Wicked Voice escrita por Becca


Capítulo 19
Enfrentando um monstro marinho




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Ficamos um bom tempo ainda na proa do iate nos olhando, dançando e conversando olhando as estrelas no céu que tanto brilhavam naquela noite. O que nos fez esquecer completamente de nossa segunda prova por mar, porém já era tarde demais para criarmos um plano e sairmos dali, bem, vivos.

O iate balançava para direita e esquerda, as pessoas começaram a gritar e procuravam algum jeito de se livrarem, mas estávamos na metade do percurso do Rio Sena e as margens do rio estavam longe do iate. As pessoas que estavam ali não podiam ver o monstro, apenas sentir seus atos, mas ele ainda não havia aparecido.

- Eu não sei o que fazer Susanné! – Gritei para ela me segurando no iate, seu olhar estava desesperado e para uma noite tão linda, eu não queria vê-la daquela forma. – O que você fez da ultima vez?

- Uma coisa não acontece duas vezes! – Respondeu aos gritos. – Bill, cadê a mochila?!

- Está lá embaixo, eu a deixei lá!

Susanné correu empurrando as pessoas e pedia desculpa a cada segundo que quase derrubava uma, seu salto havia quebrado na metade do caminho e ela quase caiu no chão do iate, estava tão maravilhosa, agora o se coque já estava se desfazendo, o salto estava quebrado e o suor descia por sua nuca apesar do frio. Mas eu gostava dela mesmo assim.

Segui-a. Os balanços ainda eram piores na parte de baixo do iate, quando Susanné encontrou nossas mochilas abriu-a com rapidez e pegou um livro grosso que havia posto antes de virmos para a França.

- Acho que um livro não ajudará muito agora – Falei desesperado.

- E você ideia melhor?! – Ela gritou grossa comigo, a entendia, sabia que não era proposital e que foi idiotice minha ter falado que um livro não iria nos ajudar naquela hora, estava totalmente errado. – Monstros marinhos... Monstros marinhos... Cadê? – O som das páginas virando e do balanço do iate me deixava enjoado. – Aqui! – Gritou.

- Como?! – Susanné pareceu não ligar para minha pergunta e correu para cima, algumas pessoas haviam se jogado no rio e nadavam até a margem desesperados que vi alguns se afogando, como o monstro ainda estava debaixo de nós fazia grandes ondas que balançavam ainda mais.

Perdi-me de Susanné e logo senti o iate parar completamente, ela havia desligado o motor do iate e agora ficaríamos parados ali, no meio do Rio Sena em pleno Natal. Ótimo. Onde Susanné estava com a cabeça?

O monstro começou a se mostrar em minha frente, era do mesmo tamanho ou maior do que derrotamos – ou Susanné derrotou – no bosque. Era coberto d’água, claro, e se sacudia criando ondas enormes, uma delas que quase virou o iate.

- Bill! – Ela veio em minha direção e agora o iate parecia estar vazio. – Segure minha mão e pense em algo que te deixe com muita raiva, que crie ódio dentro de você, esvazie sua mente e pense somente nisso. Tem que ser algo que crie um ódio muito grande – Vi Susanné se concentrando e fiz o mesmo.

Pensei nos domadores de sonhos. Mas eu não consegui criar tanto ódio, se não fosse esse pacto, eu não queria conhecido Susanné ou teria? É uma dúvida. Eu não sabia o que poderia me deixar com tanta raiva, porque eu não conseguia me lembrar de mais nada de meu passado. Tudo se foi.

- Susanné...

- Pense! – Ela gritou.

E pensei em Pierre. Aquele pai cruel. Aquele maldito homem. Que foi capaz de mandar a própria filha para longe somente por desejo de poder, cretino e covarde. A raiva, o ódio me domou completamente.

- Agora diga comigo... Pentagram – Apertou minha mão com força.

- Eu não sou bruxo e nem mago Susanné! – Virando-me para ela falei.

- Você está enganado! Seu pai fazia parte de uma seita de magos muito poderosos, descobri isso em um livro, mas fiquei com receio de lhe dizer – Completou olhando para o chão.

- E me diz agora?!

- Diga! Apenas diga! Temos que criar proteção para todo o iate! – Segurei-a mais forte ainda, o suor fazia-a escorregar e eu não queria me separar dela. Respirei fundo e em perfeita sintonia falamos:

- Pentagram.

Eu podia sentir o poder da barreira de proteção aumentando sobre nós, mas a dúvida do que faríamos após aquilo era maior ainda, o monstro estava em nossa frente e todos eles simplesmente vem ao nosso encontro, como se fossem avisados por Pierre...

Susanné soltou minha mão, conseguindo se equilibrar sozinha no iate que não parava de balançar com as ondas.

- O que faremos agora? – Perguntei receando a resposta que ela poderia me dar.

- Eu desliguei o motor para não deixá-lo mais nervoso! Tome Bill – E tirou o medalhão de seu pescoço, deixando apenas o colar que eu havia dado, ideia ótima de David. – Isso irá protegê-lo.

- Temos que falar com Poseidon – Finalizei, Susanné me fitou.

- O quê?! Bill, deuses não nos ajudaram agora! Eles são egoístas!

- Quando eu falei com o Vento, ele mencionou os deuses. Poseidon nos ajudará, temos que mostrar que não faremos mal algum! – Gritei, enquanto me segurava na proa do iate.

- Eu não sei fazer isso, Bill! Pelo amor de Deus...

- Você tem ideia melhor? – Retruquei vendo Susanné escorregar com o balanço, mas ela não chegou a me responder.

Não fora a melhor ideia que eu terá na vida, se eu mal tinha conseguido falar com o Vento, imagina com Poseidon? Um deus ainda por cima! Eu teria de tentar fazer o mesmo que tentei na prova anterior, só Poseidon poderia nos ajudar agora, por fogo no Rio Sena não seria o certo e nada havia nos livros para nos ajudar no momento.

- Segure minha mão – Falei, andando em direção a Susanné. – Seja como um deus, que nem como o Vento. Tente!

Senti nossas mãos se entrelaçarem e relaxei rapidamente, algo que não foi realmente muito fácil para mim. Mas logo me senti melhor, ao ouvir uma voz nada familiar. Era ele.


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Notas finais do capítulo

Como eu esse capítulo tem muita ligação com o próximo, decidi postar logo os dois de uma vez. Mas por favor gente, deixe reviews dos dois, ok?



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