Descobrindo a verdade

Fiquei duas semanas sem aparecer, não sabia que sentimento era aquele e depois tinha Jasper, tudo bem só estávamos ficando, mas mesmo assim achava que gostava dele, mas agora, aquele beijo, o que senti. Eu não queria e não podia me envolver com Edward e ponto, não iria dar certo, iria simplesmente fazer de conta que nada tinha acontecido.

Meu comportamento fez com que as brigas, as provocações ficassem mais constantes e mais malvadas. Nunca falamos sobre aquele dia, foi como se não tivesse acontecido, mas meu subconsciente não deixava que eu me esquecesse, e às vezes me pegava revivendo aquele momento. Jasper não agüentou minha indiferença do último mês e acabamos terminando.

A última briga com Edward foi a pior de todas, a fatídica, a que ocasionou tudo, a que o fez tomar aquela decisão.

Madre Victória havia dito que a árvore de natal e o presépio deveriam ser montados um mês antes do Natal. Naquele dia, 25 de novembro, Edward entrou com uma grande caixa nas mãos e um lindo sorriso no rosto, dizendo que havia decidido que montaria este ano seu presépio lá na casa, que era todo de madeira e uma relíquia, pois seu avô o havia feito com suas próprias mãos e tinha um valor sentimental inestimável para ele.  

As crianças ficaram euforicamente entusiasmadas, pois nunca tiveram um presépio antes, e todas queriam ajudar. Trouxemos uma grande mesa para a sala principal, forramos com papel pedra toda a mesa, fizemos um lago com espelho, espalhamos serragem verde, distribuímos galhinhos de árvores por toda a volta. Tudo ia bem até a hora de distribuir os bonequinhos. Edward dizia para as crianças onde colocar cada um deles.  Peguei um e coloquei perto do lago.

- Esse não é aí, coloque perto do poço. – Não disse nada e fiz o que ele pediu, peguei outro, e me repreendeu dizendo que deveria colocar em outro lugar, peguei um terceiro a mesma coisa, eu já estava ficando irritada, ele estava fazendo de propósito para que eu me sentisse uma idiota. Mais outro.

- Não está vendo que esse é um dos reis magos e deve ficar próximo a manjedoura! – Não me contive.

- Não me parece que é um rei mago, e acho que me deve ficar bem aqui.

- Mas não vai não, o presépio é meu, e eu é que digo onde vai ficar!

- Então toma essa porcaria de brinquedinho. - Joguei o boneco contra ele que indo parar bem no meio de sua testa e se espatifou no chão.

- Se não queria palpites, fizesse em sua casa, e não aqui!

- Eu não estou fazendo por você e sim pelas crianças.

- Você é um idiota, eu tenho ódio de você, tenho nojo também.

- Não foi isso que percebi quando me beijou. – Aquele sorriso irônico estava em seus lábios.

- Não fui eu que te beijei, você me agarrou a força!

- Não agarrei não! E bem que você correspondeu! Parecia bem interessada.

- Você está delirando! Interessada por um pé rapado como você? Fiquei com tanto nojo que gastei um vidro inteiro de anti-séptico bucal, pra tirar seu gosto da minha boca e não pegar nenhuma doença.

- Não acredito que fez isso? – Agora eu que sorria irônica, acertei no ponto fraco.

- Pois pode acreditar, é a mais pura verdade, e ainda hoje só de me lembrar tenho arrepios e ânsia de vômito. – Pus o dedo em minha boca e fiz menção de vomitar. Ele ficou ali parado, estático, como uma estátua, sem dizer sequer uma palavra agachou até o chão e pegou o boneco vendo que estava sem uma de suas pernas, ficou procurando pela outra até encontrá-la. Não esperei que ele se levantasse dei meia volta e fui para casa.   

Os dias foram passando e Edward não apareceu mais por lá, Irmã Victoria comentou que resolveu aceitar um curso de intercâmbio de férias no Canadá.  Na primeira semana me senti aliviada, por ele não estar lá, mas conforme os dias foram passando, parecia que faltava alguma coisa. A casa não era mais tão alegre como antes e eu me sentia estranha, como se faltasse alguma coisa, andava triste, irritada e não tinha vontade de conversar com ninguém.

Em uma tarde, depois de um ataque de nervos, a irmã me chamou para conversar, estava preocupada com minha mudança de comportamento desde que Edward se fora, tentei argumentar dizendo que ela estava errada, mas a irmã era sábia e percebeu antes de mim o que realmente estava acontecendo e me fez prometer que ligaria para ele, disse que iria pensar sobre o assunto. Por fim resolvi deixar meu orgulho de lado e liguei, mas ele não atendeu, então deixei um recado, pedindo desculpas, que não havia sido minha intenção quebrar o seu bonequinho. Ele não retornou minha ligação, então alguns dias depois liguei novamente e deixei nova mensagem parecida com a primeira.

Uma semana antes do Natal, tive um sonho horrível com Edward, ele fugia de alguém que eu não conseguia ver quem era, via o pavor em seus olhos, o perseguidor estava muito perto e ele não tinha mais forças, até que o agarrou e ele gritou e eu gritei e acordei.  Senti um aperto enorme no coração, e nesse momento percebi o quanto fiquei apavorada só de pensar que pudesse acontecer algo de ruim com ele, então cai na real e compreendi tudo o que sentia e que procurava esconder de mim mesmo, eu estava apaixonada por Edward Cullen. Olhei para o relógio, 3:00 hs da manhã, mesmo assim disquei seu número.

- Edward, só queria saber se está bem, tive um sonho horrível esta noite. Só queria dizer que sinto muito sua falta, não falei sério sobre você não ter dinheiro, isso realmente não importa, eu fui uma idiota e não percebi que ....., não queria ver que eu .... que você .... eu só estou tentando dizer que..., nesse momento a ligação caiu, mas não tive coragem de ligar de novo.

     Surpresa

Os meus melhores amigos, estavam lá, um dia Rose, Jasper e Emmet resolveram me fazer uma visita e se apaixonaram pelas crianças e sempre que podiam apareciam, convidei um dia Alice, minha amiga e também estagiária do escritório e ela também se encantou pelas crianças e por Jasper, e acho que estava rolando um clima entre eles, Emmet e Rose já estavam namorando.  

Estava ainda na varanda quando um casal muito bem vestido entrou na casa, assim que apontaram na porta irmã Vitória veio recebê-los, e como eu estava logo ali, me apresentou.

- Bella, quero que conheça Dona Esme e Dr. Carlisle Cullen, os pais de Edward. – Eu fiquei pasma, não podia ser! Edward era pobre, seu pai trabalhava em um hospital. A irmã percebeu minha surpresa e sorriu.

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- Então você é a Bella, Edward sempre falou muito bem de você, estava curioso em te conhecer, aliás, você é bem mais bonita do que ele descreveu.  – Disse o Dr. Carlisle, sorri meio sem graça. Edward falou bem de mim? Disse que eu era bonita? Naquele momento me senti a mais idiota de todas as idiotas, como é que eu não percebi nada! Será que ele gostava de mim?

Meus pais chegaram logo depois, e para minha surpresa eles conheciam os pais de Edward. Não ficaram muito tempo por lá, e coincidentemente iriam passar a ceia na Casa dos Newton. Já podia imaginar o assunto da noite.

Presente de Natal

Já era quase meia noite, quando ouvimos sinos tocando vindo da rua, a criançada correu toda para fora, e alguns instantes depois voltaram agarrados ao bom velhinho Papai Noel, que trazia um saco enorme nas costas. Ele sorri daquela forma característica e pede para todos sentar no chão, que iria distribuir os presentes. Começou a tirar um pacote por vez e cantar o nome de cada um, que a hora que abria seu presente saia pulando de alegria, ele deixou por último os três mais velhos, James, Jacob e Mike, pedindo que fossem até o jardim, pois seus presentes eram grandes demais para caber no saco. Eles saíram em disparada e não agüentaram o choro quando viram três lindas bicicletas. Todos os demais também ganharam presentes, inclusive meus amigos. Irmã Victoria não acreditava quando recebeu um envelope e lá dentro havia a nota fiscal de uma geladeira e um freezer novo. 

Nesse momento o bom velhinho veio até mim e me entregou um embrulho pequeno, ficando parado na minha frente esperando que eu o abrisse. Desembrulhei o papel de presente, era uma caixinha pequena e aveludada, abri devagar e lá havia uma correntinha, onde entre as duas pontas havia três simples palavras, “EU TE AMO”, fiquei um longo tempo encarando aqueles dizeres imaginando quem poderia ter mandado aquele presente para mim. Jasper não era, ele já estava em outra, quando levantei meus olhos para perguntar, encontrei dois grandes olhos verdes me observando e sorrindo. Eu simplesmente fiquei muda, não sabia o que dizer, e lágrimas insistiam em cair de meus olhos. Com as costas de sua mão limpou meu rosto, e com a outra me puxou para perto de seu corpo até que ficássemos colados, e sem tirar os seus olhos dos meus foi se aproximando até que nossos lábios se encontraram em um longo beijo, coração disparando. 

Nosso beijo foi interrompido por uma salva de palmas, gritos, assobios e tudo mais que uma platéia acha que tem direito de fazer. Ficamos os dois com cara de bobos e envergonhados.

- Pessoal está na hora da ceia, todos para a mesa. – Gritou a irmã Victória.

Estrela Cadente

Olhei para o infinito do céu, e agradeci por toda aquela felicidade, que era muito mais do que merecia. Edward se aproximou me abraçando por trás.

- Veja Bella, uma estrela cadente, precisamos fazer um pedido.  

Não pude deixar de sorrir, meu pedido já tinha sido realizado, mesmo assim, desejei tê-lo para sempre ao meu lado.

- Vai me dizer qual foi seu desejo? – Perguntei.

- De jeito nenhum, não vou arriscar. – Respondeu

- Uma dica pelo menos.

Ergueu suas sobrancelhas, deu aquele sorriso torto que me enfeitiçava, me puxou para junto dele daquele jeito que eu amava, e me beijou daquele jeito que eu adorava. Não precisava de dica melhor para saber que tínhamos feito o mesmo pedido.