Wicked Voice escrita por Becca


Capítulo 3
Cartas à mesa


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, esta aí mais um capítulo de Wicked Voice e fico feliz por finalmente postá-lo, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/120257/chapter/3

Acordei com o suor escorrendo por meu rosto pálido e meu ar ofegante que entrava pelas narinas, meu coração batia com força e rápido. Passei minha mão pela testa que escorria suor, estava suando frio. Senti minha cabeça doer como se estivessem espremendo uma laranja, estava de ressaca. Uma ânsia de vômito me tomou conta e corri para o banheiro que ficava ao lado de meu quarto, mamãe me detestava ver assim quando era mais novo e foi quando criamos a regra de só beber socialmente. Hoje com Katharine havia passado dos limites... Oh Katharine... O que havia acontecido mesmo? Mal conseguia me lembrar de meu sonho, deve ser efeito da ressaca, já estava acostumado.

“Me dê sua alma”.

Tudo o que havia comido voltou para a minha boca sendo jogado para fora, a frase ecoava em minha cabeça, meu corpo estava tão arrepiado como se estivesse indecente durante uma nevasca.

Me dê sua alma e transformo todos os seus sonhos em realidade.”

Outra dose de meus alimentos veio boca a fora, o cheiro me deixava enojado. Passei a mão por minha cabeça e respirei fundo, precisava me acalmar. Nunca tinha tido uma ressaca tão ruim, geralmente eu dormia por um dia, ficava a base de água e remédio para dor de cabeça.

“Podemos fazer um acordo, o que acha?”

Algo em meu fundo sentia curiosidade em descobrir que acordo eu poderia fazer com o homem do túnel, não senti mais a dose vir boca a fora, me levantei apoiando nos objetos que havia no banheiro, escovei meus dentes e voltei para meu quarto. Joguei-me na cama, depois daquilo não tive mais sonhos. Apenas um breu que me perseguia e a curiosidade que me dominava, ao fechar os olhos me desconecto do mundo, é como ficar offline.

Era dez e meia da manhã quando meu irmão me acorda gritando “terremoto, terremoto!”, não é o melhor o jeito de começar o dia depois da longa noite que tive. Tom como sempre irônico não deixou passar nada limpo, me fazendo pergunta como “O que você estava fazendo com Katharine?”, afirmações como “Seu safado, foi pra longe com ela e se deu mal!”, “Bill bebeu, que vergonha. Vou contar pra mamãe!”. Minha verdadeira vontade era de pular para cima dele, mas isso nada adiantaria.

Achei melhor me arrumar e sair rua a fora, do que ficar discutindo com Tom o que era uma verdade que não podia negar. Vesti-me rapidamente, peguei meu violão e saí sem nem ao menos tomar café. Caminhei pela rua com o sonho em minha cabeça, não conseguia tirar aquela imagem de minha mente, era tão real que eu não chegava a acreditar que realmente era um sonho.

- Confuso garoto? – Perguntou uma voz vindo de uma jovem, virei-me e pude ver a mulher mais estranha da cidade na varanda de sua casa. Eram poucos os habitantes que tinham coragem suficiente de ir falar com a louca Susanné Klevacius, uns dizem que ela é bruxa, outros que ela é apenas uma doente mental, daí iam surgindo diversas formas de chamar Susanné.

- Como sabe? – Perguntei hesitando e parando meu caminho. O bom era que a rua estava vazia e eu não corria risco de ser chamado de louco, doente, retardado ou semelhante por falar com a mulher. Ela riu e mexeu na mesa em que estava sentada.

- As cartas me disseram – Respondeu sorrindo. Susanné era uma mulher aparentemente nova, devia ter seus dezoito anos, sua pele era branca e clara, cabelos loiros e tinha uma tatuagem sobre seu ombro com um sinal de paz e se vestia de uma forma totalmente estranha. Mas talvez se ela se radicaliza-se poderia ser uma jovem bonita.

- Cartas? – Respondi mais confuso ainda.

- Por que não vem aqui que posso lê-las para você?

- Desculpe, não acredito nesse tipo de coisa – E era verdade, nunca acreditei em coisas parecidas, acredito que nada pode prever o que vai acontecer, porque o destino é vulnerável. Susanné riu novamente.

- É o que todos dizem... Antes de ver o que elas realmente falam – Ela me encarou fixamente e senti uma tontura no momento, mas continuei firme no chão. – Venha, não vai levar mais que um minuto e ninguém está passando agora, não tenha medo de ser visto com a louca Susanné – Continuou rindo ao pronunciar “louca Susanné”, realmente ela devia ser uma bruxa.

Deixei ser controlado até a varanda dela e me sentei na cadeira que havia em frente à mesa cheia de cartas, ela sorriu e tentei retribuir, o que soou muito falso.

- Veremos o que as cartas dizem sobre você Billy.

- Bill – Corrigi. Susanné assentiu.

A mulher com um jeito estranho começou a mexer nas cartas e pôs todas separadas sobre a mesa e disse:

- Escolha três cartas, somente três e tente não hesitar em sua escolha – Assenti o mais rápido possível. Sem pensar muito, escolhi três cartas, todas estavam muito próximas de si.

Susanné desvirou a primeira carta e suspirou.

- A foice, valente de ouros.

- O que quer dizer? – Perguntei pasmo com o que ela disse.

- Quer dizer perigo de separação, uma foice ceifando o trigo represente destruição do tempo – Me afundei na cadeira com suas últimas palavras. – Veremos as outras...

Novamente desvirou mais uma e não fez suspirou, bufou nem nada, apenas respondeu e explicou o que significava rapidamente:

- A raposa, nove de paus. Significa que a inveja de uma pessoa está te prejudicando, quer dizer que a inveja é tanta, que está te fazendo mal – Inveja de mim? Quem teria inveja de Bill Kaulitz? Pelo que saiba ninguém, não sou coisa nenhuma. Mas me senti meio mal e meio feliz pela carta. Assenti para continuarmos, agora era a última carta, meu coração dava pulos dentro de mim e esperava ansiosa a terceira carta a ser desvirada.

Assim como esperado, Susanné desvirou a terceira carta. Olhou em meus olhos fixamente e deu um sorrisinho sarcástico.

- O que significa? – Perguntei nervoso.

- A lua, oito de copas – Suspirou a resposta. – Quer dizer que você terá reconhecimento por tudo o que faz. Devo ter feito alguma coisa errada, você vai receber reconhecimento cantando?! Com Katharine neste local?! Pelo visto, houve algum erro – Disse rindo, me senti extremamente ofendido com suas palavras e me levantei antes que alguém me veja com esta louca.

“Quer dizer que você terá reconhecimento por tudo o que faz”

Me senti um tanto feliz por saber disso, mesmo não acreditando no que as cartas dizem. Reconhecimento com o que faço? Fui atraído pelo significado da terceira carta, caminhei me sentindo seguro de meus paços, quem sabe eu não recebesse mesmo um reconhecimento nesta cidade? Seria bom.

Peguei uma moeda em meu bolso e disse para mim mesmo:

- Se cair coroa não devo acreditar na carta, se for cara vou acreditar – Fechei os olhos e joguei a moeda para o alto. Ela voltou para a palma da minha mão e tampei meus olhos. – Cara.

Segui confiante, esperava saber o que vinha pela frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo e desculpe a demora, eu estava esperando mais reviews. Só postarei o próximo capítulo quando tiver 8 reviews pelo menos que nem no segundo, por favor, não me abandonem ok ♥ Eu gosto de saber o que vocês estão achando, enfim... É isso, até. @itsbeckyk xx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wicked Voice" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.