La Vita a La Toscana escrita por laissmania


Capítulo 3
O Festival do Vinho


Notas iniciais do capítulo

Deu saudades de escrever, então aqui está mais um novo capitulo. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/120480/chapter/3

Eu sabia que nossos pais eram rivais, e que por algum motivo financeiro, não sei ao certo, eles se odiavam. Em parte, era ridículo o quanto eles se importavam tanto com isso. Mas desde que eu me mudei para a Toscana próximo aos Balducci, meu pai tem falado tanto deles que me fez acreditar que eu realmente tivesse motivos para odiá-los.

Alguns dias após a tempestade, houve dias nublados e chuvosos, mas ameno do que naquela tarde. O noticiário já anunciava um sábado ensolarado, e no centro da cidade haveria o Festival do Vinho. Apesar de pequeno, o festival era reconhecido na região e haveria muitas pessoas lá, incluindo os meus novos amigos e um garoto, Enzo Marcussi, da qual meus pais eram amigos de seus pais, e minha mãe insistia que eu o conhecesse.

Coloquei meu vestido branco, minha sapatilha dourada, um casaco leve florido por cima, e um lenço azul. Meus amigos e Enzo esperavam em frente à praça principal da igreja, e passamos o dia andando pela rua principal da cidade, que era onde ficava a maior parte das atrações. Nos divertimos muito, conversamos bastante, e eu realmente tinha gostado de estar com Enzo o dia todo. Assistimos as competições de amassar uvas, degustações de vinhos e no final da tarde todos se reuniam perto da igreja para as apresentações de bandas e a feira de doces.

O sol estava se pondo e eu fiquei a observar o horizonte ao som de uma banda norte americana desconhecida, mas que cantava uma musica recente, da Taylor Swift – Love Story. Neste exato momento, um vendedor de balões passava ao longe empurrando seu carrinho e logo atrás dele e mais a frente do sol poente, vinha ele. Mesmo de longe e rodeado de amigos, ele arrancava olhares de garotas de todos os lugares, seus olhos azuis brilhavam e ele sorria convencido. Uma pontada no estômago e um pequeno formigamento nas mãos me fizeram ver o quanto eu o odiava, mas o quanto ele realmente era bonito quando não estava totalmente encharcado. A este ponto era impossível disfarçar meu olhar, quando o dele atravessou a rua e atingiu direto o meu. Ele sorriu, e eu apenas franzi a testa pensando em um jeito menos grosseiro de dizer que o odiava.

Tentei esquecer o fato de estar no mesmo ambiente que ele. Apesar de ainda não saber exatamente porque, eu o odiava, e me irritava saber que ele poderia estar muito perto. Meus amigos notaram algo diferente no meu comportamento, então para tentar me acalmar fomos mais perto do palco para curtir as músicas recentes antes que começassem as musicas antigas da época de nossos avós.

Dançávamos ao som de The Kooks – Young Folks, Enzo havia engajado uma conversa com uma amiga minha. Vittore não estava muito longe de onde estávamos e eu não conseguia mais evitar os olhares dele.

Eu estava começando a ficar nervosa do lado do Enzo e tentando evitar os olhares de Vittore, então decidi dar uma volta, comprar uma água e respirar um pouco. Fui à padaria mais longe que pude achar, assim o caminho era mais longo e eu teria uma desculpa pra demorar. Sentei na beira da calçada observando as pessoas passando ao longe, muitas delas agora segurando balões e cantando felizes.

- Perdida de novo? Não parece tão assustada como da outra vez. – ele já estava prestes a sentar ao meu lado quando eu levantei em um pulo.

- Não, estou bem. – Sorri forçadamente segurando toda a respiração que podia controlar ao ver aquele mar azul em seus olhos enquanto me afastava.

- Espere! – ele se apressou e encostou sua mão em meu braço – Você está me evitando não é? Se é por causa dos nossos pa...

- Olha, para de fingir que não nos odiamos está bem? – Eu me aproximei dele ao exaltar um pouco minha voz. – Você me ajudou aquele dia, e foi apenas isso. Obrigada, mas eu não preciso mais da sua ajuda.

- Só me diz uma coisa. Por que eu te odiaria? – Ele disse com uma expressão confusa.

- Bem, você sabe, nossos pais. – Eu não achava outra explicação razoável, eu apenas sentia, olhando agora para o chão procurando uma outra razão aplausível.

- Nossos pais não tem nada a ver com o que fazemos ou deixamos de fazer. Mas acho que você é muito fraca para tentar esquecer isso, assim como eles.

Isso supostamente deveria me ter me deixado mais nervosa, e até mesmo me exaltado e sabe-se lá o que eu poderia ter gritado, mas ao invés disso eu só consegui piscar algumas vezes fitando-o e sair andando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "La Vita a La Toscana" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.