Andei pelo caminho de cascalho lentamente, sem pressa, apenas á observar as crianças brincando no parquinho. As risadas que soavam dali eram contagiantes, divertidas de se ouvir. Passei a mão sobre o meu ventre de quase oito meses e meio, suspirando. Estávamos quase no meio do ano, poucas semanas para as férias de inverno, e logo eu teria meu filho ou filha nos braços.

-Bella! BELLA! – Ouvi Alice me chamar ao longe, vindo correndo em minha direção. – Toma seu cachorro quente! – Falou me entregando uma embalagem.

-Hum... Obrigada Alice. – Agradeci.

Alice tinha me ajudado muito durante a gestação, tanto na escola quanto nos preparativos para chegada do bebê e os nomes. Felizmente, estava indo bem na escola, mas agora estava de “férias” até a chegada do bebê.

-E como vai minha garotinha, em? – Falou olhando para minha barriga enorme coberta pelo casaco que eu usava.

-Bem, mas quem disse que vai ser garota? – Perguntei sentando num banco.

-Você, depois daquele sonho lembra? – Falou o obvio.

É, o sonho que eu tive na época que nós estávamos fugindo de James, que agora estava... Vamos dizer que não era mais “nativo na terra”.

-É... – Confirmei.

-Hum... O Edward ta demorando! – Falou batendo o pé no chão.

-Ele ta no trabalho né Alice? Reunião de classe, lembra? – Perguntei, em seguida mordida no meu cachorro quente.

-Ta, ta... Mas eu quero ir logo para aquela lojinha de roupas de bebê em Seattle... – Falou com a voz manhosa.

-Alice, não precisamos de mais roupas. O closet do bebê já está cheio, não cabe mais nada lá dentro. – Falei séria.

-É por que aquele closet é muito, é do tamanho do meu banheiro. – Falou.

-Mas o seu banheiro tem uma banheira, um chuveiro e muito espaço pra dançar lá dentro... Então está bom! – Falei finalizando o assunto.

-Bella, Alice? – Chamava Edward, nos procurando ao longe

-Edward, estamos aqui! – Abanei para ele.

-Oi amor, oi anã. – Falou me dando um selinho.

-Oi seu chato! – Falou Alice mostrando a língua.

-Quem mostra língua pede beijo. – Falou brincando.

-Ih, credo! – Falou com uma cara de nojo.

-Vamos garotas? – Perguntou.

-Sim, sim! Vamos Bella! – Falou Alice com os olhos brilhando e já de pé.

-Calma Alice, ainda estou comendo. – Falei.

-Vamos sua lenta, você come no carro. – Falou me puxando.

-Aff, Alice! A loja não vai fugir. – Falei sendo arrastada para fora do parque.

-Mas as roupas podem, ué! – Falou como se fosse obvio.

Três horas depois...

-Alice, chega! Eu não aguento mais andar. Meus pés estão doendo, minhas costas também. – Falei quase implorando.

-Ai, Bella! – Resmungou Alice.

-Alice, eu to grávida! – Falei o óbvio.

-Ta, ta... Eu vou só comprar essa roupinha aqui e podemos ir. – Falou Alice indo para o caixa.

-A Alice me mata ainda. – Falei sentada ao lado de Edward.

-Hum... Os seus pais ligaram. – Falou.

-Ligaram? E o que eles queriam? – Perguntei.

-Bem, eles falaram que temos que estar em casa antes das sete para nós arrumar para um jantar num restaurante. – Falou.

-E o que nós vamos comemorar? – Perguntei.

-Vamos comemorar... O noivado de Tânia. – Falou.

-O que? – Perguntei incrédula.

A Tânia está noiva? Fiquei em estado de choque por aquela notícia. A Tânia, que tanto queria roubar o Edward de mim, desistiu dele?

-Bem, pelo jeito ela achou alguém... – Falou Edward.

-É, quem sabe... – Falei meio desconfiada.

Logo já estava voltando para casa. Quando chegamos já eram cinco horas da tarde, fui direto pro banho e depois fui me vestir. Escolhi uma blusa azul clara e uma calça confortável preta. Sequei meus cabelos e depois coloquei a roupa que eu escolhi. Peguei meu all star branco com detalhes em roxo, o calçando. Decidi passar uma maquiagem básica no rosto, gloss rosa claro, uma sombra azul clara bem fraquinha mesmo e rímel.

Olhei no relógio do meu celular a hora, já eram seis horas e meia, e então ouso a campainha.

-Oi Bellinha! Como estou? – Perguntou Alice entrando na sala.

Ah, me esqueci de mencionar que Alice também iria, já que estava na última festa da família Cullen, por que não poderia ir também?

-Oi, você ta bem... – Falei.

-Bem, só bem? – Falou ficando falsamente emburrada. – Hum, você está linda. – Falou cruzando os braços.

-Obrigada Ali, você também esta magnífica. – Falei.

-Oh, obrigada Bellinha! – Falou me abraçando, pelo menos tentando já que tinha a enorme barriga no meio da gente para atrapalhar.

-Com licença. – Falou Edward entrando na casa – já que eu tinha deixado a porta aberta.

-Oi. – Falei.

-Oi amor. Você está linda. – Falou me abraçando pelos ombros.

-Você também.

-Bella, está frio, vista esse sobretudo. – Falou minha mãe me entregando um casaco de lã e o vesti. – Já está na hora, vamos?

E então todos entraram no carro do meu pai, já que iríamos todos juntos. Quando chegamos em frente ao restaurante percebi como ele era chique, com certeza a comida dali deveria ser muito cara.

-Vem Bella! – Chamou Alice abrindo a porta do carro.

Logo todos já estávamos entrando no restaurante onde fomos recebidas por uma mulher de cabelos ruivos lisos que iam até a altura da cintura, olhos azuis e usava um terno preto com uma camiseta branca de botões por baixo – com os dois primeiros abertos deixando-se ver bem o seu busto – e uma saia preta pra combinar.

-Oi, sejam bem vindos! Gostariam de uma mesa pra quantas pessoas? – Perguntou.

-Não obrigada, estão nós aguardando aqui. Tânia Denali. – Falou meu pai.

-Oh sim, venham comigo. – Falou indo em direção as mesas.

-Tio Carlisle? Enfim, vocês chegaram... – Falou Tânia ao nós perceber.

-Sim, Tânia. Desculpe pelo atraso. – Falou Carlisle quando já estávamos em frente a sua mesa.

-Que nada! Bem, deixo apresentar-lhes meu noivo... Riley. – Falou apontando para o moreno sentado ao seu lado.

-Prazer em conhecê-los. – Falou se levantando, e nós cumprimentando.

-O prazer é nosso, Riley. – Falou Esme.

Então sentamos a mesa e Tânia começou a falar sobre a sua história com Riley, como se conheceram e etc...

-Ele não é nada mal... – Falou Alice ao meu lado, apoiando seu queixo na sua mão direita. – Mas não sei o que ele viu nela.

-Bem... Pelo menos, ela desistiu do Edward. – Sussurrei de volta pra ela.

-Sim, mas eu ainda estou desconfiada.

-Por quê? – Perguntei.

-Por que... Bem, por que ela desistiria tão fácil do Edward? – Perguntou virando o rosto para mim.

-Eu... Não tinha pensado nisso. Mas pode ser que ela tenha desistido de Edward, quem sabe tenha achado o amor com o Riley. – Falei positiva.

-Aham, eu sou uma vampira. – Falou sarcástica.

-Aff, Alice. Eu vou ao banheiro. – Falei levantando-me.

Levantei-me com um pouco de dificuldade por causa da barriga enorme e fui em direção ao banheiro feminino. Quando entrei nele, vi que estava totalmente vazio. Fui até a pia e liguei a torneira, passando um pouco de água na minha nuca com os dedos. Estava quente dentro do restaurante. Dei uma olhada em mim, e preparei-me para voltar para a mesa, quando Tânia entra no banheiro.

-Oi, Isabella! – Falou com um sorriso no rosto, nada gentil.

-Oi Tânia. – Falei a olhando pelo espelho.

-O que foi, viu um fantasma? – Perguntou sarcástica. –Então, o que achou do Riley? Não é melhor que o Edward claro, mas dá de sobra. – Falou aproximando-se de mim.

-E-Ele parece ser... Legal. – Falei.

-Sim, mas sabe o que teria sido mais legal ainda? Se você tivesse morrido naquele acidente, se lembra? – Perguntou. – Não, melhor ainda teria sido se você nunca tivesse nascido.

-Bella, você... Tânia, o que você está fazendo? – Perguntou Alice entrando no banheiro.

-Nada. Não se preocupe, tampinha.- Falou.

-Tampinha é o seu **! Se você chegar novamente perto da Bella, você vai ver o que vai levar... – Falou apontando pra sua mão fechada. – Vem Bella!

Fui atrás dela, mas quando percebi estávamos saindo do restaurante.

-Alice, pra onde estamos indo? – Perguntei.

-Pra casa. – Falou simplesmente.

-É nós ficar aqui... – Fui interrompida.

-Não! Você quer mesmo ficar perto daquela cobra? – Perguntou se virando pra mim.

-Bem... – Olhei para o chão. Eu não queria ficar perto dela, mas...

-Vamos, Bella! Nós não vamos perder nada. E se eu vê ela de novo é capaz de eu cair dentro! – Falou.

-Ta, ta. Vamos logo. – Falei suspirando.

Infelizmente, tinhamos que ir caminhando, já que não podíamos dirigir ainda, mas felizmente a nossa casa não era longe, só um vinte minutos de caminhada.

Enquanto caminhávamos fiquei pensando no que tinha acabado de acontecer. Em meio aos pensamentos, ouvi uma voz chamando-me.

-Bella! BELLA! – Chamava-me Alice. – Por acaso tava com tanta vontade ir ao banheiro? – Perguntou.

-Ah? Não... – Falei estranhando.

-Então... Por que a sua calça está toda molhada? – Perguntou olhando para baixo.

Rapidamente, olhei para minha calça, em seguida arregalando os olhos. Coloquei minhas mãos em meu ventre.

-A-Alice, eu acho que a bolsa estourou! – Falei olhando para ela, vendo seus olhos se arregalando.

-O... Que?

-AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!! – Gritamos juntas, desesperadas.