Wicked Voice escrita por Becca


Capítulo 15
A promessa


Notas iniciais do capítulo

Eu dei o meu máximo para conseguir escrever esse capítulo e não sei se o resultado ficou tudo aquilo que eu esperava. Li muitos livros e capítulos parecidos com esse para tentar escrever algo melhor. Porém, eu dei o meu melhor e espero que vocês gostem.



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Quando o bosque estava prestes a ser fechado, Susanné e eu nos escondemos, cada um, em um box do banheiro feminino o que me deixou bastante intrigado, mas ela nem ao menos pareceu ligar para minhas reclamações. Deixamos passar meia-hora desde o fechamento do bosque, foi quando finalmente saímos daquele banheiro e eu me senti muito grato por isso.

O céu estava novamente sem estrelas e o vento forte tentava nos empurrar para trás, uma tempestade vinha por aí, nuvens negras cobriam todo o céu.

- Parece que o tempo não está do nosso lado – Comentei quando caminhávamos atentos ao centro do bosque.

- Contanto que a justiça esteja, não há problema – Completou.

- E agora? – Perguntei chegando ao centro. Sem tempo ao menos de ter respirado ao final da frase, senti o chão tremer bem perto de mim.

- Bill! – Susanné gritou correndo para trás e caindo na grama cheia de lama. Olhei para trás e dei de cara com um dragão.

- Esse é um dos monstros? – Gritei correndo para perto dela.

- O que você esperava?! Um cão enorme? Se fosse um desses, seria tão fácil... – Falou ela se levantando.

O dragão era enorme, devia ter pelo menos uns seis metros de altura e três de largura. Era vermelho sangue e seu rabo era tão grande quanto, seus olhos eram verdes e ele nos fitava. Parecia furioso. Então era essa coisa que tinha que derrotar? Bem, estávamos ferrados.

- Já tem alguma ideia de como acabar com essa coisa? – O dragão pareceu ter entendido o que falei e soltou uma bola de fogo na direção de Susanné que conseguiu recuar antes.

- Por quê? Você tem alguma sugestão? – Ela estava desesperada, e eu não estava muito diferente.

O dragão tentou nos queimar mais três vezes sem sucesso.

- Bill, vá para o ponto mais alto do bosque e tente pedir ajuda ao tempo – Gritou ela correndo por trás das árvores.

- Como farei isso? – Gritei mais alto.

- Seja o vento, procure ser como ele. Sei que você consegu... Aaaah! – Fiz o que Susanné mandou, mas não queria abandoná-la, nem sabia como se tornar o vento, como falaria com ele... Isso era algo impossível.

Ouvi novamente seu grito agudo, mas fui covarde e não tive coragem de olhar para trás. Corri para procurar o ponto mais alto do bosque e eu não fazia também a mínima ideia de onde poderia ser, não tinha cara de mapa.

Susanné POV.

Eu estava em uma batalha. Cada paço fora do lugar poderia significar minha morte. Tinha que pensar antes de tudo, porém com rapidez e não fui treinada para nada disso. Quando Bill se foi, me deixando sozinha, senti que meu coração foi junto, se eu não conseguisse vencer o dragão? Bill poderia nunca voltar para o passado, ele morreria infeliz no futuro. Portanto, eu não podia deixar isto acontecer com ele, simplesmente não podia, procurei dentro de mim toda a força que eu não tinha.

Joguei um pequeno feitiço que havia aprendido fazia tempo em um livro, mas nunca o testei totalmente. Pode ser estranho, mas eu também tinha uma varinha, havia ganhado uma antes de minha mãe me deixar em Bamberg, era apenas por via das duvidas, porque eu não devia ter crescido com conhecimento algum de magia. Mas naquele caso a varinha era necessária, nunca havia usado-a antes, seria como uma prova real. Consegui deixar o dragão preso por alguns segundos na minha corda mágica, tempo suficiente para jogar outro feitiço, uma pequena bola de fogo surgiu da ponta da minha varinha e bateu na pele asquerosa do dragão que decidiu contra-atacar, se libertando da corda e vindo em minha direção.

Todo o chão tremia e não pela primeira vez, desejei não ter nascido em uma família de magos. Não sabia o que fazer. Não sabia. E agora? Aquele dragão enorme valia por mil homens fortes com experiência de batalha. Quando tentei correr para mais dentro do bosque, ele me arranhou no braço com suas unhas grandes.

Gritei de dor. Foi como se as unhas tivessem cravado em minha pele, doía, ardia, eu não conseguia parar de gritar, era sufocante. Aquelas unhas, ou melhor, garras haviam me “arranhado”, um arranho se fosse um cachorro, mas era um dragão, deixou muito mais que isso como lembrança. O sangue começou a sujar meu braço e sei que tinha procurar ficar longe.

Peguei minha varinha que havia caído no chão e novamente joguei o feitiço da corda, o dragão pareceu ficar mais revoltado, como eu. Senti a raiva correr por minhas veias, a raiva que Pierre sentia nas batalhas. Bill estava certo. Joguei o feitiço da bola de fogo com mais força, milhares delas saíram da ponta de minha varinha ainda maiores. Tive vergonha de mim naquele momento, afinal eu estava agindo como Pierre agiria em uma batalha, ali era minha vida ou minha morte, e eu queria fazer com que Bill voltasse para seu mundo, ele precisaria de mim e eu mesma, não aceitaria morrer nesta batalha. Portanto, por mais que a vergonha de agir como meu pai estivesse dentro de mim, deixei que a raiva corresse por minhas veias, por meu sangue.

Era o único modo de vencer isso. Agir como Pierre.

O sangue dos Dupont estava dentro de mim, à força corria dentro de meu corpo, não dava para negar. O dragão continuava preso e jogava bolas de fogo para o alto, fazendo-as cair onde eu estava.

O que mantinha o dragão preso na corda era o meu ódio, eu não sentia medo agora, eu sentia ódio. Novamente joguei as bolas de fogo com maior intensidade, ele grunhiu de dor e tentou revidar também com fogo. Criei uma barreira protetora, mas não sabia por quanto tempo aguentaria se mais alguma bola de fogo caísse sobre mim.

Tentei me concentrar, buscar a solução daquele problema. Eu precisava. Lembro-me de uma vez ter lido no livro que tinha quando menor um feitiço... Era muito forte e só tinha resultado quando realmente precisávamos. Não sabia se era capaz de algo assim, tão grande, tão forte... Levaria anos de prática para qualquer um, até Pierre demoraria a conseguir algo assim... Acho. Sem falar que tiraria todas as minhas energias, todas as minhas forças e poderia acabar ali praticamente ou sem praticamente.

O som de um trovão ecoou ali e Bill devia estar tendo uma conversa nada agradável com o vento, porque mais trovões ecoaram no céu. Tinha noção porque Pierre fizera um desafio daqueles, para poder me testar, para poder acabar com Bill, para mostrar o quanto ele era forte, mas não podia me render tão fácil. Não agora.

- Fire – O símbolo wiccano de fogo surgiu em minha frente reluzindo e brilhante. – Pentagram – Completei. O pentagrama de cinco pontas que era igual ao talismã que estava no pescoço de Bill apareceu ao lado do símbolo de fogo.

Os dois começaram a ficar cada vez maiores e brilhantes, um ao lado do outro. O dragão pareceu aterrorizado e deixou de cuspir bolas de fogo enormes. Tive pena do que estava por vir, e como disse, os símbolos ficaram cada vez maiores e eu não sabia como me suportei em pé.

Quando os dois ficaram do tamanho do dragão, soltaram um brilho único e o resto foi em um segundo. O dragão estava com fogo em todas as partes de seu corpo e grunhia de dor, senti pena, muita pena, depois uma camada de proteção, obviamente mais forte, estava ao meu redor e caí no chão. Meu braço ainda doía e agora não tinha mais força alguma. Antes de fechar os olhos, vi o dragão não suportar mais a dor e cair no chão, ele fechou os olhos e se foi. Bem assim. Feiticeiros não sacrificam animais e nem fazem magia negra e esse feitiço também não era nada, mas eu precisava vencê-lo. Não vi mais nada, depois disso, caí em uma escuridão profunda. 


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Notas finais do capítulo

Eu sei que não foi assim uma batalha imensa como vemos em Harry Potter, Percy Jackson ou Nárnia, mas foi o que melhor consegui escrever. Podem dar seus comentários e críticas sobre esse capítulo, preciso saber o que vocês acharam para assim melhorar ainda mais. Bom, é isso. Até o próximo capítulo! @itsbeckyk xx



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