eu vou”.

_Sakura, nós já falamos sobre isso e eu disse que quero que você se concentre apenas nos seus estudos! – disse minha mãe.

_Mas mamãe, é só meio período e eu vou ter tempo para estudar e fazer meus trabalhos à noite e nos finais de semana – argumentei.

_Sakura, alguma vez eu te deixei faltar algo? – perguntou ela séria.

_Não mamãe, não é isso. Eu só queria ter o meu dinheiro. Ser independente. Eu prometo que minhas notas não vão baixar. – falei tentando demonstrar o máximo de confiança possível.

_Se é assim que você quer, mas eu acho desnecessário – ela falou incerta.

_Eu te amo – disse dando um beijo no rosto dela e subindo rápido antes que ela mudasse de idéia. No dia seguinte eu procuraria um emprego!

Acordei atrasada já que tinha esquecido de colocar meu despertador tocar. Me arrumei correndo e acabei chegando 15 minutos atrasada na escola. A aula era da professora Kurenai e ela encheu o saco, mas me deixou entrar. Fiquei em silêncio a aula toda. Percebi uns olhares raivosos de um certo Uchiha, mas ignorei completamente.

Quando o recreio chegou, eu e Hinata nos separamos das demais garotas de novo. Ela me perguntou o que estava acontecendo, mas eu disse que hoje dormiria na casa dela e nós conversaríamos melhor à noite.

Nós sentamos numa das mesas do refeitório mesmo não tendo comprado nada para comer. Estávamos nós duas, conversando tranquilamente, mas como felicidade de pobre dura pouco logo vi um garoto pálido de olhos ônix caminhar na nossa direção junto com Neji, um garoto pálido de longos cabelos negros por qual Tenten era apaixonada e Gaara, um ruivo que Ino achava gatinho. Ele estava com um meio sorriso na boca, o que me deixou tensa.

_Olha se não é a “POBRE” Haruno. – disse ele sinicamente destacando o “pobre” – ouvi falar que você anda passando necessidades. Sabe o que estão dizendo? – ele perguntou, mas eu não me dei o trabalho de responder – que você só está nesse colégio porque sua tia é diretora, já que, caso contrário, você nunca conseguiria estudar aqui já que não tem dinheiro nem para comer direito. – ele disse e todos começaram a rir. Depois ele tirou dinheiro da carteira, amassou e jogou em mim. Um acertou a minha cara. As pessoas que estavam ao nosso redor riram ainda mais alto. “Calma Sakura, você não pode arrumar confusão! Calma Sakura” eu dizia para mim mesma. Rezei para ele sair de lá antes que eu perdesse a cabeça. – Sabe, eu tenho dó de você, o que mais poderia se esperar da filha de uma puta? – droga, agora ele passou dos limites! Como assim filha de uma puta? Levantei da cadeira onde eu estava sentada, olhando-o mortalmente – é verdade que sua mãe faz programa para te sustentar e que você nem sabe o nome do seu pai? – Agora foi a gota d’água.

_Puta é sua avó – gritei exaltada. – olha aqui Uchiha, você pode até me xingar, mas não ouse falar da minha mãe. Peguei o Sanduíche da mão da menina que estava atrás de mim e joguei nele, mas o mesmo foi mais rápido e desviou.

_Você adora jogar as coisas nos outros, não é Haruno? – ele disse ao mesmo tempo em que pegava um copo de suco da mãe de Gaara e jogava em mim.

_Guerra de comida! – gritou algum infeliz que estava no meio da nossa “platéia”. A partir dali, aquele refeitório virou um inferno. Era comida voando para todo lado. Alguns tentavam se esconder embaixo da mesa, mas era impossível. Não demorou muito até que eu escutei uma voz conhecida gritar.

_O que está acontecendo aqui? – perguntou Tsunade e aquele refeitório se silenciou no mesmo instante! – quem começou essa bagunça? – ela perguntou e todos aqueles dedos duros duma figa apontaram para mim e para Sasuke. Todos que estavam perto da gente se afastaram. Só naquele momento que eu percebi que Hinata não estava mais do meu lado– Pra minha sala, os dois – continuou ela com um olhar de decepção.

Ambos obedecemos e nos dirigimos para a diretoria. Eu estava toda suja, mas Sasuke não estava muito melhor. Não falamos nada durante o caminho, apenas nos encarávamos raivosos. Quando chegamos à sala da diretora, sentamos nas duas cadeiras que haviam defronte para a mesa da mesma. Não demorou muito, Tsunade entrou com uma cara raivosa.