- Ei Gustav, onde você conseguiu esse chocolate? Tá uma delícia

- Quem te autorizou a comer Tom?_ disse Gustav indignado

- Ué, caiu do seu bolso e quando eu vi já tava comendo

- Você não tem jeito heim Tom, não sei como tá magrinho desse jeito. Quem conseguiu esses pra mim foi uma camareira bem simpática lá do hotel, acho que ela se chamava Anja, Ana... Alguma coisa assim

- Ângela?

- Sim, isso mesmo Bill

- Por acaso ela era baixinha, gordinha e tinha o cabelo pintado de ruivo?

- Ela era exatamente assim, mas como é que você sabe Bill? Ela também te fez algum favor, tipo dizer o número do quarto da Camila?_ A frase sarcástica de Gustav foi seguida por uma série de risos e murmurios dos outros membros da banda

- Não me enche Gustav, vai atentar o Tom senão ele acaba com a sua barra antes da gente descer do carro_ Bill estranhou a coincidência, a moça dos travesseiros era a mesma dos chocolates? Mas não valia á pena pensar sobre isso, alguns gerentes de hotel adoravam enchê-los de mimos, coisa que ás vezes incomodava por soar falsa demais.

[Camila\'s POV]

Não posso negar que adorei quando o Bill ficou babando por mim, mas des de que a gente se conheceu daquele jeito mais do que inusitado, ele me desperta algo que é diferente de uma simples atração física, no começo era só curiosidade, mas quanto mais eu o conheço, mais essa tenção entre nós se acentua...

- Camila, nós já chegamos

- Hã? Já chegamos?_ O André, que já trabalha há algum tempo com o meu pai, me chamou

- Sim, vamos

- Cadê o Flávio? Ele disse que queria falar comigo

- O seu pai? Tá lá no check in, vai ver ele quer perguntar se você comeu direitinho ou colocou a escova de dentes na mala

- Tá bom, você sabe muito bem que aqui a relação é patrão funcionária_ Sorri para o André, que muitas vezes era como um irmão mais velho pra mim e fui ao encontro do meu paitrão

- Oi Senhor Flávio, deseja falar comigo?

- Sim Camila. Como você sabe eu gosto de ser direto então vou falar de uma vez. Chegaram aos meus ouvidos alguns fatos que eu não gostei nada de ouvir

- Se isso tiver alguma coisa a ver com os musicos...

- Me deixa terminar!_ Eu conhecia aquele tom de voz, nem áspero nem calmo, mas autoritário

- A sua função é só arranjar as toalhas brancas, os champagnes ou qualquer outra frescura exigida nos camarins e quartos de hotel, você não precisa ter qualquer contato com os musicos e acho que a nossa conversa antes de eu te aceitar nesse emprego deixou isso bem claro, não deixou?

- Mais do que claro, mas se tem uma coisa que eu aprendi com um certo produtor famoso foi que tudo que eu fizer não pode ser bom, precisa ser o melhor

- Sim, mas o seu melhor pode ser feito de uma distância segura, de hoje e diante você não irá encontrá-los, eles chegam você sai, eles saem você entra, estamos entendidos?

- Eu só não entendi se quem está falando é o meu pai ou o meu chefe

- Estou falando como os dois

- Mas nós não deveríamos separar as coisas?

- Não tente discutir comigo Camila, eu não vou voltar atrás e você sabe muito bem os meus motivos_ Meu pai foi embora e ao mesmo tempo que eu via ele se afastar também via o Bill e companhia entrar no aeroporto cercado por seguranças enquanto as fãs gritavam enlouquecidas segurando posters e CDs do Tokio Hotel. Naquele momento a distância entre nós ficou mais do que evidente, o muro entre os nossos dois mundos estava bem ali na minha frente.

- Camila, você está bem?

- Estou sim André, mas acho que deixei minha cabeça em casa hoje_ O André deu uma risada curta, mas bem sonora

- Nada disso minha querida, a sua cabeça está bem ali_ Ele disse erguendo o queixo na direção dos garotos

- Eu não consigo esconder nada de você não é mesmo?

- Não, nem adianta tentar, eu sei que você deve ter ficado chateado com o que o Flávio disse, mas ele está fazendo isso pro seu bem, ele conhece musicos melhor do que você

-  Eu entendo André, entendo mais do que ninguém, mas nem todos são iguais

- Toma cuidado Camila, olha no que você tá se metendo

- Talvez eu já esteja metida e vou continuar nem que eu tenha que derrubar esse muro!

- Muro? Que muro?

- Nada não Deco, eu e minhas metáforas aqui

- Tá bom, agora vamos confirmar as reservas do hotel

- Se meu pai não tiver me hospedado na casa de uma família mulçumana...

- Gente, Gente!!! Aconteceu uma coisa terrível, uma verdadeira tragédia!_ O Toni exagerado, como todo mundo chamava o nosso colega de jeito afeminado que adorava exagerar em tudo, mas dessa vez parecia coisa séria...

 - Fala de uma vez Toni, o que aconteceu?