as Mestiças 2 escrita por AnaTheresaC


Capítulo 8
Capítulo 8




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Capítulo 8

É claro que a tia Alice tinha colocado a sala de cinema ON, mesmo antes de ela existir, por isso, vimos Titanic: que tem acção e romance ao mesmo tempo. Fartei-me de rir, quer dizer, eu sei que o filme não é para rir, mas as expressões de enjoado do Embry cada vez que via alguma cena romântica, e a cara de uma criança com o seu brinquedo favorito cada vez que havia alguma cena de acção, fazia-me rir, concluindo, ri quase o filme todo.

Quando acabou, fomos almoçar e é claro que conversámos imenso sobre coisas sem sentido, mas foi divertido.

-Ei, afinal a futura Alpha vai para a Faculdade, não é? Toma cuidado, é sinal que estás a envelhecer! – espicaçou Embry.

-É pois, como se tu também não tivesses frequentado!

-Mas eu precisei! Tu tens a fortuna da tua mãe e a herança do teu pai! Podes viver ás custas de quem quiseres!

-Embry, não estamos no século XIX onde as mulheres precisam de viver às custas de alguém! – falou a avó Esme. – E além disso, a Jenny precisa de experiências novas!

-Ah, está bem! Mas mesmo assim! Quem é que gosta de estudar para além do Carlisle e do Edward?! – queixou-se Embry e Esme olhou-lhe carrancuda, mas de uma forma divertida.

O telemóvel da Selena tocou e ela saiu da cozinha, mas mesmo assim, eu consegui ouvir a conversa.

-Sim, mãe, está tudo bem!

-Tens mesmo a certeza? Tens comido regularmente? – perguntou a mãe dela do outro lado da linha.

-Sim, tenho. Tu sabes que a Esme cozinha muito bem.

-Sim, eu sei, mas por favor, não comas porcarias, está bem? Mantém sempre uma dieta equilibrada e não cometas muitos excessos.

-Mãe! Eu pensava que me tinhas ligado para saberes como eu estava, não para repetires o sermão que me deste quando eu saí de casa!

-Eu sei, mas é inevitável! Quando é que começas as aulas?

-Segunda – respondeu Sel. – Agora tenho que desligar. Tenho que acabar de almoçar, pode ser?

-Está bem. Escreve-me por e-mail sempre que puderes, OK?

-Prometo que te escrevo três vezes por semana, pode ser?

-Está bem. Amo-te, filha.

-Eu também te amo muito, mãe. Beijos.

-Beijos.

Sel desligou o telemóvel e depois juntou-se a nós com o rosto carregado. Aproximei-me dela e rodeei-a com um dos meus braços.

-Era a tua mãe?

Ela apenas acenou a cabeça e abraçou-me.

-O que foi, Alice? – perguntou Jasper.

Sel virou-se de repente e eu fitei a tia Alice. Ela tinha os olhos fixados em mim, mas completamente distantes, como se visse outra coisa; estava a ter uma visão.

-Alice! – chamei-a, e o avô Edward praticamente saltou para cima dela. Algo não estava a bater certo.

E num instante estava a ter uma visão, e no outro perguntou:

-Já compraram tudo para a escola?

-Alice, estás bem? – perguntou o Taylor.

-Sim, estou. Só a sonhar acordada – respondeu ela.

-Hum, OK – falei pouco convencida.

-Olhem, está quase a anoitecer – falou o meu pai. – Eu preciso de ir dar uma volta. Filha, queres vir comigo?

-Eu? Porquê eu?

-Porque hoje a Rachel e a Leah vão estar comigo.

-A sério? – falei já mais empolgada e depois olhei para Embry. – Tu sabias.

Ele revirou os olhos e sorriu.

-Claro que sabia! Não sou estúpido! Achas que ficaria mais do que seis horas sem falar com a minha loba? Claro que não!

-Tio Jacob, posso ir com vocês? – indagou Taylor.

-Não! – exclamou Selena pegando no colarinho da camisa dele. – Por favor, fica comigo.

Ele olhou para ela com aquele pesar nos olhos. Eu já conhecia tão bem aquele olhar! Ele queria transformar-se, mas quando a nossa impressão pedia uma coisa era impossível recusar.

-Selena – falou a minha tia Sophie. -, o Taylor precisa de ir… conversar. Eles voltam rápido, a sério. Nem sequer vais notar a falta dele.

Selena ouviu, e voltou a olhar para Taylor.

-É rápido, meu amor. Ficas com a minha mãe e com o resto da minha família.

-Mas Taylor… - ela ia dizer alguma coisa, mas depois respirou fundo e disse: - Está bem. Mas não demores!

-Prometo que serei rápido – jurou ele e beijou-a. Baixei os olhos instantaneamente. Embry percebeu o meu olhar porque me rodeou os ombros com um dos seus braços.

-Ainda hoje ainda acho nojento ver os outros a beijarem-se – sussurrou ele ao meu ouvido.

Abafei uma gargalhada e olhei para ele do género “estás a falar a sério? Tu, o engatatão de La Push!?”.

-Vamos? – falou o meu pai e ele, eu, o Embry e o Taylor saímos. Pegámos no carro da tia Sophie e o meu pai conduziu pelas ruas de Nova Iorque rapidamente. Fomos até Rockefeller Park, que àquela hora já se encontrava deserto. A viagem demorou uma hora, mas valeu a pena. Transformámo-nos e entrámos dentro do parque. A primeira que nos felicitou foi Rachel, a minha tia.

Família!

Tia Rachel!

Jenny! Tão bom ouvir a tua voz outra vez!

Também é, tia.

Está tudo bem por aí?

É claro que tinha que ser o meu pai a ser desmancha-prazeres. Eu e a tia Rachel a falarmos sobre coisas banais e ele tinha que vir com trabalho. Meu Deus!

Olha o respeito, Jennifer.

Sim, pai.

Tinha outra opção senão dizer aquilo? É claro que não! Já para não falar que ele em lobo mete medo. Eu sou tão baixinha! E gorda.

Jennifer! Desde quando é que pensas que estás gorda?

Desde sempre, Embry.

Embry! Tu namoras comigo! E ainda por cima ela é filha do Alpha desta alcateia.

O meu pai riu com a intervenção de Leah. Eu revirei os olhos. Taylor ficou apenas sentado a um canto, a observar a conversa. Todos os sentimentos estavam tapados por uma muralha. Ele tinha aprendido a fazer aquilo com a Leah.

Eu sei! Mas ela é… a minha mana, nada mais!

Espero bem que sim, Embry, para o teu próprio bem!

Concordo com a Leah, Embry. Para o teu próprio bem!

Eu estou aqui, gente! Podemos ir directos ao assunto?

Claro que sim, sobrinha querida.

Com esta intervenção, Leah começou a contar o que tinha visto e ouvido. Pelos vistos, havia algo a rondar La Push, mas não parecia ser problemático, sendo que em Forks ou em Port Angels não tinha ocorrido nenhuma morte fora do normal.

E é só.

Obrigada, Rachel e Leah. Amanhã volto a conversar com vocês.

Está bem. Mandem cumprimentos ao meu irmão.

Podes deixar, Leah.

Oh, Taylor, olá, nem sequer tinha reparado que aqui estavas.

Pois, pelos vistos, não tinha sido a única. O Taylor estava estranho!

Olá tia.

Está tudo bem?

O instinto de protecção da Leah assombrou-nos a todos e sentimos um instinto de protecção em relação ao Taylor. Argh, o quanto eu odiava isto!

Está tudo OK, tia, não te preocupes.

Está bem. Até amanhã!

Até amanhã!

Transformei-me outra vez, vesti as minhas roupas e entrei no carro. A seguir chegou Taylor e sentou-se ao meu lado, seguidos do Embry e do meu pai. A viagem até Nova Iorque decorreu calmamente e quando chegámos, a Selena já estava a dormir, por isso, não lhe pude contar as novidades. Como não tinha sono, fui até à cozinha e fiquei ali um tempo com um copo de leite na mão. Não pensava em nada de especial, apenas na vida.

-Jenny.

Olhei para trás e notei na avó Bella.

-Olá avó.

-Não vais dormir? É tarde.

-Não tenho sono.

-Está tudo bem?

-Sim, sim, está – mas apressei-me a acrescentar: - Na verdade não, avó.

-Então, queres contar-me? – falou ela e sentou-se ao meu lado numa das cadeiras.

-É a impressão natural. Ainda me aflige. Hoje, por exemplo, o Taylor sofreu por não ter acedido ao pedido da Selena e a Leah ao perceber que ele não estava bem constringiu-nos a todos ao lançar, sem querer, o seu instinto protector de impressão sobre ele.

-E isso não é normal?

-É esse o problema: é mais do que normal; é normalíssimo e um dia vai acontecer-me, sinto-o.

-E tens medo de sentires sentimentos tão poderosos como o amor, é isso? – disse ela, numa tentativa de me perceber. Mas aí é que estava a questão: o amor é uma coisa poderosa, mas o amor de impressão é mais do que poderoso, é arrebatador, não há hipótese de se fugir dele.

-O amor da impressão é diferente. Tem várias etapas, como aconteceu entre os meus pais. Mas… é disso que eu tenho medo! Como é que vai ser? Vou ser correspondida? Ele vai ser bonito? Ou vai ser uma impressão fraterna? Eu não sei! É isso que me custa: não saber como, quando, e onde vai acontecer.

Ela sorriu para mim com um meio sorriso, e então contou-me uma história que eu tinha ouvido vagamente.

-Quando eu me apaixonei pelo Edward, também tive medo. O meu medo foi ridículo! Era o medo de o perder. Quando ele ia caçar, o meu coração ficava angustiado por não saber exactamente onde ele estava. Quando ele partiu, a dor perfurou o meu coração como uma barra de aço e quando ele voltou, recebi-o de braços abertos porque ele era o meu porto seguro, nos seus braços eu sabia que tudo ia ficar bem. É assim que é o amor, e como podes ver, pode atingir dimensões que põem sempre prova à gravidade. O teu amor será único e arrebatador para ti, mas isso não quer dizer que não te possas divertir enquanto ele não acontece. Podes conhecer pessoas, ficar com elas e fazeres muitas coisas.

-Obrigada, avó Bella – falei e fui lavar o copo. – Realmente, esta conversa serviu para perceber melhor o amor, mas não me descansou quanto há origem do problema.

-E qual é a origem do teu problema? – quis ela saber.

-Honestamente avó, ainda eu mesma não sei.

Guardei o copo e dei-lhe um beijo.

-Até amanhã, avó.

-Até amanhã, Jenny.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Eu decidi colocar aqui um momento com a Bella, porque sei que há muita gente que adoooora a Bella.

Bjs e Sábado há mais!



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