Wicked Voice escrita por Becca


Capítulo 16
Como o vento


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei, podem me matar pela demora! Desculpe de verdade pela demora para postar, mas aqui está capítulo! Nem acredito que já passou da metade da fanfic, estou muito feliz e obrigada pelos reviews!



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Bill POV.

Como eu me tornaria o vento, aé! Eu não fazia a mínima ideia. Corria para poder o mais rápido para ao lado de Susanné. Quando encontrei o lugar mais alto do bosque, procurei me acalmar, pensar que aquilo era um grande pesadelo e que a pessoa que eu gostava não estava lutando com um dragão imenso. Ok, isso não era fácil e muito menos um pesadelo, era realidade, era a vida, a vida que eu não sabia que existia, eu não tinha consciência alguma que essas coisas de magia e poderes naturais existiam, mas agora elas estão todas esfregadas em minha cara.

Acalmei-me. Respirei e deixei a ventania tentar me jogar para trás. Mantive-me tranquilo e me esqueci do que estava acontecendo, era uma sensação tão boa quanto à de quando beijei Susanné.

- Deus do vento... Poderia me ajudar? – Perguntei mentalmente.

- Quem é você? – A resposta veio em minha mente, não me deixei nervoso.

- Eu sou como você, sou como o vento. Sou à parte de dois mundos. E venho lhe pedir ajuda, venho lhe pedir que acalme o modo como você está atualmente – Falei na minha mente, procurando estar calmo.

- E por que eu faria isso? – Ouvi entrar por um de meus ouvidos. Mas não me deixei levar por isso. Respirei fundo. Nunca havia chegado tão longe em algo, era estranho estar falando com o Vento, porém não podia me deixar levar, tudo ali parecia traiçoeiro.

- Porque está acontecendo uma batalha neste local, uma batalha entre a vida e a morte, sobre o futuro e o passado. Eu participo disso e o meu lado precisa vencer, para haver vida – Uma risada entrou por meus ouvidos e arrepiou todo o pelo da minha nuca. – Por favor, me ajude. Uma ventania pode ser feita depois, não agora, por favor. Eu lhe imploro.

- Como ousas falar comigo? Tenho certeza que os deuses não vão gostar de saber que um humano bobo entrou em contato comigo.

- Deuses? – Perguntei um tanto pasmo, sem perder minha concentração.

- É, deuses. Vai me dizer que não acredita neles? – Uma pausa silenciosa ocorreu até o Vento novamente falar: - Uma demonstração, por favor.

Ouvi o alto som de trovões e sem parar.

- Por favor, pare, por favor. Preciso de sua ajuda. Tenha piedade, não haja com maldade – Falei mentalmente.

- Maldade? Oras, eu não sou mal... Ou sou? Que seja. Ninguém me doma, ninguém tem poder de me domar, eu sou único e não será você que me fará escolher nada. – Novos trovões ecoaram.

- Por favor – Implorei.

- Não.

Voltei a ser o Bill. Bem, eu não havia deixado de ser o Bill, porém eu havia me tornado como o vento. Olhei para o céu cheio de trovões e senti raiva de mim mesmo por não ter conseguindo. Eu havia me desligado do mundo e senti um silêncio no bosque. Então corri.

A primeira coisa que avistei foi Susanné caída no chão, corri para perto dela e me senti entrar em alguma barreira protetora, talvez o talismã tenha me permitido entrar. Depois avistei o dragão também caído no chão e fiquei olhando para os dois, até os trovões tirarem minha atenção.

Agachei-me ao lado de Susanné e falei.

- Susanné... Susanné... Acorda... Você está viva não é? – Coloquei-a em meus braços e comecei a balançá-la, estava tão frágil naquele momento e era tudo culpa minha. Eu a abandonei durante uma batalha, sou um covarde. Procurei pulsação, mas nada.

O desespero tomou conta de mim, abri a mochila ainda em minhas costas e procurei um kit de primeiros socorros, mas lembrei-me de ter deixado em cima do sofá na Alemanha.

- Susanné... Por favor, acorde... POR FAVOR! – Gritei olhando para o céu. – POR FAVOR!

Senti uma tremenda vontade de ir até Pierre, acabar com ele por ter posto sua própria filha em algo assim, aquele cretino.

- Susanné... – Comecei a ouvir o barulho da chuva e uma lágrima de meu rosto caiu sobre Susanné. Eu a havia perdido. – Por favor, não vá. Por favor – Aquela era a realidade atual. – Por favor, Susanné... – Balancei-a em meus braços e mais lágrimas caíram sobre ela. – Eu... Eu... Eu... Te amo – E nesse momento pude jurar que uma de minhas lágrimas caiu em seu coração.

Coloquei sua mão em minha bochecha, não podia ser o fim. Fiquei ali por alguns minutos, até escutar um pequeno som. Primeiro achei que era chuva, desisti deste pensamento, eu estava dentro de uma barreira que protegia nós dois, foi quando me toquei que Susanné estava com pulsação. Eu consegui senti-la.

- Susanné! – Porém ela ainda não havia acordado. – Eu estou aqui, não se preocupe. Eu vou te proteger.

Tirei o talismã de meu pescoço e fiquei segundos mirando o pentagrama em minhas mãos, se pudesse haver dois deles no mundo. Não era dele que eu precisava agora, poderia ficar sem ele. O coloquei em Susanné que perdeu a palidez em seu rosto e a frieza de suas mãos. Havia ganhado cor e temperatura em si.

Não sabia o que falar.

- Você está acordada Susanné? – Perguntei. – Foi o talismã. Se você estivesse usando ele, nada disso teria acontecido. – A apertei em meus braços, tinha esperança dentro de mim, esperança.

Ela estava viva. Eu sabia disto.

- Por favor, acorde – Falei olhando ao céu. O som dos trovões ainda ecoavam e a chuva caia.

- Você não sabe fazer nada mesmo, né? – Ouvi a voz de Susanné e seu sorriso estava ali. A abracei, foi à única coisa que consegui fazer, ela retribuiu o abraço e sabia que estava certo.

- Foi o talismã – Disse quando consegui forças para falar.

- Não, foi você – E continuou a me abraçar.

Naquele momento não me importava em qual país eu estava, não importava que eu não fosse me lembrar de nada, não importava em qual tempo eu estava, não me importava. Apenas a pessoa que estava em minha frente importava, a pessoa caída em meus braços. Se o mundo estivesse pegando fogo, eu não me importaria, só gostaria de salvá-la ou passar os últimos momentos ao seu lado. Porque era quem eu queria ao meu lado neste momento, independente do passado, do presente ou do futuro.

Se meu coração pudesse falar

Vencer a nostalgia e não chorar,

Teria coragem para explicar.

Juntos compartilhamos essa magia

Ajudou a construir minhas asas,

Hoje é tempo de voar.

(Llevame – Dulce Maria)


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Notas finais do capítulo

Notaram que eu fiz uma menção aos deuses? Essa menção não é por bobeira não, em breve ela se tornará muito importante para uma das seguintes provas. Espero que tenham gostado, essa parte do vento eu me inspirei no livro "O Alquimista" de Paulo Coelho, obrigada pelos reviews e até! @itsbecky xx



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