Vida Cruzada escrita por Razi


Capítulo 1
Lembranças...


Notas iniciais do capítulo

Salve pessoal trazendo pra vocês mais uma fic.
Espero que curtam.
Boa leitura.



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Chuva é legal, na medida do possível.

Tudo bem.

Não é o melhor pensamento, na real, não gosto muito, mas é meu por enquanto.

Pelo menos nos próximos dez segundos.

O caso é que está chovendo assim não posso sair da loja de conveniência e no momento estou segurando um mangá com uma capa retratando dois homens lutando.

Um sorriso nostálgico aparece nos meus lábios.

A imagem me lembrava alguém com quem estudei dois anos atrás quando terminava o ensino elementar.

Ele não era o tipo de garoto certinho que me acostumei a ver nas ruas de Nagoya.

Antes que pensem demais não sou japonesa, pelo menos não completamente. Minha mãe era russa e vivia no Brasil quando conheceu meu pai que é japonês e estava de férias no país.

Apaixonaram-se e o resultado foi e o meu irmão Allan que, aliás, é mais velho.

Assim gerou um impasse, meu pai não podia se casar com uma estrangeira, daí então ficamos morando com nossa mãe sempre tendo visitas dele até que ela morreu vítima de uma bala perdida em um assalto no banco em que trabalhava.

Não tínhamos muita escolha de teto.

Ou ficávamos com nossos avós na Rússia ou com nosso pai no Japão.

Resumindo a ladainha toda, viemos para Nagoya ficar com nosso velho, sendo que para todos os efeitos somos seus sobrinhos.

Mentira mais lavada não existe.

Brinco com o exemplar na mão pensando nele.

Tinha recordações razoáveis dele.

Hajime Serizawa.

Como tinha comentado antes ele não era o tipo de ser certinho, parecia um gângster. E nunca fui fã de encrenqueiros, mas Allan sim.

Na verdade estudávamos todos juntos.

A escola era mediana, amigas legais, clima agradável brigas.

A quantidade de alunos que iam para a enfermaria me assustava, talvez porque não estivesse acostumada com isso, mas ajudava na enfermaria cuidando dos retardados.

Notava que ele freqüentava a enfermaria quase que diariamente junto com meu irmão, não adiantava papai brigar e muito menos eu. Ele disse que era o jeito de se tornar homem mais duro. Depois que Allan dissera isso, papai não implicou mais.

Japoneses.

Não implicava mais com Allan, cuidava apenas de seus ferimentos enquanto Hajime era atendido por Kaori com quem ficava provavelmente.

Olho para fora da loja, a chuva se tornara uma garoa fina, daria para caminhar até em casa. O exemplar do mangá ainda estava na minha mão.

Allan curtiria lê-lo.

Caminho até a atendente que me dá um sorriso meigo enquanto lhe entrego minhas coisas.

Era quase o mesmo sorriso que Hajime me lançava quando nos tornamos amigos.

O que é engraçado, já que me lembra a forma como nos tornamos amigos...

Mal tinha chegado na enfermaria quando ele apareceu com o rosto e a gola da camisa suja de sangue. Não dei bola quando se sentou na cama esperando por Kaori.

Só que tinha me recordado que ela tinha ficado em casa, doente. Lá fui eu cuidar do marmanjo que me olhou de lado.

-Kaori está doente – expliquei molhando um algodão com álcool – Levante uma cabeça um pouco.

-Você é irmã do Allan, certo? – ele indagou curioso – A Kath.

-Pra você Katherine – o corrigi enquanto limpava seus cortes – E sou irmã dele. Aliás, não brigou com ele não é?

Um sorriso apareceu em seus lábios antes de protestar de dor pela ardência que deveria estar sentindo.

-Allan é meu amigo – ele contou sério – Prazer...

-Hajime Serizawa – o cortei – Você é famoso.

-Você também – ele rebateu ainda sério.

Fiz alguns curativos em seu rosto que reparando de perto era bem feito. Apesar de ser maltratado.

-Opte por não brigar pelos próximos dias – recomendei limpando todo seu rosto – Não vai ser doloroso.

-Quero que lute comigo – ele soltou sem mais nem menos.

Afastei-me dele para encará-lo.

Tudo bem que artes marciais é uma matéria das escolas e tudo mais. Só que me pedir para brigar é uma música que não toca.

-Um homem não deve bater em uma flor – o censurei retornando a limpá-lo.

-Sei disso – ele murmurou – Kaori me machucou pouco.

Fingi não ouvir isso.

Não gostava de brigas, mesmo que tivesse aprendido a lutar. Só que isso fora uma forma de passatempo já que não sou nenhum ás na cozinha e nem curto os clubes de trabalhos manuais.

-Allan disse que só lutaria comigo se eu derrotasse você – ele contou olhando-me – Ai.

-Amigos não se matam – o censurei novamente.

-Só que quero saber se sou capaz de derrotá-lo – ele replicou – Pode abrir uma exceção?
Apertei a gaze na sua bochecha antes de me afastar.

Era apenas um idiota sem juízo algum.

-Amanhã – decidi remoendo-me por dentro – Na área sul depois das aulas.

Pude sentir um largo sorriso formando-se em seus lábios por minhas costas.

-Obrigado Katherine – ele me agradeceu saindo depois...


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Notas finais do capítulo

Quem curtiu a Katherine ergue o braço?
Até o próximo cap. com mais lembranças, especificamente a luta entre os dois.
Me digam suas opiniões, tem algo que fiz errado ou que deva mudar?
Até mais.
o/
Ja ne.