Alien: The Dream Gone Bad! escrita por EricaAzz


Capítulo 2
Capítulo 2 - Can you feel it?




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Bill sentia-se estranho desde seu sonho no ônibus da tour. Era normal ficar nervoso antes de um show, mas esta sensação era diferente, como se estivesse á espera de algo muito grande.
Estava mais calado que o normal e com o olhar vazio quando Tom notando seu estado, bateu uma palma forte na frente de Bill, que encontrava-se sentado em uma cadeira acolchoada perto do bebedouro do estúdio, tirando-o de seu devaneio.
-Bill, o que você tem?
-Não é nada, não se preocupe - respondeu cabisbaixo, forçando um sorriso.
-Olhe para mim - Bill ergueu a cabeça e encarou seu irmão - Eu sei que algo está acontecendo com você. Fale comigo, pois se tem alguém neste mundo em quem você pode confiar, sou eu.
Bill suspirou.
-Olhe, não sei o que é. Sinto-me ansioso demais, como se algo bizarro estivesse prestes a ocorrer...
Tom franziu a testa pensando sobre o assunto, afinal, em seu interior, indentificou-se com o que seu irmão dissera.
-Talvez eu só esteja ansioso para o show; será uma grande noite! Ingressos esgotados, sabe - Bill desviou.
Antes que Tom pudesse responder, Jost os chamou para se reunirem a Gustav e Georg para a entrevista. Responderam as questões propostas pela apresentadora, uma moça loira de olhos verdes bem jovem. Eram as mesmas perguntas de sempre: "De onde surgiu o nome Humanoid ?", "Preferem tocar em inglês ou alemão?", "Quais são suas influências musicais?", "Bill, é verdade que não sai com uma garota a anos?".
Esta ultima sempre conseguia atingir o interior de Bill, fazendo-o se sentir anormal e sozinho. Não era fácil lidar com a fama; é uma benção e uma maldição. Bill tinha tudo que sempre sonhara ter: suas musicas eram tocadas nas rádios de todo o mundo e suas letras passavam pelos lábios de uma legião de fãs que enchiam estádios. Como consequência, não fizera nenhum grande amigo nos últimos anos e muito menos tivera algum relacionamento com alguma garota. Não podia sequer ir ao mercado sem ser abordado ou ter fotos suas no dia seguinte expostas em revistas e sites de fofoca. Simplesmente não conseguia mais confiar em ninguém; a vida o ensinou que as pessoas se tornam muito interesseiras e cruéis quando se é alguém famoso. Mas não podia reclamar, afinal, fazia o que mais amava com o seu irmão e seus melhores amigos e deixaria um legado que atravessaria gerações: sua música não se extinguiria tão facilmente.
Quando a entrevista acabou, já estava na hora de ir ao local do show para a passagem de som.
-Vocês viram aquela entrevistadora? Que pecado! Se eu tivesse mais tempo... - comentou Tom na van.
-Só tenho olhos para a minha namorada. Quero dizer, se ela não fosse ver a entrevista na TV, eu teria usado meu charme para conquistá-la - brincou Georg.
-Claro, claro, seus olhos verdes e seus cabelos ruivos SEMI-naturais são irresistíveis - ironizou Gustav.
-Você me enoja, Georg - Tom fingiu estar espantado.
Bill entrou na brincadeira:
-Georg, já falamos sobre isso! Você só vai conquistar moças depois da cirurgia facial.
-Nariz e boca? - indagou Gustav.
-Não, é preciso bem mais. Reconstrução completa do rosto.
-Ah, verdade! Já sei então o que você pode me dar de Natal, Bill. Já vou avisando que vou querer um igual ao do Tom, e não ao seu.
-Ai sim você vai conseguir algo na vida e ainda por cima me fará um favor, ser lindo desse jeito dá muito trabalho. Sou sex appeal puro.
Risos invadiram a van e nem o motorista se conteve.
Pouco depois chegaram ao local da passagem de som e puderam ver a fila de fãs do lado de fora. Era pura loucura: todos usavam camisetas com os rostos de Gustav, Tom, Georg e Bill estampados, além de bottoms e levavam bandeiras da Humanoid City. O coração de Bill se esquentou e a felicidade o invadiu ao sentir toda essa dedicação dos fãs. Ele os valorizava muito e com certeza, o show daquela noite seria inesquecível. Ele só não fazia ideia do quão inesquecível seria.
---

-Estão preparados? - perguntou Gustav quando a banda se reuniu para realizar seu ritual rotineiro pré-show.
-Eu já nasci pronto - exibiu-se Tom.
-Vamos fazer o impossível e dar aos fãs lá fora o uma das melhores noites da vida deles
- Bill disse inspirando seus colegas.
No momento de silêncio que se suscedeu, gritos da multidão ecoaram pelo camarim
metodicamente organizado com apenas uma máquina de café em um canto e energéticos e
doces em uma mesa.
-UAU! Haja pulmão pra esse povo gritar assim! Desse jeito vou ficar surdo quando entrar
no palco! Ai, ai...Nada como tocar em casa - comentou Georg.
Gustav começou a batucar em uma parede com suas baquetas, muito concentrado.
Estava evidentemente nervoso. Georg permaneceu sentado em um sofá, muito relaxado
comento Skeetles. Bill estava dando os toques finais no cabelo quando Tom cutucou o seu
ombro.
-Hey, quer tomar alguma coisa? Um café?
-Não, abrigado, meu estômago está revirando, melhor não ingerir nada.
-Então você precisa é de um cigarro para aliviar.
Bill ponderou a ideia mas negou com um gesto de cabeça.
Tom colocou a mão em seu ombro dizendo:
-Tudo vai ficar bem e se algo der errado, prometo que irei arrumar as coisas.
Bill sorriu e compreendeu que Tom sabia de seu estado de espírito alarmado, sentindo-se
melhor com as palavras de seu irmão.
-Eu sei, Tom. Jamais poderia me esquecer disto.
David Jost abriu a porta e entrando educadamente avisou aos meninos que a hora chegara.
O show iria começar dentro de alguns minutos. Os 4 se reuniram, ficaram por um momento em
silêncio e depois fizeram uma saudação de sorte.
Bill foi o ultimo a sair do camarim, parando por um instante quando sua atenção voltou-se
para o espelho. Podia ver a sua imagem e a analisou bem. Apagou as luzes e fechou a porta. Sabia
que aquela seu rosto não seria o mesmo no dia seguinte.
Os integrantes da banda atravessaram o corredor de acesso ao palco e os gritos se intensificaram
conforme o fizeram. Bill colocou os óculos escuros e deixou seus temores de lado. Posicionou-se
no centro da estrutura do "ovo", exatamente onde ficava a parte principal do cenário da
Humanoid City.
Gustav já estava atrás da bateria e Tom e Georg nas marcações de entrada com a guitarra
e o baixo respectivamente. Bill sentiu o arrepio habitual percorrer toda a sua espinha e alcançar
suas terminações nervosa na ponta dos dedos dos pés e das mãos.
Quando se deu por si, a flauta de Noise começara e o publico enlouquecera. Nisso, Tom e Georg
entraram e a deixa de Bill chegara.
O show apenas começara.




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