as Mestiças 2 escrita por AnaTheresaC


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Capítulo 1

Aaaaaaah, eu nem acredito que ela fez isto outra vez! E ainda por cima até parece de propósito! A tia Alice tinha-me mandado arrumar o quarto ainda ontem!

-Mãe, olha só o que ela me fez! – gritei descendo as escadas num ápice.

A minha mãe estava lá (os meus olfactos de lobisomem, vampiro e humano nunca falharam) e olhou para mim.

-O que foi, filho? – perguntou ela.

-Mãe! A Jenny desarrumou o meu quarto! Outra vez – queixei-me.

-Ei! Eu não fiz nada! – defendeu-se a pirralha aparecendo na sala. – Tia, eu só estava a ver uns CDs. Ó pai!

Como aquela miúda é irritante e mimada! É preciso chamar o pai Alpha para a defender? Nem sei como vou aguentar a eternidade toda como membro desta família.

Jacob apareceu colocou-se ao lado da minha mãe com os braços por cima do peito.

-O que é que aconteceu afinal?

-Foi ele!

-Foi ela! – gritei ao mesmo tempo que ela.

Fitei-a e não medi esforços para expressar a minha raiva para com ela.

-Jacob? – disse a minha mãe. – Acho que devemos de aplicar-lhes um castigo.

Ah, não mãe! Cuidado com o tempo verbal. Não é no plural, é no singular e aplica-se somente a ela.

-Tens razão – concordou o tio. – Como Alpha exijo que façam as pazes. Agora.

-Nem pensar! – exclamou Jenny. – Eu só estava a ver uns CDs, não tenho nada para pedir desculpa!

-Tu desarrumaste o meu quarto pirralha! – gritei para ela.

-Taylor! Não fales assim com a tua prima! – exclamou a minha mãe.

Aff, a sorte da pirralha é que a minha mãe gostava muito dela. Quer dizer, a tia Nessie adorava-me e fartava-se de repreender a Jenny pelas barbaridades que ela dizia.

-OK. Desculpa Jenny. Passei-me um bocado. Aquilo arruma-se num instante – disse olhando para ela no fundo dos seus olhos. -Também, são só uns CDs, consigo arrumar aquilo em cinco segundos.

-Vê lá como olhas para a minha filha – avisou o tio. Até imagino quando for a pirralha a ter a impressão natural. O tio vai meter uma venda no olhos e fita cola na boca para ele não conseguir olhar para ela e falar algum elogio. – Jenny, a tua vez.

Jenny suspirou e depois disse desdenhosa:

-Desculpa Taylor. Para a próxima volto a avisar-te com carta formal, OK?

-Jenny… Estás a dar-me cabo dos nervos!

Comecei a tremer. Aquela pirralha conseguia meter-me fora do sério. O fogo percorreu a minha coluna. queimando-a mas eu não me podia transformar dentro de casa, por isso respirei fundo e consegui acalmar-me.

-Está tudo resolvido! – exclamou Jacob. – Vou dar uma volta. Jenny, vem comigo.

Saiu porta fora e a Jenny foi com ele.

-Ei! Então, o que se passou desta vez? – perguntou o meu pai, que viu a Jenny a sair porta fora – O que foi que ela fez?

-Desarrumou o meu quarto – respondi dando-lhe um abraço.

Ele aproximou-se da minha mãe e deu-lhe um beijo. Nhack! Eu não preciso de assistir a isto, por favor! Fingi que estava engasgado e comecei a tossir.

-A Leah queria falar contigo – disse o meu pai num tom de voz natural, mesmo para despachar-me.

-Ainda bem. Também preciso de falar com ela – disse eu saindo porta fora. Pelo já estava fora daquele momento amoroso entre pais.

A loba cinzenta estava mesmo entre as árvores e quando me viu recuou, voltou na sua forma humana.

-Oi tia – disse-lhe.

-Oi Tay. Como está o meu sobrinho favorito?

Revirei os olhos instantaneamente. Ela sempre dizia aquilo.

-Tia, tu só tens um, por isso…

-Por acaso, a Jenny é a minha sobrinha adoptada – interrompeu ela.

-Ah, não! Mas será que toda a gente não vê que ela é uma peste, irritante, pior do que a tia Alice em SPM (N/A: Síndrome Pré –Menstrual)?

-Taylor! – repreendeu a minha tia.

-Desculpa, mas é verdade!

-O que ela fez?

-Desarrumou o meu quarto. Outra vez!

A tia aproximou-se mais de mim e deu-me um dos melhores abraços que só ela podia dar. Talvez fosse o instinto de protecção que ela tinha sobre mim ou sei lá, mas ela era a única que com um abraço me reconfortava, fazia-me sentir feliz e seguro. Eu sei, já tenho aparência e mentalidade de um homem com vinte e dois anos e não devia de querer estes sentimentos, mas era tão bom!

-O teu pai, está lá em cima? – perguntou ela subitamente.

-Sim, está.

-Então vamos.

Entrei na sala com Leah no meu encalço e como sabia que ela queria falar com o meu pai, perguntei logo:

-Queres ir caçar, mãe?

-Claro. Mas vamos só os dois – disse ela.

-Pode ser.

Pegou na minha mão e fomos os dois andando pela floresta. Inspirei fundo e deixei os meus instintos de caçador dominarem-me. O fogo percorreu a minha coluna toda e eu transformei-me no lobo. A minha mãe já tinha começado a correr em busca de algo.

Cacei um alce ou lá o que foi e notei que ela já não estava a caçar e fui procurá-la. Estava sentada de costas para mim numa clareira.

-Oi mãe. Já não tens mais fome?

Olhou para mim e sorriu brevemente.

-Não.

Sentei-me ao seu lado e fiquei apreensivo, pois conhecia muito bem a minha mãe e sabia que ela queria dizer-me algo.

-A Jenny é muito bonita.

Olhei para ela, confuso. Onde ela queria chegar com aquilo?

Então compreendi. Ela estava a comparar a Jenny com a Selena; talvez até mesmo esperando que eu me apaixonasse pela minha prima, sendo que não éramos realmente parentes.

-Sim, é. Mas não tanto como a Selena.

Selena era a minha impressão natural. Ela linda, doce, meiga, compreensiva, sempre que eu precisava de algo, ela estava lá. Era a namorada perfeita para mim, e fui o homem mais feliz do mundo quando ela me disse que também me amava.

-Como é que ela está?

-Bem. Mas amanhã tem que ir para Nova Iorque – lembrei-a. Ela vai estudar veterinária, e até de um certo modo é irónico porque eu me transformo em lobo. O dia em que ela me disse que tinha ganho uma bolsa de estudo para NY, passou-me de uma rajada. No início ela estava feliz e eu também, afinal a felicidade dela era a minha também; mas ela pensou um pouco e sofreu imenso, começando logo a chorar porque se iria separar de mim. O meu desejo de a deixar feliz fez-me tomar uma acção precipitada dizendo-lhe logo que iria com ela para onde ela fosse, mas vi que não podia ir, tinha que ficar junto da minha família. Precisava de proteger as terras.

-E tu queres ir – afirmou. 

-Como é que tu sabes?

-Há muita coisa que eu sei.

-Mas eu vou ficar – disse eu. A minha mãe olhou-me cuidadosamente, analisando cada traço meu. – Tenho que proteger as nossas terras.

-Eu não te impeço de ires – disse-me ela calmamente. – E não te preocupes quando ao teu pai, eu trato do assunto.

O quê? Ela ia ajudar-me? Isso era demais! Eu iria ficar ao pé da Selena!

-Obrigada, mãe! – disse ele e abraçou-me.

-E há outra coisa.

-Qual é?

-Sobre a Leah – respondeu ela.

-O que tem a tia?

-Eu ás vezes sinto-me colocada de lado quando tu lhe contas certas coisas que não me contas a mim. Sabes que não ser uma lobisomem é muito mau. Como se fosse posta de parte – desabafou.

-Oh, mãe, mas eu conto-te tudo. E o que eu falo com a tia são coisas banais.

-Ela descobriu primeiro que tu gostavas de Selena. Não eu.

-Na verdade, até foi o pai. Eu contei-lhe quando estávamos a fazer uma ronda os dois – corrigi.

-Mesmo assim. Quero que saibas que és meu filho e que podes sempre contar comigo.

-Eu sei mamã – disse e voltei a abraçá-la.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Têm aqui a capa, que por ser grande demais, não dá para ter como capa: http://3.bp.blogspot.com/_6KvhiLKAl0Y/TReCBUTFXPI/AAAAAAAAA2Q/z_blyaxH14k/s1600/As+Mesti%25C3%25A7as2+-+capa.jpg



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