‘Quando acabar seu plantão vá de táxi, não use carro, está entendendo? Não use o carro e peça para o motorista ir pela avenida de baixo, prometa que o fará?’

Taxista– Senhora? Está tudo bem?

Bella – Sim...

Respondeu depois de alguns segundos de silêncio.

– Sim está! Pode ir pelo caminho mais seguro e mais rápido... Tenho que chegar... Tenho que chegar em casa...

Continua...

Edward sentou-se na beirada da cama apertando os olhos com força.

Tudo em seu ser gritava, Seu íntimo berrava...

Sentia algo que não conseguia e não podia compreender.

Levou a mão ao abdômen na altura do estômago sentindo uma dor dilacerante, era como se alguém estivesse esmagando-o com uma prensa de ferro.

Levantou-se andando de um lado para o outro, se amaldiçoando por não poder estar no lugar que queria estar, na hora que quisesse...

Andou pelo quarto como um leão enjaulado, suas mãos suavam... Todo o seu corpo tremia, a angústia estava ali.

Ele tinha traído toda sua “Essência e Existência”... Havia traído “Suas Leis Eternas” e soube que a tendência era piorar... “A Vida” tinha criado a situação propícia. Enquanto ele conversava com o velho senhor no hospital tinha dito que seu tempo ali havia acabado, que o tempo da mulher que havia aberto o sorriso mais perfeito que já havia visto havia acabado...

Ele engoliu a saliva produzida com rapidez por sua boca

Seus cabelos grudavam em sua testa, o suor escorria por todo seu rosto a agitação era tamanha...

Arrancou a camisa de uma vez só pela cabeça, sentindo sua respiração tão alterada e ofegante que mal podia suportar a pressão em seu peito... Em seu coração.

Era interior não físico...

Caminhou em direção a janela, a passos duros e pesados, todos os músculos de seu corpo estavam tensionados, fechou os olhos com força se debruçando na janela.

Deixando o ar da madrugada banhar seu o rosto...

Mais nem isso o acalmou.

Batia o pé inquieto, esperando que o tempo passasse, mas ele se arrastava...

Procurava incessantemente entender o porquê de seus atos e decisões

Era maluco?

Estava ficando louco?

Como podia ter desafiado todas as “Leis da Humanidade” dessa forma?

Bella– Eu estou aqui...

Ele se virou de imediato enxergando-a através da escuridão da madrugada.

Bella se aproximou tão ou mais assustada do que ele, com o coração batendo em ritmo alucinado tendo a absoluta certeza do que havia acontecido...

Ele puxo-a pelo braço com força, aconchegando-a em seus braços. Ele apertava-a tanto...

Em um abraço de puro desespero e outra coisa que não tinha a mínima idéia do que era.

Bella olhou a escuridão assustada, ela também o apertava contra seu corpo, retribuindo o sentimento alucinante que ele sentia...

Ed– O que está... O que está acontecendo Bella? Por favor... Diga-me!

Ele perguntou com a voz trêmula e ela sentiu vontade de chorar.

Ed– Alguma coisa me aperta o coração... – apertou os olhos com força. -- -

- Permaneça assim, dessa maneira me apertando, eu me sinto melhor, assim me sinto melhor... Me sinto muito melhor.

Ele estava implorando e Bella sentia seu interior se explodir no sentimento mais terno que poderia existir...

Bella – O que foi que você fez? Havia chegado a minha hora?

Ele não respondeu apertou-a ainda mais em seus braços.

Bella – O que foi... O que foi que fez? Foi... Foi isso?

Ed– Não posso... Nãoooo, não agora...

Ele negou com a cabeça com veemência se separando dela, acariciando com a mão o rosto de Bella.

Ed – Você está bem? Está bem Bella? Está machucada? Sua cabeça dói?

Ela negou com a cabeça completamente perdida, não sabia como lhe dar com a situação. A respiração dele era descontrolada, seu rosto pálido suava o corpo tremia em espasmo de puro desespero...

Ed – Eu... Eu fiz. “Eu Trai a Humanidade”... ”A Eternidade” a mais velha de toda a existência...

Ela imaginava sobre o que ele falava, mas parecia profundamente mais intenso do que aquilo.

Ed – Eu deveria... Eu deveria ter deixado! Ter te levado, ter ido com você mais então...

Ele se despendeu do abraço caminhando até a janela novamente.

Ed– O que está acontecendo Bella?

Ela se viu apavorada, tamanho era o conflito e confusão que se fazia dentro dele, Edward se virou

Ed– Não consegui. Não pude, não pude levar você agora...

Ele negou fortemente com a cabeça e Bella assentiu preocupada se aproximando dele.

– Não é o certo, não é...Não pode ser o certo...O que diabos está acontecendo comigo?

Bella o olhou nos olhos o segurando pelos cabelos da nuca...

Bella – Olhe para mim...

Ele fez o que ela pedira, permanecendo assim por segundos incontáveis que viraram minutos...

Enfim Edward fechou os olhos mais calmos, sentindo em si mesmo a magia que estava acostumado implantar nas pessoas quando estavam prestes a partir... A levá-las...

Bella– Shiuuuu... Calma. – ela murmurou o abraçando.

– Está tudo bem.

Ele a enlaçou pela cintura a erguendo do chão, abraçando-a apertado.

Bella – Está tudo bem...

Passou a mão alisando os cabelos molhados para trás

– Sente? Está tudo bem.

Ela botou os pés no chão o puxando para se deitar na cama. Edward o fez sem questionar, ela deitou-se ao seu lado, virados de lado, de frente para ele. Com os olhos ainda assustados, Edward olhava-a com tanta profundidade tentando encontrar respostas para seus... Medos?

Envolvida por uma enorme emoção Bella soube que A Vida havia armado para ela, sentiu seus olhos se inundarem de lágrimas...

Bella – Eu acho que estou apaixonada...

Deixou escapar franzindo a testa, ele abriu ainda mais os olhos assustados, permitindo que ele lhe percorresse a alma mais uma vez, absorvendo a intensidade de sentimentos...

Bella– Eu acho que estou apaixonada por você...

Bella permaneceu calada assim como Edward nos instantes em que se seguiram.

Ele permanecia com o olhar crava no dela, com os cabelos caindo em algumas mexas sob seus olhos ainda assustados...

Bella engoliu a saliva respirando com força, já arrependida por dito tal coisa, fechou os olhos por alguns instantes desejando que ele falasse alguma coisa...

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Link Park – In the End

Edward foi invadido caleidoscópio de sensações e sentimentos que o deixou completamente desnorteado, perdido... Entrando em um verdadeiro colapso com seu ser...

Olhando-a nos olhos daquela maneira, seu interior fervilhava por algo que ele não fazia idéia do que era... Engoliu a saliva que se produzia rapidamente em sua boca.

Fechou os olhos co força, interrompendo contato visual com Bella...

E no instante seguinte soube que não podia ter feito aquilo...

Ela o hipnotizava, lhe desviava “de sua meta”, “do seu dever” e “do seu verdadeiro ser...”

Levantou-se rapidamente, sentindo-se mais calmo, controlado e focado...

Ed– Partiremos na noite da sua festa...

Bella franziu a testa sentando-se na cama.

Ed– Está decidido.

Sua voz pareceu, mas fria do que esperava...

Ela franziu a testa não entendendo exatamente nada do que ele dizia...

Se levantou com pressa se pondo na frente dele, lhe buscando os olhos com ansiedade... Porém ele desviava, olhava para outro lugar.

Bella – O que houve?

Sua voz saiu fina e chorosa, se amaldiçoou por ser tão frágil em uma hora dessas.

Bella– Eu Disse algo errado?

Ed – Não. Apenas compreendi e percebi que o que busco é impossível...

Bella – Pediu que eu lhe mostrasse...

Ed– Sensações, prazer... Sim eu pedi, e está fazendo isso...

Mordeu os lábios sentindo a corrente elétrica percorrer seu corpo

– E como está...

Sussurrou virando-se de frente para a janela.

Ed – Não posso abrir mão de tudo o que sou, de tudo que sei... Não se pode mudar o percurso da vida. As coisas devem funcionar conforme foi previsto, não há exceções, nem para você muito menos para mim...

Bella sentiu um frio percorrer por toda sua coluna, dando um passo para trás...

De que Diabos ele estava falando?

Edward engoliu a saliva virando-se completamente de costas para ela, com aquele maldito corpo ameaçando deixá-lo sem coração de tanto que batia depressa, parecia que saltaria pela boca...

Ed– Tudo o que acontece nesse mundo tem um propósito... Eu escolho quem vai, Eu escolho quem fica essa é a verdade Bella! A vida me sopra uma cola no ouvindo, porém sou eu que tenho que fazer a prova... Não é assim que dizem?

Soltou um sorriso de puro nervoso e descontrole.

Ed – Fiz o que fiz hoje talvez por você ainda não estar pronta, por eu ainda não ter lhe avisado, a situação que o destino criou não era propícia para o momento...

Bella – E qual vai ser a situação propícia? Quando cansar das definições e do sexo quente?

Ele se virou pela primeira vez olhando-a, ela estava assustada assim como ele, no rosto dela estava escrito que os nervos estavam à flor da pele.

Bella– Defina uma situação propícia senhor Morte!

Soltou um sorriso irônico.

– Defina algo do que sabe dessa merda de mundo e depois venha falar-me de situação propicia! Se for isso que espera? Essa é a situação...

Ela se aproximou encarando-o com coragem, com os lábios trêmulos, mas ainda sim com coragem...

Bella– Acabe logo com essa merda de experiência! Eu já escrevi minhas cartas, meu seguro está em dia e já disse ao meu pai e a Alice o quanto os amo! Já salvei algumas vidas, já fiz algum bem para humanidade, fui uma boa menina, levei o lixo reciclável para fora, ajudei ao velhinho, Ohh!!! Então me responda, já podemos ir? Pelo amor de Deus, senhor Morte? Eu vou para o céu? Você pertence ao céu ou ao inferno? Sabe por quê?

Apertou os olhos cerrando os punhos...

Bella– Ás vezes eu fico totalmente confusa com você, essa sua brincadeira de humano é capaz de fazê-lo se parecer exatamente com um... E quer saber???
Que se dane a PORRA da hora propícia, ande, ande diga logo como vai ser!!! Já estou farta desse monte de MERDA de eternidade e humanidade, que se FODA tudo, ande, vamos... Faça... Faça AGORA, Você num é o grande? Num é você quem decide a PORRA de quem vai ou quem fica? Você é Deus nesse momento, vamos Senhor Morte, Killer, Edward, ou seja, lá quem diabos você é...

Edward permaneceu parado feito uma estátua, completamente inerte, com os olhos arregalados, assustado com evidente explosão da mulher em sua frente. Jamais tinha visto Bella assim no tempo em que havia convivido...

Abaixou a cabeça virando-se por alguns instantes, fechou os olhos desejando no fundo de sua alma que não tivesse começado com tudo aquilo...

Maldita curiosidade e encantamento.

Com tudo aquilo que desencadeava os mais intensos sentimentos que lhe devoravam agora a alma...

Ele tinha uma alma?

Ed – Á noite...

Ele murmurou quase que para ele mesmo.

– Na sua festa e a discussão está encerrada.

Bella cerrou o maxilar assentindo positivamente, para que não gritasse feito uma histérica de tanto...

O que ela sentia naquele minuto?

O que sentia na realidade desde que aquele homem havia entrado em sua vida?

Lembrou-se que não existia nenhum homem...

Sorriu com desgosto se afastando...

Ed– Não estrague e nem me cobre o que nunca prometi te dar Bella...

Ela voltou a olhá-lo.

Ed– Jamais te prometi algo e sabe disso! Disse que lhe daria tempo, em troca de algo que só você, uma mulher humana poderia me dar...

Bella – Nada de juras de amor e sentimentos, é isso o que quer dizer?

Edward novamente se virou, descobrindo a verdadeira causa de todo aquele carnaval...


Estava com medo... Ele estava apavorado por ouvir algo dela que nem ele mesmo podia sentir ou saber a definição.

Bella – Pois tem razão.

Ela assentiu, compreendendo que jamais poderia alcançar em vida o que tinha esperado alcançar... Principalmente com alguém que não pertencia a ela.

Bella – Sou uma mulher como você disse “humana”, peço que me desculpe por...

Ed – Não está sendo sincera...

Bella – Como sabe? – zombou...

– Está enfraquecido. Você não pode ler meus pensamentos...

Ed – Mas ainda posso senti-la...Não diga que sente muito porque não sente.

Bella – Ótimo, me economiza tempo, eu realmente não sinto muito.

Ele voltou a se virar, ficando de frente para ela.

Ed – Estou com vont...

Bella – Economize o seu também. Eu errei, eu assumo a culpa, jamais deveria ter me entregado assim...

Ed – Eu pedi.

Bella – Não... – negou com a cabeça

– Você mandou que eu lhe ensinasse não me entregasse.

Ed – Você é a pessoa mais linda de corpo e alma que já vi...

Ele se aproximou retirando alguns fios de cabelos que caiam por seu rosto, ajeitando-os atrás da orelha dela.

Bella negou com a cabeça.

Bella – Não faça isso...

Ed – Esqueça... Esqueça o dia de partida até que ele chegue, eu lhe avisarei...

Bella – Não vou me entregar novamente...

Ed – Impossível! Faz parte de você, da sua natureza, se entregar de corpo e alma... Não volte a repetir o que disse, não posso permitir que sinta algo que desconheço...

Bella – Repetir o que Edward?

Ela respirou fundo, arrumando os cabelos.

Bella– Eu não disse nada.

Abriu um fraco sorriso.

Bella – Aliás, eu vim aqui para perguntar se já comeu, meu dia foi corrido e se você não se importar vou dormir, tudo bem?

Edward não respondeu.

Bella– Sim, tudo bem por você. – ela respondeu por ele.

– Qualquer coisa há algo na geladeira, ou se não, quando amanhecer ligue para padaria e peça um café da manhã, já lhe ensinei como usar o telefone.

Ele se manteve passivo, sem mexer um único músculo... O que ela estava fazendo?

Bella– Se precisar de algo me avise sairei ás 14:00, cobrirei Marco durante o plantão todo.

Ed – O que você está fazendo?

Ele franziu a testa completamente confuso, agora mesmo não estavam falando sobre...

Bella – Eu? – ela sorriu

– Não, não estou fazendo nada, Bom dia Edward...

Ela se virou saindo o mais rápido que podia, entrou em seu quarto encostando-se a parede, notando que havia deixado algo de si no outro quarto, com o homem com “a alma que lhe dizia ser a morte”.

Entrou no chuveiro de cabeça e roupas intimas, com os olhos bem apertados, tentando se convencer do que havia se convencido há alguns dias atrás... Viver.

Ele não havia lhe prometido nada, ele não lhe devia nada, e nem tinha a obrigação de lhe oferecer nada, ele não era seu, não era do mundo, não era da humanidade...

Deixou o chuveiro, colocando apenas uma calcinha deitou-se debaixo das cobertas sentindo o cansaço apoderar-se de si completamente, trabalharia por dois mais tarde, seria o bastante para que se mantivesse distraída...

Acordou com algo acariciando suas pernas, com algo esquentando o seu corpo, como o doce aquecer do sol...

Seus olhos ainda cansados se recusavam abrir-se, sentiu algo macio lhe subir pelo pescoço, para depois descer para seus ombros, colo, seios e barriga, uma molhada e deliciosa carícia que despertava o maior dos sentidos.

Preguiçosamente abriu os olhos e se deparou com o causador das caricias,

Ele estava ali.

Sentado na ponta da cama olhando-a com aquela estranha e perdida veneração, fascinação, o sol clareava seus olhos. Novamente tinha esquecido a janela aberta, enquanto ele iluminava com seu manto quente qualquer lugar do quarto em que ele pudesse entrar...

Como sempre ela fazia, Bella abriu um sorriso, se misturando com o brilho do sol, causando um impacto mais forte do que Edward esperava...

Havia sentido a irremediável vontade de estar com ela, em um espaço pequeno na cama.

Estava ali desde que o nascer do sol havia apontado no horizonte,

“Lhe velando o sono”.

Até que não pode mais evitar que suas mãos a tocasse no rosto...

Que toda a eternidade lhe dissesse pelo amor de todos os sentimentos humanos...

O que é que estava acontecendo com ele?

O que era aquilo que lhe causava um verdadeiro tumulto no seu íntimo, uma enorme inquietação interior...

Ed– Será que eu posso te tocar?

Ele perguntou com a voz baixa, ainda sentado na ponta da cama.

Ed – Fiquei confuso do que você iria querer agora...

Ele franziu a testa e Bella fez o mesmo, sorrindo ainda mais, era impossível Deus! Era impossível se recusar a se entregar a uma imagem como aquela...

Arrepiou-se quando a mão dele desceu pela barriga vagarosamente, indo para os quadris até deslizar por suas coxas. Bella virada de lado contraiu o corpo...

Continua.....