Número Errado escrita por 483---Naai


Capítulo 16
16. O homem errado. Sorrow entra em ação...(final)


Notas iniciais do capítulo

Amoras,esse é o final, mas vai ter segunda temporada *-*
Não sei se eu já falei isso aqui,mas tudo bem,falo de novo '-'
kkkk
Bom,eu vou criar uma nova conta no nyah e postarei Loveless(2ª temporada) com ela.
O nick da conta vai ser "Lullaby"



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(narrado por Cate)

Eu e Erick teríamos que ir ao mundo real. Fazia tanto tempo que eu não ia até lá.

Era um lugar triste, deplorável e sem vida. Cada dia mais aquele lugar morria.

Eu evitava ao máximo ir à terra, mas numa situação como essa, não tenho outra opção.

A morte daquela menina... Me sinto culpada por Faye ter sua vida tirada. Afinal, seu eu não tivesse prendido Tom naquele na terra, nada disso teria acontecido.

Eu havia acabado de chegar ao local da morte de Faye. Lá estava Bill, agarrando Tom pelos colarinhos e empunhando um pequeno punhal. O corpo da garota estava encostado na entrada de uma caverna.

Sua pele estava pálida. Me aproximei dela e toquei seu rosto: Não tinha temperatura.

Um cadáver, isso foi o que restou dela.

Me aproximei de Bill e toquei seu ombro. Ele se assustou, largou Tom e se virou para mim.

-Mamãe? – Ele parecia pasmo

Sorri e o abracei.

-Sim querido. Vim aqui te dar uma boa notícia.

Ele se soltou do meu abraço e, com as mãos em minha cintura, olhou em meus olhos:

-Qual mamãe? Não acho que alguma notícia nesse momento seja boa.

-Mas é. Você terá uma chance de reviver aquela menina.

Ele arregalou os olhos, seguido por Tom.

-Como assim? – Os dois disseram.

-Erick e eu fizemos um ritual. Você – Apontei para Bill – Irá participar do jogo dos anjos da morte, se vencer, ela voltará a vida.

-O jogo dos anjos da morte? É praticamente impossível de se vencer isso! – Ele se soltou de mim e olhou triste para Faye.

-Não querido, não será. Convenci Erick a estender o prazo em que a alma dela poderá ficar selada.

-Quanto tempo?

-20 anos.

-20 anos? É um tempo considerável, mas é difícil...

-É o melhor que posso fazer por você, rapaz. – Erick, que estava quieto até o momento, interveio.

O silêncio reinou.

-Eu não pude fazer muito mais por você. Você só conseguiu esse prazo porque é filho de Cate, se fosse um anjo qualquer... E como você sabe, eu dito as regras desse jogo, eu as facilitei ao máximo. – Erick parecia um pouco alterado.

Sempre achei Erick extremamente irritadiço. Isso não era bom, já que um das principais virtudes que um anjo pode ter, é a paciência.

Muitas almas não aceitam a morte e são bem complicadas de transmutar...

-Por que está me ajudando tanto? – Bill  perguntou desconfiado.

-Apenas porque simpatizei com essa garota e acho que a vida dela foi tirada muito bruscamente. – Erick parecia embaraçado.

-Tudo bem. –Bill não parecia totalmente convencido. – Quando o prazo começará a ser contado?

-Daqui a duas semanas. Você terá tempo para se preparar.

-Como será o jogo dessa vez?

-Eu selei a alma de Faye em um lugar do mundo. A única coisa que terá que fazer, é encontrar o objeto no qual ela foi selada.

-A única coisa? O mundo tem milhares de países e bilhões de objetos. Como espera que eu ache a alma dela em 20 anos? – Bill berrou furioso.

-20 anos já está bom. Para um anjo comum, o prazo seria de no máximo 10.

-Eu..Eu....Eu aceito.

-Perfeito. Te encontrarei em duas semanas. – Erick pôs um ponto final na conversa.

Me aproximei de meu filho e coloquei as duas mãos em seu rosto:

-Dê o seu melhor. Eu sei que vai conseguir encontrá-la.

Dei um beijo em sua testa e fechei os olhos, já estava na hora de voltar.

(narrado pelo Bill)

Mamãe deu um beijo em minha testa.

-Quanto tempo poderá ficar dessa vez? – Perguntei esperançoso

-Pouco tempo,muito pouco. Para falar a verdade, acho que só mais 15 minutos. Meu corpo está acostumado à atmosfera carnal, isso está me fazendo mal. – Ela tinha um olhar que se assemelhava a dor.

-Me desculpe por fazê-la passar por isso. – Eu a olhei com culpa.

-Tudo bem Bill.

-E o que faremos com aquele ali? – Apontei para Tom.

Ela suspirou, senti um ar de saturação.

-Você está lutando com o homem errado. – Ela fechou os olhos, e balançou cabeça baixa.

-Como é que é? – Berrei. – Faye morreu e este nem é o homem certo?!

-Me desculpe, meu filho,mas não. – Ela parecia querer chorar. – Me desculpe por ela, eu deveria ter vindo mais cedo. Eu senti que algo errado estava acontecendo, me desculpe por não vir te ajudar.

Uma lágrima escorreu por seu olho esquerdo.

Eu estava bravo, mas não poderia fazer nada. Eu sabia o quanto minha mãe deveria estar se sentindo culpada.

Ela nunca chora. Só nos casos mais terríveis ou de maiores desgraças. Isso raramente acontece.

A abracei.

-Não se culpe, mamãe...

Erick resolveu se pronunciar na conversa:

-Vamos acabar logo com isso. O olhar sínico destes vermes insignificantes está me irritando. – Apontou o dedo, como uma pistola, para Tom e depois direcionou sua mão levemente para Georg.

-O que vai fazer? – Perguntei com os olhos arregalados.

-Não escutou o que eu disse? Irei dar um fim neles! – Agora ele parecia irritado. Seus olhos agora pareciam ser feitos de raiva.

Olhei, nesse momento, para a bainha dourada presa em seu cinto.

-Você irá sacar ela? – Apontei para a espada embainhada.

-Sim. Sorrow precisa entrar em ação em alguma hora, não é mesmo? – Um sorrisinho surgiu em seus lábios pálidos.

-Você já não a usa faz 200 anos, não faça isso agora.

-Eu realmente não ligo para os seus argumentos. Só me deixe dar um fim nisso.

Cate tremia em meus braços.

-Erick, é perigoso! – Ela estendeu a mão para ele. – Você sabe como fica fora de controle quando a saca.

Ele suspirou.

-Acabarei com isso aqui, agora e não vou ouvir nenhum dos dois.

A espada foi puxada. Seus cabelos longos esvoaçaram levemente, diante do grande poder. Ela era toda da mais pura cor branca. Uma luz fantasmagórica se desprendia dela.

Tristeza...Sorrow era o nome dado aquela arma de matar. Era a única espada com vida própria.

Quando desembainhada, ela tomava o corpo de Erick. Ele perdia o controle sobre si mesmo e se transformava apenas em um assassino.

Antigamente, a 300 anos atrás, ele a usava sempre que tinha um serviço. Muito sangue foi derramado. Muitas almas foram levadas. Almas que já estavam prontas para transmutar e almas que não eram para ir.

 O conselho resolveu agir e o colocou em uma cela.

Dentro daquela cela, todos os seus poderes eram selados. Ele foi praticamente morto lá dentro, já que a cada vez que um guarda entrava lá para lhe levar comida, uma nova surra era aplicada.

100 anos se passaram até o dia em que ele pode sair de novo. 100 anos sem ver a luz... Seus olhos antigamente castanhos, quase negros, depois de tanto tempo na escuridão, ficaram âmbar.

Sorrow foi mantida num quarto mal iluminado, presa a uma bigorna por correntes, porém melhor que a cela de Erick. Sua alma foi retirada e jogada no mundo carnal, para nascer como humana.

Ele teve sua espada de volta, porém já “morta”.

Erick pode voltar a trabalhar como Anjo da Morte, Sorrow agora tinha alma domada e menos selvagem.

Depois desses anos cruéis, Erick jurou nunca mais empunhar Sorrow, pois afinal, aquela não era a verdadeira alma dela, era só algo que preenchia seu corpo.

-Eu jurei nunca mais tirá-la da bainha, mas o nunca mais, nunca dura para sempre. Essa não é a verdadeira Sorrow, mas vale.

Ele avançou para cima dos dois homens a sua frente e rapidamente os golpeou. Duas jugulares foram cortadas, uma após a outra. O sangue jorrou, como uma fonte.

A pressão fazia o líquido vermelho voar a 2 metros de distância.

Erick se voltou novamente para nós.

Cate chorava e eu arregalava os olhos. Sorrow pingava sangue incessantemente.

Erick a levou até a boca e lambeu o sangue.

-Faz tanto tempo que eu não fazia isso. É bom relembrar os velhos tempos.

Ele limpou a boca com as costas da mão e colocou a espada na bainha novamente.

-Vamos Cate, já está na hora. – Ele veio até mim e a puxou, violentamente, de meus braços.

Seus cabelos quase brancos lhe caiam no rosto. O prateado estava levemente manchado de vermelho.

Ele apertava o braço de mamãe.

-Solte ela, seu maníaco louco!!

-Deixe de ser piegas. Vamos logo antes que esse inseto resolva me atacar.

Estalando os dedos, ele abriu uma fenda no nada, no qual ele entrou e puxou mamãe.

A fenda foi se fechando e eles, sumindo.

-Mãe!! – Berrei e corri até o brilho de seus olhos âmbar.

Estendi a mão, mas tudo havia desaparecido.

Eu fiquei ali, sozinho no escuro, cercado por 3 corpos inertes e frios.

Duas semanas depois

Hoje o prazo começaria a ser rodado.

Eu tinha 20 anos para rodar o mundo todo e encontrar a alma de Faye.

Será que ela estará bem quando eu a encontrar? Será que eu vou a encontrar?

Milhares de perguntas rodaram minha cabeça.

Eu tinha que achar esse tal objeto.

Não convivi muito com Erick, mas sei que apesar de ser um assassino,ele era amante de artes. Certamente selou a alma dela em algum tipo de pintura ou objeto artístico.

-Vôo 502 com destino a França irá sair em momentos. Todos os passageiros, por favor, se dirijam a sala de embarque.

A voz ecoou pela sala onde eu estava.

Eu escolhi a França como ponto de partida. Lá tinha vários museus interessantes.

Estava na hora.

Só espero encontrá-la de algum modo.


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Notas finais do capítulo

Bom,é isso....
Daqui a pouco eu volto com a segunda temporada *-*



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