Fênix Parte I: Exílio escrita por Imogen


Capítulo 7
Cap. VII • Granger x Malfoy


Notas iniciais do capítulo

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Cap. VII • Granger x Malfoy

“Mas agora eu sei exatamente quem você é e eu sei que você tem meu coração
Finalmente é aonde eu pertenço! É você que eu tenho amado todo tempo!”

Os últimos versos da canção por algum motivo haviam se tornado dolorosos para Hermione e ela não pôde continuar. Respirou fundo e se despediu das amigas alegando não estar se sentindo bem, deixando as duas atônitas.

- Você não vai esperar o Lupin? – perguntou Luna sem acreditar na atitude da amiga.

Por um momento havia esquecido que Lupin retornaria a qualquer momento com as notícias do mundo mágico. Mas precisava ficar sozinha, nem que fosse por alguns minutos.

- Será que vocês poderiam me chamar quando ele chegar? – pediu recebendo um aceno positivo em resposta e se dirigindo ao quarto.

Deitou-se na cama, abraçando o travesseiro. Era como se ao cantar aquelas palavras ela conseguisse finalmente definir para si mesma o que sentia, não podia mais negar, estava apaixonada. E agora sofria com o medo de uma rejeição. Olhou para a réplica do Taj Mahal colocada junto aos os livros em sua cabeceira, lembrou-se de todos os momentos que passou ao lado de Draco e sentiu seu coração apertar. “E se ele me esqueceu? Será que ele seria capaz de perguntar por mim? Não, provavelmente ele nem se lembra mais. Não posso me esquecer que estou falando de Draco Malfoy… Não devo sonhar com o impossível.” – dizia para si mesma, encolhendo-se na cama e fechando os olhos.
Na sala, Gina e Luna tentavam entender o que se passava na cabeça de Hermione. Depois de dias desanimada e cabisbaixa, ela havia passado o dia tão bem, mas de repente era como se uma nuvem negra levasse embora toda a sua felicidade, fazendo com que novamente a menina se isolasse.

- O que faremos com ela? – perguntou Gina preocupada.

- Acho que nós não podemos fazer nada, mas ele pode! – disse Luna abrindo um sorriso quando viu Lupin chegar acompanhado por ninguém menos do que Draco Malfoy.

O som das vozes na sala fez com que Harry e Rony interrompessem sua conversa e corressem ao encontro do professor. A ansiedade por notícias era tamanha que Harry nem se deu conta da presença de Draco, atropelando a todos com uma série de perguntas.

- Calma, Harry! Uma pergunta de cada vez! – falou Remo achando graça.

- Pela expressão de vocês, as notícias são boas! – falou Gina, fazendo com que Harry percebesse Malfoy.

- Na verdade, fizemos alguns progressos… Vocês jantaram? – perguntou Lupin.

-Não conseguimos! – respondeu Rony.

- Ótimo! Então eu explico tudo enquanto jantamos todos juntos!- concluiu o professor.

Draco estava meio distraído, observando o local, embora não lhe parecesse tão importante saber onde estava. Seus olhos corriam pelo apartamento, mas sem se prender a nenhum detalhe. O que ele realmente queria era saber onde ela estava… Por que não estava com os outros? – perguntava a si mesmo.

Luna percebeu o que estava se passava na mente do sonserino e agiu rápido.

- Hei, Draco, por que você não chama a Hermione para jantar com a gente, enquanto eu e a Gina esquentamos a comida? – perguntou a loirinha naturalmente, deixando o rapaz sem resposta.

- Segunda porta a direita! – completou Gina rapidamente.

Não entendeu a princípio a atitude das garotas, mas não importava, ele queria vê-la e não por isso hesitou em atender Luna. Deixou o sobretudo no sofá e seguiu em direção ao quarto indicado pelas garotas.

Mas o pedido de Luna não agradou a todos, Harry e Rony não conseguiam entender por que justo Malfoy deveria chamar Hermione e imediatamente começaram a questionar a atitude das garotas.

- Por que isso? Se estavam ocupadas poderiam ter pedido a mim ou ao Harry para buscar a Mione! – disse Rony contrariado.

- È, o Rony está certo! Malfoy não tem nada que ir no quarto de vocês! – apoiou Harry.

- Calma, gente! Ele só está fazendo um favor! – insistiu Luna.

- De qualquer forma, vou lá para garantir! – disse Rony, que foi imediatamente impedido de se mover pela irmã.

- Você não vai a lugar nenhum, Ronald! Hermione e Malfoy têm um assunto pendente e quanto antes resolverem melhor para todos, então fica na sua! – falou a ruiva de forma enfática.

Embora não tenham contestado mais, os dois não disfarçavam o incômodo. Há muito tempo Harry desconfiava que algo estava acontecendo entre aqueles dois e talvez fosse o momento para parar de adiar a conversa com Hermione. Draco não era de confiança e ele não estava disposto a permitir que o sonserino voltasse a magoar sua amiga.

Draco abriu a pesada porta de madeira com todo o cuidado, não sabia se a garota estava acordada e não queria assustá-la. O quarto estava quase completamente escuro, sendo iluminado apenas pelas luzes da rua que entravam pela janela. Caminhou lentamente até a cama onde a menina dormia tranquilamente e sentou-se com cuidado.

Seu coração estava disparado; Era maravilhoso poder estar com ela novamente. Ele não acreditava que pudesse se sentir assim por causa de uma garota; Sempre achou que o amor que fazia o coração disparar e a boca ficar seca que era narrado nos romances não passava de uma invenção dos homens, uma ilusão tola, mas diante dela ele se via forçado a admitir: estava errado.

Passou a mão de leve no rosto da garota, afastando uma mecha de cabelo que lhe caía sobre os olhos, curvou-se e beijou seus lábios delicadamente, fazendo com que a menina abrisse os olhos devagar.

Hermione abriu os olhos e não se admirou com a presença de Draco. Depois de uma tarde inteira falando de histórias de amor e contos de fadas, o que poderia ser mais natural do que sonhar que seu príncipe vinha de longe só para fazê-la despertar com um beijo? Ele sorria para ela e estava tão lindo… Ela apenas pensou o quanto era bom poder vê-lo, ainda que em sonhos. Sorriu para o rapaz e fechou novamente os olhos, sabendo que quando os abrisse novamente ele já não estaria lá.

Percebendo que não tinha despertado a garota, Draco a beijou novamente e falou baixinho em seu ouvido: “Não me diga que depois de tantos dias sem me ver, vai preferir dormir a jantar comigo!” – fazendo com que a menina abrisse completamente os olhos e num impulso saltasse da cama o abraçando com força.

- E então? O que me diz? Vai jantar comigo? – perguntou sorrindo para a menina, que sem conseguir dizer nada, apenas balançou a cabeça afirmativamente.

Chegaram à sala em silêncio e se dirigiram a mesa onde Harry, Rony e Lupin já estavam acomodados. A expressão no rosto de Hermione naquela altura parecia indecifrável. Sentia um imenso alívio em ver que ele estava bem, uma enorme felicidade por poder estar com ele novamente e ao mesmo tempo tinha medo de que ele não correspondesse os sentimentos que ela começava a nutrir por ele. Na verdade, nem a própria garota conseguia saber o que estava sentindo, tamanha a confusão de sentimentos. Neste caso, o melhor era não tentar entender e simplesmente tentar agir naturalmente.

Enquanto jantavam, Lupin preferiu falar de temas mais amenos, como a transferência de esconderijo que seria realizada dentro de três dias, além de repassar as tradicionais recomendações da senhora Wesley. Draco permanecia tão concentrado em Hermione, que não comia.

- Não tem fome? – perguntou a castanha, fazendo com que Draco acordasse.

- Acho que o Malfoy não gostou da comida da Gina! – zombou Rony só para irritar a irmã, recebendo um olhar de censura de Luna.

- Não, é isso. Sua comida está ótima, quase tão boa quanto a da sua mãe que é a melhor cozinheira que já conheci. – respondeu o loiro de imediato, fazendo com que Gina abrisse um sorriso pelo elogio.

- Puxa-saco! – murmurou Rony, mas Draco não deu atenção.

Somente quando todos haviam terminado a refeição, Lupin começou a contar sobre as últimas ações da Ordem, incluindo as novas prisões de comensais e o plano para capturar Bellatrix.

- O saldo de nossas últimas investidas foi positivo! Ainda que os ataques continuem, temos conseguido reduzir drasticamente a existência de vítimas fatais e capturar um número considerável de comensais. – explicava Lupin.

Agora todos ouviam atentamente, inclusive Draco que havia optado por não falar a menos que o questionassem, como uma forma de evitar confrontar Harry e Rony. Mas seus feitos na Ordem de Fênix não foram esquecidos. Lupin foi muito preciso ao narrar a reunião, não deixando de mencionar nenhum detalhe, especialmente no que se referiam as importantes contribuições de Draco e Narcisa Malfoy para a realização das missões bem sucedidas.

Ao ouvir sobre o esforço e a dedicação de Draco, Hermione se sentiu extremamente satisfeita. Além de ter ajudado a Ordem, ele havia demonstrado para ela que realmente havia mudado seus princípios e conceitos e nada poderia fazê-la mais feliz naquele momento.

- Deixa ver se eu entendi direito… Você e sua mãe estão financiando as missões da Ordem com o dinheiro de Lúcio Malfoy e, além disso, montaram um plano para capturar Bellatrix Lestrange, que é o braço direito de Voldemort e sua tia? – perguntou Rony com dificuldade de assimilar todas essas informações.

- È isso mesmo, Wesley. – respondeu o sonserino tranquilamente.

Por mais que lhes custasse, Harry e Rony se viam forçados a admitir que a mudança de Draco e suas intenções de colaborar para derrotar o Lord das Trevas eram verídicas.

Após o jantar, Harry decidiu que ele mesmo iria mostrar a Malfoy onde ele iria dormir e aproveitar para esclarecer algumas coisas. Entrou no quarto e fechou a porta atrás de si, chamando a atenção de Draco.

- Quero falar com você, Malfoy! – falou sério.

- Estou ouvindo, Potter. – respondeu Draco num tom formal enquanto se sentava na cama que havia sido destinada a ele.

- Quero que me conte o que realmente está acontecendo em Londres! Você passou muitos dias no quartel da Ordem e tenho certeza que tem mais informações. – falou Harry decidido.

- De fato, tive a oportunidade de presenciar algumas reuniões, mas creio não ter muito a acrescentar. Lupin foi muito preciso em suas explicações. – respondeu Draco.

- Você participou das reuniões? – perguntou o moreno intrigado.

- Sim, participei, por quê? – quis saber Draco.

- Normalmente, eles não nos permitem participar… – falou Harry com uma pontada de ciúme.

- Era uma situação diferente, Potter. Eles precisavam de informações sobre Bellatrix e minha mãe estava doente. – explicou sem a habitual arrogância.

- É claro. - disse Harry.

- Acho além do que já foi dito, as únicas coisas que posso acrescentar é que Alastor Moody será o próximo responsável por nós e Lupin vai liderar o plano para capturar Bella, agora se me dá licença tenho que fazer uma coisa. – falou se levantando.

- Espera, Malfoy! Ainda tenho outro assunto para tratar com você! – disse Harry se colocando em frente a porta.

- Eu já te falei tudo o que você queria e já passamos tempo demais no mesmo recinto sem tentarmos nos matar, não acha? – falou o loiro irritado.

- É sobre Hermione. Quero saber o que tá pretendendo com ela. Eu já falei pra você se afastar dela! Ela não será mais um passatempo pra você! Não vou permitir que brinque com ela! – falou Harry num tom bem menos cordial.

- Você só pode estar brincando, Potter… Quem você pensa que é para tentar mandar em mim ou em Hermione? Escute bem, porque eu só vou dizer uma vez: Eu gosto da Hermione e somente ela pode decidir se me quer por perto ou não, entendeu! – falou agressivo, encarando Harry e se retirando em seguida, deixando um Harry furioso para trás.

- Com uma guerra lá fora e Voldemort querendo minha cabeça, agora tenho que me preocupar com o idiota do cicatriz dando ataque de ciúmes… Sem dúvidas, tô pagando os meus pecados! – falava Draco para si mesmo indignado, quando foi interrompido por Hermione.

- Falando sozinho? – perguntou a garota.

- Hã? Não era nada… Será que tenho alguma chance de conseguir falar com você a só neste lugar? – perguntou se aproximando demais de Hermione.

- Não temos muito espaço por aqui… Mas acho que podemos conversar na cozinha. – disse a castanha tentando se distanciar de Draco e seguindo pelo corredor em direção a cozinha.

Depois de tantos dias sem poder ver Hermione, até a cozinha do pequeno apartamento pareceu maravilhosa. Draco simplesmente a seguiu e assim que se viu longe de qualquer olhar curioso, puxou a menina para si, iniciando um beijo avassalador. Pouco a pouco empurrou Hermione, até que o corpo da garota esbarrou na parede, mas ele não pensava em parar de beijá-la, pelo contrário, quanto mais a tinha, mais a queria. Ele a abraçava forte e deslizava as mãos pelo corpo da menina de modo nada delicado, até que com muita dificuldade Hermione conseguiu recuperar os sentidos e afastá-lo.

- O que pensa que está fazendo?- perguntou a menina visivelmente contrariada enquanto tentava controlar sua respiração.

Draco não respondeu apenas a olhou confuso.

- Eu não sei que idéia você faz ao meu respeito, mas acho que posso lhe dizer seguramente que se enganou! – continuou, enquanto arrumava suas roupas, para em seguida deixar a cozinha pisando duro de raiva.
A ficha ainda não tinha caído para Draco, mas ele sabia que não podia deixá-la sair daquela maneira e por isso não pensou duas vezes antes de puxar a garota de volta para a cozinha.

- Espera! Qual é o problema? – questionou o loiro.

- O problema é que eu pensei que pela primeira vez na vida você estivesse me vendo como pessoa, mas obviamente me enganei!- falou a garota ressentida.

- Do que está falando? È claro que eu vejo você! – o rapaz tentou se defender.

- Se você me vê do mesmo modo como via as garotas de Hogwarts, prefiro ser invisível pra sempre! Esqueça que eu existo! – esbravejou a garota deixando o loiro sozinho.

Entrou no quarto e bateu a porta com força. Sua face estava vermelha, não sabia se pelo beijo ou por toda a ira que sentia. “Como pude ser tão ingênua? Imaginar que ele sentia algo de especial, quando na verdade só interesso… Não, não quero nem pensar! Não importa o que aconteça, não serei mais uma na lista de Draco Malfoy!” – pensava enquanto andava de um lado para o outro, furiosa como uma leoa enjaulada.

Enquanto isso, no quarto da frente, Draco se jogava na cama completamente derrotado. Ele não tinha imaginado que Hermione pudesse reagir daquela maneira. Tudo aconteceu tão rápido que ele tem conseguiu entregar o colar para ela, mas talvez fosse melhor assim. “Aquela garota realmente é louca! Mas ela pode dizer o que quiser, brigar o quanto quiser, mas eu sei que ela também me quer! E eu vou fazer com que ela admita isso!”- pensava.

Mas Hermione Granger definitivamente não era louca como Draco sempre dizia, na verdade era muito comum quando o assunto era amor. Ela só queria as mesmas coisas que todas as garotas do mundo queriam: receber amor, carinho, atenção e respeito. Draco ainda não tinha se dado conta que ela lhe conhecia muito bem e sabia exatamente qual o seu procedimento com as garotas com quem se relacionava e definitivamente não aceitaria o mesmo tratamento e por isso havia decidido que se ele a quisesse teria que provar. Mas o que a garota não sabia é que ele jamais a tinha visto como as outras.

Draco Malfoy era, sem dúvidas, o maior galinha de Hogwarts; Jamais acreditou no amor, jamais levou nenhuma garota a sério; Para ele não havia sentimentos, havia diversão, mas por algum motivo Hermione era diferente. E depois de pensar com calma em tudo que tinha acontecido entre eles, decidiu que iria conquistar aquela garota custasse o que custasse.

E assim, se iniciou uma nova batalha Granger x Malfoy, a grande diferença é que dessa vez, ele queria que ela admitisse que estava apaixonada e ficasse com ele e ela queria que ele provasse que estava apaixonado e ficasse com ela, de modo que não tinha como definir vencidos ou vencedores.


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Notas finais do capítulo

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