Akeome! escrita por Franiquito


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Ah, nada como começar o ano com ideias doidas, não? xD
Espero que vcs gostem dessa ideia WTF que eu tive ontem. Eu não costumo me colocar nas fics, mas me permiti esse luxo aqui. Bom, não levem nada à sério e divirtam-se.
Boa leitura e Feliz 2011! ^.^



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Eu caminhava em círculos pela cozinha razoavelmente grande, os braços cruzados sobre o peito, o polegar direito na boca, o pensamento distante. De vez em quando, meus olhos se voltavam para o forno elétrico, como se aquilo fosse acelerar o processo de aquecimento da pizza gigante pré-cozida. Assim que eu dava a volta na mesa, o forno elétrico saía do meu campo de visão, e então eu avistava o forno do fogão de quatro bocas, que também tinha uma pizza gigante aquecendo.

Na geladeira de inox várias bebidas, alcoólicas ou não, esperavam pacientemente para ser consumidas. Algumas garrafas já rolavam pela sala menor que a cozinha, eu tinha distribuído algumas bebidas para entreter meus convidados. Embebedá-los parecia uma boa ideia, já que a comida seria um tanto escassa... Ok, certo que era véspera de ano novo, mas eu tinha culpa de não saber cozinhar mais que uma omelete??? Todas as minhas amigas, que talvez pudessem me ajudar, tinham me dado bolo na ocasião, cada uma com sua família e essas coisas... E meus convidados não tinham cara de ser muito melhores...

- Franci-chan, tem certeza de que não quer ajuda?

- Hein? Ah, não, Yuk, não mesmo... – lancei um olhar involuntário na direção do forno elétrico – Eu acho...

É, ok, eu confesso. Yutaka e Izumi tinham se voluntariado para cozinhar alguma coisa, eles eram bem mais experientes do que eu no quesito “cozinha”. Mas eles eram meus convidados, eu não podia fazê-los trabalhar, ora bolas!

Yutaka me lançou o típico sorriso de covinhas e eu abri um pequeno sorriso em resposta, mesmo sem querer. Aquilo sempre acontecia.

- Eu realmente não me importo, você só precisa me ajudar com os ingredientes...

Dessa vez eu ri divertida.

- Mas e o que você vai fazer a essa hora, Yuk-kun? Está meio em cima da hora para preparar um banquete, sabe... – eu sorri gentil e entrelacei meus dedos nos dele. Yutaka levou minha mão até seus lábios e depositou um beijo suave ali – Eu tenho um estoque de pizzas no congelador, acho que dá para passar a noite...

- Tem certeza?

- Ninguém vai passar fome, eu garanto – nós rimos. Como se alguém estivesse realmente se importando com a comida... Qual é, era véspera de ano novo! O que mais dez j-rockers fazem em datas comemorativas além de beber?

Nao adentrou a cozinha com uma expressão um tanto desanimada, os ombros largos caídos como se ele estivesse muito cansado. Aquilo não era típico dele.

- Cadê a comida, Franci-chan?

Eu lancei o olhar mais emburrado que pude na direção do baixista de cabelos castanho-avermelhados.

- Está quase pronta, Nao. Quando a pizza ficar pronta eu levo até vocês.

- E não tem mais nada? Quero dizer, só para ir disfarçando a fome...

- E os salgadinhos que eu deixei na sala? – arregalei meus olhos castanhos em espanto.

- Ah, é, mas... Podia ter algo mais... – Nao fez um beicinho.

Estreitei os olhos.

- Teria mais coisa se vocês todos não tivessem me avisado hoje que vinham para cá!

- Qual é o motivo da discussão? – perguntou Yuu com um copo do que devia ser whisky. Ou guaraná sem gás. Sei lá.

- Não temos discussão nenhuma – eu disse, disposta a não ficar de mau humor justo naquele dia – Eu só estava comentando que as pizzas estão quase prontas. E sim, é só isso o que tem.

- Eu não estava reclamando! – Yuu se defendeu, erguendo as sobrancelhas negras como seus olhos e cabelos.

- Festa já começou aqui e não me chamaram? Vocês são uns filhos da mãe...

Era Izumi. Nós todos demos risadas, claro, quem não ria na presença do baterista baixinho? Ele parou ao lado de Nao, sacudindo a franja um tanto comprida para longe dos olhos.

- Quer alguma ajuda?

Ok, aquilo me enfureceu de novo.

­- Mas que droga! Por que vocês ficam perguntando isso? Eu to com cara de quem precisa de ajuda?

- Quer que eu responda? – Nao disse com aquela expressão falsamente séria, mas carregada de deboche.

- Chispem daqui! É sério! – eu soltei a mão de Yutaka e apontei para a sala, que ficava ao lado da cozinha – Vocês não têm nada que ficar aqui, voltem para a sala para encher a cara e conversar bobagens!

- Nós só estávamos querendo lhe fazer companhia, Franci-chan... – Yuu se aproximou e me deu um breve abraço.

- Humpf, é, eu sei – encarei os quatro com olhar desconfiado – Eu já vou voltar para a sala e com algo para comer, prometo – nós rimos – Obrigado.

- Qualquer coisa que precisar é só chamar – disse Yutaka e eu assenti, sorrindo.

Os quatro músicos se retiraram para a sala, mas – adivinhe! – Kouyou passou por eles no meio do caminho, me encarando diretamente nos olhos.

Ele tinha cara de quem ia pedir.

- Franci-chan...

- Não tá pronto – resmunguei azeda, observando a pizza no forno elétrico e ligando o dourador.

- A cerveja não está pronta?

- Quê? – eu me voltei para o loiro e ele tinha um grande sorriso nos lábios bem delineados.

- Eu ia perguntar se posso pegar mais cerveja.

- Ahhh... cerveja... Sim, claro, Kou-chan, fique à vontade... Tá na geladeira.

- Yo, Franci! – nem precisei me virar para saber que era Akira – Não se preocupe, não vou perguntar nada!

Eu dei risada – Já te avisaram?

- Aham – assentiu com as mãos na cintura, sorrindo – Vim ajudar o Kouyou com as cervejas...

- Okay, fiquem à vontade – eu repeti enquanto me recostava no balcão ao lado do forno elétrico, ficando de frente para o fogão.

Então um apito soou alto e eu imediatamente me voltei para o eletrodoméstico ao meu lado. Mas o timer indicava que ainda faltavam dez minutos para desligar... Só então ouvi o burburinho na sala aumentar e percebi que tinha se tratado da campainha. Corri até a sala para ver quem poderia ter chegado.

- Amanda! – cumprimentei com espanto minha amiga, que sorriu um tanto acanhada, mexendo rapidamente nos cabelos cacheados.

- Olá! – ela me disse enquanto cumprimentava Takanori e em seguida Shin.

- O que você está fazendo aqui? Pensei que não pudesse vir...

Nós nos abraçamos fortemente assim que a dona dos cachos castanho-claros percorreu toda a roda de j-rockers.

- Sim, eu não ia vir, mas consegui fugir do pessoal lá de casa – ela comemorou discretamente – Graças a Deus! Estou muito atrasada?

- A comida nem foi servida ainda, Amanda-chan – olhei feio para Nao mais uma vez. Eu nada disse dessa vez, apenas lhe apontei de forma ameaçadora. Claro que era uma brincadeira, por isso todos estavam rindo da cena.

Yuu cedeu seu lugar para Amanda se sentar, e eu me acomodei no braço do sofá ao lado da garota. Kouyou e Akira voltaram com dois engradados de cerveja e distribuíram as garrafas de vidro para os presentes. Eu recusei com um gesto.

Não demorou até o plin do forno ser ouvido, o que me fez correr de volta para a cozinha. Nao puxou uma salva de palmas e eu gargalhei, comemorando com os braços no ar numa imitação (quase) perfeita de Rocky Balboa.

Já na cozinha, retirei as pizzas fumegantes dos dois fornos e cortei-as em fatias grandes. Levei o jantar improvisado até uma pequena mesa improvisada na sala, e todos voaram para cima das pizzas, cada qual parecendo mais desesperado pelo seu pedaço.

Toda minha vida eu pensei que os japoneses fossem mais educados, sabe... Ledo engano.

Voltei para a cozinha para preparar mais duas pizzas. Dessa vez não deviam demorar tanto. Eu estava terminando de programar o forno elétrico quando senti dois braços envolverem minha cintura. Eu mordi o lábio inferior para me manter no controle.

- Se você ousar perguntar se preciso de ajuda, eu te mato – eu sussurrei dando risada. Akiya também riu, sua respiração batendo contra meu pescoço e me fazendo estremecer.

Droooooga!!! Eu odeio esse cara!

- Está muito temperamental hoje, koi... – Akiya me puxou levemente, me girando em seus braços e me recostando contra a mesa de granito.

- Você sabe que eu sou assim... E sabe que só estou brincando – me defendi, passando as mãos pelos seus ombros largos.

- Eu sei, mas prefiro te ver com um sorriso ao invés desse beicinho emburrado. Embora você fique adorável assim...

Eu não pude segurar um sorriso no canto dos lábios. Akiya passou a língua pelos lábios cheios e eu ofeguei antes que percebesse, sentido-o aproximar seu rosto do meu.

Infernooooo!!!!! Eu definitivamente odeio esse homem, ok?!

Assim que a boca de Akiya roçou a minha, alguém adentrou a cozinha apressado, falando aparentemente sozinho. Nós nos afastamos de imediato, mas permanecemos abraçados.

- Como assim não conseguem chegar aqui? – era Takanori e ele não falava sozinho; falava ao celular. Ele não pareceu notar que estava, er, interrompendo algo – Eu pensei que vocês já tivessem vindo até a casa da Franci-chan... Esqueceu, Chibi? E a Ny-chan? Ah, que pergunta boba, a Ny-chan é tão avoada quanto o Kouyou... – o baixinho rolou os olhos para o teto.

- Está falando com a Camila, Taka? – eu perguntei num sussurro e o loiro assentiu – Ela e a Sereny estão vindo para cá também?

Dessa vez, Takanori não me respondeu, mas não foi preciso para eu entender que era aquilo mesmo que estava acontecendo. Poxa, que mania das pessoas aparecerem do nada na minha casa! Certo, eu estava muito feliz em ter as irmãs na minha casa em uma data tão importante como aquela, mas po! Poderiam ter avisado antes. Eu estava começando a achar que precisaria mesmo da ajuda dos dois bateristas com a comida.

Anotei mentalmente: “não deixar Yutaka e Izumi beberem demais”. Eles não podem simplesmente tacar fogo na minha cozinha!

- Mila, me responda uma coisa – Takanori continuou ao celular – Aonde vocês estão? Hum. Hum, sei. Sim, a casa com o jardim decorado... Então sigam reto por mais algum tempo... Aonde? Que lugar é esse, Camila? Kami-sama, aonde vocês estão se enfiando...? – o vocalista do The Gazette levou a mão livre à testa, parecendo cada vez mais preocupado. Eu ri baixinho, recostando minha cabeça no peito de Akiya.

- Certo, Chibi, me escute – Takanori pediu ao telefone – Eu vou encontrar vocês. Não... O quê? Eu estou tentando ajudar, Camila! Eu sei que não, mas... Camila, eu... Eu sei, eu não quis dizer isso...

- Qual é a dessa cozinha, que é mais animada que a sala? Opa... – Isshi olhou para Akiya e eu como se pedisse desculpas e então viu Takanori muito absorto na conversa ao celular. O mais velho tinha uma expressão confusa, mas divertida.

- Quer alguma coisa, I-san? – eu perguntei em voz baixa, para não atrapalhar a ligação de Takanori – Uma bebida?

- Não, não, eu só estou de passagem... O banheiro é para lá, né? – eu assenti para a direção apontada – Certo, com licença então.

E, lançando um último olhar engraçado ao outro vocalista, Isshi sumiu do meu campo de visão.

- Franci-chan, eu trouxe as bandejas para você... – Shin apareceu assim que o seu colega de banda saiu, trazendo as duas bandejas que antes continham as pizzas nas mãos.

- Credo, já comeram tudo??? – eu arregalei meus olhos e Shin encolheu os ombros, exibindo aquele sorrisinho meio envergonhado.

- Pois é... É que estamos em um número grande de pessoas, né...

- Pode deixar aqui na mesa, Shin-san. Arigato!

O guitarrista assim o fez, depositando cuidadosamente as duas bandejas sobrepostas na mesa da cozinha. Em seguida, Shin fez uma pequena reverência e saiu do cômodo, voltando para a sala.

- Camila, eu não estou entendendo mais nada... – Takanori chamou minha atenção mais uma vez – Vocês acharam o caminho do nada? O quê...? Como assim “chegaram”?

Uma buzina foi ouvida na frente de casa e imediatamente meu cachorro se pôs a latir. Wow, aquilo tinha sido realmente rápido!

Me soltei dos braços de Akiya e passei por todos na sala, que novamente tinham olhares curiosos. Abri a porta de entrada e praticamente corri pelo pequeno caminho até o portãozinho. Havia um carro estacionado na frente da minha casa e de imediato avistei Sereny na direção. Camila saiu do carro pelo lado do carona e então, para minha surpresa, logo surgiram mais três pessoas do banco de trás. Eram Ana, Monique e Mariana.

- Humpf, bem típico de GazeGirls mesmo ter entradas triunfais! – eu dei risada enquanto Camila me abraçava fortemente – Sejam bem-vindas!

- Eu sei que dissemos que não viríamos, mas decidimos fazer uma surpresa – disse Sereny.

- Todo mundo decidiu me fazer uma surpresa hoje – eu ri, cumprimentando a outra garota.

- Franci-chan! – dessa vez era Ana e meu sorriso se alargou quando a abracei. As coisas definitivamente estavam fora do meu controle aquela noite! Era uma surpresa atrás da outra!

- Chibi, eu fiquei preocupado! – Takanori saiu da minha casa, indo abraçar a garota.

- Nós chegamos, não foi? – Camila perguntou presunçosa.

- É, mas quase se perderam! Que cabeça a sua, Ny-chan... – Kouyou tomou o rosto da namorada nas mãos e a beijou – Que bom que estão bem!

- Nós só perdemos um pouco o caminho, não foi nada de mais – riu-se Ana, procurando o olhar de Akira e logo encontrando-o.

Eu apenas ria com a cena que os casais faziam enquanto cumprimentava Monique e Mariana. Eu não conhecia muito bem as duas, tinha visto-as pouquíssimas vezes em encontros assim como o daquela noite.

- Nós trouxemos mais convidadas, se não for muito impertinente – Camila se dirigiu a mim e eu apenas neguei com a cabeça, conduzindo todos para a sala.

E Deus do céu, aquele lugar estava ficando cada vez menor! Os dois sofás já estavam ocupados: no de dois lugares estavam sentados Nao e Amanda de mãos dadas, ao passo que no sofá maior, de três lugares, estavam Izumi, Yutaka, Shin e Akira. Haviam algumas cadeiras espalhadas, onde antes estavam sentados Takanori, Kouyou, Yuu e Isshi. Akiya estava de pé na passagem para a cozinha, os braços cruzados e o ombro apoiado no marco da porta.

Takanori e Kouyou correram para a rua para recepcionar suas garotas e se certificarem de que tudo estava bem. Assim que todos entramos na minha casa, Yuu se dirigiu até Monique, abraçando-a por um longo tempo; Akira se levantou, passando os dedos pelos cabelos escuros de Ana e tomando rapidamente seus lábios; e Yutaka enlaçou Mariana pela cintura, puxando-a para um canto enquanto a beijava.

Kouyou voltou a se sentar na cadeira de madeira, puxando Sereny para o seu colo carinhosamente. Takanori também cedeu seu lugar à Camila, postando-se de pé atrás da cadeira onde a garota se sentara, as mãos pequenas massageando os ombros da moça.

- Bom, hum – eu pigarreei, fingindo estar desconcertada – Acho que todos se conhecem e... bem, o que eu posso dizer depois disso tudo?

- “Sintam-se à vontade” seria uma redundância – disse Amanda ao meu lado.

- Exatamente!

Todos rimos e então o plin do forno se fez presente outra vez.

- Pizza! – eu gritei e fui para a cozinha em meio aos gritos e aplausos. Akiya me ajudou a servir desta vez, e logo os fornos estavam ocupados novamente.

O grande grupo que se reunira na minha casa passou o tempo em meio à muita conversa e risadas – regadas, claro, à muita bebida e pizza. Afinal, eu não me enganara: chegou um momento em que ninguém mais se importava com a pizza; as pessoas só queriam beber e rir e compartilhar acontecimentos engraçados e fazer piadinhas infames. Nós só percebemos que tinha chegado a meia-noite quando ouvimos os fogos de artifício na rua.

- Akemashite omedetou gozaimasu!!! – eu gritei e corri para a rua para ver o show pirotécnico, puxando Akiya pela mão. Os outros nos seguiram e logo todos trocamos cumprimentos e abraços pelo novo ano que se iniciava.

Os fogos de artifício não foram os mais impressionantes do mundo, mas nos entreteram por vários minutos. As luzes no céu faziam eu me sentir explodindo por dentro também, como se eu soubesse que um ciclo terminava para um novo começar na minha vida. Eu fechei meus olhos e suspirei profundamente, expirando todos os sentimentos ruins que estavam presos em alguma parte dentro de mim.

Os braços de Akiya se apertaram em torno do meu corpo, me puxando mais para perto. Ele depositou um beijo no meu ombro nu e sussurrou no meu ouvido:

- Akeome, koi.

Eu sorri e virei a cabeça para poder encará-lo nos olhos. Aqueles olhos escuros e enormes que eu tanto amava, que sempre me hipnotizavam, sempre, sempre, sempre...

Aahh, Kami-samaaaa!!! Como eu odeio Kazuhiro Akiya!!!

E como eu odiaria ter de viver sem ele!

- Akeome, Aki-chan! Que nesse ano nos aproximemos ainda mais...


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