Susanné POV.

Acompanhei Dianna até uma enorme sala cheia de roupas de marca caríssimas e estilistas que pareciam estar prontos para me ajudar. Era estranho estar ali, mas foi o destino, tenho a mais pura certeza que foi ele, não é por acaso que o festejo será no Rio Sena. Tudo tem um motivo, até o que menos aparenta ter.

- Bom dia, senhorita. Nós estamos a toda a disposição para ajudar-lhe a encontrar algo para vestir esta noite – Sorri e agradeci.

- Eu não quero algo muito extravagante, pode ser um vestido simples, porém elegante – Eles pareceram pensar em algo e se separaram indo cada um para um lado em busca do vestido perfeito que eu desejava.

Minutos depois mais de dez vestidos estavam em minha frente para serem provados e aprovados por mim, era algo diferente para mim isso. Eles esperavam que eu vestisse tudo na frente deles, então assim fiz com a mais pura vergonha do mundo. Afinal, meu corpo não era de nenhuma modelo profissional e nem nada que eles estavam acostumados a vestir geralmente.

Nenhum ficou perfeito em mim, uns alargavam meu quadril, outros aumentavam o tamanho de minha bunda, outros ficavam curtos demais, outros longos demais, nenhum ficou do jeito que nós ali desejássemos.

- Talvez... – Falou um dos estilistas, eles começaram a conversar entre si. – Eu sei que é para a próxima coleção, mas meu sexto sentido diz que ficaria ótimo nela. – Disse andando por toda a sala a procura de tal vestido. – Aqui – Disse pegando o cabide que segurava um lindo vestido vermelho vivo decotado em V nas costas e que ia até a altura dos pés.

- Uau – Falei não acreditando que vestiria aquilo. – É lindo!

- E ficará mais lindo ainda em você – Completou um dos estilistas ali.

O vestido também brilhava um pouco, mas era do jeito que eu queria e que esperava ficar bom em meu corpo. Vesti-o rapidamente e me fitei no espelho. Não conseguia acreditar que aquela mulher que via no espelho era eu. Nunca liguei para moda, nem roupas e não será isso que me fará ter alguma ligação com este assunto, mas era a primeira vez em minha vida que eu me sentia linda.

Depois, subi mais um andar do prédio que mais me pareceu um grande salão de beleza, novamente estavam dispostos a me ajudar a encontrar o penteado perfeito para mim. Sentei-me na poltrona e o cabeleireiro sabia o que fazer.

- Não se preocupe, sei o penteado que fará todos olharem para você – Ele disse.

Enquanto isso, manicures faziam minhas unhas, tiravam meu esmalte de unha verde claro e mudavam para um tom de rosa claro, estavam até certas, vermelho demais ficaria feio.

No fim, eu estava com um coque perfeito e uns fios de meus cabelos loiros jogados para frente, vestindo um vestido que nem havia ido para as lojas ainda, com unhas feitas e também haviam feito uma maquiagem básica em meu rosto e aquilo tudo levou quase o dia todo.

Quando olhei o relógio, já era sete e meia, minha mochila havia ficado com Bill e então não foi necessário usar bolsa alguma, ótimo, porque seria estranho todas essas pessoas virem o que eu levava em minha mochila. 

- Senhorita Klevacius, o senhor Kaulitz está te esperando lá em baixo na limusine – Falou Dianna vindo em minha direção, assenti e disse:

- Obrigada a todos vocês – Eles sorriram, mas não chegaram a me responder.

Desci com Dianna me acompanhando e quando vi Bill em frente à limusine, meu coração pulou para fora, ele estava maravilhoso, incrível, eu não tinha palavras para descrevê-lo. Seus olhos se arregalaram ao me verem e ele segurou minha mão quando cheguei mais perto.

- Uau, você está perfeita – Falou ainda com seu olhar arregalado.

- Obrigada, você também não está nada mal – Respondi rindo.

- Vamos? – Assenti e entrei na limusine.

Não havíamos ainda conversado sobre a segunda prova e também não tivemos muito tempo para isso, quando fui me lembrar de tocar no assunto estávamos caminhando em direção ao iate de David Delacoré. Bill segurou minha mão e uniu a sua, estava gelada, mas não me apertava com força.

Fazia frio ali fora e eu não havia agasalho nenhum, Bill sugeriu me dar o casaco do smoking que usava, neguei, ele estava tão lindo usando aquela roupa que nem tive coragem de deixá-lo fazer aquilo. Caminhávamos juntos e a musica alta ecoava ao redor do Rio Sena e ainda era eletrônica, meus nervos ficaram a flor da pele.

- Eles podiam por música celta – Falei, Bill ao meu lado riu.

O iate aparentava mais ser como um navio, mas era um iate mesmo. Devia haver umas cinquenta pessoas ali dentro e me senti totalmente deslocada. Quando entramos, todos os olhares foram direcionados a nós dois e chegaram a tirar uma foto nossa juntos.

Preferimos ficar mais diante de todos que estavam comemorando o Natal, sempre festejei esta data sozinha e agora quem estava ao meu lado era Bill Kaulitz, a pessoa que tanto amo, que tanto amei e que amarei. Eu queria poder dizer que o amo agora, mas tinha medo da resposta.

- Vou ir buscar algo para bebermos – Ele disse e saiu.

Encostei-me na proa do iate e senti o vento frio vir em minha direção, levando meus fios soltos de cabelo para trás e a sensação de liberdade estava comigo, deixei meus braços serem levados para trás junto ao vento e não tive medo de cair da proa, era uma sensação boa estar ali.

Bill chegou por trás de mim e fez o mesmo, entrelaçou nossas mãos e dava para escutar sua respiração em meu ouvido, fazia cócegas, mas era gostoso estar assim com ele.

- Como Rose e Jack – Completou.

Nossos cabelos eram jogados para trás, nossos braços idem e nossas mãos estavam unidas e agora se encontravam quentes, o iate passeava pelo Rio Sena e nós estávamos ali, fora de conexão com qualquer pessoa do mundo, só existia Susanné e Bill neste momento.

Realmente, estávamos como Rose e Jack em Titanic e era a sensação mais encantadora que já senti em todo o mundo.

- Nós estamos superando o limite das estrelas – Falou Bill em meu ouvido e me virei para fitá-lo. Coloquei uns fios de cabelo para o lado e ele pareceu gostar do carinho, segurando minha mão quando eu ia tirá-la.

Ele a colocou em seu ombro e fez o mesmo com um de seus braços, o outro segurava minha cintura e sorriu para mim. Estávamos dançando na proa de um iate que passeava pelo Rio Sena na França, era inacreditável e aquilo devia ser um conto de fadas.

- Você conseguiu se superar esta noite – Sorri para Bill e ele me respondeu com um beijo.

Não um beijo normal, mas um beijo que continha amor, a necessidade que eu tinha de encontrar seus lábios ali estavam, era caloroso e Bill me apertava em seus braços e eu me enrolei ao redor de seu pescoço. A luz da lua refletia em cima de nós dois. A vontade enorme que estava dentro de mim guardada agora fora liberada em melhores palavras, eu queria Bill, mas eu sabia que quando ele voltasse ao seu tempo, tudo voltaria a ser como antes, até o fato de ter um sentimento por Katharine.

- Bill... – Falei me afastando, a lembrança do passado me fez nos afastar. – Repito que não é certo. Não é.

- Como assim Susanné? O que está dizendo? – Falou, ele estava surpreso e seu olhar perdeu todo o brilho que antes tinha.

- Quando você voltar ao passado, tudo será como antes. Eu continuarei sendo quem eu era e você também – Ri com uma lágrima escorrendo por meu rosto. Mas me segurei, não queria borrar a maquiagem.

- Não Susanné, olhe – Falou pegando em seu bolso do smoking um colar prata e pondo em meu pescoço nu, tinha uma estrela brilhante e atrás estava escrito “K&K” - Klevacius e Kaulitz, a estrela é você, a estrela que nunca poderá sumir de meu universo, porque ela vive dentro de mim... Bem aqui – Batendo no peito e eu o abracei. – Não quero ficar longe de você, não quero.

- Obrigada... Bill.