Não sabíamos o que estava por vir, por mais que o talismã estivesse no pescoço de Susanné, ela parecia muito cansada e quem precisava de um longo sono para poder se repor de tudo. Senti-me mal por isso, enquanto Susanné lutava para poder me ajudar a ir ao passado, eu não consegui resultado algum tentando ser o Vento.

Decidimos que era melhor irmos logo embora do bosque antes que chegassem os trabalhadores, era de madrugada e menos um dia do nosso prazo para realizar as três provas. Tentei dar uma pausa em um hotel que encontramos ao sairmos, mas Susanné insistia que não estava cansada e muito menos fraca, sua teimosia fez-me calar a boca, porém não por muito tempo.

Estávamos completamente duros e para se dizer à verdade, eu estava preocupado sobre a segunda prova, poderia tanto ser por ar ou mar, mas nada sabíamos ainda.

- Já olhou o mapa que Pierre nos deu? Deve ter algo escrito ali – Comentei enquanto sentávamos em uma pequena praça que encontramos durante o percurso sem destino algum.

- Sim, já olhei mais de uma vez e não há nada escrito lá. É apenas um mapa de Paris detalhado e feito à mão, tem tudo escrito ali, rios, áreas verdes, vários pontos que ainda não descobri, mas não diz praticamente nada! Isso é frustrante.

Não tive coragem de responder, só me encolhi no banco de praça e olhei para os carros passando no local, o vento jogando meus cabelos para trás, o som das buzinas, da risada das crianças que ali brincavam. Era meio que agradável estar ali.

Um tanto diferente de mim, Susanné parecia estar preocupada e revoltada com qualquer coisa que eu falasse, o que me fez manter-me calado o tempo todo. Eu a entendia, mas não cheguei a tentar falar isso, infelizmente.

Uma limusine blindada e preta que mais parecia ter saído da lavagem agora parou em nossa frente, o vidro abaixou e um homem me fitou de baixo para cima, me senti intrigado, porém fingi que não estava notando-o. Quem poderia ser ele?

- Bill Kaulitz? – Perguntou ele com um olhar meio enojado. Os óculos escuros que usava foi abaixado até a ponta de seu nariz. Simplesmente me esqueci do fato que eu ainda era famoso, no fundo, eu gostaria de saber o que aconteceu com o Tokio Hotel exatamente depois que fui embora, mal tive tempo de ir a alguma banca de revistas ou checar na Internet que havia alguma coisa.

- Sim, sou eu – Hesitei ao responder. O homem pareceu espantado com minha resposta, mas ainda sim falou.

- Onde você se meteu garoto? Liguei milhares de vezes para seu celular e nem sabia que estava na França! O que aconteceu? – Ele falava comigo em alemão, mas seu sotaque francês lhe denunciava. Não fazia ideia alguma de quem era aquele homem, portanto não uma fã louca para me sequestrar, talvez fosse até melhor ser assim.

- Eu... É... – Não sabia o que fazer. – Desculpe... – Foi à única coisa que consegui falar.

- E quem é ela? Sua namorada? Terminou com Katharine? Tenho certeza que Tom ficou muito contente ao saber desta bela moça ao seu lado, ele detestava Katharine – Disse piscando o olho esquerdo para mim. Estranho.

- Ela n-não é minha namorada – Falei olhando para Susanné ao meu lado que parecia estar atenta a conversa e sorriu falso para o senhor dentro da limusine. – Ela é Susanné, uma grande e especial amiga para mim.

- Ah, entendo, entendo mesmo – Completou. – Amizade colorida, não? – Já chega, quem este cara achava que era para poder chegar e falar essas coisas desse tipo para mim, no meio de uma praça?

- Sou Susanné Klevacius, prazer em conhecê-lo senhor, como se chama? – Perguntou Susanné se apresentando, tenho certeza que ela entendeu que eu não sabia quem era aquele homem e a cada segundo a minha curiosidade era maior ainda para descobrir.

- Sou David Delacoré, é um enorme prazer em conhecê-la – E se virou para mim. – Como tive uma sorte imensa de encontrá-lo aqui falarei o que desejo, então, hoje é Natal e eu combinei com alguns amigos de festejarem comigo em meu iate novo, comprei ele em Miami, é realmente incrível. Não convidei os outros da banda, porque você sabe, não gosto muito deles, eles não ligam para moda – Sorriu. – Será fácil de encontrar e inesquecível, as oito no Rio Sena.

As oito no Rio Sena.

Oito no Rio Sena.

Rio sena.

- A senhorita Klevacius também é minha convidada – Disse ele se virando para Susanné que captou a mesma coisa que eu.

- Nós iremos – Falamos juntos.

- Mas não estou com trajes adequados para ir, está tudo na Alemanha, apenas trouxe roupas bem casuais para cá – Improvisei uma mentira e David pareceu cair nela, mas demonstrou surpresa ao mesmo tempo.

- E desde quando isso é problema para mim, Bill? – Riu e continuou. – Ora, vamos, entrem aqui e eu darei os trajes que necessitam e Susanné ficará ainda mais maravilhosa com a maquiagem e o cabelo que Dianna fará.

Não pensei duas vezes em entrar na limusine, o mesmo ocorreu com Susanné. Por dentro a limusine era realmente magnífica e David tagarelou todo o percurso com Susanné, que parecia estar entediada com a conversa sobre a moda na França. Algumas vezes ele me chamava para participar da conversa, mas não era algo que estava muito a fim de fazer.

David pegou seu celular e discou um número.

- Dianna? Estou virando a esquina e quero que você desça, e também arranjará um vestido maravilhoso para hoje à noite, além de fazer a maquiagem e cabelo de uma amiga minha, a favor meu. Entendido? – Logo desligou o número. – Confio minha vida a Dianna e tenho certeza que ela te deixará impecável, se Bill não te namorada isso é ainda, porque depois que vê-la esta noite, pensará duas vezes – E novamente piscou para mim.

Assim como pedido, Dianna estava em frente a um prédio antigo, porém muito conservado e bonito, Susanné saiu da limusine e se direcionou ao lado de Dianna, ambas entraram no prédio e Susanné parecia estar com receio de algo.

Ela ficará magnífica, tenho certeza.