Edward

Quando soube que Esme tinha morrido meu pai finalmente resolveu procurar-me. Ele oferecera-me um emprego e um lugar para morar no seu pequeno e apertado porão - era aquilo ou dormir na rua como bem me lembrara. Podia sentir que Carlisle não estava me ajudando de bom grado, era possível perceber em sua voz o tom de repulsa toda a vez que falava comigo.

De qualquer forma aceitei sua proposta, estava disposto a provar para ele que mesmo tendo minhas dificuldades eu seria capaz de fazer algo quando tinha a oportunidade. Queria ser visto como uma pessoa completamente normal e ser tratado exatamente como tal por ele.

Carlisle me avisou que teria de pagar minhas despesas e ainda um pequeno aluguel pela estadia no porão. Ao terminar de dizer estas palavras tive de engolir a raiva que pouco a pouco começava a crescer ainda mais por ele, eu sabia que meu pai não precisava do dinheiro daquele aluguel, apenas o pedia devido a sua natureza mesquinha. Mesmo discordando do preço proposto tive de me sujeitar a pagá-lo, não era como se eu tivesse escolha, e ao menos dormir em meio a todas aquelas caixas empoeiradas era mais confortável do que dormir sobre um pedaço de papelão em uma calçada suja.

...

Mais tarde descobri que Carlisle havia formado-se na faculdade de medicina local, casara-se novamente e tivera dois filhos - perfeitamente normais. Ele agora era dono de um enorme hospital em uma cidade próxima de Forks e seria lá que eu iria trabalhar.

Minha função no enorme Hospital Carlisle C.– que provavelmente levava seu nome apenas para inflar ainda mais seu ego - era a limpeza. Em meu primeiro dia lá algum desconhecido simplesmente jogou em minhas mãos o que parecia ser uma vassoura e um balde, dirigiu-me até algum lugar estranho e com um rápido "se vire e limpe toda esta sala" foi embora.

Quando acidentalmente quebrei algum objeto que havia ali tive de ficar horas ouvindo xingamentos e palavrões devido a minha estupidez por não ter enxergado onde estava limpando.