(narrado pelo Tom)

– Seu idiota! - O Jared gritou para mim.

– Meu Deus, Carly! - O Jeremy disse e saiu correndo em direção á Carly, que acabara de desmaiar, quase caindo com tudo no chão se o Bill não tivesse a segurado antes.

Após ter atirado o telefone na parede, coloquei minhas duas mãos na nuca, em completo desespero. Quando percebi que o Jared andava na minha direção, inesperadamente ele me atirou contra a parede, me prensando nela.

– Qual é o seu problema? - Ele gritava para mim.

– Você ainda me pergunta qual é o meu problema? - Meus olhos estavam se enchendo de lágrimas, assim como os dele.

– E você achou mesmo que tacar o telefone na parede ia ajudar em alguma coisa? - Ele tinha razão, mas eu não pensei nisso na hora. Eu não o respondi.

– Vocês dois podem parar de brigar seus imbecis? - O Bill interrompeu gritando, passando a Carly para os braços do Jeremy e tentando ajudar a acordá-la. Ele e o Jeremy ainda nos encaravam, cheios de raiva e lágrimas transbordando dos olhos. Até que o Ian se aproximou e nos separou, puxando o Jared para trás pelo ombro, e eu escorreguei pela parede, ficando sentado com as mãos na cabeça.

– Vocês dois brigarem agora não vai ajudar em nada também Jared. - O Ian disse, fitando-o. Jared se afastou e subiu as escadas, praticamente correndo. Eu não me importei tanto com aquilo naquele momento.

Elas foram sequestradas, ela foi... Foi...

Eu não conseguia organizar meus pensamentos. O que eu estou falando? Eu não consigo nem pensar mais. A Broke foi sequestrada por alguém que eu nem faço ideia de quem seja. Eu já não respirava mais, meu corpo todo tremia como se eu tivesse tendo pequenas convulsões. Eu preciso achar ela, eu tenho que achar ela!

– Tom? - O Ian me chamava, olhei para ele ainda em choque, percebi que ele também chorava. Todos choravam agora, exceto a Carly que estava inconsciente e talvez o Jared, mas eu duvidava disso. Aquela seria a primeira vez que eles (menos o Bill) me veriam chorar, assim como eu nunca tinha visto tantos homens juntos aos prantos. O Ian ainda me encarava esperando pela resposta.

– Que foi? - Eu disse secando algumas das lágrimas.

– Posso pegar o telefone do apartamento de vocês? Se ligarem de novo nós não temos como atender. - Pelo menos alguém ainda estava pensando direito nesse lugar.

– Sim, é claro. Vamos lá pegar. - Eu disse finalmente tomando coragem para me levantar. Sequei as últimas lágrimas e sai pela porta afora, olhando em volta antes de sair, todos os olhares estavam focados no Ian e em mim. Ele estava bem atrás de mim.

– A gente já volta. - Eu disse categórico.

– Hey, cuidado! - O Jeremy disse antes que pudéssemos sair.

A raiva me queimava por dentro incontrolavelmente, o que me dava força para continuar, mesmo quando minha vontade era sentar e chorar, mas eu sabia que a Brooke precisava de mim, e eu não ia descansar enquanto ela não estivesse em segurança comigo. Sai como um furação entre os corredores do prédio, em busca das escadas. Eu não estava com paciência para esperar pelo elevador. Desci os dois lances de escada praticamente voando pelos degraus, o Ian sempre atrás de mim.

– Você tá bem? - Ele me perguntou depois de chegarmos ao quinto andar.

– Não, nem perto disso. - Eu disse, secamente. Eu estava concentrado de mais para me preocupar em ser gentil ou com os sentimentos dele. Sim, eu sei que isso soa completamente insensível, mas era verdade pelo menos.

– Ótimo, eu sinto exatamente o mesmo. - Eu tenho que admitir que essa não era exatamente a resposta que eu estava esperando, mas é bom saber que ele é mais forte do que pensava.

– Qual é o número do apartamento de vocês?

– 52. - Eu disse e parei exatamente na frente da porta do mesmo. Procurei pelas chaves com uma pressa inconsciente, ao achá-las logo abri a porta e entrei como um raio pelo apartamento e acendi as luzes. - Vamos levar esse daqui. - Enquanto eu desligava o telefone pelo próprio aparelho, o Ian já ia procurando pela tomada e desconectando. - Enrole os cabos enquanto eu pego algumas roupas minhas e do Bill, nós vamos ficar lá enquanto elas não voltarem para casa. - Ele apenas assentiu com a cabeça.

Sai abrindo a porta do meu quarto e pegando uma das malas que estavam guardadas em baixo da minha cama. Abri e coloquei-a em cima da cama, abri também a porta do closet e entrei, estava tudo uma bagunça, como de costume, revirei tudo em busca de roupas limpas, achei algumas, joguei-as dentro da mala, algumas boxers e algumas outras coisas que eu consegui encontrar no meio da bagunça. Ótimo, agora faltam as coisas do Bill. Fechei a mala empurrando as coisas para dentro que teimavam em escapar, para poder fechar o zíper. Fui em direção ao quarto do Bill.

Passei pelo corredor e entrei no quarto dele, tudo em sua mais perfeita ordem, nem ao menos uma roupa fora do lugar, revirei os olhos e peguei outra mala, a estendi aberta sobre a cama da mesma maneira que eu fizera na minha. Abri o closet e entrei.

Agora que eu tinha percebido, era a primeira vez que eu entrava no closet do Bill desde a mudança, era um pouco maior do que o meu e com muito mais divisões, digamos que uma mulher se sentiria completamente confortável ali, abri uma dos compartimentos, apenas gavetas, resolvi abri-las: bijuterias, colares, cintos, anéis... Todos separados por gaveta é claro. Porra, por isso bem mais da metade das coisas da mudança eram dele, olha o tanto de tralha que o garoto tem! Fechei novamente as gavetas, me lembrando do motivo que me trouxera aqui, abri as outras gavetas a procura de roupas, o Bill mão ia precisar das outras coisas no momento, finalmente eu achei, soquei tudo na mala consciente de que eu levaria uma bronca por amassar as roupas perfeitamente dobradas ele. Eu não me importo.

– Nossa, olha o tamanho disso. - De repente o Ian aparece atrás de mim.

– Que susto garoto, está querendo me matar? - Eu disse, acabando de pegar as últimas roupas e colocando-as dentro da mala.

– Não, só queria ter certeza que você não tinha sido encolhido pelo closet ou alguma coisa parecida. - Ele disse sério. Eu não o respondi, apenas fechei a mala e as portas. Peguei a minha mala também e sai do apartamento, depois que o Ian saiu também tranquei a porta da frente e peguei as duas malas.

Parando na porta das escadas, gesticulei para que ele as abrisse, assim foi feito e nós subimos novamente os dois lances de escadas, agora um pouco mais devagar por conta do peso que eu carregava, mesmo assim subimos rápido. Parei em frente da porta do apartamento delas e o Ian a abriu. Entrei e soltei as malas no chão.

– Nós não vamos embora enquanto elas não voltarem. - Eu disse, finalmente.